De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Adirley Queirós na arena sci-fi do .doc nacional


Por Rodrigo Fonseca
Nascido em Morro Agudo de Goiás em 1970, Adirley Queirós fala sobre sua Ceilândia esta noite no simpósio Na Real_Virtual Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Um dos mais exuberantes exercícios de fabulação do cinema nacional nesta década, no casamento do documentário com as cartilhas da sci-fi, "Branco Sai, Preto Fica", aclamado lá fora, nos festivais de Hamburgo, Turim e Mar Del Plata - por sua visão distópica do Distrito Federal e sua lucidez na denúncia contra o racismo -, integra atualmente a grade da Netflix e, esta noite, servirá de combustível para o principal seminário cinéfilo de 2020. Às 19h, o Na Real_Virtual vai receber seu realizador, Adirley Queirós, para conversar sobre as inquietações políticas do país e sobre a resiliência da Ceilândia que ele chama de lar há quatro décadas. O simpósio produzido por Marcio Blanco e organizado sob a curadoria de Bebeto Abrantes e Carlos Alberto Mattos arrebanha olhares na URL https://imaginariodigital.org.br/real-virtual/parte-2, somando cerca de 250 ouvintes inscritos por noite. E neste 25/11, vivências periféricas vão nortear a conversa com um diretor instaurado no coração do país. "Periferia para mim, é o espaço da minha experiência", diz Adiley ao P de Pop, que, em 2005, aplaudiu o sucesso de seu curta "Rap, o Canto da Ceilândia". "Acho que a representação de qualquer ficção na periferia, por atores não profissionais, leva para um campo documental muito grande. É uma ficção que possui vontade de contar fatos cotidianos. Hoje não faço muito essa diferença entre o documental e o ficcional. Vou muito na ideia de fabulação. É como seu eu fosse propor personagens ficcionais e filmasse como etnografia documental".

 Foto: Estadão
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No recorte curatorial deste Na Real_Virtual, Mattos elogia o humor de Adirley e sua liberdade rara na construção das narrativas. "Admiro a fidelidade que ele mantém não só às locações da sua Ceilândia, mas também às equipes, atores e atrizes que habitam aquele território. Sua capacidade de encontrar talentos, inteligência e humor entre seu povo é admirável", diz o decano da crítica.

Em 2017, Adirley deixou o Festival de Locarno, na Suíça, com uma menção honrosa para seu "Era Uma Vez Brasília", uma distopia com foco nas ruínas de um país após o Impeachment, representado a partir do olhar de visitantes do futuro. No cinema dele, a ficção científica é um filão balizador. "Antes de fazer filmes, o cinema e a literatura já eram importantes para mim, enquanto espectador e leitor. Sempre gostei de contar histórias e conversar, sempre gostei de estar na rua até madrugada e conversar com os amigos. Essa coisa de estar desempregado e conversar na rua sempre fez parte da minha vida. A leitura é fundamental na minha vida. Eu sempre fui um leitor e gosto muito de ler desde pequeno. Desde ler a Bíblia, quando era pequeno, até tudo que cai na minha mão. Os filmes que entraram minha vida foram os clássicos de Hollywood, filmes de bangue-bangue, filmes do Bruce Lee, filme de Kung-Fu... Todos esses filmes tiveram muito presentes na minha vida. Os faroestes italianos, também, assim como os filmes clássicos americanos dos anos 80 e 90, desde 'Apocalypse Now' e 'O Poderoso Chefão' até 'Mad Max'. Mais recentemente, quando comecei a ter acesso e circular pelo cinema, descobri 'Serras da Desordem'; os filmes do Glauber Rocha; e 'O Bandido da Luz Vermelha', um filme que está sempre presente comigo", diz Adirley ao Estadão. "Os livros que li foram vários, desde 'Escaravelho do Diabo' e 'Dom Casmurro'. Eu lia tudo que você imaginar. 'Grande Sertão: Veredas' é um livro que eu continuo lendo. Acredito já ter lido mais de dez vezes na minha vida. Esse livro é sempre no gerúndio, um 'Estou lendo 'Grande Sertão'...". Li ficção cientifica em um momento da minha vida e li Dostoiévski. Recentemente estou lendo muito Ernesto Sabato, um cara argentino que tem coisas fundamentais na reflexão que faz do cinema e da vida. Era um físico que virou escritor na Argentina, mas sempre foi taxado com um cara mais reacionário e da direita. A literatura dele tinha uma coisa muito subjetiva". No frigir das inquietações documentais do país, Abrantes e Mattos têm agendadas ainda conversas com Evaldo Mocarzel, Sandra Werneck e Walter Salles. Esses papos rolam sempre às 19h, às segundas, quartas e sextas. Valem a atenção, o estudo, o aplauso e um lugar de honra na História, a do nosso cinema, por ser uma reação e uma proposição em um tempo de doença (em múltiplos níveis). Cada conversa é um curso de em si.

