Sul da Itália inspira obra do Balé da Cidade


Coreografia de Mauro Bigonzetti estreia no dia do aniversário de São Paulo

Por Maria Eugenia de Menezes

No dia do aniversário de São Paulo, o Balé da Cidade estreia um espetáculo que muito tem a dizer sobre as raízes da metrópole. Assinada pelo coreógrafo italiano Marco Bigonzetti, Cantata é inspirada nas cantigas e danças do Sul da Itália – parte da tradição napolitana trazida pelos imigrantes há mais de um século e que permeia o imaginário dos paulistanos. “O que ele traz para a cena é uma grande festa. E isso tem muito a ver com São Paulo e com esse lugar onde estamos”, diz a diretora Iracity Cardoso, em entrevista concedida no Bexiga, onde fica a sede da companhia.

Há um nítido apelo popular na criação. A iluminação pretende recriar a atmosfera solar do mediterrâneo. A dramaturgia, que costura as proposições coreográficas, traz situações e “personagens” reconhecíveis para o público: O clima de intriga entre as vizinhas, as disputas entre amigos, a religiosidade exacerbada dos italianos.

 

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Em foco, estão as relações entre os sexos, quase sempre conflituosas e atravessadas por um evidente erotismo. “Chamo essa coreografia de 3 ‘S’: sol, suor e sangue”, comenta o coreógrafo, nascido em Roma, mas hoje residente em Milão. “Todo o trabalho surge da gestualidade da dança popular e da observação do cotidiano das pessoas.” Uma de suas referências foi justamente o estilo do cinema neorrealista de Roberto Rossellini e Victorio De Sica.

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Coube ao grupo “folk” Assurd a criação da trilha sonora. A inspiração é a tradição musical de 1700 e 1800: tarantelas, serenatas, canções de ninar e o ritmo que embala a pizzica, uma dança folclórica muito popular nas regiões da Puglia e da Calábria. “Adoro criar a partir da música popular”, observa Bigonzetti. Em 2003, ele criou para o Balé da Cidade a obra Zona Minada, que se valia de uma seleção de canções brasileiras.

A despeito das referências, Cantata lida com um repertório contemporâneo de movimentos. “E esse tipo de mescla, do contemporâneo com o popular, demanda bailarinos acostumados a muitas técnicas”, observa o coreógrafo.

Outro aspecto marcante do título é o protagonismo feminino. As bailarinas surgem em destaque. Suas ações são os motores da obra. “Não poderia ser diferente em uma criação que fala sobre o Sul da Itália. Se o norte é patriarcal, no sul vigora um matriarcado. Suas mulheres são realmente especiais”, pontua o artista italiano.

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Cantata foi concebida originalmente para o Balé Gulbenkian, de Portugal, em 2001. À época, a atual diretora do Balé da Cidade conduzia o grupo lusitano.

Em agosto, será a vez de Bigonzetti retornar à cidade para assinar uma coreografia feita sob medida para a companhia paulistana. Mas o resultado deve soar bem diferente da obra que o público verá agora. Diferentemente de Cantata, a próxima criação busca subsídio no legado de um compositor clássico do século 19: Ottorino Respighi (1879-1936). Com uma trajetória bastante peculiar, Respighi criava música sinfônica a partir da sonoridade da música antiga. Fazia, portanto, versões orquestrais de composições que foram originalmente concebidas para as formações de câmara dos séculos 16 a 18.

Ópera e Quebra-Nozes. Nesse primeiro programa do ano, o Balé vai dançar ainda Cantares e Abrupto. A primeira é uma remontagem da coreografia que Oscar Araiz criou em 1982 para o Ballet du Grand Théâtre de Genève – e que a companhia de dança do Municipal de São Paulo já dançou em 1984, 1990 e 2013. Já Abrupto foi concebida para o Balé da Cidade no ano passado por Alex Soares.

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Para os meses a seguir, os planos são levar adiante a participação do balé nas óperas e criar uma obra de inspiração clássica para ser dançada com acompanhamento de orquestra. Os bailarinos já estão escalados para integrar o elenco da ópera Fome de Bola – encomendada a Francis Hime e com data de estreia durante a Copa do Mundo.

Uma versão contemporânea do Quebra-Nozes, a ser apresentada no fim do ano, também está marcada. Trata-se de uma criação do coreógrafo espanhol Goyo Monteiro para o Balé de Nuremberg. Recriar clássicos, aliás, é uma especialidade do artista, que já assinou versões de Romeu e Julieta e A Bela Adormecida.

