Palcos garantem diversão da garotada


Três bons espetáculos infantis movimentam o fim de semana: Art of Food, Bichos do Brasil e Austrália e A Revolução na Cozinha

Por Agencia Estado

O fim de semana é das mães, mas a garotada também ganha presentes. Três boas estréias esquentam a agenda cultural mirim. O 6.º Festival Cultural apresenta duas opções: a peça musical Art of Food, de LinseyPollak, e o teatro de bonecos Bichos do Brasil e Austrália, da companhia Pia Fraus. O Crowne Plaza recebe A Revolução na Cozinha, do Teatro La Plaza, que leva ao palco os bonecos robotizados. Linsey Pollak é um músico criativo: produz instrumentos musicais a partir de vegetais, utensílios de cozinha, palitos para churrasco, escova de dentes e, até mesmo, um fio dental. A música experimental entra no palco via um mestre-cuca muito maluco no espetáculo Art of Food. Os ruídos esquisitos produzidos por Pollak mesclam-se aos sons de instrumentos musicais. Pollak leva ao palco uma bancada maluca para abrigar objetos inusitados. No primeiro momento usa uma broca elétrica para transformar uma cenoura em flauta. Uma cebola e dois palitos para churrasco viram instrumento de percussão. Sons engraçados ecoam compondo a divertida orquestra regida pelo maestro mestre-cuca. O efeito é imediato: boas gargalhadas do público. Há 30 anos na estrada, Pollak conta que começou sua carreira como músico e luthier, da experiência das duas profissões surgiu a necessidade de criar algo inusitado, diferente. "Há 15 anos passei a observar o cotidiano de uma forma diferente, atento aos objetos comuns para tirar deles sons semelhantes aos instrumentos convencionais, como flautas e clarinetas." As performances que realiza se tornam um canal para familiarizar a platéia com sua música. "Utilizo o teatro como um meio para articular minhas idéias. Após elaborar um instrumento, formato uma peça teatral por meio de improvisações. Começo a tocar, daí nascem as cenas", diz o músico. Pollak não utiliza textos. Barulhos engraçados somam-se às suas criações, combinados com tecnologia digital. Em cena - Na apresentação de estréia, na quarta-feira, os alunos do Espaço Cultura Inglesa, no bairro da Saúde, conferiram o carisma do músico/ator. As crianças observavam atentas aos movimentos. A alegria, ainda que contida, contagiou a moçada que aplaudia, dançava sentada e até mesmo se escondia embaixo das cadeiras sob a ameça de uma chuva de cenoura ralada. "Ele é muito corajoso; não é qualquer pessoa que sobe em um palco e cospe cenoura no público. Gosto de peças assim, diferentes, uma que gostei foi O Castelo Rá-Tim-Bum porque tinha mais ações com o corpo", diz Carolina Leite, de 11 anos. "Fiquei impressionada como uma pessoa pode fazer uma cenoura virar flauta. Eu nunca tinha visto nada igual, fiquei espantada com o talento e criatividade", comenta Marcia Simbara, de 10 anos. Para Marcelo Andrade, Pollak sabe como alegrar as crianças. "Achei muito divertido e aprendi que é possível fazer qualquer coisa com os objetos e que eles não possuem uma única função." Para Júlio Eduardo Moura, de 11 anos, esse é um espetáculo que pode ser visto por pessoas de todas as idades. "Só não gostei de uma coisa: o final. Ele simplesmente saiu de cena, ficou estranho, meio sem sentido." Bichos - Ainda na programação do Cultura Inglesa, o Pia Fraus promove um intercâmbio cultural em Bichos do Brasil e Austrália. A peça nasceu a convite dos curadores do festival. "Achamos a idéia criativa. Colocamos os animais australianos fazendo uma visita às florestas brasileiras. Acrescentamos esquetes, no entanto o espetáculo é basicamente o mesmo. Somente em alguns momentos há o encontro entre as espécies nacionais e estrangeiras, o que produz uma reação de estranhamento entre os animais", comenta o diretor, Beto Andretta. Em cartaz desde fevereiro, o espetáculo Bichos do Brasil representa a fauna brasileira por meio de bonecos feitos com materiais como fibras, plásticos e tecidos e infláveis. "Não temos uma preocupação didática, porém mostramos que se os homens deixarem a natureza em paz, os animais conseguem se reproduzir e as espécies sobrevivem. A preservação entra de maneira lúdica e subjetiva no espetáculo", afirma Beto Andretta. Em Bichos do Brasil e Austrália as crianças conhecerão