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p.s.: Em seu cardápio de iguarias de não ficção, o Globoplay tira onda com "Tiros em Columbine" ("Bowling For Columbine"), longa que deu o Oscar de Melhor Documentário a Michael Moore, em 2003, sob as vaias de uma claque em prol de George W. Bush. O longa, centrado na sanha armamentista dos EUA, deu ainda um prêmio especial ao realizador em Cannes, em 2002.

Nascido em Morro Agudo de Goiás em 1970, Adirley Queirós fala sobre sua Ceilândia esta noite no simpósio Na Real_Virtual Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Um dos mais exuberantes exercícios de fabulação do cinema nacional nesta década, no casamento do documentário com as cartilhas da sci-fi, "Branco Sai, Preto Fica", aclamado lá fora, nos festivais de Hamburgo, Turim e Mar Del Plata - por sua visão distópica do Distrito Federal e sua lucidez na denúncia contra o racismo -, integra atualmente a grade da Netflix e, esta noite, servirá de combustível para o principal seminário cinéfilo de 2020. Às 19h, o Na Real_Virtual vai receber seu realizador, Adirley Queirós, para conversar sobre as inquietações políticas do país e sobre a resiliência da Ceilândia que ele chama de lar há quatro décadas. O simpósio produzido por Marcio Blanco e organizado sob a curadoria de Bebeto Abrantes e Carlos Alberto Mattos arrebanha olhares na URL https://imaginariodigital.org.br/real-virtual/parte-2, somando cerca de 250 ouvintes inscritos por noite. E neste 25/11, vivências periféricas vão nortear a conversa com um diretor instaurado no coração do país. "Periferia para mim, é o espaço da minha experiência", diz Adiley ao P de Pop, que, em 2005, aplaudiu o sucesso de seu curta "Rap, o Canto da Ceilândia". "Acho que a representação de qualquer ficção na periferia, por atores não profissionais, leva para um campo documental muito grande. É uma ficção que possui vontade de contar fatos cotidianos. Hoje não faço muito essa diferença entre o documental e o ficcional. Vou muito na ideia de fabulação. É como seu eu fosse propor personagens ficcionais e filmasse como etnografia documental".

 Foto: Estadão

No recorte curatorial deste Na Real_Virtual, Mattos elogia o humor de Adirley e sua liberdade rara na construção das narrativas. "Admiro a fidelidade que ele mantém não só às locações da sua Ceilândia, mas também às equipes, atores e atrizes que habitam aquele território. Sua capacidade de encontrar talentos, inteligência e humor entre seu povo é admirável", diz o decano da crítica.

