De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Shyamalan a céu aberto no Shell Open Air


Por Rodrigo Fonseca
Numa atuação acachapante, James McAvoy mostra uma das 23 personalidades (a criança) do psicopata que vive em "Fragmentado", produção de US$ 9 milhões, cuja bilheteria beira US$ 258 milhões  Foto: Estadão

RODRIGO FONSECASábado tem M. Night Shyamalan na maior tela a céu aberto da América Latina: às 20h, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, rola Fragmentado (Split) no Shell Open Air. E é sessão dupla: na sequência, rola cópia 0km de O Iluminado (The Shining, 1980).

 Reinvenção é uma arte na qual Shyamalan é um mestre. Depois de ter caído em desgraça com o injustiçado A Dama na Água (2006), ele amargou uma década de rejeições até se recriar a partir da televisão, com um seriado com aura cult Wayward Pines, redescobrindo o prazer de filmar com baixíssimo orçamento e total liberdade, o que foi sua realidade em A Visita (2015), um exercício autoralíssimo da carpintaria do assombro, com o qual ele redescobriu as manhas do terror a partir das quais havia despontado para o estrelato, em 1999, com O Sexto Sentido. De volta às veredas do medo na plenitude de sua potência estética, ele se reencontrou e recuperou a tarimba de abocanhar gordas bilheterias, como comprova o sucesso popular de seu novo e soberbo trabalho: Fragmentado. Este sombrio thriller chegou ao Brasil carregado de elogios, a maioria voltados para a condução febril do enredo sobre um sujeito com 23 personalidades que sequestra três moças.

continua após a publicidade

A medida de seu sucesso se dá em números: custou US$ 9 milhões e arrecadou US$ 277 milhões. Ecos de Psicose (1960) trovejam narrativa adentro, fazendo justiça à comparação entre Shyamalan e a práxis cinemática de Hitchcock, no que envolve a opção por sugerir em vez de escancarar, de criar clima ao invés de apelar para um grafismo pornográfico da violência.

Viradas de roteiro - o trunfo de seus primeiros filmes - ficaram para trás. É na imagem que ele encontra o diferencial de narrativa e de sedução. O desempenho acachapante de James McAvoy, o jovem Professor Xavier de X-Men, é um ás e um chamariz. Mas a estrela do filme é a direção, em sua ouriversaria no emprego dos códigos do suspense, demarcando uma espécie de terceiro hemisfério na trajetória do cineasta, dando um indício do que poderá ser uma saga, a saga da Filadélfia, seu microcosmos.

continua após a publicidade

Nada é mais cotidiano do que a circunstância na qual um trio de jovens é capturada pelo personagem de McAvoy em Fragmentado. Após fazerem compras em um supermercado, acompanhadas por um maior responsável, elas entram no carro dele e percebem que ele se demora no porta-malas. De repente, alguém se senta no banco do motorista. Mas não é o dono do carro. É um psicopata que as faz dormir usando um spray. Este homem tem várias outras pessoas morando em sua cabeça. Ele ora é um sujeito assustador, ora uma mulher que se acredita sedutora, por vezes uma criança com auréola de anjo mau e, às vezes, a própria Besta.

Ao longo de 117 feéricos minutos, vamos acompanhar a luta das moças para sair do cativeiro para onde o psi McAvoy as levou. É lá que ele, sob uma de suas personas provisórias, faz uma dança catártica (ou quase), que testa toda a escolha de cores (saturadas) da fotografia de Mike Gioulakis, que imprime aqui o mesmo tom enevoado de seu trabalho no seminal Corrente do Mal (2014). Aqui o foco é o vilão, não as vítimas. Um vilão representado no limite da vertigem.

 

Numa atuação acachapante, James McAvoy mostra uma das 23 personalidades (a criança) do psicopata que vive em "Fragmentado", produção de US$ 9 milhões, cuja bilheteria beira US$ 258 milhões  Foto: Estadão

RODRIGO FONSECASábado tem M. Night Shyamalan na maior tela a céu aberto da América Latina: às 20h, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, rola Fragmentado (Split) no Shell Open Air. E é sessão dupla: na sequência, rola cópia 0km de O Iluminado (The Shining, 1980).

 Reinvenção é uma arte na qual Shyamalan é um mestre. Depois de ter caído em desgraça com o injustiçado A Dama na Água (2006), ele amargou uma década de rejeições até se recriar a partir da televisão, com um seriado com aura cult Wayward Pines, redescobrindo o prazer de filmar com baixíssimo orçamento e total liberdade, o que foi sua realidade em A Visita (2015), um exercício autoralíssimo da carpintaria do assombro, com o qual ele redescobriu as manhas do terror a partir das quais havia despontado para o estrelato, em 1999, com O Sexto Sentido. De volta às veredas do medo na plenitude de sua potência estética, ele se reencontrou e recuperou a tarimba de abocanhar gordas bilheterias, como comprova o sucesso popular de seu novo e soberbo trabalho: Fragmentado. Este sombrio thriller chegou ao Brasil carregado de elogios, a maioria voltados para a condução febril do enredo sobre um sujeito com 23 personalidades que sequestra três moças.