quatro novos animais "importados": um jacaré, uma cracatoa, um emu e, como não poderia faltar, o canguru. "Emu é uma espécie de ema. A cracatoa é uma ave que acaba dançando forró e ainda há uma família de cangurus", conta. A surpresa está no nascimento de um filhotinho, que salta da bolsa de sua mãe. Robôs - Para completar a surpresa deste fim de semana, a companhia Teatro La Plaza exibe a mais nova criação: bonecos robôs orientados por controle remoto por Julio Pompeo, das coxias. "Essa é uma técnica muito utilizada pela televisão e cinema, e estamos, pela primeira vez, experimentando no teatro - um risco, uma vez que os robôs são sensíveis às ondas elétricas", explica Pompeo. A peça conta a história de um chefe francês, que descobre a solução para o excesso de trabalho: a máquina super-hiper-extra-mega-max-faz-tudo. Enquanto espera a chegada de seu mais novo instrumento, tira um cochilo. Nesse momento, vegetais e frutas tomam vida e formam uma brigada contra esse poderoso inimigo que transforma todos os alimentos em hambúrguer. Um texto aparentemente ingênuo, que brinca com o imaginário das crianças. "A discussão de pano de fundo está na substituição dos homens pelas máquinas e na crítica à massificação - atualmente as pessoas estão perdendo a individualidade, sua cultura, e assimilam um padrão único", diz Pompeo. The Art of Food. Com Linsey Pollak. Sábado e domingo, às 16 horas. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Assinantes do Teatro Alfa têm 15% de desconto. Teatro Alfa. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. (11) 5693-4000; e quinta-feira, às 16 horas. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Central do Circo. Rua Adib Auade, 41; km 22,8 da Rodovia Raposo Tavares, tel. (11) 6846-6000. Bichos do Brasil e da Austrália. Cia. Pia Fraus. Sábado, às 16 horas e às 17h30; e domingo, às 15 horas e às 16h30. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Teatro Cultura Inglesa - Pinheiros. Rua Deputado Lacerda Franco, 333, tel. (11) 6846-6000. Recomendada. A Revolução na Cozinha. Sábado e domingo, às 16 horas. R$ 6,00 (estudantes) e R$ 12,00. Teatro Crowne Plaza. Rua Frei Caneca, 1.360, tel. (11) 289-0985. Até 30/6. Estréia prevista para amanhã (11).

O fim de semana é das mães, mas a garotada também ganha presentes. Três boas estréias esquentam a agenda cultural mirim. O 6.º Festival Cultural apresenta duas opções: a peça musical Art of Food, de LinseyPollak, e o teatro de bonecos Bichos do Brasil e Austrália, da companhia Pia Fraus. O Crowne Plaza recebe A Revolução na Cozinha, do Teatro La Plaza, que leva ao palco os bonecos robotizados. Linsey Pollak é um músico criativo: produz instrumentos musicais a partir de vegetais, utensílios de cozinha, palitos para churrasco, escova de dentes e, até mesmo, um fio dental. A música experimental entra no palco via um mestre-cuca muito maluco no espetáculo Art of Food. Os ruídos esquisitos produzidos por Pollak mesclam-se aos sons de instrumentos musicais. Pollak leva ao palco uma bancada maluca para abrigar objetos inusitados. No primeiro momento usa uma broca elétrica para transformar uma cenoura em flauta. Uma cebola e dois palitos para churrasco viram instrumento de percussão. Sons engraçados ecoam compondo a divertida orquestra regida pelo maestro mestre-cuca. O efeito é imediato: boas gargalhadas do público. Há 30 anos na estrada, Pollak conta que começou sua carreira como músico e luthier, da experiência das duas profissões surgiu a necessidade de criar algo inusitado, diferente. "Há 15 anos passei a observar o cotidiano de uma forma diferente, atento aos objetos comuns para tirar deles sons semelhantes aos instrumentos convencionais, como flautas e clarinetas." As performances que realiza se tornam um canal para familiarizar a platéia com sua música. "Utilizo o teatro como um meio para articular minhas idéias. Após elaborar um instrumento, formato uma peça teatral por meio de improvisações. Começo a tocar, daí nascem as cenas", diz o músico. Pollak não utiliza textos. Barulhos engraçados somam-se às suas criações, combinados com tecnologia digital. Em cena - Na apresentação de estréia, na quarta-feira, os alunos do Espaço Cultura Inglesa, no bairro da Saúde, conferiram o carisma do músico/ator. As crianças