Livro reúne peças em que Gerald Thomas reflete sobre o teatro


Material comprova como trabalho do encenador traz o registro da força da palavra no palco

Por Ubiratan Brasil

As palavras pulsam no texto teatral de Gerald Thomas - os diálogos, criados especialmente para os atores que vão proferi-los, transformam a narrativa em um fluxo de consciência, remetendo quase à escrita surrealista, e ainda sugerem ser algo em constante construção, crescendo a cada apresentação da peça. “Já houve texto que, no início da temporada, a primeira cena demorava uns poucos minutos e, depois de algumas sessões, durava muito mais, pois sempre é, para mim, uma obra em construção”, diz ele.

Para Gerald, o teatro é um pequeno universo Foto: Werther Santana/Estadão

O texto integral de 24 peças escritas pelo diretor em diferentes épocas compõem o livro Um Circo de Rins e Fígados: o Teatro de Gerald Thomas, que a Edições Sesc São Paulo lança nesta quarta-feira, 11, na unidade da Avenida Paulista. Estão ali peças que se tornaram míticas, como Carmem Com Filtro 2, Eletra com Creta e The Flash and the Crash Days, e até uma mais recente, que inspira o título do livro e que foi escrita especialmente para Marco Nanini.

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Ao notar o trabalho em conjunto, algo que nunca tinha feito antes, Thomas descobriu que havia um grupo de palavras que se repetiam: morte, cegueira, justiça, Kafka, Deus, luta política. “Creio que essa insistência é fruto das minhas leituras, especialmente da obra de Giordano Bruno e Giambattista Vico, gênios solitários que refletiam sobre religião e política”, comenta.

“O teatro de Gerald Thomas é um teatro de gestos e fragmentos, cujo sentido se expande entre todos os elementos que compõem a cena. Um terreno no qual a desordem e a diluição de identidades se contaminam”, escreve Adriana Maciel, organizadora do volume, que conta ainda com ensaios do jornalista Dirceu Alves Jr. e da professora de teoria do teatro Flora Süssekind. Ela observa a força que o texto de Thomas adquire ao ser constantemente modificado, ampliado.

“Sua escrita é um gesto contínuo de repetição e invenção. Cada uma das expressões artísticas dá sentido à cena; o texto é mola propulsora das montagens, mas dificilmente se poderia pensar que toda a estrutura vem dele”, completa.

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De fato, a força vem do conjunto, desde o texto original até a concepção da luz e a trilha sonora.

Ao longo de sua carreira, Thomas criou uma estética que elaborava de forma particular os recursos teatrais - afinal, para ele, uma peça teatral tem o contorno de um organismo vivo. “Quando o ator respira, o público está respirando junto; então, o nosso pulmão atinge o pulmão do público. Logo, o teatro funciona como um órgão enorme, um coração, por exemplo, que inspira e expira, e o público inspira e expira junto com o ator. Isso faz com que o teatro se transforme em um pequeno universo”, observa ele, em citação retirada do livro.

Tamanha intimidade com o fazer teatral torna absurda sua declaração de que não gosta do teatro, apenas o usa para o seu prazer. “Não consigo assistir a uma peça na plateia - tenho de ficar na lateral, na coxia, onde posso sussurrar algo para os atores”, explica ele, que atualmente prepara a montagem de Gastrointestinal Prayer, um solo com a atriz Lotte Andersen que estreia em Copenhagen, em março de 2020. Para o Brasil, ele está escrevendo uma nova peça inspirada em Rembrandt, prevista para estrear em São Paulo no segundo semestre de 2020.

As palavras pulsam no texto teatral de Gerald Thomas - os diálogos, criados especialmente para os atores que vão proferi-los, transformam a narrativa em um fluxo de consciência, remetendo quase à escrita surrealista, e ainda sugerem ser algo em constante construção, crescendo a cada apresentação da peça. “Já houve texto que, no início da temporada, a primeira cena demorava uns poucos minutos e, depois de algumas sessões, durava muito mais, pois sempre é, para mim, uma obra em construção”, diz ele.

Para Gerald, o teatro é um pequeno universo Foto: Werther Santana/Estadão

O texto integral de 24 peças escritas pelo diretor em diferentes épocas compõem o livro Um Circo de Rins e Fígados: o Teatro de Gerald Thomas, que a Edições Sesc São Paulo lança nesta quarta-feira, 11, na unidade da Avenida Paulista. Estão ali peças que se tornaram míticas, como Carmem Com Filtro 2, Eletra com Creta e The Flash and the Crash Days, e até uma mais recente, que inspira o título do livro e que foi escrita especialmente para Marco Nanini.