Em 2017, Adirley deixou o Festival de Locarno, na Suíça, com uma menção honrosa para seu "Era Uma Vez Brasília", uma distopia com foco nas ruínas de um país após o Impeachment, representado a partir do olhar de visitantes do futuro. No cinema dele, a ficção científica é um filão balizador. "Antes de fazer filmes, o cinema e a literatura já eram importantes para mim, enquanto espectador e leitor. Sempre gostei de contar histórias e conversar, sempre gostei de estar na rua até madrugada e conversar com os amigos. Essa coisa de estar desempregado e conversar na rua sempre fez parte da minha vida. A leitura é fundamental na minha vida. Eu sempre fui um leitor e gosto muito de ler desde pequeno. Desde ler a Bíblia, quando era pequeno, até tudo que cai na minha mão. Os filmes que entraram minha vida foram os clássicos de Hollywood, filmes de bangue-bangue, filmes do Bruce Lee, filme de Kung-Fu... Todos esses filmes tiveram muito presentes na minha vida. Os faroestes italianos, também, assim como os filmes clássicos americanos dos anos 80 e 90, desde 'Apocalypse Now' e 'O Poderoso Chefão' até 'Mad Max'. Mais recentemente, quando comecei a ter acesso e circular pelo cinema, descobri 'Serras da Desordem'; os filmes do Glauber Rocha; e 'O Bandido da Luz Vermelha', um filme que está sempre presente comigo", diz Adirley ao Estadão. "Os livros que li foram vários, desde 'Escaravelho do Diabo' e 'Dom Casmurro'. Eu lia tudo que você imaginar. 'Grande Sertão: Veredas' é um livro que eu continuo lendo. Acredito já ter lido mais de dez vezes na minha vida. Esse livro é sempre no gerúndio, um 'Estou lendo 'Grande Sertão'...". Li ficção cientifica em um momento da minha vida e li Dostoiévski. Recentemente estou lendo muito Ernesto Sabato, um cara argentino que tem coisas fundamentais na reflexão que faz do cinema e da vida. Era um físico que virou escritor na Argentina, mas sempre foi taxado com um cara mais reacionário e da direita. A literatura dele tinha uma coisa muito subjetiva". No frigir das inquietações documentais do país, Abrantes e Mattos têm agendadas ainda conversas com Evaldo Mocarzel, Sandra Werneck e Walter Salles. Esses papos rolam sempre às 19h, às segundas, quartas e sextas. Valem a atenção, o estudo, o aplauso e um lugar de honra na História, a do nosso cinema, por ser uma reação e uma proposição em um tempo de doença (em múltiplos níveis). Cada conversa é um curso de em si.

p.s.: Em seu cardápio de iguarias de não ficção, o Globoplay tira onda com "Tiros em Columbine" ("Bowling For Columbine"), longa que deu o Oscar de Melhor Documentário a Michael Moore, em 2003, sob as vaias de uma claque em prol de George W. Bush. O longa, centrado na sanha armamentista dos EUA, deu ainda um prêmio especial ao realizador em Cannes, em 2002.

Nascido em Morro Agudo de Goiás em 1970, Adirley Queirós fala sobre sua Ceilândia esta noite no simpósio Na Real_Virtual Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Um dos mais exuberantes exercícios de fabulação do cinema nacional nesta década, no casamento do documentário com as cartilhas da sci-fi, "Branco Sai, Preto Fica", aclamado lá fora, nos festivais de Hamburgo, Turim e Mar Del Plata - por sua visão distópica do Distrito Federal e sua lucidez na denúncia contra o racismo -, integra atualmente a grade da Netflix e, esta noite, servirá de combustível para o principal seminário cinéfilo de 2020. Às 19h, o Na Real_Virtual vai receber seu realizador, Adirley Queirós, para conversar sobre as inquietações políticas do país e sobre a resiliência da Ceilândia que ele chama de lar há quatro décadas. O simpósio produzido por Marcio Blanco e organizado sob a curadoria de Bebeto Abrantes e Carlos Alberto Mattos arrebanha olhares na URL https://imaginariodigital.org.br/real-virtual/parte-2, somando cerca de 250 ouvintes inscritos por noite. E neste 25/11, vivências periféricas vão nortear a conversa com um diretor instaurado no coração do país. "Periferia para mim, é o espaço da minha experiência", diz Adiley ao P de Pop, que, em 2005, aplaudiu o sucesso de seu curta "Rap, o Canto da Ceilândia". "Acho que a representação de qualquer ficção na periferia, por atores não profissionais, leva para um campo documental muito grande. É uma ficção que possui vontade de contar fatos cotidianos. Hoje não faço muito essa diferença entre o documental e o ficcional. Vou muito na ideia de fabulação. É como seu eu fosse propor personagens ficcionais e filmasse como etnografia documental".

 Foto: Estadão

No recorte curatorial deste Na Real_Virtual, Mattos elogia o humor de Adirley e sua liberdade rara na construção das narrativas. "Admiro a fidelidade que ele mantém não só às locações da sua Ceilândia, mas também às equipes, atores e atrizes que habitam aquele território. Sua capacidade de encontrar talentos, inteligência e humor entre seu povo é admirável", diz o decano da crítica.