BALÉ DA CIDADETeatro Municipal. Praça Ramos de Azevedo, metrô Anhangabaú, 3397-0327. Sáb. a 4ª, 20 h; dom., 18 h. R$ 20/R$ 60. Até 29/1.

No dia do aniversário de São Paulo, o Balé da Cidade estreia um espetáculo que muito tem a dizer sobre as raízes da metrópole. Assinada pelo coreógrafo italiano Marco Bigonzetti, Cantata é inspirada nas cantigas e danças do Sul da Itália – parte da tradição napolitana trazida pelos imigrantes há mais de um século e que permeia o imaginário dos paulistanos. “O que ele traz para a cena é uma grande festa. E isso tem muito a ver com São Paulo e com esse lugar onde estamos”, diz a diretora Iracity Cardoso, em entrevista concedida no Bexiga, onde fica a sede da companhia.

Há um nítido apelo popular na criação. A iluminação pretende recriar a atmosfera solar do mediterrâneo. A dramaturgia, que costura as proposições coreográficas, traz situações e “personagens” reconhecíveis para o público: O clima de intriga entre as vizinhas, as disputas entre amigos, a religiosidade exacerbada dos italianos.

 

 

Em foco, estão as relações entre os sexos, quase sempre conflituosas e atravessadas por um evidente erotismo. “Chamo essa coreografia de 3 ‘S’: sol, suor e sangue”, comenta o coreógrafo, nascido em Roma, mas hoje residente em Milão. “Todo o trabalho surge da gestualidade da dança popular e da observação do cotidiano das pessoas.” Uma de suas referências foi justamente o estilo do cinema neorrealista de Roberto Rossellini e Victorio De Sica.

Coube ao grupo “folk” Assurd a criação da trilha sonora. A inspiração é a tradição musical de 1700 e 1800: tarantelas, serenatas, canções de ninar e o ritmo que embala a pizzica, uma dança folclórica muito popular nas regiões da Puglia e da Calábria. “Adoro criar a partir da música popular”, observa Bigonzetti. Em 2003, ele criou para o Balé da Cidade a obra Zona Minada, que se valia de uma seleção de canções brasileiras.

A despeito das referências, Cantata lida com um repertório contemporâneo de movimentos. “E esse tipo de mescla, do contemporâneo com o popular, demanda bailarinos acostumados a muitas técnicas”, observa o coreógrafo.

Outro aspecto marcante do título é o protagonismo feminino. As bailarinas surgem em destaque. Suas ações são os motores da obra. “Não poderia ser diferente em uma criação que fala sobre o Sul da Itália. Se o norte é patriarcal, no sul vigora um matriarcado. Suas mulheres são realmente especiais”, pontua o artista italiano.

Cantata foi concebida originalmente para o Balé Gulbenkian, de Portugal, em 2001. À época, a atual diretora do Balé da Cidade conduzia o grupo lusitano.

Em agosto, será a vez de Bigonzetti retornar à cidade para assinar uma coreografia feita sob medida para a companhia paulistana. Mas o resultado deve soar bem diferente da obra que o público verá agora. Diferentemente de Cantata, a próxima criação busca subsídio no legado de um compositor clássico do século 19: Ottorino Respighi (1879-1936). Com uma trajetória bastante peculiar, Respighi criava música sinfônica a partir da sonoridade da música antiga. Fazia, portanto, versões orquestrais de composições que foram originalmente concebidas para as formações de câmara dos séculos 16 a 18.

Ópera e Quebra-Nozes. Nesse primeiro programa do ano, o Balé vai dançar ainda Cantares e Abrupto. A primeira é uma remontagem da coreografia que Oscar Araiz criou em 1982 para o Ballet du Grand Théâtre de Genève – e que a companhia de dança do Municipal de São Paulo já dançou em 1984, 1990 e 2013. Já Abrupto foi concebida para o Balé da Cidade no ano passado por Alex Soares.

Para os meses a seguir, os planos são levar adiante a participação do balé nas óperas e criar uma obra de inspiração clássica para ser dançada com acompanhamento de orquestra. Os bailarinos já estão escalados para integrar o elenco da ópera Fome de Bola – encomendada a Francis Hime e com data de estreia durante a Copa do Mundo.

Uma versão contemporânea do Quebra-Nozes, a ser apresentada no fim do ano, também está marcada. Trata-se de uma criação do coreógrafo espanhol Goyo Monteiro para o Balé de Nuremberg. Recriar clássicos, aliás, é uma especialidade do artista, que já assinou versões de Romeu e Julieta e A Bela Adormecida.

BALÉ DA CIDADETeatro Municipal. Praça Ramos de Azevedo, metrô Anhangabaú, 3397-0327. Sáb. a 4ª, 20 h; dom., 18 h. R$ 20/R$ 60. Até 29/1.