observavam atentas aos movimentos. A alegria, ainda que contida, contagiou a moçada que aplaudia, dançava sentada e até mesmo se escondia embaixo das cadeiras sob a ameça de uma chuva de cenoura ralada. "Ele é muito corajoso; não é qualquer pessoa que sobe em um palco e cospe cenoura no público. Gosto de peças assim, diferentes, uma que gostei foi O Castelo Rá-Tim-Bum porque tinha mais ações com o corpo", diz Carolina Leite, de 11 anos. "Fiquei impressionada como uma pessoa pode fazer uma cenoura virar flauta. Eu nunca tinha visto nada igual, fiquei espantada com o talento e criatividade", comenta Marcia Simbara, de 10 anos. Para Marcelo Andrade, Pollak sabe como alegrar as crianças. "Achei muito divertido e aprendi que é possível fazer qualquer coisa com os objetos e que eles não possuem uma única função." Para Júlio Eduardo Moura, de 11 anos, esse é um espetáculo que pode ser visto por pessoas de todas as idades. "Só não gostei de uma coisa: o final. Ele simplesmente saiu de cena, ficou estranho, meio sem sentido." Bichos - Ainda na programação do Cultura Inglesa, o Pia Fraus promove um intercâmbio cultural em Bichos do Brasil e Austrália. A peça nasceu a convite dos curadores do festival. "Achamos a idéia criativa. Colocamos os animais australianos fazendo uma visita às florestas brasileiras. Acrescentamos esquetes, no entanto o espetáculo é basicamente o mesmo. Somente em alguns momentos há o encontro entre as espécies nacionais e estrangeiras, o que produz uma reação de estranhamento entre os animais", comenta o diretor, Beto Andretta. Em cartaz desde fevereiro, o espetáculo Bichos do Brasil representa a fauna brasileira por meio de bonecos feitos com materiais como fibras, plásticos e tecidos e infláveis. "Não temos uma preocupação didática, porém mostramos que se os homens deixarem a natureza em paz, os animais conseguem se reproduzir e as espécies sobrevivem. A preservação entra de maneira lúdica e subjetiva no espetáculo", afirma Beto Andretta. Em Bichos do Brasil e Austrália as crianças conhecerão quatro novos animais "importados": um jacaré, uma cracatoa, um emu e, como não poderia faltar, o canguru. "Emu é uma espécie de ema. A cracatoa é uma ave que acaba dançando forró e ainda há uma família de cangurus", conta. A surpresa está no nascimento de um filhotinho, que salta da bolsa de sua mãe. Robôs - Para completar a surpresa deste fim de semana, a companhia Teatro La Plaza exibe a mais nova criação: bonecos robôs orientados por controle remoto por Julio Pompeo, das coxias. "Essa é uma técnica muito utilizada pela televisão e cinema, e estamos, pela primeira vez, experimentando no teatro - um risco, uma vez que os robôs são sensíveis às ondas elétricas", explica Pompeo. A peça conta a história de um chefe francês, que descobre a solução para o excesso de trabalho: a máquina super-hiper-extra-mega-max-faz-tudo. Enquanto espera a chegada de seu mais novo instrumento, tira um cochilo. Nesse momento, vegetais e frutas tomam vida e formam uma brigada contra esse poderoso inimigo que transforma todos os alimentos em hambúrguer. Um texto aparentemente ingênuo, que brinca com o imaginário das crianças. "A discussão de pano de fundo está na substituição dos homens pelas máquinas e na crítica à massificação - atualmente as pessoas estão perdendo a individualidade, sua cultura, e assimilam um padrão único", diz Pompeo. The Art of Food. Com Linsey Pollak. Sábado e domingo, às 16 horas. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Assinantes do Teatro Alfa têm 15% de desconto. Teatro Alfa. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. (11) 5693-4000; e quinta-feira, às 16 horas. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Central do Circo. Rua Adib Auade, 41; km 22,8 da Rodovia Raposo Tavares, tel. (11) 6846-6000. Bichos do Brasil e da Austrália. Cia. Pia Fraus. Sábado, às 16 horas e às 17h30; e domingo, às 15 horas e às 16h30. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Teatro Cultura Inglesa - Pinheiros. Rua Deputado Lacerda Franco, 333, tel. (11) 6846-6000. Recomendada. A Revolução na Cozinha. Sábado e domingo, às 16 horas. R$ 6,00 (estudantes) e R$ 12,00. Teatro Crowne Plaza. Rua Frei Caneca, 1.360, tel. (11) 289-0985. Até 30/6. Estréia prevista para amanhã (11).

