Pedras do castelo de Mário Nascimento


A cia do coreógrafo, bailarino e diretor evidencia em 'Nômade' a força que pode ter no palco uma pesquisa bem sucedida

Por Helena Katz

Nômade

, a mais recente produção da Cia Mário Nascimento, recém-estreada em São Paulo no Teatro Sérgio Cardoso, tem como mérito apresentar as pedras e o castelo que elas constroem. Quem não tiver a clareza necessária sobre o que é, de fato, uma pesquisa continuada em dança, encontra aqui a solidez do que a tece: a insistência de uma relação de necessidade juntando os passos/pedras ao que deles resulta, uma coreografia/castelo, que se guia pela transformação permanente e se inaugura em cada nova etapa da sua construção.

Esse processo contínuo e ininterrupto tem agora 15 anos. Uma história que retrocede e avança em uma trajetória parabólica. O coreógrafo, bailarino e diretor Mário Nascimento inventou um movimento que vai até a distância da sua força. Um movimento que se dilata na fundura de um espaço que se abre e abre e abre, ao mesmo tempo sendo e provocando uma ventania que não cessa de reorganizar uma paisagem. Nela, algumas referências já são identificadas na assinatura de uma forma que vem desenhando um corpo específico. O corpo de um artista que dança, toca instrumentos, fala e canta.

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Nessa construção em fluxo, foi necessário encontrar parceiros sem os quais ela não se viabilizaria. No atual elenco todos estão, felizmente, encharcados destes movimentos, cada um na sua medida, fazendo-os brotar e transbordar do seu jeito. São oito bailarinos formando uma constelação cujo brilho vem dos rebatimentos do que um faz no que outro faz. Alicia-Lynn Castro, Eliatrice Gischewski, Fábio Costa, Gustavo Silvestre, Leo Garcia, Marcella Gozzi, Mário Nascimento e Rosa Antuña têm a sabedoria de se especializar em repetir uma mudança. Não se dedicam a limpar os gestos porque esse procedimento não cabe na sua proposta. Vão dançando com a urgência daquilo que não cessa. Nos momentos em que caminham, estão apenas ligando o que acabam de fazer com o que vai ser continuado.

Rosa Antuña, há 10 anos trabalhando com Mário Nascimento, exemplifica o sentido mais pleno de uma espécie de beleza que vem somente da permanência. Ela realiza a poesia de um dançar que vai ventando pela cena. Seu trabalho de voz agora voa, e no seu corpo tudo vai acontecendo como nos desenhos animados antigos: começa do centro para as bordas, ganhando nitidez.

A consistência do que foi gestado até aqui pede a sua continuidade. Sem ela, não é possível garantir que algo tão precioso como o trabalho que Mário Nascimento vem realizando continue a se desenvolver. Enquanto o contexto de intermitência promovido pelos editais não desaparecer, vai ficando cada vez mais claro que o sistema de financiamento à cultura que hoje existe ameaça justamente a pesquisa continuada. Felizmente, quem não assistiu sua curtíssima temporada de estreia poderá encontrá-los no dia 5 de novembro, no Sesc Santo Amaro.

Nômade

, a mais recente produção da Cia Mário Nascimento, recém-estreada em São Paulo no Teatro Sérgio Cardoso, tem como mérito apresentar as pedras e o castelo que elas constroem. Quem não tiver a clareza necessária sobre o que é, de fato, uma pesquisa continuada em dança, encontra aqui a solidez do que a tece: a insistência de uma relação de necessidade juntando os passos/pedras ao que deles resulta, uma coreografia/castelo, que se guia pela transformação permanente e se inaugura em cada nova etapa da sua construção.

Esse processo contínuo e ininterrupto tem agora 15 anos. Uma história que retrocede e avança em uma trajetória parabólica. O coreógrafo, bailarino e diretor Mário Nascimento inventou um movimento que vai até a distância da sua força. Um movimento que se dilata na fundura de um espaço que se abre e abre e abre, ao mesmo tempo sendo e provocando uma ventania que não cessa de reorganizar uma paisagem. Nela, algumas referências já são identificadas na assinatura de uma forma que vem desenhando um corpo específico. O corpo de um artista que dança, toca instrumentos, fala e canta.

