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'Escobar': cinema espanhol na 'Tela Quente'


Por Rodrigo Fonseca

RODRIGO FONSECA Toda a badalação em torno de "Madres Paralelas", hoje em destaque na Netflix, comprova que nunca faltaram artesões autorais ao cinema da Espanha. É uma pátria que nos deu Luis García Berlanga ("El Verdugo"), Carlos Saura ("Cría Cuervos"), Bigas Luna ("Ovos de Ouro"), Isabel Coixet ("Demasiado Viejo Para Morir Joven"), e, mais recentemente, Carla Simón (ganhadora do Urso de Ouro na Berlinale deste ano, com "Alcarràs"). Isso sem falar em Luis Buñuel (1900-1983) em seu momento "Tristana" (1970). Mas, nas últimas três décadas, o legado cinematográfico espanhol de maior peso foi o de Pedro Almodóvar. É um narrador pleno, cuja ousadia ofuscou (não por culpa dele, mas por preguiça midiática) outros realizadores de seu país, mesmo alguns que fizeram do inconformismo um modo de expressão. Entre os que foram ofuscados, destaque Fernando León de Aranoa, que será o muso da "Tela Quente" desta segunda. Desse artesão autoral de 53 anos, nascido em Madri, a TV Globo pinçou o potente "Escobar: A Traição" ("Loving Pablo", 2017), aproveitando a química entre o casal Penélope Cruz e Javier Bardem, aqui dublados respectivamente por talentos como Raquel Marinho e Armando Tiraboschi. A exibição será às 23h50. Virtuoso nas mais variadas latitudes, "Escobar: A Traição" é um thriller de máfia com tons românticos (e até eróticos) com a habilidade de gerar distanciamento crítico em seu tônus épico aplicado a fórmulas dos filmes de gângster e às cartilhas da cinebiografia. O filme é a súmula do ethos estético desse cronista dos desajustes financeiros das Américas que Aranoa virou. Ele ficou conhecido aqui, em 2003, ao arrebatar o Festival de Gramado com "Segundas-feiras ao Sol", onde estabeleceu uma parceria (e amizade) com Javier Bardem. Brilhou ainda em "Um Dia Perfeito", que saiu da Quinzena de Cannes, em 2015. E além dessa conjugação de talentos, ele se firmou como um exemplar assumido da fauna dos "cineastas políticos", fundindo procedimentos documentais á ficção. Por isso o realismo de "Loving Pablo" aparenta tão cortante (e tão familiar), em os mecanismos de causalidade da série "Narcos", também voltada sobre o mesmo personagem, o narcotraficante colombiano Pablo Escobar (1949-1993).

À moda "Scarface" (o de Brian De Palma, de 1983), o filme utiliza memórias da apresentadora de TV Virginia Vallejo, a partir de seu ótimo livro de memórias "Amando Pablo, odiando Escobar". Penélope dá à figura de Virginia uma dicotomia moral arrebatadora, que nos deixa a quicar na margem da dúvida acerca de seu caráter e de seu real cuidado com a imparcialidade jornalística. A montagem dá umas derrapadas, mas as sequências de ação são impecáveis na reconstituição do império de Pablo Escobar (Bardem, impecável), tendo como foco um caso de amor entre ele e a tal apresentadora de TV vivida por Penélope. Aranoa e Bardem fizeram ano passado a deliciosa comédia "O Bom Padrão", indicada à Concha de Ouro no Festival de San Sebastián.