O fim de semana é das mães, mas a garotada também ganha presentes. Três boas estréias esquentam a agenda cultural mirim. O 6.º Festival Cultural apresenta duas opções: a peça musical Art of Food, de LinseyPollak, e o teatro de bonecos Bichos do Brasil e Austrália, da companhia Pia Fraus. O Crowne Plaza recebe A Revolução na Cozinha, do Teatro La Plaza, que leva ao palco os bonecos robotizados. Linsey Pollak é um músico criativo: produz instrumentos musicais a partir de vegetais, utensílios de cozinha, palitos para churrasco, escova de dentes e, até mesmo, um fio dental. A música experimental entra no palco via um mestre-cuca muito maluco no espetáculo Art of Food. Os ruídos esquisitos produzidos por Pollak mesclam-se aos sons de instrumentos musicais. Pollak leva ao palco uma bancada maluca para abrigar objetos inusitados. No primeiro momento usa uma broca elétrica para transformar uma cenoura em flauta. Uma cebola e dois palitos para churrasco viram instrumento de percussão. Sons engraçados ecoam compondo a divertida orquestra regida pelo maestro mestre-cuca. O efeito é imediato: boas gargalhadas do público. Há 30 anos na estrada, Pollak conta que começou sua carreira como músico e luthier, da experiência das duas profissões surgiu a necessidade de criar algo inusitado, diferente. "Há 15 anos passei a observar o cotidiano de uma forma diferente, atento aos objetos comuns para tirar deles sons semelhantes aos instrumentos convencionais, como flautas e clarinetas." As performances que realiza se tornam um canal para familiarizar a platéia com sua música. "Utilizo o teatro como um meio para articular minhas idéias. Após elaborar um instrumento, formato uma peça teatral por meio de improvisações. Começo a tocar, daí nascem as cenas", diz o músico. Pollak não utiliza textos. Barulhos engraçados somam-se às suas criações, combinados com tecnologia digital. Em cena - Na apresentação de estréia, na quarta-feira, os alunos do Espaço Cultura Inglesa, no bairro da Saúde, conferiram o carisma do músico/ator. As crianças observavam atentas aos movimentos. A alegria, ainda que contida, contagiou a moçada que aplaudia, dançava sentada e até mesmo se escondia embaixo das cadeiras sob a ameça de uma chuva de cenoura ralada. "Ele é muito corajoso; não é qualquer pessoa que sobe em um palco e cospe cenoura no público. Gosto de peças assim, diferentes, uma que gostei foi O Castelo Rá-Tim-Bum porque tinha mais ações com o corpo", diz Carolina Leite, de 11 anos. "Fiquei impressionada como uma pessoa pode fazer uma cenoura virar flauta. Eu nunca tinha visto nada igual, fiquei espantada com o talento e criatividade", comenta Marcia Simbara, de 10 anos. Para Marcelo Andrade, Pollak sabe como alegrar as crianças. "Achei muito divertido e aprendi que é possível fazer qualquer coisa com os objetos e que eles não possuem uma única função." Para Júlio Eduardo Moura, de 11 anos, esse é um espetáculo que pode ser visto por pessoas de todas as idades. "Só não gostei de uma coisa: o final. Ele simplesmente saiu de cena, ficou estranho, meio sem sentido." Bichos - Ainda na programação do Cultura Inglesa, o Pia Fraus promove um intercâmbio cultural em Bichos do Brasil e Austrália. A peça nasceu a convite dos curadores do festival. "Achamos a idéia criativa. Colocamos os animais australianos fazendo uma visita às florestas brasileiras. Acrescentamos esquetes, no entanto o espetáculo é basicamente o mesmo. Somente em alguns momentos há o encontro entre as espécies nacionais e estrangeiras, o que produz uma reação de estranhamento entre os animais", comenta o diretor, Beto Andretta. Em cartaz desde fevereiro, o espetáculo Bichos do Brasil representa a fauna brasileira por meio de bonecos feitos com materiais como fibras, plásticos e tecidos e infláveis. "Não temos uma preocupação didática, porém mostramos que se os homens deixarem a natureza em paz, os animais conseguem se reproduzir e as espécies sobrevivem. A preservação entra de maneira lúdica e subjetiva no espetáculo", afirma Beto Andretta. Em Bichos do Brasil e Austrália as crianças conhecerão quatro novos animais "importados": um jacaré, uma cracatoa, um emu e, como não poderia faltar, o canguru. "Emu é uma espécie de ema. A cracatoa