Grupo Grua discute masculinidade e gentileza no espetáculo 'SETe'


Coreografia conta com sete homens, vestidos com ternos, em uma performance de dança

Por Fernanda Perniciotti
Atualização:

Já imaginou caminhar pelas ruas do centro de São Paulo e cruzar com sete homens, vestidos com ternos, em uma performance de dança? Apesar de parecer improvável, muitos daqueles que circulam pelas rotas paulistanas terão a oportunidade de encontrar com uma cena assim: o Grua - Gentleman de Rua estreia SETe, que encerra temporada nesta sexta, 17, em horário comercial, em diversos lugares do centro da cidade.

Tudo começou em 2002, quando Jorge Garcia, Willy Helm, Laudinei Delgado e Aguinaldo Bueno, todos, à época, bailarinos do Balé da Cidade de São Paulo (BCSP), compartilharam o desejo de ter uma experiência de dança diferente da que estavam acostumados. "A gente foi pra rua, porque tinha necessidade de improvisar. Então, estabelecemos as terças-feiras, sempre na Paulista, como se fosse o dia de uma pelada, durante a semana, só que de dança", conta Jorge Garcia, diretor do grupo, ao lado de Osmar Zampieri e Willy Helm, sobre o início despretensioso do projeto.

Grupo Grua - Gentleman de Rua apresenta a coreografia 'SETe' Foto: Silvia Machado
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Ainda neste começo, surgiu a proposta das roupas sociais. "Começamos com roupas normais, mas aconteceram algumas situações estranhas. Então, na Paulista, pensamos que o terno poderia dar mais credibilidade ao que estávamos fazendo ali, porque construía uma figura que se confundia com o ambiente", explica Jorge. E os ternos pretos, que atualmente são assinados pelo figurinista e estilista João Pimenta, permaneceram, apesar dos corpos serem realmente de passagem. 

Em seus 16 anos de existência, o grupo investiu em uma única performance, Corpos de Passagem, que rodou o mundo, mas sempre com a proposta de convidar pessoas diferentes a cada nova apresentação, variando, inclusive, o número de bailarinos. Os únicos que se mantinham eram os três diretores. A performance se transforma de acordo com os participantes, que entram no jogo do improviso com referências diversas. Só recentemente, já em SETe, que o Grua passou a manter um elenco fixo.

SETe aconteceu a partir de um marco na trajetória do grupo: a experiência com as comunidades ribeirinhas, às margens do Rio São Francisco. "Era a natureza, era o rio, eram lugares que estabeleciam com clareza: vocês vão até aqui, esse é o limite de vocês. A gente se viu como nada naquela imensidão, e começamos a dar realmente espaço para o outro", enfatiza Osmar, que também era ex-bailarino do BCSP e chegou ao grupo em 2003, depois de regressar de um período na Alemanha, ao que Jorge complementa: "O Rio São Francisco foi um divisor de águas nesse lugar do 'gentil', porque nós colocávamos os ternos às 6h da manhã e passávamos o dia todo no barquinho, entrando em comunidades. As famílias levavam a gente pra dentro da casa com uma gentileza muito diferente". 

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Uma autocrítica passou a fazer parte do cotidiano do Grua, porque, em sendo bailarinos formados no contexto de cias oficias, a mudança de padrão de criação não acontece imediatamente, quando se transpõe o palco para a rua: "Era preciso desconstruir esse ideal de masculino, da testosterona; chegar nesse lugar na posição de quem também quer receber, perceber, trocar, se relacionar, de olhar pro outro de um jeito mais permeável", diz Jorge, deflagrando que, diferente do tipo de movimentação mais incisiva que se tornou marca do grupo, a proposta de um corpo vulnerável é o mote do novo trabalho. O público encontra, nesses espaços públicos, com imagens de homens que se tocam com afetividade e sensualidade, em uma recepção gentil do outro, que pretende se inscrever fora dos estereótipos do masculino. 

A câmera é uma presença constante nas performances do grupo. Grua e SETe são nomenclaturas que fazem referência à relação com o cinema, muito a partir da experiência de Osmar Zampieri, videomaker e documentarista. A vivência junto às comunidades ribeirinhas desembocou no documentário Grua Navegantes, assinado por Osmar. Além disso, o cineasta Heitor Dhalia foi convidado para produzir, a partir da gravação de SETe, um filme de dança, que deve ser lançado no mês de outubro. 

SETe, que conta com o elenco formado por Henrique Lima, Fernando Martins, Jerônimo Bittencourt, Roberto Alencar e Alexandre Magno, além de Jorge e Osmar, foi contemplado pela 23ª Edição do Fomento à Dança de São Paulo, e é visto como um momento em que o grupo se permitiu fazer perguntas, advindas desses 16 anos de história, e ser vulnerável diante delas. 