A medida de seu sucesso se dá em números: custou US$ 9 milhões e arrecadou US$ 277 milhões. Ecos de Psicose (1960) trovejam narrativa adentro, fazendo justiça à comparação entre Shyamalan e a práxis cinemática de Hitchcock, no que envolve a opção por sugerir em vez de escancarar, de criar clima ao invés de apelar para um grafismo pornográfico da violência.

Viradas de roteiro - o trunfo de seus primeiros filmes - ficaram para trás. É na imagem que ele encontra o diferencial de narrativa e de sedução. O desempenho acachapante de James McAvoy, o jovem Professor Xavier de X-Men, é um ás e um chamariz. Mas a estrela do filme é a direção, em sua ouriversaria no emprego dos códigos do suspense, demarcando uma espécie de terceiro hemisfério na trajetória do cineasta, dando um indício do que poderá ser uma saga, a saga da Filadélfia, seu microcosmos.

Nada é mais cotidiano do que a circunstância na qual um trio de jovens é capturada pelo personagem de McAvoy em Fragmentado. Após fazerem compras em um supermercado, acompanhadas por um maior responsável, elas entram no carro dele e percebem que ele se demora no porta-malas. De repente, alguém se senta no banco do motorista. Mas não é o dono do carro. É um psicopata que as faz dormir usando um spray. Este homem tem várias outras pessoas morando em sua cabeça. Ele ora é um sujeito assustador, ora uma mulher que se acredita sedutora, por vezes uma criança com auréola de anjo mau e, às vezes, a própria Besta.

Ao longo de 117 feéricos minutos, vamos acompanhar a luta das moças para sair do cativeiro para onde o psi McAvoy as levou. É lá que ele, sob uma de suas personas provisórias, faz uma dança catártica (ou quase), que testa toda a escolha de cores (saturadas) da fotografia de Mike Gioulakis, que imprime aqui o mesmo tom enevoado de seu trabalho no seminal Corrente do Mal (2014). Aqui o foco é o vilão, não as vítimas. Um vilão representado no limite da vertigem.

 

Numa atuação acachapante, James McAvoy mostra uma das 23 personalidades (a criança) do psicopata que vive em "Fragmentado", produção de US$ 9 milhões, cuja bilheteria beira US$ 258 milhões  Foto: Estadão

RODRIGO FONSECASábado tem M. Night Shyamalan na maior tela a céu aberto da América Latina: às 20h, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, rola Fragmentado (Split) no Shell Open Air. E é sessão dupla: na sequência, rola cópia 0km de O Iluminado (The Shining, 1980).

 Reinvenção é uma arte na qual Shyamalan é um mestre. Depois de ter caído em desgraça com o injustiçado A Dama na Água (2006), ele amargou uma década de rejeições até se recriar a partir da televisão, com um seriado com aura cult Wayward Pines, redescobrindo o prazer de filmar com baixíssimo orçamento e total liberdade, o que foi sua realidade em A Visita (2015), um exercício autoralíssimo da carpintaria do assombro, com o qual ele redescobriu as manhas do terror a partir das quais havia despontado para o estrelato, em 1999, com O Sexto Sentido. De volta às veredas do medo na plenitude de sua potência estética, ele se reencontrou e recuperou a tarimba de abocanhar gordas bilheterias, como comprova o sucesso popular de seu novo e soberbo trabalho: Fragmentado. Este sombrio thriller chegou ao Brasil carregado de elogios, a maioria voltados para a condução febril do enredo sobre um sujeito com 23 personalidades que sequestra três moças.

A medida de seu sucesso se dá em números: custou US$ 9 milhões e arrecadou US$ 277 milhões. Ecos de Psicose (1960) trovejam narrativa adentro, fazendo justiça à comparação entre Shyamalan e a práxis cinemática de Hitchcock, no que envolve a opção por sugerir em vez de escancarar, de criar clima ao invés de apelar para um grafismo pornográfico da violência.

Viradas de roteiro - o trunfo de seus primeiros filmes - ficaram para trás. É na imagem que ele encontra o diferencial de narrativa e de sedução. O desempenho acachapante de James McAvoy, o jovem Professor Xavier de X-Men, é um ás e um chamariz. Mas a estrela do filme é a direção, em sua ouriversaria no emprego dos códigos do suspense, demarcando uma espécie de terceiro hemisfério na trajetória do cineasta, dando um indício do que poderá ser uma saga, a saga da Filadélfia, seu microcosmos.

