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'Vinte anos' de poesia: hoje como ontem


Por Rodrigo Fonseca
Resquícios cubanos em "Vinte anos", de Alice de Andrade: quinta nas telas  Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Metafísica aplicada ao querer, a dramaturgia de Jean Anouilh (1910-1987) brindou o mundo com uma frase bastante adequada a um documentário obrigatório que Alice de Andrade ficou de lançar este fim de semana. A frase: "Existe o amor, é claro, e existe a vida, sua inimiga". Mas no fervoroso Vinte Anos, a vida é um terreno de alianças, é um ambiente que norteia modos de ser e instiga sonhos pela união. O que importa ao filme são aqueles indivíduos e o projeto de país que eles aprenderam a amar: Cuba.

Quase dois anos depois de sua comovente passagem pelo Festival de Brasília, de onde saiu com o prêmio Conterrâneos (ligado a arquivo) e o troféu de Melhor Trilha Sonora, "Vinte anos" leva ao circuito um misto de arqueologia da imagem com autoanálise de carreira, tendo Havana e arredores como um chão comum entre o Ontem e o Hoje. Com uma narrativa sinuosamente sedutora, na observação do que se dá no presente, o documentário é a jornada de volta de Alice a um filme feito em 1993, em solo cubano: "Luna de Miel". À época, a diretora (conhecia pelo elétrico O Diabo a Quatro) quis radiografar modos de amar e de viver a dois em um país que, como ela mesmo diz em seu novo longa-metragem, "alimentou o sonho revolucionário" de sua geração. O resultado, à época, foi um poema sobre a perseverança do querer. Passadas duas décadas, o fascínio e o amor pelos ideias sociais de Cuba não arrefeceu. Com ou sem Fiel por lá, ainda que no imaginário.

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O encanto do filme vai muito além das generosidades no garimpo de frases amorosas. Ele está em sua operação narrativa.  Movida pelo sentimento de apuro e urgência de que a velha Cuba que conheceu possa se desmanchar no ar, por conta de sua abertura para o mundo (e para os EUA), Alice faz um exercício arqueológico de exumar suas imagens da década de 1990 e ver o que elas representavam sobre o sentimento de sua época. E a partir dessa revisão crítica do Pretérito, ela vasculha o Presente num dispositivo de mosaico, misturando quadros, alternando famílias, saltando paisagens.

Resquícios cubanos em "Vinte anos", de Alice de Andrade: quinta nas telas  Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Metafísica aplicada ao querer, a dramaturgia de Jean Anouilh (1910-1987) brindou o mundo com uma frase bastante adequada a um documentário obrigatório que Alice de Andrade ficou de lançar este fim de semana. A frase: "Existe o amor, é claro, e existe a vida, sua inimiga". Mas no fervoroso Vinte Anos, a vida é um terreno de alianças, é um ambiente que norteia modos de ser e instiga sonhos pela união. O que importa ao filme são aqueles indivíduos e o projeto de país que eles aprenderam a amar: Cuba.

Quase dois anos depois de sua comovente passagem pelo Festival de Brasília, de onde saiu com o prêmio Conterrâneos (ligado a arquivo) e o troféu de Melhor Trilha Sonora, "Vinte anos" leva ao circuito um misto de arqueologia da imagem com autoanálise de carreira, tendo Havana e arredores como um chão comum entre o Ontem e o Hoje. Com uma narrativa sinuosamente sedutora, na observação do que se dá no presente, o documentário é a jornada de volta de Alice a um filme feito em 1993, em solo cubano: "Luna de Miel". À época, a diretora (conhecia pelo elétrico O Diabo a Quatro) quis radiografar modos de amar e de viver a dois em um país que, como ela mesmo diz em seu novo longa-metragem, "alimentou o sonho revolucionário" de sua geração. O resultado, à época, foi um poema sobre a perseverança do querer. Passadas duas décadas, o fascínio e o amor pelos ideias sociais de Cuba não arrefeceu. Com ou sem Fiel por lá, ainda que no imaginário.

O encanto do filme vai muito além das generosidades no garimpo de frases amorosas. Ele está em sua operação narrativa.  Movida pelo sentimento de apuro e urgência de que a velha Cuba que conheceu possa se desmanchar no ar, por conta de sua abertura para o mundo (e para os EUA), Alice faz um exercício arqueológico de exumar suas imagens da década de 1990 e ver o que elas representavam sobre o sentimento de sua época. E a partir dessa revisão crítica do Pretérito, ela vasculha o Presente num dispositivo de mosaico, misturando quadros, alternando famílias, saltando paisagens.