Ao notar o trabalho em conjunto, algo que nunca tinha feito antes, Thomas descobriu que havia um grupo de palavras que se repetiam: morte, cegueira, justiça, Kafka, Deus, luta política. “Creio que essa insistência é fruto das minhas leituras, especialmente da obra de Giordano Bruno e Giambattista Vico, gênios solitários que refletiam sobre religião e política”, comenta.

“O teatro de Gerald Thomas é um teatro de gestos e fragmentos, cujo sentido se expande entre todos os elementos que compõem a cena. Um terreno no qual a desordem e a diluição de identidades se contaminam”, escreve Adriana Maciel, organizadora do volume, que conta ainda com ensaios do jornalista Dirceu Alves Jr. e da professora de teoria do teatro Flora Süssekind. Ela observa a força que o texto de Thomas adquire ao ser constantemente modificado, ampliado.

“Sua escrita é um gesto contínuo de repetição e invenção. Cada uma das expressões artísticas dá sentido à cena; o texto é mola propulsora das montagens, mas dificilmente se poderia pensar que toda a estrutura vem dele”, completa.

De fato, a força vem do conjunto, desde o texto original até a concepção da luz e a trilha sonora.

Ao longo de sua carreira, Thomas criou uma estética que elaborava de forma particular os recursos teatrais - afinal, para ele, uma peça teatral tem o contorno de um organismo vivo. “Quando o ator respira, o público está respirando junto; então, o nosso pulmão atinge o pulmão do público. Logo, o teatro funciona como um órgão enorme, um coração, por exemplo, que inspira e expira, e o público inspira e expira junto com o ator. Isso faz com que o teatro se transforme em um pequeno universo”, observa ele, em citação retirada do livro.

Tamanha intimidade com o fazer teatral torna absurda sua declaração de que não gosta do teatro, apenas o usa para o seu prazer. “Não consigo assistir a uma peça na plateia - tenho de ficar na lateral, na coxia, onde posso sussurrar algo para os atores”, explica ele, que atualmente prepara a montagem de Gastrointestinal Prayer, um solo com a atriz Lotte Andersen que estreia em Copenhagen, em março de 2020. Para o Brasil, ele está escrevendo uma nova peça inspirada em Rembrandt, prevista para estrear em São Paulo no segundo semestre de 2020.

As palavras pulsam no texto teatral de Gerald Thomas - os diálogos, criados especialmente para os atores que vão proferi-los, transformam a narrativa em um fluxo de consciência, remetendo quase à escrita surrealista, e ainda sugerem ser algo em constante construção, crescendo a cada apresentação da peça. “Já houve texto que, no início da temporada, a primeira cena demorava uns poucos minutos e, depois de algumas sessões, durava muito mais, pois sempre é, para mim, uma obra em construção”, diz ele.

Para Gerald, o teatro é um pequeno universo Foto: Werther Santana/Estadão

O texto integral de 24 peças escritas pelo diretor em diferentes épocas compõem o livro Um Circo de Rins e Fígados: o Teatro de Gerald Thomas, que a Edições Sesc São Paulo lança nesta quarta-feira, 11, na unidade da Avenida Paulista. Estão ali peças que se tornaram míticas, como Carmem Com Filtro 2, Eletra com Creta e The Flash and the Crash Days, e até uma mais recente, que inspira o título do livro e que foi escrita especialmente para Marco Nanini.

Ao notar o trabalho em conjunto, algo que nunca tinha feito antes, Thomas descobriu que havia um grupo de palavras que se repetiam: morte, cegueira, justiça, Kafka, Deus, luta política. “Creio que essa insistência é fruto das minhas leituras, especialmente da obra de Giordano Bruno e Giambattista Vico, gênios solitários que refletiam sobre religião e política”, comenta.

“O teatro de Gerald Thomas é um teatro de gestos e fragmentos, cujo sentido se expande entre todos os elementos que compõem a cena. Um terreno no qual a desordem e a diluição de identidades se contaminam”, escreve Adriana Maciel, organizadora do volume, que conta ainda com ensaios do jornalista Dirceu Alves Jr. e da professora de teoria do teatro Flora Süssekind. Ela observa a força que o texto de Thomas adquire ao ser constantemente modificado, ampliado.

“Sua escrita é um gesto contínuo de repetição e invenção. Cada uma das expressões artísticas dá sentido à cena; o texto é mola propulsora das montagens, mas dificilmente se poderia pensar que toda a estrutura vem dele”, completa.