Nada é mais cotidiano do que a circunstância na qual um trio de jovens é capturada pelo personagem de McAvoy em Fragmentado. Após fazerem compras em um supermercado, acompanhadas por um maior responsável, elas entram no carro dele e percebem que ele se demora no porta-malas. De repente, alguém se senta no banco do motorista. Mas não é o dono do carro. É um psicopata que as faz dormir usando um spray. Este homem tem várias outras pessoas morando em sua cabeça. Ele ora é um sujeito assustador, ora uma mulher que se acredita sedutora, por vezes uma criança com auréola de anjo mau e, às vezes, a própria Besta.

Ao longo de 117 feéricos minutos, vamos acompanhar a luta das moças para sair do cativeiro para onde o psi McAvoy as levou. É lá que ele, sob uma de suas personas provisórias, faz uma dança catártica (ou quase), que testa toda a escolha de cores (saturadas) da fotografia de Mike Gioulakis, que imprime aqui o mesmo tom enevoado de seu trabalho no seminal Corrente do Mal (2014). Aqui o foco é o vilão, não as vítimas. Um vilão representado no limite da vertigem.

 

Numa atuação acachapante, James McAvoy mostra uma das 23 personalidades (a criança) do psicopata que vive em "Fragmentado", produção de US$ 9 milhões, cuja bilheteria beira US$ 258 milhões  Foto: Estadão

RODRIGO FONSECASábado tem M. Night Shyamalan na maior tela a céu aberto da América Latina: às 20h, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, rola Fragmentado (Split) no Shell Open Air. E é sessão dupla: na sequência, rola cópia 0km de O Iluminado (The Shining, 1980).

 Reinvenção é uma arte na qual Shyamalan é um mestre. Depois de ter caído em desgraça com o injustiçado A Dama na Água (2006), ele amargou uma década de rejeições até se recriar a partir da televisão, com um seriado com aura cult Wayward Pines, redescobrindo o prazer de filmar com baixíssimo orçamento e total liberdade, o que foi sua realidade em A Visita (2015), um exercício autoralíssimo da carpintaria do assombro, com o qual ele redescobriu as manhas do terror a partir das quais havia despontado para o estrelato, em 1999, com O Sexto Sentido. De volta às veredas do medo na plenitude de sua potência estética, ele se reencontrou e recuperou a tarimba de abocanhar gordas bilheterias, como comprova o sucesso popular de seu novo e soberbo trabalho: Fragmentado. Este sombrio thriller chegou ao Brasil carregado de elogios, a maioria voltados para a condução febril do enredo sobre um sujeito com 23 personalidades que sequestra três moças.

A medida de seu sucesso se dá em números: custou US$ 9 milhões e arrecadou US$ 277 milhões. Ecos de Psicose (1960) trovejam narrativa adentro, fazendo justiça à comparação entre Shyamalan e a práxis cinemática de Hitchcock, no que envolve a opção por sugerir em vez de escancarar, de criar clima ao invés de apelar para um grafismo pornográfico da violência.

Viradas de roteiro - o trunfo de seus primeiros filmes - ficaram para trás. É na imagem que ele encontra o diferencial de narrativa e de sedução. O desempenho acachapante de James McAvoy, o jovem Professor Xavier de X-Men, é um ás e um chamariz. Mas a estrela do filme é a direção, em sua ouriversaria no emprego dos códigos do suspense, demarcando uma espécie de terceiro hemisfério na trajetória do cineasta, dando um indício do que poderá ser uma saga, a saga da Filadélfia, seu microcosmos.

Nada é mais cotidiano do que a circunstância na qual um trio de jovens é capturada pelo personagem de McAvoy em Fragmentado. Após fazerem compras em um supermercado, acompanhadas por um maior responsável, elas entram no carro dele e percebem que ele se demora no porta-malas. De repente, alguém se senta no banco do motorista. Mas não é o dono do carro. É um psicopata que as faz dormir usando um spray. Este homem tem várias outras pessoas morando em sua cabeça. Ele ora é um sujeito assustador, ora uma mulher que se acredita sedutora, por vezes uma criança com auréola de anjo mau e, às vezes, a própria Besta.

Ao longo de 117 feéricos minutos, vamos acompanhar a luta das moças para sair do cativeiro para onde o psi McAvoy as levou. É lá que ele, sob uma de suas personas provisórias, faz uma dança catártica (ou quase), que testa toda a escolha de cores (saturadas) da fotografia de Mike Gioulakis, que imprime aqui o mesmo tom enevoado de seu trabalho no seminal Corrente do Mal (2014). Aqui o foco é o vilão, não as vítimas. Um vilão representado no limite da vertigem.

 

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.