Nessa construção em fluxo, foi necessário encontrar parceiros sem os quais ela não se viabilizaria. No atual elenco todos estão, felizmente, encharcados destes movimentos, cada um na sua medida, fazendo-os brotar e transbordar do seu jeito. São oito bailarinos formando uma constelação cujo brilho vem dos rebatimentos do que um faz no que outro faz. Alicia-Lynn Castro, Eliatrice Gischewski, Fábio Costa, Gustavo Silvestre, Leo Garcia, Marcella Gozzi, Mário Nascimento e Rosa Antuña têm a sabedoria de se especializar em repetir uma mudança. Não se dedicam a limpar os gestos porque esse procedimento não cabe na sua proposta. Vão dançando com a urgência daquilo que não cessa. Nos momentos em que caminham, estão apenas ligando o que acabam de fazer com o que vai ser continuado.

Rosa Antuña, há 10 anos trabalhando com Mário Nascimento, exemplifica o sentido mais pleno de uma espécie de beleza que vem somente da permanência. Ela realiza a poesia de um dançar que vai ventando pela cena. Seu trabalho de voz agora voa, e no seu corpo tudo vai acontecendo como nos desenhos animados antigos: começa do centro para as bordas, ganhando nitidez.

A consistência do que foi gestado até aqui pede a sua continuidade. Sem ela, não é possível garantir que algo tão precioso como o trabalho que Mário Nascimento vem realizando continue a se desenvolver. Enquanto o contexto de intermitência promovido pelos editais não desaparecer, vai ficando cada vez mais claro que o sistema de financiamento à cultura que hoje existe ameaça justamente a pesquisa continuada. Felizmente, quem não assistiu sua curtíssima temporada de estreia poderá encontrá-los no dia 5 de novembro, no Sesc Santo Amaro.

Nômade

, a mais recente produção da Cia Mário Nascimento, recém-estreada em São Paulo no Teatro Sérgio Cardoso, tem como mérito apresentar as pedras e o castelo que elas constroem. Quem não tiver a clareza necessária sobre o que é, de fato, uma pesquisa continuada em dança, encontra aqui a solidez do que a tece: a insistência de uma relação de necessidade juntando os passos/pedras ao que deles resulta, uma coreografia/castelo, que se guia pela transformação permanente e se inaugura em cada nova etapa da sua construção.

Esse processo contínuo e ininterrupto tem agora 15 anos. Uma história que retrocede e avança em uma trajetória parabólica. O coreógrafo, bailarino e diretor Mário Nascimento inventou um movimento que vai até a distância da sua força. Um movimento que se dilata na fundura de um espaço que se abre e abre e abre, ao mesmo tempo sendo e provocando uma ventania que não cessa de reorganizar uma paisagem. Nela, algumas referências já são identificadas na assinatura de uma forma que vem desenhando um corpo específico. O corpo de um artista que dança, toca instrumentos, fala e canta.

Nessa construção em fluxo, foi necessário encontrar parceiros sem os quais ela não se viabilizaria. No atual elenco todos estão, felizmente, encharcados destes movimentos, cada um na sua medida, fazendo-os brotar e transbordar do seu jeito. São oito bailarinos formando uma constelação cujo brilho vem dos rebatimentos do que um faz no que outro faz. Alicia-Lynn Castro, Eliatrice Gischewski, Fábio Costa, Gustavo Silvestre, Leo Garcia, Marcella Gozzi, Mário Nascimento e Rosa Antuña têm a sabedoria de se especializar em repetir uma mudança. Não se dedicam a limpar os gestos porque esse procedimento não cabe na sua proposta. Vão dançando com a urgência daquilo que não cessa. Nos momentos em que caminham, estão apenas ligando o que acabam de fazer com o que vai ser continuado.

