Ringo Starr decifrado em 22 músicas


Show do baterista inglês reflete tudo o que ele é - em suma, o extremo oposto do ex-companheiro de banda Paul McCartney

Por Redação

Ringo Starr é mesmo um cara de sorte. Qualquer outro ser que estivesse em sua pele ali naquele Credicard Hall fazendo o que ele fez na noite de sábado ouviria coisas desagradáveis. Críticos diriam que se transformou em um ótimo baterista para buffets de formatura e fãs praguejariam contra um repertório tão blasé. Mas Ringo Starr está imune. Seus fãs não estavam lá só para ouvi-lo, mas para vê-lo. Se cantasse Leãozinho colocaria as mãos de seis mil pessoas para o alto do mesmo jeito que fez com Yellow Submarine. O primeiro show de Ringo em São Paulo (um segundo estava marcado para a noite de ontem) reforçou um fenômeno, expôs fraquezas e levantou a bola para teorias a respeito de um baterista de alma e pegada mais complexas do que pode parecer.Ringo Starr não é Paul McCartney. Óbvio, mas tudo em seu show parece ir na direção contrária às ideias do baixista, como se o batera quisesse reforçar que pensa diferente. Seu palco não tem super telões, sua banda ganha espaços generosos para solos e discursos e, eis o maior golpe, seu repertório não é sustentado pelos Beatles. Ele se limita a usar em seus shows as músicas que Lennon e McCartney permitiam que cantasse (Honey Don't, I Wanna Be Your Man, Yellow Submarine, Act Naturally). Das 22 músicas de uma lista que não muda uma vírgula de um show para outro, apenas seis foram gravadas pelo quarteto. Antes de fazer Boys, do álbum Please Please Me, de 1963, lembra que a tocava ainda enquanto era o 'grande baterista' do Rory Storm and the Hurricanes, antes de existir Beatles. Sim, John Lennon e Paul McCartney pastaram nas mãos de outros bateras até chegarem às baquetas mais consideradas de Liverpool.Ringo Starr é aquilo que canta. Por ele, os Beatles poderiam ter seguido até o fim a linha das baladas e dos rocks de With the Beatles, de 1963, que tudo estaria bem. Seu rock é primitivo mas nunca agressivo. Sua pegada é leve, ingênua, quase infantil. Ao colocar um segundo baterista na banda, Gregg Bissonette, um maluco que usa baquetas com luzes ultravioletas nas pontas e que já serviu a David Lee Roth e Carlos Santana, dá outra em McCartney. A bateria de Ringo é quase decorativa, um totem ocupado por alguém que parece não dar a mínima para aparecer mais que os outros. Tudo o que faz é feito em dobro por Bissonette. Ambos usam a mesma bateria que Ringo usava nos anos 60, uma Ludwig. Cada prato, cada virada, sai tudo tocado em dobro. Quando Ringo deixa o instrumento para cantar à frente, Bissonette faz tudo sozinho. E nem o peso da banda parece mudar. Vai entender Ringo.E vai entender a formação de sua All Starr Band. Ali só tem macacos velhos, músicos virtuosos como o guitarrista Rick Derringer, ex-Mc Coys, e o tecladista e saxofonista Edgar Winter, irmão de um tornado texano do blues chamado Johnny Winter. Edgar faz no show um instrumental progressivo de calibre grosso chamado Frankenstein que ameaça cansar mas que ao final vence e é ovacionado. Mas é gente de um escalão abaixo ao de nomes que já passaram pela All Starr Band em algum desses 17 anos de projeto. Billy Preston, o tecladista de Let It Be, único 'quinto beatle' na história, morto em 2006; Gary Brooker, do Procol Harum; todos os integrantes do The Band, o grupo que fez Eric Clapton seguir carreira solo para tentar 'copiá-los'. Uma gente que também revela outro traço de personalidade de Ringo. Depois de fazer parte de uma banda com John Lennon e Paul McCartney respirando todo o oxigênio do estúdio, ele parece dizer 'egos nunca mais'. E dá de ombros para o topo. Se Paul e Clapton o quiserem em um projeto, que o chamem, como fizeram na comovente homenagem a George Harrison de 2002.E então, o mistério das músicas. Como um beatle vem