Em 2017, Adirley deixou o Festival de Locarno, na Suíça, com uma menção honrosa para seu "Era Uma Vez Brasília", uma distopia com foco nas ruínas de um país após o Impeachment, representado a partir do olhar de visitantes do futuro. No cinema dele, a ficção científica é um filão balizador. "Antes de fazer filmes, o cinema e a literatura já eram importantes para mim, enquanto espectador e leitor. Sempre gostei de contar histórias e conversar, sempre gostei de estar na rua até madrugada e conversar com os amigos. Essa coisa de estar desempregado e conversar na rua sempre fez parte da minha vida. A leitura é fundamental na minha vida. Eu sempre fui um leitor e gosto muito de ler desde pequeno. Desde ler a Bíblia, quando era pequeno, até tudo que cai na minha mão. Os filmes que entraram minha vida foram os clássicos de Hollywood, filmes de bangue-bangue, filmes do Bruce Lee, filme de Kung-Fu... Todos esses filmes tiveram muito presentes na minha vida. Os faroestes italianos, também, assim como os filmes clássicos americanos dos anos 80 e 90, desde 'Apocalypse Now' e 'O Poderoso Chefão' até 'Mad Max'. Mais recentemente, quando comecei a ter acesso e circular pelo cinema, descobri 'Serras da Desordem'; os filmes do Glauber Rocha; e 'O Bandido da Luz Vermelha', um filme que está sempre presente comigo", diz Adirley ao Estadão. "Os livros que li foram vários, desde 'Escaravelho do Diabo' e 'Dom Casmurro'. Eu lia tudo que você imaginar. 'Grande Sertão: Veredas' é um livro que eu continuo lendo. Acredito já ter lido mais de dez vezes na minha vida. Esse livro é sempre no gerúndio, um 'Estou lendo 'Grande Sertão'...". Li ficção cientifica em um momento da minha vida e li Dostoiévski. Recentemente estou lendo muito Ernesto Sabato, um cara argentino que tem coisas fundamentais na reflexão que faz do cinema e da vida. Era um físico que virou escritor na Argentina, mas sempre foi taxado com um cara mais reacionário e da direita. A literatura dele tinha uma coisa muito subjetiva". No frigir das inquietações documentais do país, Abrantes e Mattos têm agendadas ainda conversas com Evaldo Mocarzel, Sandra Werneck e Walter Salles. Esses papos rolam sempre às 19h, às segundas, quartas e sextas. Valem a atenção, o estudo, o aplauso e um lugar de honra na História, a do nosso cinema, por ser uma reação e uma proposição em um tempo de doença (em múltiplos níveis). Cada conversa é um curso de em si.

p.s.: Em seu cardápio de iguarias de não ficção, o Globoplay tira onda com "Tiros em Columbine" ("Bowling For Columbine"), longa que deu o Oscar de Melhor Documentário a Michael Moore, em 2003, sob as vaias de uma claque em prol de George W. Bush. O longa, centrado na sanha armamentista dos EUA, deu ainda um prêmio especial ao realizador em Cannes, em 2002.

Nascido em Morro Agudo de Goiás em 1970, Adirley Queirós fala sobre sua Ceilândia esta noite no simpósio Na Real_Virtual Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Um dos mais exuberantes exercícios de fabulação do cinema nacional nesta década, no casamento do documentário com as cartilhas da sci-fi, "Branco Sai, Preto Fica", aclamado lá fora, nos festivais de Hamburgo, Turim e Mar Del Plata - por sua visão distópica do Distrito Federal e sua lucidez na denúncia contra o racismo -, integra atualmente a grade da Netflix e, esta noite, servirá de combustível para o principal seminário cinéfilo de 2020. Às 19h, o Na Real_Virtual vai receber seu realizador, Adirley Queirós, para conversar sobre as inquietações políticas do país e sobre a resiliência da Ceilândia que ele chama de lar há quatro décadas. O simpósio produzido por Marcio Blanco e organizado sob a curadoria de Bebeto Abrantes e Carlos Alberto Mattos arrebanha olhares na URL https://imaginariodigital.org.br/real-virtual/parte-2, somando cerca de 250 ouvintes inscritos por noite. E neste 25/11, vivências periféricas vão nortear a conversa com um diretor instaurado no coração do país. "Periferia para mim, é o espaço da minha experiência", diz Adiley ao P de Pop, que, em 2005, aplaudiu o sucesso de seu curta "Rap, o Canto da Ceilândia". "Acho que a representação de qualquer ficção na periferia, por atores não profissionais, leva para um campo documental muito grande. É uma ficção que possui vontade de contar fatos cotidianos. Hoje não faço muito essa diferença entre o documental e o ficcional. Vou muito na ideia de fabulação. É como seu eu fosse propor personagens ficcionais e filmasse como etnografia documental".