No dia do aniversário de São Paulo, o Balé da Cidade estreia um espetáculo que muito tem a dizer sobre as raízes da metrópole. Assinada pelo coreógrafo italiano Marco Bigonzetti, Cantata é inspirada nas cantigas e danças do Sul da Itália – parte da tradição napolitana trazida pelos imigrantes há mais de um século e que permeia o imaginário dos paulistanos. “O que ele traz para a cena é uma grande festa. E isso tem muito a ver com São Paulo e com esse lugar onde estamos”, diz a diretora Iracity Cardoso, em entrevista concedida no Bexiga, onde fica a sede da companhia.

Há um nítido apelo popular na criação. A iluminação pretende recriar a atmosfera solar do mediterrâneo. A dramaturgia, que costura as proposições coreográficas, traz situações e “personagens” reconhecíveis para o público: O clima de intriga entre as vizinhas, as disputas entre amigos, a religiosidade exacerbada dos italianos.

 

 

Em foco, estão as relações entre os sexos, quase sempre conflituosas e atravessadas por um evidente erotismo. “Chamo essa coreografia de 3 ‘S’: sol, suor e sangue”, comenta o coreógrafo, nascido em Roma, mas hoje residente em Milão. “Todo o trabalho surge da gestualidade da dança popular e da observação do cotidiano das pessoas.” Uma de suas referências foi justamente o estilo do cinema neorrealista de Roberto Rossellini e Victorio De Sica.

Coube ao grupo “folk” Assurd a criação da trilha sonora. A inspiração é a tradição musical de 1700 e 1800: tarantelas, serenatas, canções de ninar e o ritmo que embala a pizzica, uma dança folclórica muito popular nas regiões da Puglia e da Calábria. “Adoro criar a partir da música popular”, observa Bigonzetti. Em 2003, ele criou para o Balé da Cidade a obra Zona Minada, que se valia de uma seleção de canções brasileiras.

A despeito das referências, Cantata lida com um repertório contemporâneo de movimentos. “E esse tipo de mescla, do contemporâneo com o popular, demanda bailarinos acostumados a muitas técnicas”, observa o coreógrafo.

Outro aspecto marcante do título é o protagonismo feminino. As bailarinas surgem em destaque. Suas ações são os motores da obra. “Não poderia ser diferente em uma criação que fala sobre o Sul da Itália. Se o norte é patriarcal, no sul vigora um matriarcado. Suas mulheres são realmente especiais”, pontua o artista italiano.

Cantata foi concebida originalmente para o Balé Gulbenkian, de Portugal, em 2001. À época, a atual diretora do Balé da Cidade conduzia o grupo lusitano.

Em agosto, será a vez de Bigonzetti retornar à cidade para assinar uma coreografia feita sob medida para a companhia paulistana. Mas o resultado deve soar bem diferente da obra que o público verá agora. Diferentemente de Cantata, a próxima criação busca subsídio no legado de um compositor clássico do século 19: Ottorino Respighi (1879-1936). Com uma trajetória bastante peculiar, Respighi criava música sinfônica a partir da sonoridade da música antiga. Fazia, portanto, versões orquestrais de composições que foram originalmente concebidas para as formações de câmara dos séculos 16 a 18.

Ópera e Quebra-Nozes. Nesse primeiro programa do ano, o Balé vai dançar ainda Cantares e Abrupto. A primeira é uma remontagem da coreografia que Oscar Araiz criou em 1982 para o Ballet du Grand Théâtre de Genève – e que a companhia de dança do Municipal de São Paulo já dançou em 1984, 1990 e 2013. Já Abrupto foi concebida para o Balé da Cidade no ano passado por Alex Soares.

Para os meses a seguir, os planos são levar adiante a participação do balé nas óperas e criar uma obra de inspiração clássica para ser dançada com acompanhamento de orquestra. Os bailarinos já estão escalados para integrar o elenco da ópera Fome de Bola – encomendada a Francis Hime e com data de estreia durante a Copa do Mundo.

Uma versão contemporânea do Quebra-Nozes, a ser apresentada no fim do ano, também está marcada. Trata-se de uma criação do coreógrafo espanhol Goyo Monteiro para o Balé de Nuremberg. Recriar clássicos, aliás, é uma especialidade do artista, que já assinou versões de Romeu e Julieta e A Bela Adormecida.

BALÉ DA CIDADETeatro Municipal. Praça Ramos de Azevedo, metrô Anhangabaú, 3397-0327. Sáb. a 4ª, 20 h; dom., 18 h. R$ 20/R$ 60. Até 29/1.