ao Brasil pela primeira vez e deixa que toquem em seu show algo como Kyrie e Broken Wings, do Mr. Mister? Quem? Músicas de rádio romântica tocar na madrugada. E por que deixar Gary Wright, do Spooky Tooth, outro que ninguém por aqui sabe quem é, cantar Dream Weaver? A balada é até bonita, mas sem nenhuma relação de parentesco com o que faz Ringo em carreira solo ou com os Beatles.Aí é hora de ouvir menos e de sentir mais. Ao avistar Ringo Starr atrás da bateria, curtindo essas canções como se fossem Get Back ou I Saw Her Standing There, tudo fica bem. O cara estava ali, um beatle estava ali, o beatle mais gente boa, o cara que fez as baterias do Álbum Branco e do Sgt Peppers estava ali, há alguns metros da plateia. O baterista que deixava as coisas sempre mais leves quando tudo parecia insustentável. Um garotão que certa vez deixou os Beatles só porque queria ouvir deles uma palavra de carinho. Um show assim não pode ser um show só de música. Há um peso que não é palpável, uma emoção deflagrada apenas pela imagem de Ringo Starr.Crítica Julio MariaJJJJ ÓTIMOJJJ BOM

Ringo Starr é mesmo um cara de sorte. Qualquer outro ser que estivesse em sua pele ali naquele Credicard Hall fazendo o que ele fez na noite de sábado ouviria coisas desagradáveis. Críticos diriam que se transformou em um ótimo baterista para buffets de formatura e fãs praguejariam contra um repertório tão blasé. Mas Ringo Starr está imune. Seus fãs não estavam lá só para ouvi-lo, mas para vê-lo. Se cantasse Leãozinho colocaria as mãos de seis mil pessoas para o alto do mesmo jeito que fez com Yellow Submarine. O primeiro show de Ringo em São Paulo (um segundo estava marcado para a noite de ontem) reforçou um fenômeno, expôs fraquezas e levantou a bola para teorias a respeito de um baterista de alma e pegada mais complexas do que pode parecer.Ringo Starr não é Paul McCartney. Óbvio, mas tudo em seu show parece ir na direção contrária às ideias do baixista, como se o batera quisesse reforçar que pensa diferente. Seu palco não tem super telões, sua banda ganha espaços generosos para solos e discursos e, eis o maior golpe, seu repertório não é sustentado pelos Beatles. Ele se limita a usar em seus shows as músicas que Lennon e McCartney permitiam que cantasse (Honey Don't, I Wanna Be Your Man, Yellow Submarine, Act Naturally). Das 22 músicas de uma lista que não muda uma vírgula de um show para outro, apenas seis foram gravadas pelo quarteto. Antes de fazer Boys, do álbum Please Please Me, de 1963, lembra que a tocava ainda enquanto era o 'grande baterista' do Rory Storm and the Hurricanes, antes de existir Beatles. Sim, John Lennon e Paul McCartney pastaram nas mãos de outros bateras até chegarem às baquetas mais consideradas de Liverpool.Ringo Starr é aquilo que canta. Por ele, os Beatles poderiam ter seguido até o fim a linha das baladas e dos rocks de With the Beatles, de 1963, que tudo estaria bem. Seu rock é primitivo mas nunca agressivo. Sua pegada é leve, ingênua, quase infantil. Ao colocar um segundo baterista na banda, Gregg Bissonette, um maluco que usa baquetas com luzes ultravioletas nas pontas e que já serviu a David Lee Roth e Carlos Santana, dá outra em McCartney. A bateria de Ringo é quase decorativa, um totem ocupado por alguém que parece não dar a mínima para aparecer mais que os outros. Tudo o que faz é feito em dobro por Bissonette. Ambos usam a mesma bateria que Ringo usava nos anos 60, uma Ludwig. Cada prato, cada virada, sai tudo tocado em dobro. Quando Ringo deixa o instrumento para cantar à frente, Bissonette faz tudo sozinho. E nem o peso da banda parece mudar. Vai entender Ringo.E vai entender a formação de sua All Starr Band. Ali só tem macacos velhos, músicos virtuosos como o guitarrista Rick Derringer, ex-Mc Coys, e o tecladista e saxofonista Edgar Winter, irmão de um tornado texano do blues chamado Johnny