é uma ave que acaba dançando forró e ainda há uma família de cangurus", conta. A surpresa está no nascimento de um filhotinho, que salta da bolsa de sua mãe. Robôs - Para completar a surpresa deste fim de semana, a companhia Teatro La Plaza exibe a mais nova criação: bonecos robôs orientados por controle remoto por Julio Pompeo, das coxias. "Essa é uma técnica muito utilizada pela televisão e cinema, e estamos, pela primeira vez, experimentando no teatro - um risco, uma vez que os robôs são sensíveis às ondas elétricas", explica Pompeo. A peça conta a história de um chefe francês, que descobre a solução para o excesso de trabalho: a máquina super-hiper-extra-mega-max-faz-tudo. Enquanto espera a chegada de seu mais novo instrumento, tira um cochilo. Nesse momento, vegetais e frutas tomam vida e formam uma brigada contra esse poderoso inimigo que transforma todos os alimentos em hambúrguer. Um texto aparentemente ingênuo, que brinca com o imaginário das crianças. "A discussão de pano de fundo está na substituição dos homens pelas máquinas e na crítica à massificação - atualmente as pessoas estão perdendo a individualidade, sua cultura, e assimilam um padrão único", diz Pompeo. The Art of Food. Com Linsey Pollak. Sábado e domingo, às 16 horas. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Assinantes do Teatro Alfa têm 15% de desconto. Teatro Alfa. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. (11) 5693-4000; e quinta-feira, às 16 horas. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Central do Circo. Rua Adib Auade, 41; km 22,8 da Rodovia Raposo Tavares, tel. (11) 6846-6000. Bichos do Brasil e da Austrália. Cia. Pia Fraus. Sábado, às 16 horas e às 17h30; e domingo, às 15 horas e às 16h30. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Teatro Cultura Inglesa - Pinheiros. Rua Deputado Lacerda Franco, 333, tel. (11) 6846-6000. Recomendada. A Revolução na Cozinha. Sábado e domingo, às 16 horas. R$ 6,00 (estudantes) e R$ 12,00. Teatro Crowne Plaza. Rua Frei Caneca, 1.360, tel. (11) 289-0985. Até 30/6. Estréia prevista para amanhã (11).

O fim de semana é das mães, mas a garotada também ganha presentes. Três boas estréias esquentam a agenda cultural mirim. O 6.º Festival Cultural apresenta duas opções: a peça musical Art of Food, de LinseyPollak, e o teatro de bonecos Bichos do Brasil e Austrália, da companhia Pia Fraus. O Crowne Plaza recebe A Revolução na Cozinha, do Teatro La Plaza, que leva ao palco os bonecos robotizados. Linsey Pollak é um músico criativo: produz instrumentos musicais a partir de vegetais, utensílios de cozinha, palitos para churrasco, escova de dentes e, até mesmo, um fio dental. A música experimental entra no palco via um mestre-cuca muito maluco no espetáculo Art of Food. Os ruídos esquisitos produzidos por Pollak mesclam-se aos sons de instrumentos musicais. Pollak leva ao palco uma bancada maluca para abrigar objetos inusitados. No primeiro momento usa uma broca elétrica para transformar uma cenoura em flauta. Uma cebola e dois palitos para churrasco viram instrumento de percussão. Sons engraçados ecoam compondo a divertida orquestra regida pelo maestro mestre-cuca. O efeito é imediato: boas gargalhadas do público. Há 30 anos na estrada, Pollak conta que começou sua carreira como músico e luthier, da experiência das duas profissões surgiu a necessidade de criar algo inusitado, diferente. "Há 15 anos passei a observar o cotidiano de uma forma diferente, atento aos objetos comuns para tirar deles sons semelhantes aos instrumentos convencionais, como flautas e clarinetas." As performances que realiza se tornam um canal para familiarizar a platéia com sua música. "Utilizo o teatro como um meio para articular minhas idéias. Após elaborar um instrumento, formato uma peça teatral por meio de improvisações. Começo a tocar, daí nascem as cenas", diz o músico. Pollak não utiliza textos. Barulhos engraçados somam-se às suas criações, combinados com tecnologia digital. Em cena - Na apresentação de estréia, na quarta-feira, os alunos do Espaço Cultura Inglesa, no bairro da Saúde, conferiram o carisma do músico/ator. As crianças observavam atentas aos movimentos. A alegria, ainda que contida, contagiou a moçada que