Já imaginou caminhar pelas ruas do centro de São Paulo e cruzar com sete homens, vestidos com ternos, em uma performance de dança? Apesar de parecer improvável, muitos daqueles que circulam pelas rotas paulistanas terão a oportunidade de encontrar com uma cena assim: o Grua - Gentleman de Rua estreia SETe, que encerra temporada nesta sexta, 17, em horário comercial, em diversos lugares do centro da cidade.

Tudo começou em 2002, quando Jorge Garcia, Willy Helm, Laudinei Delgado e Aguinaldo Bueno, todos, à época, bailarinos do Balé da Cidade de São Paulo (BCSP), compartilharam o desejo de ter uma experiência de dança diferente da que estavam acostumados. "A gente foi pra rua, porque tinha necessidade de improvisar. Então, estabelecemos as terças-feiras, sempre na Paulista, como se fosse o dia de uma pelada, durante a semana, só que de dança", conta Jorge Garcia, diretor do grupo, ao lado de Osmar Zampieri e Willy Helm, sobre o início despretensioso do projeto.

Grupo Grua - Gentleman de Rua apresenta a coreografia 'SETe' Foto: Silvia Machado

Ainda neste começo, surgiu a proposta das roupas sociais. "Começamos com roupas normais, mas aconteceram algumas situações estranhas. Então, na Paulista, pensamos que o terno poderia dar mais credibilidade ao que estávamos fazendo ali, porque construía uma figura que se confundia com o ambiente", explica Jorge. E os ternos pretos, que atualmente são assinados pelo figurinista e estilista João Pimenta, permaneceram, apesar dos corpos serem realmente de passagem. 

Em seus 16 anos de existência, o grupo investiu em uma única performance, Corpos de Passagem, que rodou o mundo, mas sempre com a proposta de convidar pessoas diferentes a cada nova apresentação, variando, inclusive, o número de bailarinos. Os únicos que se mantinham eram os três diretores. A performance se transforma de acordo com os participantes, que entram no jogo do improviso com referências diversas. Só recentemente, já em SETe, que o Grua passou a manter um elenco fixo.

SETe aconteceu a partir de um marco na trajetória do grupo: a experiência com as comunidades ribeirinhas, às margens do Rio São Francisco. "Era a natureza, era o rio, eram lugares que estabeleciam com clareza: vocês vão até aqui, esse é o limite de vocês. A gente se viu como nada naquela imensidão, e começamos a dar realmente espaço para o outro", enfatiza Osmar, que também era ex-bailarino do BCSP e chegou ao grupo em 2003, depois de regressar de um período na Alemanha, ao que Jorge complementa: "O Rio São Francisco foi um divisor de águas nesse lugar do 'gentil', porque nós colocávamos os ternos às 6h da manhã e passávamos o dia todo no barquinho, entrando em comunidades. As famílias levavam a gente pra dentro da casa com uma gentileza muito diferente". 

Uma autocrítica passou a fazer parte do cotidiano do Grua, porque, em sendo bailarinos formados no contexto de cias oficias, a mudança de padrão de criação não acontece imediatamente, quando se transpõe o palco para a rua: "Era preciso desconstruir esse ideal de masculino, da testosterona; chegar nesse lugar na posição de quem também quer receber, perceber, trocar, se relacionar, de olhar pro outro de um jeito mais permeável", diz Jorge, deflagrando que, diferente do tipo de movimentação mais incisiva que se tornou marca do grupo, a proposta de um corpo vulnerável é o mote do novo trabalho. O público encontra, nesses espaços públicos, com imagens de homens que se tocam com afetividade e sensualidade, em uma recepção gentil do outro, que pretende se inscrever fora dos estereótipos do masculino. 

A câmera é uma presença constante nas performances do grupo. Grua e SETe são nomenclaturas que fazem referência à relação com o cinema, muito a partir da experiência de Osmar Zampieri, videomaker e documentarista. A vivência junto às comunidades ribeirinhas desembocou no documentário Grua Navegantes, assinado por Osmar. Além disso, o cineasta Heitor Dhalia foi convidado para produzir, a partir da gravação de SETe, um filme de dança, que deve ser lançado no mês de outubro. 

SETe, que conta com o elenco formado por Henrique Lima, Fernando Martins, Jerônimo Bittencourt, Roberto Alencar e Alexandre Magno, além de Jorge e Osmar, foi contemplado pela 23ª Edição do Fomento à Dança de São Paulo, e é visto como um momento em que o grupo se permitiu fazer perguntas, advindas desses 16 anos de história, e ser vulnerável diante delas. 