Winter. Edgar faz no show um instrumental progressivo de calibre grosso chamado Frankenstein que ameaça cansar mas que ao final vence e é ovacionado. Mas é gente de um escalão abaixo ao de nomes que já passaram pela All Starr Band em algum desses 17 anos de projeto. Billy Preston, o tecladista de Let It Be, único 'quinto beatle' na história, morto em 2006; Gary Brooker, do Procol Harum; todos os integrantes do The Band, o grupo que fez Eric Clapton seguir carreira solo para tentar 'copiá-los'. Uma gente que também revela outro traço de personalidade de Ringo. Depois de fazer parte de uma banda com John Lennon e Paul McCartney respirando todo o oxigênio do estúdio, ele parece dizer 'egos nunca mais'. E dá de ombros para o topo. Se Paul e Clapton o quiserem em um projeto, que o chamem, como fizeram na comovente homenagem a George Harrison de 2002.E então, o mistério das músicas. Como um beatle vem ao Brasil pela primeira vez e deixa que toquem em seu show algo como Kyrie e Broken Wings, do Mr. Mister? Quem? Músicas de rádio romântica tocar na madrugada. E por que deixar Gary Wright, do Spooky Tooth, outro que ninguém por aqui sabe quem é, cantar Dream Weaver? A balada é até bonita, mas sem nenhuma relação de parentesco com o que faz Ringo em carreira solo ou com os Beatles.Aí é hora de ouvir menos e de sentir mais. Ao avistar Ringo Starr atrás da bateria, curtindo essas canções como se fossem Get Back ou I Saw Her Standing There, tudo fica bem. O cara estava ali, um beatle estava ali, o beatle mais gente boa, o cara que fez as baterias do Álbum Branco e do Sgt Peppers estava ali, há alguns metros da plateia. O baterista que deixava as coisas sempre mais leves quando tudo parecia insustentável. Um garotão que certa vez deixou os Beatles só porque queria ouvir deles uma palavra de carinho. Um show assim não pode ser um show só de música. Há um peso que não é palpável, uma emoção deflagrada apenas pela imagem de Ringo Starr.Crítica Julio MariaJJJJ ÓTIMOJJJ BOM

Ringo Starr é mesmo um cara de sorte. Qualquer outro ser que estivesse em sua pele ali naquele Credicard Hall fazendo o que ele fez na noite de sábado ouviria coisas desagradáveis. Críticos diriam que se transformou em um ótimo baterista para buffets de formatura e fãs praguejariam contra um repertório tão blasé. Mas Ringo Starr está imune. Seus fãs não estavam lá só para ouvi-lo, mas para vê-lo. Se cantasse Leãozinho colocaria as mãos de seis mil pessoas para o alto do mesmo jeito que fez com Yellow Submarine. O primeiro show de Ringo em São Paulo (um segundo estava marcado para a noite de ontem) reforçou um fenômeno, expôs fraquezas e levantou a bola para teorias a respeito de um baterista de alma e pegada mais complexas do que pode parecer.Ringo Starr não é Paul McCartney. Óbvio, mas tudo em seu show parece ir na direção contrária às ideias do baixista, como se o batera quisesse reforçar que pensa diferente. Seu palco não tem super telões, sua banda ganha espaços generosos para solos e discursos e, eis o maior golpe, seu repertório não é sustentado pelos Beatles. Ele se limita a usar em seus shows as músicas que Lennon e McCartney permitiam que cantasse (Honey Don't, I Wanna Be Your Man, Yellow Submarine, Act Naturally). Das 22 músicas de uma lista que não muda uma vírgula de um show para outro, apenas seis foram gravadas pelo quarteto. Antes de fazer Boys, do álbum Please Please Me, de 1963, lembra que a tocava ainda enquanto era o 'grande baterista' do Rory Storm and the Hurricanes, antes de existir Beatles. Sim, John Lennon e Paul McCartney pastaram nas mãos de outros bateras até chegarem às baquetas mais consideradas de Liverpool.Ringo Starr é aquilo que canta. Por ele, os Beatles poderiam ter seguido até o fim a linha das baladas e dos rocks de With the Beatles, de 1963, que tudo estaria bem. Seu rock é primitivo mas nunca agressivo. Sua