Resquícios cubanos em "Vinte anos", de Alice de Andrade: quinta nas telas  Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Metafísica aplicada ao querer, a dramaturgia de Jean Anouilh (1910-1987) brindou o mundo com uma frase bastante adequada a um documentário obrigatório que Alice de Andrade ficou de lançar este fim de semana. A frase: "Existe o amor, é claro, e existe a vida, sua inimiga". Mas no fervoroso Vinte Anos, a vida é um terreno de alianças, é um ambiente que norteia modos de ser e instiga sonhos pela união. O que importa ao filme são aqueles indivíduos e o projeto de país que eles aprenderam a amar: Cuba.

Quase dois anos depois de sua comovente passagem pelo Festival de Brasília, de onde saiu com o prêmio Conterrâneos (ligado a arquivo) e o troféu de Melhor Trilha Sonora, "Vinte anos" leva ao circuito um misto de arqueologia da imagem com autoanálise de carreira, tendo Havana e arredores como um chão comum entre o Ontem e o Hoje. Com uma narrativa sinuosamente sedutora, na observação do que se dá no presente, o documentário é a jornada de volta de Alice a um filme feito em 1993, em solo cubano: "Luna de Miel". À época, a diretora (conhecia pelo elétrico O Diabo a Quatro) quis radiografar modos de amar e de viver a dois em um país que, como ela mesmo diz em seu novo longa-metragem, "alimentou o sonho revolucionário" de sua geração. O resultado, à época, foi um poema sobre a perseverança do querer. Passadas duas décadas, o fascínio e o amor pelos ideias sociais de Cuba não arrefeceu. Com ou sem Fiel por lá, ainda que no imaginário.

O encanto do filme vai muito além das generosidades no garimpo de frases amorosas. Ele está em sua operação narrativa.  Movida pelo sentimento de apuro e urgência de que a velha Cuba que conheceu possa se desmanchar no ar, por conta de sua abertura para o mundo (e para os EUA), Alice faz um exercício arqueológico de exumar suas imagens da década de 1990 e ver o que elas representavam sobre o sentimento de sua época. E a partir dessa revisão crítica do Pretérito, ela vasculha o Presente num dispositivo de mosaico, misturando quadros, alternando famílias, saltando paisagens.

Resquícios cubanos em "Vinte anos", de Alice de Andrade: quinta nas telas  Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Metafísica aplicada ao querer, a dramaturgia de Jean Anouilh (1910-1987) brindou o mundo com uma frase bastante adequada a um documentário obrigatório que Alice de Andrade ficou de lançar este fim de semana. A frase: "Existe o amor, é claro, e existe a vida, sua inimiga". Mas no fervoroso Vinte Anos, a vida é um terreno de alianças, é um ambiente que norteia modos de ser e instiga sonhos pela união. O que importa ao filme são aqueles indivíduos e o projeto de país que eles aprenderam a amar: Cuba.

Quase dois anos depois de sua comovente passagem pelo Festival de Brasília, de onde saiu com o prêmio Conterrâneos (ligado a arquivo) e o troféu de Melhor Trilha Sonora, "Vinte anos" leva ao circuito um misto de arqueologia da imagem com autoanálise de carreira, tendo Havana e arredores como um chão comum entre o Ontem e o Hoje. Com uma narrativa sinuosamente sedutora, na observação do que se dá no presente, o documentário é a jornada de volta de Alice a um filme feito em 1993, em solo cubano: "Luna de Miel". À época, a diretora (conhecia pelo elétrico O Diabo a Quatro) quis radiografar modos de amar e de viver a dois em um país que, como ela mesmo diz em seu novo longa-metragem, "alimentou o sonho revolucionário" de sua geração. O resultado, à época, foi um poema sobre a perseverança do querer. Passadas duas décadas, o fascínio e o amor pelos ideias sociais de Cuba não arrefeceu. Com ou sem Fiel por lá, ainda que no imaginário.

O encanto do filme vai muito além das generosidades no garimpo de frases amorosas. Ele está em sua operação narrativa.  Movida pelo sentimento de apuro e urgência de que a velha Cuba que conheceu possa se desmanchar no ar, por conta de sua abertura para o mundo (e para os EUA), Alice faz um exercício arqueológico de exumar suas imagens da década de 1990 e ver o que elas representavam sobre o sentimento de sua época. E a partir dessa revisão crítica do Pretérito, ela vasculha o Presente num dispositivo de mosaico, misturando quadros, alternando famílias, saltando paisagens.

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