Nas emplacou três sucessos logo em seu primeiro EP (7) e agora ostenta números impressionantes com os singles Montero (Call By Your Name) e Industry Baby, as músicas de trabalho de seu primeiro álbum de estúdio, MONTERO, finalmente lançado na última sexta, 17.
Sem muita concorrência, o americano de 22 anos se tornou a "diva pop" de 2021. Em termos de comparação simples, seria algo como o apogeu pop para o público LGBTQia+ de Lady Gaga em sua ascensão com The Fame Monster (2009).
Músicas na ponta da língua do grande público, videoclipes superproduzidos, comunicação afiada nas redes sociais, polêmicas respondidas com seu trabalho e apresentações 100% midiáticas, daquelas que atraem a atenção de todos - inclusive dos haters.
A diferença é que Nas é um homem negro assumidamente gay. O fato de ele fazer cada vez mais sucesso faz com que o mercado reaja de diversas maneiras, e sabendo disso, Lil torna tudo ainda mais provocativo.
Ele compareceu em todos os tapetes vermelhos de premiações recentes trajando roupas de gênero fluido e virou manchete por ser "extravagante".
Nos dias que antecederam o lançamento de MONTERO, estampou a capa da revista People com uma falsa barriga de grávida em alusão ao nascimento do seu primeiro disco.
A "gravidez" continuou em forma de ação em suas redes sociais, que dividiu opiniões, mas acima de tudo: chamou a atenção.
"Eu quero alguém que me ame. Eu preciso de alguém que precise de mim. Porque não parece certo quando é madrugada e sou só eu nos meus sonhos." Este é o refrão da música That's What I Want, quarta faixa do disco.
No vídeo, Nas é um jogador de futebol americano que se envolve com outro atleta, mas tudo acaba quando Lil descobre que seu pretendente tem esposa e filho.
São cenas comuns na comunidade gay e que quase não são representadas na música mainstream global.
No Brasil, Lil Nas está na mesma pele de Rico Dalasam e da Quebrada Queer, alguns dos nomes que produzem músicas interligadas ao universo LGBTQia+, mas que não conseguem metade do impacto do produto americano.
Sucesso, controvérsia, e representatividade, Lil Nas X agora fecha o combo completo de um artista pop.
O astro brilhou mais nas faixas solo de seu disco do que nas com parcerias - com exceção de AM I DREAMING, belíssima canção com Miley Cyrus, que encerra o álbum de maneira espetacular.
Não deixe de ouvir: o álbum todo. O artista expressou todos os seus sentimentos de maneira linear em músicas country, trap, pop rock, mas nenhuma faixa merece ser pulada.