pegada é leve, ingênua, quase infantil. Ao colocar um segundo baterista na banda, Gregg Bissonette, um maluco que usa baquetas com luzes ultravioletas nas pontas e que já serviu a David Lee Roth e Carlos Santana, dá outra em McCartney. A bateria de Ringo é quase decorativa, um totem ocupado por alguém que parece não dar a mínima para aparecer mais que os outros. Tudo o que faz é feito em dobro por Bissonette. Ambos usam a mesma bateria que Ringo usava nos anos 60, uma Ludwig. Cada prato, cada virada, sai tudo tocado em dobro. Quando Ringo deixa o instrumento para cantar à frente, Bissonette faz tudo sozinho. E nem o peso da banda parece mudar. Vai entender Ringo.E vai entender a formação de sua All Starr Band. Ali só tem macacos velhos, músicos virtuosos como o guitarrista Rick Derringer, ex-Mc Coys, e o tecladista e saxofonista Edgar Winter, irmão de um tornado texano do blues chamado Johnny Winter. Edgar faz no show um instrumental progressivo de calibre grosso chamado Frankenstein que ameaça cansar mas que ao final vence e é ovacionado. Mas é gente de um escalão abaixo ao de nomes que já passaram pela All Starr Band em algum desses 17 anos de projeto. Billy Preston, o tecladista de Let It Be, único 'quinto beatle' na história, morto em 2006; Gary Brooker, do Procol Harum; todos os integrantes do The Band, o grupo que fez Eric Clapton seguir carreira solo para tentar 'copiá-los'. Uma gente que também revela outro traço de personalidade de Ringo. Depois de fazer parte de uma banda com John Lennon e Paul McCartney respirando todo o oxigênio do estúdio, ele parece dizer 'egos nunca mais'. E dá de ombros para o topo. Se Paul e Clapton o quiserem em um projeto, que o chamem, como fizeram na comovente homenagem a George Harrison de 2002.E então, o mistério das músicas. Como um beatle vem ao Brasil pela primeira vez e deixa que toquem em seu show algo como Kyrie e Broken Wings, do Mr. Mister? Quem? Músicas de rádio romântica tocar na madrugada. E por que deixar Gary Wright, do Spooky Tooth, outro que ninguém por aqui sabe quem é, cantar Dream Weaver? A balada é até bonita, mas sem nenhuma relação de parentesco com o que faz Ringo em carreira solo ou com os Beatles.Aí é hora de ouvir menos e de sentir mais. Ao avistar Ringo Starr atrás da bateria, curtindo essas canções como se fossem Get Back ou I Saw Her Standing There, tudo fica bem. O cara estava ali, um beatle estava ali, o beatle mais gente boa, o cara que fez as baterias do Álbum Branco e do Sgt Peppers estava ali, há alguns metros da plateia. O baterista que deixava as coisas sempre mais leves quando tudo parecia insustentável. Um garotão que certa vez deixou os Beatles só porque queria ouvir deles uma palavra de carinho. Um show assim não pode ser um show só de música. Há um peso que não é palpável, uma emoção deflagrada apenas pela imagem de Ringo Starr.Crítica Julio MariaJJJJ ÓTIMOJJJ BOM

Ringo Starr é mesmo um cara de sorte. Qualquer outro ser que estivesse em sua pele ali naquele Credicard Hall fazendo o que ele fez na noite de sábado ouviria coisas desagradáveis. Críticos diriam que se transformou em um ótimo baterista para buffets de formatura e fãs praguejariam contra um repertório tão blasé. Mas Ringo Starr está imune. Seus fãs não estavam lá só para ouvi-lo, mas para vê-lo. Se cantasse Leãozinho colocaria as mãos de seis mil pessoas para o alto do mesmo jeito que fez com Yellow Submarine. O primeiro show de Ringo em São Paulo (um segundo estava marcado para a noite de ontem) reforçou um fenômeno, expôs fraquezas e levantou a bola para teorias a respeito de um baterista de alma e pegada mais complexas do que pode parecer.Ringo Starr não é Paul McCartney. Óbvio, mas tudo em seu show parece ir na direção contrária às ideias do baixista, como se o batera quisesse reforçar que pensa diferente. Seu palco não tem super telões, sua