Rosa Antuña, há 10 anos trabalhando com Mário Nascimento, exemplifica o sentido mais pleno de uma espécie de beleza que vem somente da permanência. Ela realiza a poesia de um dançar que vai ventando pela cena. Seu trabalho de voz agora voa, e no seu corpo tudo vai acontecendo como nos desenhos animados antigos: começa do centro para as bordas, ganhando nitidez.

A consistência do que foi gestado até aqui pede a sua continuidade. Sem ela, não é possível garantir que algo tão precioso como o trabalho que Mário Nascimento vem realizando continue a se desenvolver. Enquanto o contexto de intermitência promovido pelos editais não desaparecer, vai ficando cada vez mais claro que o sistema de financiamento à cultura que hoje existe ameaça justamente a pesquisa continuada. Felizmente, quem não assistiu sua curtíssima temporada de estreia poderá encontrá-los no dia 5 de novembro, no Sesc Santo Amaro.

Nômade

, a mais recente produção da Cia Mário Nascimento, recém-estreada em São Paulo no Teatro Sérgio Cardoso, tem como mérito apresentar as pedras e o castelo que elas constroem. Quem não tiver a clareza necessária sobre o que é, de fato, uma pesquisa continuada em dança, encontra aqui a solidez do que a tece: a insistência de uma relação de necessidade juntando os passos/pedras ao que deles resulta, uma coreografia/castelo, que se guia pela transformação permanente e se inaugura em cada nova etapa da sua construção.

Esse processo contínuo e ininterrupto tem agora 15 anos. Uma história que retrocede e avança em uma trajetória parabólica. O coreógrafo, bailarino e diretor Mário Nascimento inventou um movimento que vai até a distância da sua força. Um movimento que se dilata na fundura de um espaço que se abre e abre e abre, ao mesmo tempo sendo e provocando uma ventania que não cessa de reorganizar uma paisagem. Nela, algumas referências já são identificadas na assinatura de uma forma que vem desenhando um corpo específico. O corpo de um artista que dança, toca instrumentos, fala e canta.

Nessa construção em fluxo, foi necessário encontrar parceiros sem os quais ela não se viabilizaria. No atual elenco todos estão, felizmente, encharcados destes movimentos, cada um na sua medida, fazendo-os brotar e transbordar do seu jeito. São oito bailarinos formando uma constelação cujo brilho vem dos rebatimentos do que um faz no que outro faz. Alicia-Lynn Castro, Eliatrice Gischewski, Fábio Costa, Gustavo Silvestre, Leo Garcia, Marcella Gozzi, Mário Nascimento e Rosa Antuña têm a sabedoria de se especializar em repetir uma mudança. Não se dedicam a limpar os gestos porque esse procedimento não cabe na sua proposta. Vão dançando com a urgência daquilo que não cessa. Nos momentos em que caminham, estão apenas ligando o que acabam de fazer com o que vai ser continuado.

Rosa Antuña, há 10 anos trabalhando com Mário Nascimento, exemplifica o sentido mais pleno de uma espécie de beleza que vem somente da permanência. Ela realiza a poesia de um dançar que vai ventando pela cena. Seu trabalho de voz agora voa, e no seu corpo tudo vai acontecendo como nos desenhos animados antigos: começa do centro para as bordas, ganhando nitidez.

A consistência do que foi gestado até aqui pede a sua continuidade. Sem ela, não é possível garantir que algo tão precioso como o trabalho que Mário Nascimento vem realizando continue a se desenvolver. Enquanto o contexto de intermitência promovido pelos editais não desaparecer, vai ficando cada vez mais claro que o sistema de financiamento à cultura que hoje existe ameaça justamente a pesquisa continuada. Felizmente, quem não assistiu sua curtíssima temporada de estreia poderá encontrá-los no dia 5 de novembro, no Sesc Santo Amaro.

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