RODRIGO FONSECA Toda a badalação em torno de "Madres Paralelas", hoje em destaque na Netflix, comprova que nunca faltaram artesões autorais ao cinema da Espanha. É uma pátria que nos deu Luis García Berlanga ("El Verdugo"), Carlos Saura ("Cría Cuervos"), Bigas Luna ("Ovos de Ouro"), Isabel Coixet ("Demasiado Viejo Para Morir Joven"), e, mais recentemente, Carla Simón (ganhadora do Urso de Ouro na Berlinale deste ano, com "Alcarràs"). Isso sem falar em Luis Buñuel (1900-1983) em seu momento "Tristana" (1970). Mas, nas últimas três décadas, o legado cinematográfico espanhol de maior peso foi o de Pedro Almodóvar. É um narrador pleno, cuja ousadia ofuscou (não por culpa dele, mas por preguiça midiática) outros realizadores de seu país, mesmo alguns que fizeram do inconformismo um modo de expressão. Entre os que foram ofuscados, destaque Fernando León de Aranoa, que será o muso da "Tela Quente" desta segunda. Desse artesão autoral de 53 anos, nascido em Madri, a TV Globo pinçou o potente "Escobar: A Traição" ("Loving Pablo", 2017), aproveitando a química entre o casal Penélope Cruz e Javier Bardem, aqui dublados respectivamente por talentos como Raquel Marinho e Armando Tiraboschi. A exibição será às 23h50. Virtuoso nas mais variadas latitudes, "Escobar: A Traição" é um thriller de máfia com tons românticos (e até eróticos) com a habilidade de gerar distanciamento crítico em seu tônus épico aplicado a fórmulas dos filmes de gângster e às cartilhas da cinebiografia. O filme é a súmula do ethos estético desse cronista dos desajustes financeiros das Américas que Aranoa virou. Ele ficou conhecido aqui, em 2003, ao arrebatar o Festival de Gramado com "Segundas-feiras ao Sol", onde estabeleceu uma parceria (e amizade) com Javier Bardem. Brilhou ainda em "Um Dia Perfeito", que saiu da Quinzena de Cannes, em 2015. E além dessa conjugação de talentos, ele se firmou como um exemplar assumido da fauna dos "cineastas políticos", fundindo procedimentos documentais á ficção. Por isso o realismo de "Loving Pablo" aparenta tão cortante (e tão familiar), em os mecanismos de causalidade da série "Narcos", também voltada sobre o mesmo personagem, o narcotraficante colombiano Pablo Escobar (1949-1993).

À moda "Scarface" (o de Brian De Palma, de 1983), o filme utiliza memórias da apresentadora de TV Virginia Vallejo, a partir de seu ótimo livro de memórias "Amando Pablo, odiando Escobar". Penélope dá à figura de Virginia uma dicotomia moral arrebatadora, que nos deixa a quicar na margem da dúvida acerca de seu caráter e de seu real cuidado com a imparcialidade jornalística. A montagem dá umas derrapadas, mas as sequências de ação são impecáveis na reconstituição do império de Pablo Escobar (Bardem, impecável), tendo como foco um caso de amor entre ele e a tal apresentadora de TV vivida por Penélope. Aranoa e Bardem fizeram ano passado a deliciosa comédia "O Bom Padrão", indicada à Concha de Ouro no Festival de San Sebastián.

RODRIGO FONSECA Toda a badalação em torno de "Madres Paralelas", hoje em destaque na Netflix, comprova que nunca faltaram artesões autorais ao cinema da Espanha. É uma pátria que nos deu Luis García Berlanga ("El Verdugo"), Carlos Saura ("Cría Cuervos"), Bigas Luna ("Ovos de Ouro"), Isabel Coixet ("Demasiado Viejo Para Morir Joven"), e, mais recentemente, Carla Simón (ganhadora do Urso de Ouro na Berlinale deste ano, com "Alcarràs"). Isso sem falar em Luis Buñuel (1900-1983) em seu momento "Tristana" (1970). Mas, nas últimas três décadas, o legado cinematográfico espanhol de maior peso foi o de Pedro Almodóvar. É um narrador pleno, cuja ousadia ofuscou (não por culpa dele, mas por preguiça midiática) outros realizadores de seu país, mesmo alguns que fizeram do inconformismo um modo de expressão. Entre os que foram ofuscados, destaque Fernando León de Aranoa, que será o muso da "Tela Quente" desta segunda. Desse artesão autoral de 53 anos, nascido em Madri, a TV Globo pinçou o potente "Escobar: A Traição" ("Loving Pablo", 2017), aproveitando a química entre o casal Penélope Cruz e Javier Bardem, aqui dublados respectivamente por talentos como Raquel Marinho e Armando Tiraboschi. A exibição será às 23h50. Virtuoso nas mais variadas latitudes, "Escobar: A Traição" é um thriller de máfia com tons românticos (e até eróticos) com a habilidade de gerar distanciamento crítico em seu tônus épico aplicado a fórmulas dos filmes de gângster e às cartilhas da cinebiografia. O filme é a súmula do ethos estético desse cronista dos desajustes financeiros das Américas que Aranoa virou. Ele ficou conhecido aqui, em 2003, ao arrebatar o Festival de Gramado com "Segundas-feiras ao Sol", onde estabeleceu uma parceria (e amizade) com Javier Bardem. Brilhou ainda em "Um Dia Perfeito", que saiu da Quinzena de Cannes, em 2015. E além dessa conjugação de talentos, ele se firmou como um exemplar assumido da fauna dos "cineastas políticos", fundindo procedimentos documentais á ficção. Por isso o realismo de "Loving Pablo" aparenta tão cortante (e tão familiar), em os mecanismos de causalidade da série "Narcos", também voltada sobre o mesmo personagem, o narcotraficante colombiano Pablo Escobar (1949-1993).