Já imaginou caminhar pelas ruas do centro de São Paulo e cruzar com sete homens, vestidos com ternos, em uma performance de dança? Apesar de parecer improvável, muitos daqueles que circulam pelas rotas paulistanas terão a oportunidade de encontrar com uma cena assim: o Grua - Gentleman de Rua estreia SETe, que encerra temporada nesta sexta, 17, em horário comercial, em diversos lugares do centro da cidade.

Tudo começou em 2002, quando Jorge Garcia, Willy Helm, Laudinei Delgado e Aguinaldo Bueno, todos, à época, bailarinos do Balé da Cidade de São Paulo (BCSP), compartilharam o desejo de ter uma experiência de dança diferente da que estavam acostumados. "A gente foi pra rua, porque tinha necessidade de improvisar. Então, estabelecemos as terças-feiras, sempre na Paulista, como se fosse o dia de uma pelada, durante a semana, só que de dança", conta Jorge Garcia, diretor do grupo, ao lado de Osmar Zampieri e Willy Helm, sobre o início despretensioso do projeto.

Grupo Grua - Gentleman de Rua apresenta a coreografia 'SETe' Foto: Silvia Machado

Ainda neste começo, surgiu a proposta das roupas sociais. "Começamos com roupas normais, mas aconteceram algumas situações estranhas. Então, na Paulista, pensamos que o terno poderia dar mais credibilidade ao que estávamos fazendo ali, porque construía uma figura que se confundia com o ambiente", explica Jorge. E os ternos pretos, que atualmente são assinados pelo figurinista e estilista João Pimenta, permaneceram, apesar dos corpos serem realmente de passagem. 

Em seus 16 anos de existência, o grupo investiu em uma única performance, Corpos de Passagem, que rodou o mundo, mas sempre com a proposta de convidar pessoas diferentes a cada nova apresentação, variando, inclusive, o número de bailarinos. Os únicos que se mantinham eram os três diretores. A performance se transforma de acordo com os participantes, que entram no jogo do improviso com referências diversas. Só recentemente, já em SETe, que o Grua passou a manter um elenco fixo.

SETe aconteceu a partir de um marco na trajetória do grupo: a experiência com as comunidades ribeirinhas, às margens do Rio São Francisco. "Era a natureza, era o rio, eram lugares que estabeleciam com clareza: vocês vão até aqui, esse é o limite de vocês. A gente se viu como nada naquela imensidão, e começamos a dar realmente espaço para o outro", enfatiza Osmar, que também era ex-bailarino do BCSP e chegou ao grupo em 2003, depois de regressar de um período na Alemanha, ao que Jorge complementa: "O Rio São Francisco foi um divisor de águas nesse lugar do 'gentil', porque nós colocávamos os ternos às 6h da manhã e passávamos o dia todo no barquinho, entrando em comunidades. As famílias levavam a gente pra dentro da casa com uma gentileza muito diferente". 

Uma autocrítica passou a fazer parte do cotidiano do Grua, porque, em sendo bailarinos formados no contexto de cias oficias, a mudança de padrão de criação não acontece imediatamente, quando se transpõe o palco para a rua: "Era preciso desconstruir esse ideal de masculino, da testosterona; chegar nesse lugar na posição de quem também quer receber, perceber, trocar, se relacionar, de olhar pro outro de um jeito mais permeável", diz Jorge, deflagrando que, diferente do tipo de movimentação mais incisiva que se tornou marca do grupo, a proposta de um corpo vulnerável é o mote do novo trabalho. O público encontra, nesses espaços públicos, com imagens de homens que se tocam com afetividade e sensualidade, em uma recepção gentil do outro, que pretende se inscrever fora dos estereótipos do masculino. 

A câmera é uma presença constante nas performances do grupo. Grua e SETe são nomenclaturas que fazem referência à relação com o cinema, muito a partir da experiência de Osmar Zampieri, videomaker e documentarista. A vivência junto às comunidades ribeirinhas desembocou no documentário Grua Navegantes, assinado por Osmar. Além disso, o cineasta Heitor Dhalia foi convidado para produzir, a partir da gravação de SETe, um filme de dança, que deve ser lançado no mês de outubro. 

SETe, que conta com o elenco formado por Henrique Lima, Fernando Martins, Jerônimo Bittencourt, Roberto Alencar e Alexandre Magno, além de Jorge e Osmar, foi contemplado pela 23ª Edição do Fomento à Dança de São Paulo, e é visto como um momento em que o grupo se permitiu fazer perguntas, advindas desses 16 anos de história, e ser vulnerável diante delas. 