banda ganha espaços generosos para solos e discursos e, eis o maior golpe, seu repertório não é sustentado pelos Beatles. Ele se limita a usar em seus shows as músicas que Lennon e McCartney permitiam que cantasse (Honey Don't, I Wanna Be Your Man, Yellow Submarine, Act Naturally). Das 22 músicas de uma lista que não muda uma vírgula de um show para outro, apenas seis foram gravadas pelo quarteto. Antes de fazer Boys, do álbum Please Please Me, de 1963, lembra que a tocava ainda enquanto era o 'grande baterista' do Rory Storm and the Hurricanes, antes de existir Beatles. Sim, John Lennon e Paul McCartney pastaram nas mãos de outros bateras até chegarem às baquetas mais consideradas de Liverpool.Ringo Starr é aquilo que canta. Por ele, os Beatles poderiam ter seguido até o fim a linha das baladas e dos rocks de With the Beatles, de 1963, que tudo estaria bem. Seu rock é primitivo mas nunca agressivo. Sua pegada é leve, ingênua, quase infantil. Ao colocar um segundo baterista na banda, Gregg Bissonette, um maluco que usa baquetas com luzes ultravioletas nas pontas e que já serviu a David Lee Roth e Carlos Santana, dá outra em McCartney. A bateria de Ringo é quase decorativa, um totem ocupado por alguém que parece não dar a mínima para aparecer mais que os outros. Tudo o que faz é feito em dobro por Bissonette. Ambos usam a mesma bateria que Ringo usava nos anos 60, uma Ludwig. Cada prato, cada virada, sai tudo tocado em dobro. Quando Ringo deixa o instrumento para cantar à frente, Bissonette faz tudo sozinho. E nem o peso da banda parece mudar. Vai entender Ringo.E vai entender a formação de sua All Starr Band. Ali só tem macacos velhos, músicos virtuosos como o guitarrista Rick Derringer, ex-Mc Coys, e o tecladista e saxofonista Edgar Winter, irmão de um tornado texano do blues chamado Johnny Winter. Edgar faz no show um instrumental progressivo de calibre grosso chamado Frankenstein que ameaça cansar mas que ao final vence e é ovacionado. Mas é gente de um escalão abaixo ao de nomes que já passaram pela All Starr Band em algum desses 17 anos de projeto. Billy Preston, o tecladista de Let It Be, único 'quinto beatle' na história, morto em 2006; Gary Brooker, do Procol Harum; todos os integrantes do The Band, o grupo que fez Eric Clapton seguir carreira solo para tentar 'copiá-los'. Uma gente que também revela outro traço de personalidade de Ringo. Depois de fazer parte de uma banda com John Lennon e Paul McCartney respirando todo o oxigênio do estúdio, ele parece dizer 'egos nunca mais'. E dá de ombros para o topo. Se Paul e Clapton o quiserem em um projeto, que o chamem, como fizeram na comovente homenagem a George Harrison de 2002.E então, o mistério das músicas. Como um beatle vem ao Brasil pela primeira vez e deixa que toquem em seu show algo como Kyrie e Broken Wings, do Mr. Mister? Quem? Músicas de rádio romântica tocar na madrugada. E por que deixar Gary Wright, do Spooky Tooth, outro que ninguém por aqui sabe quem é, cantar Dream Weaver? A balada é até bonita, mas sem nenhuma relação de parentesco com o que faz Ringo em carreira solo ou com os Beatles.Aí é hora de ouvir menos e de sentir mais. Ao avistar Ringo Starr atrás da bateria, curtindo essas canções como se fossem Get Back ou I Saw Her Standing There, tudo fica bem. O cara estava ali, um beatle estava ali, o beatle mais gente boa, o cara que fez as baterias do Álbum Branco e do Sgt Peppers estava ali, há alguns metros da plateia. O baterista que deixava as coisas sempre mais leves quando tudo parecia insustentável. Um garotão que certa vez deixou os Beatles só porque queria ouvir deles uma palavra de carinho. Um show assim não pode ser um show só de música. Há um peso que não é palpável, uma emoção deflagrada apenas pela imagem de Ringo Starr.Crítica Julio MariaJJJJ ÓTIMOJJJ BOM

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