De fato, a força vem do conjunto, desde o texto original até a concepção da luz e a trilha sonora.

Ao longo de sua carreira, Thomas criou uma estética que elaborava de forma particular os recursos teatrais - afinal, para ele, uma peça teatral tem o contorno de um organismo vivo. “Quando o ator respira, o público está respirando junto; então, o nosso pulmão atinge o pulmão do público. Logo, o teatro funciona como um órgão enorme, um coração, por exemplo, que inspira e expira, e o público inspira e expira junto com o ator. Isso faz com que o teatro se transforme em um pequeno universo”, observa ele, em citação retirada do livro.

Tamanha intimidade com o fazer teatral torna absurda sua declaração de que não gosta do teatro, apenas o usa para o seu prazer. “Não consigo assistir a uma peça na plateia - tenho de ficar na lateral, na coxia, onde posso sussurrar algo para os atores”, explica ele, que atualmente prepara a montagem de Gastrointestinal Prayer, um solo com a atriz Lotte Andersen que estreia em Copenhagen, em março de 2020. Para o Brasil, ele está escrevendo uma nova peça inspirada em Rembrandt, prevista para estrear em São Paulo no segundo semestre de 2020.

As palavras pulsam no texto teatral de Gerald Thomas - os diálogos, criados especialmente para os atores que vão proferi-los, transformam a narrativa em um fluxo de consciência, remetendo quase à escrita surrealista, e ainda sugerem ser algo em constante construção, crescendo a cada apresentação da peça. “Já houve texto que, no início da temporada, a primeira cena demorava uns poucos minutos e, depois de algumas sessões, durava muito mais, pois sempre é, para mim, uma obra em construção”, diz ele.

Para Gerald, o teatro é um pequeno universo Foto: Werther Santana/Estadão

O texto integral de 24 peças escritas pelo diretor em diferentes épocas compõem o livro Um Circo de Rins e Fígados: o Teatro de Gerald Thomas, que a Edições Sesc São Paulo lança nesta quarta-feira, 11, na unidade da Avenida Paulista. Estão ali peças que se tornaram míticas, como Carmem Com Filtro 2, Eletra com Creta e The Flash and the Crash Days, e até uma mais recente, que inspira o título do livro e que foi escrita especialmente para Marco Nanini.

Ao notar o trabalho em conjunto, algo que nunca tinha feito antes, Thomas descobriu que havia um grupo de palavras que se repetiam: morte, cegueira, justiça, Kafka, Deus, luta política. “Creio que essa insistência é fruto das minhas leituras, especialmente da obra de Giordano Bruno e Giambattista Vico, gênios solitários que refletiam sobre religião e política”, comenta.

“O teatro de Gerald Thomas é um teatro de gestos e fragmentos, cujo sentido se expande entre todos os elementos que compõem a cena. Um terreno no qual a desordem e a diluição de identidades se contaminam”, escreve Adriana Maciel, organizadora do volume, que conta ainda com ensaios do jornalista Dirceu Alves Jr. e da professora de teoria do teatro Flora Süssekind. Ela observa a força que o texto de Thomas adquire ao ser constantemente modificado, ampliado.

“Sua escrita é um gesto contínuo de repetição e invenção. Cada uma das expressões artísticas dá sentido à cena; o texto é mola propulsora das montagens, mas dificilmente se poderia pensar que toda a estrutura vem dele”, completa.

De fato, a força vem do conjunto, desde o texto original até a concepção da luz e a trilha sonora.

Ao longo de sua carreira, Thomas criou uma estética que elaborava de forma particular os recursos teatrais - afinal, para ele, uma peça teatral tem o contorno de um organismo vivo. “Quando o ator respira, o público está respirando junto; então, o nosso pulmão atinge o pulmão do público. Logo, o teatro funciona como um órgão enorme, um coração, por exemplo, que inspira e expira, e o público inspira e expira junto com o ator. Isso faz com que o teatro se transforme em um pequeno universo”, observa ele, em citação retirada do livro.

Tamanha intimidade com o fazer teatral torna absurda sua declaração de que não gosta do teatro, apenas o usa para o seu prazer. “Não consigo assistir a uma peça na plateia - tenho de ficar na lateral, na coxia, onde posso sussurrar algo para os atores”, explica ele, que atualmente prepara a montagem de Gastrointestinal Prayer, um solo com a atriz Lotte Andersen que estreia em Copenhagen, em março de 2020. Para o Brasil, ele está escrevendo uma nova peça inspirada em Rembrandt, prevista para estrear em São Paulo no segundo semestre de 2020.

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