No dia do aniversário de São Paulo, o Balé da Cidade estreia um espetáculo que muito tem a dizer sobre as raízes da metrópole. Assinada pelo coreógrafo italiano Marco Bigonzetti, Cantata é inspirada nas cantigas e danças do Sul da Itália – parte da tradição napolitana trazida pelos imigrantes há mais de um século e que permeia o imaginário dos paulistanos. “O que ele traz para a cena é uma grande festa. E isso tem muito a ver com São Paulo e com esse lugar onde estamos”, diz a diretora Iracity Cardoso, em entrevista concedida no Bexiga, onde fica a sede da companhia.

Há um nítido apelo popular na criação. A iluminação pretende recriar a atmosfera solar do mediterrâneo. A dramaturgia, que costura as proposições coreográficas, traz situações e “personagens” reconhecíveis para o público: O clima de intriga entre as vizinhas, as disputas entre amigos, a religiosidade exacerbada dos italianos.

 

 

Em foco, estão as relações entre os sexos, quase sempre conflituosas e atravessadas por um evidente erotismo. “Chamo essa coreografia de 3 ‘S’: sol, suor e sangue”, comenta o coreógrafo, nascido em Roma, mas hoje residente em Milão. “Todo o trabalho surge da gestualidade da dança popular e da observação do cotidiano das pessoas.” Uma de suas referências foi justamente o estilo do cinema neorrealista de Roberto Rossellini e Victorio De Sica.

Coube ao grupo “folk” Assurd a criação da trilha sonora. A inspiração é a tradição musical de 1700 e 1800: tarantelas, serenatas, canções de ninar e o ritmo que embala a pizzica, uma dança folclórica muito popular nas regiões da Puglia e da Calábria. “Adoro criar a partir da música popular”, observa Bigonzetti. Em 2003, ele criou para o Balé da Cidade a obra Zona Minada, que se valia de uma seleção de canções brasileiras.

A despeito das referências, Cantata lida com um repertório contemporâneo de movimentos. “E esse tipo de mescla, do contemporâneo com o popular, demanda bailarinos acostumados a muitas técnicas”, observa o coreógrafo.

Outro aspecto marcante do título é o protagonismo feminino. As bailarinas surgem em destaque. Suas ações são os motores da obra. “Não poderia ser diferente em uma criação que fala sobre o Sul da Itália. Se o norte é patriarcal, no sul vigora um matriarcado. Suas mulheres são realmente especiais”, pontua o artista italiano.

Cantata foi concebida originalmente para o Balé Gulbenkian, de Portugal, em 2001. À época, a atual diretora do Balé da Cidade conduzia o grupo lusitano.

Em agosto, será a vez de Bigonzetti retornar à cidade para assinar uma coreografia feita sob medida para a companhia paulistana. Mas o resultado deve soar bem diferente da obra que o público verá agora. Diferentemente de Cantata, a próxima criação busca subsídio no legado de um compositor clássico do século 19: Ottorino Respighi (1879-1936). Com uma trajetória bastante peculiar, Respighi criava música sinfônica a partir da sonoridade da música antiga. Fazia, portanto, versões orquestrais de composições que foram originalmente concebidas para as formações de câmara dos séculos 16 a 18.

Ópera e Quebra-Nozes. Nesse primeiro programa do ano, o Balé vai dançar ainda Cantares e Abrupto. A primeira é uma remontagem da coreografia que Oscar Araiz criou em 1982 para o Ballet du Grand Théâtre de Genève – e que a companhia de dança do Municipal de São Paulo já dançou em 1984, 1990 e 2013. Já Abrupto foi concebida para o Balé da Cidade no ano passado por Alex Soares.

Para os meses a seguir, os planos são levar adiante a participação do balé nas óperas e criar uma obra de inspiração clássica para ser dançada com acompanhamento de orquestra. Os bailarinos já estão escalados para integrar o elenco da ópera Fome de Bola – encomendada a Francis Hime e com data de estreia durante a Copa do Mundo.

Uma versão contemporânea do Quebra-Nozes, a ser apresentada no fim do ano, também está marcada. Trata-se de uma criação do coreógrafo espanhol Goyo Monteiro para o Balé de Nuremberg. Recriar clássicos, aliás, é uma especialidade do artista, que já assinou versões de Romeu e Julieta e A Bela Adormecida.

BALÉ DA CIDADETeatro Municipal. Praça Ramos de Azevedo, metrô Anhangabaú, 3397-0327. Sáb. a 4ª, 20 h; dom., 18 h. R$ 20/R$ 60. Até 29/1.

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