aplaudia, dançava sentada e até mesmo se escondia embaixo das cadeiras sob a ameça de uma chuva de cenoura ralada. "Ele é muito corajoso; não é qualquer pessoa que sobe em um palco e cospe cenoura no público. Gosto de peças assim, diferentes, uma que gostei foi O Castelo Rá-Tim-Bum porque tinha mais ações com o corpo", diz Carolina Leite, de 11 anos. "Fiquei impressionada como uma pessoa pode fazer uma cenoura virar flauta. Eu nunca tinha visto nada igual, fiquei espantada com o talento e criatividade", comenta Marcia Simbara, de 10 anos. Para Marcelo Andrade, Pollak sabe como alegrar as crianças. "Achei muito divertido e aprendi que é possível fazer qualquer coisa com os objetos e que eles não possuem uma única função." Para Júlio Eduardo Moura, de 11 anos, esse é um espetáculo que pode ser visto por pessoas de todas as idades. "Só não gostei de uma coisa: o final. Ele simplesmente saiu de cena, ficou estranho, meio sem sentido." Bichos - Ainda na programação do Cultura Inglesa, o Pia Fraus promove um intercâmbio cultural em Bichos do Brasil e Austrália. A peça nasceu a convite dos curadores do festival. "Achamos a idéia criativa. Colocamos os animais australianos fazendo uma visita às florestas brasileiras. Acrescentamos esquetes, no entanto o espetáculo é basicamente o mesmo. Somente em alguns momentos há o encontro entre as espécies nacionais e estrangeiras, o que produz uma reação de estranhamento entre os animais", comenta o diretor, Beto Andretta. Em cartaz desde fevereiro, o espetáculo Bichos do Brasil representa a fauna brasileira por meio de bonecos feitos com materiais como fibras, plásticos e tecidos e infláveis. "Não temos uma preocupação didática, porém mostramos que se os homens deixarem a natureza em paz, os animais conseguem se reproduzir e as espécies sobrevivem. A preservação entra de maneira lúdica e subjetiva no espetáculo", afirma Beto Andretta. Em Bichos do Brasil e Austrália as crianças conhecerão quatro novos animais "importados": um jacaré, uma cracatoa, um emu e, como não poderia faltar, o canguru. "Emu é uma espécie de ema. A cracatoa é uma ave que acaba dançando forró e ainda há uma família de cangurus", conta. A surpresa está no nascimento de um filhotinho, que salta da bolsa de sua mãe. Robôs - Para completar a surpresa deste fim de semana, a companhia Teatro La Plaza exibe a mais nova criação: bonecos robôs orientados por controle remoto por Julio Pompeo, das coxias. "Essa é uma técnica muito utilizada pela televisão e cinema, e estamos, pela primeira vez, experimentando no teatro - um risco, uma vez que os robôs são sensíveis às ondas elétricas", explica Pompeo. A peça conta a história de um chefe francês, que descobre a solução para o excesso de trabalho: a máquina super-hiper-extra-mega-max-faz-tudo. Enquanto espera a chegada de seu mais novo instrumento, tira um cochilo. Nesse momento, vegetais e frutas tomam vida e formam uma brigada contra esse poderoso inimigo que transforma todos os alimentos em hambúrguer. Um texto aparentemente ingênuo, que brinca com o imaginário das crianças. "A discussão de pano de fundo está na substituição dos homens pelas máquinas e na crítica à massificação - atualmente as pessoas estão perdendo a individualidade, sua cultura, e assimilam um padrão único", diz Pompeo. The Art of Food. Com Linsey Pollak. Sábado e domingo, às 16 horas. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Assinantes do Teatro Alfa têm 15% de desconto. Teatro Alfa. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. (11) 5693-4000; e quinta-feira, às 16 horas. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Central do Circo. Rua Adib Auade, 41; km 22,8 da Rodovia Raposo Tavares, tel. (11) 6846-6000. Bichos do Brasil e da Austrália. Cia. Pia Fraus. Sábado, às 16 horas e às 17h30; e domingo, às 15 horas e às 16h30. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Teatro Cultura Inglesa - Pinheiros. Rua Deputado Lacerda Franco, 333, tel. (11) 6846-6000. Recomendada. A Revolução na Cozinha. Sábado e domingo, às 16 horas. R$ 6,00 (estudantes) e R$ 12,00. Teatro Crowne Plaza. Rua Frei Caneca, 1.360, tel. (11) 289-0985. Até 30/6. Estréia prevista para amanhã (11).

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