Já imaginou caminhar pelas ruas do centro de São Paulo e cruzar com sete homens, vestidos com ternos, em uma performance de dança? Apesar de parecer improvável, muitos daqueles que circulam pelas rotas paulistanas terão a oportunidade de encontrar com uma cena assim: o Grua - Gentleman de Rua estreia SETe, que encerra temporada nesta sexta, 17, em horário comercial, em diversos lugares do centro da cidade.

Tudo começou em 2002, quando Jorge Garcia, Willy Helm, Laudinei Delgado e Aguinaldo Bueno, todos, à época, bailarinos do Balé da Cidade de São Paulo (BCSP), compartilharam o desejo de ter uma experiência de dança diferente da que estavam acostumados. "A gente foi pra rua, porque tinha necessidade de improvisar. Então, estabelecemos as terças-feiras, sempre na Paulista, como se fosse o dia de uma pelada, durante a semana, só que de dança", conta Jorge Garcia, diretor do grupo, ao lado de Osmar Zampieri e Willy Helm, sobre o início despretensioso do projeto.

Grupo Grua - Gentleman de Rua apresenta a coreografia 'SETe' Foto: Silvia Machado

Ainda neste começo, surgiu a proposta das roupas sociais. "Começamos com roupas normais, mas aconteceram algumas situações estranhas. Então, na Paulista, pensamos que o terno poderia dar mais credibilidade ao que estávamos fazendo ali, porque construía uma figura que se confundia com o ambiente", explica Jorge. E os ternos pretos, que atualmente são assinados pelo figurinista e estilista João Pimenta, permaneceram, apesar dos corpos serem realmente de passagem. 

Em seus 16 anos de existência, o grupo investiu em uma única performance, Corpos de Passagem, que rodou o mundo, mas sempre com a proposta de convidar pessoas diferentes a cada nova apresentação, variando, inclusive, o número de bailarinos. Os únicos que se mantinham eram os três diretores. A performance se transforma de acordo com os participantes, que entram no jogo do improviso com referências diversas. Só recentemente, já em SETe, que o Grua passou a manter um elenco fixo.

SETe aconteceu a partir de um marco na trajetória do grupo: a experiência com as comunidades ribeirinhas, às margens do Rio São Francisco. "Era a natureza, era o rio, eram lugares que estabeleciam com clareza: vocês vão até aqui, esse é o limite de vocês. A gente se viu como nada naquela imensidão, e começamos a dar realmente espaço para o outro", enfatiza Osmar, que também era ex-bailarino do BCSP e chegou ao grupo em 2003, depois de regressar de um período na Alemanha, ao que Jorge complementa: "O Rio São Francisco foi um divisor de águas nesse lugar do 'gentil', porque nós colocávamos os ternos às 6h da manhã e passávamos o dia todo no barquinho, entrando em comunidades. As famílias levavam a gente pra dentro da casa com uma gentileza muito diferente". 

Uma autocrítica passou a fazer parte do cotidiano do Grua, porque, em sendo bailarinos formados no contexto de cias oficias, a mudança de padrão de criação não acontece imediatamente, quando se transpõe o palco para a rua: "Era preciso desconstruir esse ideal de masculino, da testosterona; chegar nesse lugar na posição de quem também quer receber, perceber, trocar, se relacionar, de olhar pro outro de um jeito mais permeável", diz Jorge, deflagrando que, diferente do tipo de movimentação mais incisiva que se tornou marca do grupo, a proposta de um corpo vulnerável é o mote do novo trabalho. O público encontra, nesses espaços públicos, com imagens de homens que se tocam com afetividade e sensualidade, em uma recepção gentil do outro, que pretende se inscrever fora dos estereótipos do masculino. 

A câmera é uma presença constante nas performances do grupo. Grua e SETe são nomenclaturas que fazem referência à relação com o cinema, muito a partir da experiência de Osmar Zampieri, videomaker e documentarista. A vivência junto às comunidades ribeirinhas desembocou no documentário Grua Navegantes, assinado por Osmar. Além disso, o cineasta Heitor Dhalia foi convidado para produzir, a partir da gravação de SETe, um filme de dança, que deve ser lançado no mês de outubro. 

SETe, que conta com o elenco formado por Henrique Lima, Fernando Martins, Jerônimo Bittencourt, Roberto Alencar e Alexandre Magno, além de Jorge e Osmar, foi contemplado pela 23ª Edição do Fomento à Dança de São Paulo, e é visto como um momento em que o grupo se permitiu fazer perguntas, advindas desses 16 anos de história, e ser vulnerável diante delas. 

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