O mundo sob a letra de Dom Camilo


Não interessava a Dom Camilo a cor do muro, o traçado da rua, o brilho da alvorada, mas a gente habitante da casa, a briga ou o encontro amoroso na esquina. Assim escrevia Camilo José Cela

Por Agencia Estado

Dom Camilo fazia aparições rápidas em seus livros. Entrava em prostíbulos, tomava café em bares vagabundos, trocava palavra com a moça traída, olhava o cachorro atropelado, subia a escada rangente da cabeça-de-porco. Não tinha rosto, como não tinham rostos seus personagens, distiguindo-se por trejeitos ou apetrechos: o velho do terno roto, o rapaz ambicioso do sapato cambaio, um perfume penetrante. Nunca houve paisagem. Não interessava a Dom Camilo a cor do muro, o traçado da rua, o brilho da alvorada, mas a gente habitante da casa, a briga ou o encontro amoroso na esquina, o porre do pobre corno na madrugada madrilhenha. Boa parte da obra ocupa uma Madri não descrita; quando seu assunto é o campo, sabe-se apenas que é campo, não como ele é; numa única vez, em "Madeira de Lei", Dom Camilo deslocou sua gente para a beira do mar, onde o cachalote de chifre deu à praia, cantou a sereia, reapareceu o afogado. Os livros de Cela são estruturados em pequenos quadros que se superpõem: histórias banais de amor e ambição, de sexo e desespero, de suicídios e partos indesejados. Os protagonistas habitam o mesmo quarteirão, freqüentam o mesmo bar, cruzam-se na rua. Não é necessário que se conheçam. Vivem variações de uma mesma vida miserável - dividem a colméia. No fundo, Dom Camilo escreveu sobre a solidão e sobre as tentativas frustradas de vencer a solidão, que a cidade, promíscua, acentua. Não tinha pena do homem nem lhe dava a mão. Falava de suas dores por considerá-las a essência da condição humana. Os livros de Camilo José Cela publicados no Brasil foram editados pela editora Bertrand Brasil: * Madeira de Lei (2001), 252 págs., R$ 33 * A Cruz de Santo André (1997), 240 págs., R$ 34 * O Assassino do Perdedor (1995), 253 págs., R$ 35,50 * A Família de Pascual Duarte (1995), 147 págs., R$35,50 * Saracoteios, Tateios e Outros Meneios (1994), 176 págs., R$ 30

Dom Camilo fazia aparições rápidas em seus livros. Entrava em prostíbulos, tomava café em bares vagabundos, trocava palavra com a moça traída, olhava o cachorro atropelado, subia a escada rangente da cabeça-de-porco. Não tinha rosto, como não tinham rostos seus personagens, distiguindo-se por trejeitos ou apetrechos: o velho do terno roto, o rapaz ambicioso do sapato cambaio, um perfume penetrante. Nunca houve paisagem. Não interessava a Dom Camilo a cor do muro, o traçado da rua, o brilho da alvorada, mas a gente habitante da casa, a briga ou o encontro amoroso na esquina, o porre do pobre corno na madrugada madrilhenha. Boa parte da obra ocupa uma Madri não descrita; quando seu assunto é o campo, sabe-se apenas que é campo, não como ele é; numa única vez, em "Madeira de Lei", Dom Camilo deslocou sua gente para a beira do mar, onde o cachalote de chifre deu à praia, cantou a sereia, reapareceu o afogado. Os livros de Cela são estruturados em pequenos quadros que se superpõem: histórias banais de amor e ambição, de sexo e desespero, de suicídios e partos indesejados. Os protagonistas habitam o mesmo quarteirão, freqüentam o mesmo bar, cruzam-se na rua. Não é necessário que se conheçam. Vivem variações de uma mesma vida miserável - dividem a colméia. No fundo, Dom Camilo escreveu sobre a solidão e sobre as tentativas frustradas de vencer a solidão, que a cidade, promíscua, acentua. Não tinha pena do homem nem lhe dava a mão. Falava de suas dores por considerá-las a essência da condição humana. Os livros de Camilo José Cela publicados no Brasil foram editados pela editora Bertrand Brasil: * Madeira de Lei (2001), 252 págs., R$ 33 * A Cruz de Santo André (1997), 240 págs., R$ 34 * O Assassino do Perdedor (1995), 253 págs., R$ 35,50 * A Família de Pascual Duarte (1995), 147 págs., R$35,50 * Saracoteios, Tateios e Outros Meneios (1994), 176 págs., R$ 30