 Foto: Estadão

No recorte curatorial deste Na Real_Virtual, Mattos elogia o humor de Adirley e sua liberdade rara na construção das narrativas. "Admiro a fidelidade que ele mantém não só às locações da sua Ceilândia, mas também às equipes, atores e atrizes que habitam aquele território. Sua capacidade de encontrar talentos, inteligência e humor entre seu povo é admirável", diz o decano da crítica.

Em 2017, Adirley deixou o Festival de Locarno, na Suíça, com uma menção honrosa para seu "Era Uma Vez Brasília", uma distopia com foco nas ruínas de um país após o Impeachment, representado a partir do olhar de visitantes do futuro. No cinema dele, a ficção científica é um filão balizador. "Antes de fazer filmes, o cinema e a literatura já eram importantes para mim, enquanto espectador e leitor. Sempre gostei de contar histórias e conversar, sempre gostei de estar na rua até madrugada e conversar com os amigos. Essa coisa de estar desempregado e conversar na rua sempre fez parte da minha vida. A leitura é fundamental na minha vida. Eu sempre fui um leitor e gosto muito de ler desde pequeno. Desde ler a Bíblia, quando era pequeno, até tudo que cai na minha mão. Os filmes que entraram minha vida foram os clássicos de Hollywood, filmes de bangue-bangue, filmes do Bruce Lee, filme de Kung-Fu... Todos esses filmes tiveram muito presentes na minha vida. Os faroestes italianos, também, assim como os filmes clássicos americanos dos anos 80 e 90, desde 'Apocalypse Now' e 'O Poderoso Chefão' até 'Mad Max'. Mais recentemente, quando comecei a ter acesso e circular pelo cinema, descobri 'Serras da Desordem'; os filmes do Glauber Rocha; e 'O Bandido da Luz Vermelha', um filme que está sempre presente comigo", diz Adirley ao Estadão. "Os livros que li foram vários, desde 'Escaravelho do Diabo' e 'Dom Casmurro'. Eu lia tudo que você imaginar. 'Grande Sertão: Veredas' é um livro que eu continuo lendo. Acredito já ter lido mais de dez vezes na minha vida. Esse livro é sempre no gerúndio, um 'Estou lendo 'Grande Sertão'...". Li ficção cientifica em um momento da minha vida e li Dostoiévski. Recentemente estou lendo muito Ernesto Sabato, um cara argentino que tem coisas fundamentais na reflexão que faz do cinema e da vida. Era um físico que virou escritor na Argentina, mas sempre foi taxado com um cara mais reacionário e da direita. A literatura dele tinha uma coisa muito subjetiva". No frigir das inquietações documentais do país, Abrantes e Mattos têm agendadas ainda conversas com Evaldo Mocarzel, Sandra Werneck e Walter Salles. Esses papos rolam sempre às 19h, às segundas, quartas e sextas. Valem a atenção, o estudo, o aplauso e um lugar de honra na História, a do nosso cinema, por ser uma reação e uma proposição em um tempo de doença (em múltiplos níveis). Cada conversa é um curso de em si.

p.s.: Em seu cardápio de iguarias de não ficção, o Globoplay tira onda com "Tiros em Columbine" ("Bowling For Columbine"), longa que deu o Oscar de Melhor Documentário a Michael Moore, em 2003, sob as vaias de uma claque em prol de George W. Bush. O longa, centrado na sanha armamentista dos EUA, deu ainda um prêmio especial ao realizador em Cannes, em 2002.

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