À moda "Scarface" (o de Brian De Palma, de 1983), o filme utiliza memórias da apresentadora de TV Virginia Vallejo, a partir de seu ótimo livro de memórias "Amando Pablo, odiando Escobar". Penélope dá à figura de Virginia uma dicotomia moral arrebatadora, que nos deixa a quicar na margem da dúvida acerca de seu caráter e de seu real cuidado com a imparcialidade jornalística. A montagem dá umas derrapadas, mas as sequências de ação são impecáveis na reconstituição do império de Pablo Escobar (Bardem, impecável), tendo como foco um caso de amor entre ele e a tal apresentadora de TV vivida por Penélope. Aranoa e Bardem fizeram ano passado a deliciosa comédia "O Bom Padrão", indicada à Concha de Ouro no Festival de San Sebastián.

RODRIGO FONSECA Toda a badalação em torno de "Madres Paralelas", hoje em destaque na Netflix, comprova que nunca faltaram artesões autorais ao cinema da Espanha. É uma pátria que nos deu Luis García Berlanga ("El Verdugo"), Carlos Saura ("Cría Cuervos"), Bigas Luna ("Ovos de Ouro"), Isabel Coixet ("Demasiado Viejo Para Morir Joven"), e, mais recentemente, Carla Simón (ganhadora do Urso de Ouro na Berlinale deste ano, com "Alcarràs"). Isso sem falar em Luis Buñuel (1900-1983) em seu momento "Tristana" (1970). Mas, nas últimas três décadas, o legado cinematográfico espanhol de maior peso foi o de Pedro Almodóvar. É um narrador pleno, cuja ousadia ofuscou (não por culpa dele, mas por preguiça midiática) outros realizadores de seu país, mesmo alguns que fizeram do inconformismo um modo de expressão. Entre os que foram ofuscados, destaque Fernando León de Aranoa, que será o muso da "Tela Quente" desta segunda. Desse artesão autoral de 53 anos, nascido em Madri, a TV Globo pinçou o potente "Escobar: A Traição" ("Loving Pablo", 2017), aproveitando a química entre o casal Penélope Cruz e Javier Bardem, aqui dublados respectivamente por talentos como Raquel Marinho e Armando Tiraboschi. A exibição será às 23h50. Virtuoso nas mais variadas latitudes, "Escobar: A Traição" é um thriller de máfia com tons românticos (e até eróticos) com a habilidade de gerar distanciamento crítico em seu tônus épico aplicado a fórmulas dos filmes de gângster e às cartilhas da cinebiografia. O filme é a súmula do ethos estético desse cronista dos desajustes financeiros das Américas que Aranoa virou. Ele ficou conhecido aqui, em 2003, ao arrebatar o Festival de Gramado com "Segundas-feiras ao Sol", onde estabeleceu uma parceria (e amizade) com Javier Bardem. Brilhou ainda em "Um Dia Perfeito", que saiu da Quinzena de Cannes, em 2015. E além dessa conjugação de talentos, ele se firmou como um exemplar assumido da fauna dos "cineastas políticos", fundindo procedimentos documentais á ficção. Por isso o realismo de "Loving Pablo" aparenta tão cortante (e tão familiar), em os mecanismos de causalidade da série "Narcos", também voltada sobre o mesmo personagem, o narcotraficante colombiano Pablo Escobar (1949-1993).

À moda "Scarface" (o de Brian De Palma, de 1983), o filme utiliza memórias da apresentadora de TV Virginia Vallejo, a partir de seu ótimo livro de memórias "Amando Pablo, odiando Escobar". Penélope dá à figura de Virginia uma dicotomia moral arrebatadora, que nos deixa a quicar na margem da dúvida acerca de seu caráter e de seu real cuidado com a imparcialidade jornalística. A montagem dá umas derrapadas, mas as sequências de ação são impecáveis na reconstituição do império de Pablo Escobar (Bardem, impecável), tendo como foco um caso de amor entre ele e a tal apresentadora de TV vivida por Penélope. Aranoa e Bardem fizeram ano passado a deliciosa comédia "O Bom Padrão", indicada à Concha de Ouro no Festival de San Sebastián.

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