Dom Camilo fazia aparições rápidas em seus livros. Entrava em prostíbulos, tomava café em bares vagabundos, trocava palavra com a moça traída, olhava o cachorro atropelado, subia a escada rangente da cabeça-de-porco. Não tinha rosto, como não tinham rostos seus personagens, distiguindo-se por trejeitos ou apetrechos: o velho do terno roto, o rapaz ambicioso do sapato cambaio, um perfume penetrante. Nunca houve paisagem. Não interessava a Dom Camilo a cor do muro, o traçado da rua, o brilho da alvorada, mas a gente habitante da casa, a briga ou o encontro amoroso na esquina, o porre do pobre corno na madrugada madrilhenha. Boa parte da obra ocupa uma Madri não descrita; quando seu assunto é o campo, sabe-se apenas que é campo, não como ele é; numa única vez, em "Madeira de Lei", Dom Camilo deslocou sua gente para a beira do mar, onde o cachalote de chifre deu à praia, cantou a sereia, reapareceu o afogado. Os livros de Cela são estruturados em pequenos quadros que se superpõem: histórias banais de amor e ambição, de sexo e desespero, de suicídios e partos indesejados. Os protagonistas habitam o mesmo quarteirão, freqüentam o mesmo bar, cruzam-se na rua. Não é necessário que se conheçam. Vivem variações de uma mesma vida miserável - dividem a colméia. No fundo, Dom Camilo escreveu sobre a solidão e sobre as tentativas frustradas de vencer a solidão, que a cidade, promíscua, acentua. Não tinha pena do homem nem lhe dava a mão. Falava de suas dores por considerá-las a essência da condição humana. Os livros de Camilo José Cela publicados no Brasil foram editados pela editora Bertrand Brasil: * Madeira de Lei (2001), 252 págs., R$ 33 * A Cruz de Santo André (1997), 240 págs., R$ 34 * O Assassino do Perdedor (1995), 253 págs., R$ 35,50 * A Família de Pascual Duarte (1995), 147 págs., R$35,50 * Saracoteios, Tateios e Outros Meneios (1994), 176 págs., R$ 30

Dom Camilo fazia aparições rápidas em seus livros. Entrava em prostíbulos, tomava café em bares vagabundos, trocava palavra com a moça traída, olhava o cachorro atropelado, subia a escada rangente da cabeça-de-porco. Não tinha rosto, como não tinham rostos seus personagens, distiguindo-se por trejeitos ou apetrechos: o velho do terno roto, o rapaz ambicioso do sapato cambaio, um perfume penetrante. Nunca houve paisagem. Não interessava a Dom Camilo a cor do muro, o traçado da rua, o brilho da alvorada, mas a gente habitante da casa, a briga ou o encontro amoroso na esquina, o porre do pobre corno na madrugada madrilhenha. Boa parte da obra ocupa uma Madri não descrita; quando seu assunto é o campo, sabe-se apenas que é campo, não como ele é; numa única vez, em "Madeira de Lei", Dom Camilo deslocou sua gente para a beira do mar, onde o cachalote de chifre deu à praia, cantou a sereia, reapareceu o afogado. Os livros de Cela são estruturados em pequenos quadros que se superpõem: histórias banais de amor e ambição, de sexo e desespero, de suicídios e partos indesejados. Os protagonistas habitam o mesmo quarteirão, freqüentam o mesmo bar, cruzam-se na rua. Não é necessário que se conheçam. Vivem variações de uma mesma vida miserável - dividem a colméia. No fundo, Dom Camilo escreveu sobre a solidão e sobre as tentativas frustradas de vencer a solidão, que a cidade, promíscua, acentua. Não tinha pena do homem nem lhe dava a mão. Falava de suas dores por considerá-las a essência da condição humana. Os livros de Camilo José Cela publicados no Brasil foram editados pela editora Bertrand Brasil: * Madeira de Lei (2001), 252 págs., R$ 33 * A Cruz de Santo André (1997), 240 págs., R$ 34 * O Assassino do Perdedor (1995), 253 págs., R$ 35,50 * A Família de Pascual Duarte (1995), 147 págs., R$35,50 * Saracoteios, Tateios e Outros Meneios (1994), 176 págs., R$ 30

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