Trump exibe face oculta com apoio de extremistas em comício


Jornalista investigativo revela que a violência de ultradireita, além de ter crescido, supera o extremismo de grupos islâmicos

Por Lúcia Guimarães

“Sou um nacionalista, OK? Usem esta palavra, usem esta palavra.”  (Donald Trump em comício, no dia 22 de outubro.) Quando se declarou nacionalista no comício no Texas, na segunda-feira, Donald Trump foi recebido com urros de U.S.A!, U.S.A!. Logo em seguida, sugeriu que tinha sido aconselhado a evitar a palavra radioativa. Sabia o motivo, a exortação não sugeria civismo ou patriotismo e sim nacionalismo branco. O recado foi recebido.

O jornalista investigativo David Neiwert, autor de 'Alt-America' Foto: Gil Algerter

“No primeiro mês após a eleição do presidente, em novembro de 2016, houve mais de mil incidentes de chamados crimes de ódio,” diz ao Estado David Neiwert, autor de Alt-America, The Rise of the Radical Right in the Age of Trump (Alt-América, A Ascensão da Direita Radical na Era de Trump). Crimes de ódio, especialmente contra minorias raciais e judeus subiram quatro anos seguidos e, em 2017, registraram aumento de 12.5%.

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Há mais de duas décadas, Neiwert monitora extremismo de direita nos EUA e é considerado um dos melhores conhecedores dos principais grupos, que exibem características diversas. “As milícias,” explica Neiwert, “são encontradas em regiões rurais e se aglutinam em torno da posse de armas e da hostilidade a qualquer intervenção do governo. Já os nacionalistas brancos tendem a morar em subúrbios e há entre eles muitos jovens, inclusive os afluentes.”

O livro do repórter investigativo revela que a violência fascista ou deultradireita, além de ter crescido expressivamente, a partir dos anos 1990, supera o extremismo inspirado por outras ideologias ou grupos islâmicos. E por que aquele período, que coincidiu com a presidência Clinton? Neiwert lembra que o então presidente, além de ser visto como liberal,ajudou a passar, em 1994, a proibição de 19 tipos de armas de assalto, mais tarde derrubada sob o governo de George W. Bush. “A restrição às armas foi combustível para bastante paranoia entre os membros de milícias,” afirma Neiwert. No ano seguinte, Timothy McVeigh usou a proibição das armas de assalto para justificar a bomba que colocou no prédio público de Oklahoma City, matando 168 pessoas. Além disso, a tecnologia digital que emergiu naquela década permitiu que grupos isolados se conectassem por email ou em fóruns.

O apoio de grupos como a Ku Klux Klan a Donald Trump na campanha de 2016 não significa, é claro, que o presidente estivesse alinhado com os extremistas. Mas ele resistiu a denunciar o apoio e, a certa altura, fingiu não saber quem era seu fã, o célebre David Duke, ex-líder da KKK e depois deputado estadual. E houve o caso de Charlottesville, em agosto de 2017, quando o presidente disse que havia gente boa dos dois lados, um deles o de neonazistas e nacionalistas brancos. David Neiwert me diz que não se sentiu em nada surpreendido pela violência em Charlottesville, já que conhece bem o mundo que a maioria da população subestimava.

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“O presidente não é um ideólogo,” argumenta o jornalista, “é apenas um facilitador de comportamentos e atitudes.” Neiwert escreve em Alt-America que a diferença hoje é o fato de grupos diferentes terem, pela primeira vez, coalescido em torno de um presidente eleito.

O autor descreve a “bolha epistemólogica” da ultra direita como uma das armas mais poderosas para unir e isolar grupos em torno de teorias conspiratórias, como a alegação de que Barack Obama é um muçulmano nascido no Quênia. Sem a emergência da mídia de ultra direita, como o site Breitbart, que era dirigido pelo ex-conselheiro político do presidente, Steve Bannon, não haveria tanta força nesta bolha, diz Neiwert.

“Sou um nacionalista, OK? Usem esta palavra, usem esta palavra.”  (Donald Trump em comício, no dia 22 de outubro.) Quando se declarou nacionalista no comício no Texas, na segunda-feira, Donald Trump foi recebido com urros de U.S.A!, U.S.A!. Logo em seguida, sugeriu que tinha sido aconselhado a evitar a palavra radioativa. Sabia o motivo, a exortação não sugeria civismo ou patriotismo e sim nacionalismo branco. O recado foi recebido.

O jornalista investigativo David Neiwert, autor de 'Alt-America' Foto: Gil Algerter

“No primeiro mês após a eleição do presidente, em novembro de 2016, houve mais de mil incidentes de chamados crimes de ódio,” diz ao Estado David Neiwert, autor de Alt-America, The Rise of the Radical Right in the Age of Trump (Alt-América, A Ascensão da Direita Radical na Era de Trump). Crimes de ódio, especialmente contra minorias raciais e judeus subiram quatro anos seguidos e, em 2017, registraram aumento de 12.5%.

Há mais de duas décadas, Neiwert monitora extremismo de direita nos EUA e é considerado um dos melhores conhecedores dos principais grupos, que exibem características diversas. “As milícias,” explica Neiwert, “são encontradas em regiões rurais e se aglutinam em torno da posse de armas e da hostilidade a qualquer intervenção do governo. Já os nacionalistas brancos tendem a morar em subúrbios e há entre eles muitos jovens, inclusive os afluentes.”

O livro do repórter investigativo revela que a violência fascista ou deultradireita, além de ter crescido expressivamente, a partir dos anos 1990, supera o extremismo inspirado por outras ideologias ou grupos islâmicos. E por que aquele período, que coincidiu com a presidência Clinton? Neiwert lembra que o então presidente, além de ser visto como liberal,ajudou a passar, em 1994, a proibição de 19 tipos de armas de assalto, mais tarde derrubada sob o governo de George W. Bush. “A restrição às armas foi combustível para bastante paranoia entre os membros de milícias,” afirma Neiwert. No ano seguinte, Timothy McVeigh usou a proibição das armas de assalto para justificar a bomba que colocou no prédio público de Oklahoma City, matando 168 pessoas. Além disso, a tecnologia digital que emergiu naquela década permitiu que grupos isolados se conectassem por email ou em fóruns.

O apoio de grupos como a Ku Klux Klan a Donald Trump na campanha de 2016 não significa, é claro, que o presidente estivesse alinhado com os extremistas. Mas ele resistiu a denunciar o apoio e, a certa altura, fingiu não saber quem era seu fã, o célebre David Duke, ex-líder da KKK e depois deputado estadual. E houve o caso de Charlottesville, em agosto de 2017, quando o presidente disse que havia gente boa dos dois lados, um deles o de neonazistas e nacionalistas brancos. David Neiwert me diz que não se sentiu em nada surpreendido pela violência em Charlottesville, já que conhece bem o mundo que a maioria da população subestimava.

“O presidente não é um ideólogo,” argumenta o jornalista, “é apenas um facilitador de comportamentos e atitudes.” Neiwert escreve em Alt-America que a diferença hoje é o fato de grupos diferentes terem, pela primeira vez, coalescido em torno de um presidente eleito.

O autor descreve a “bolha epistemólogica” da ultra direita como uma das armas mais poderosas para unir e isolar grupos em torno de teorias conspiratórias, como a alegação de que Barack Obama é um muçulmano nascido no Quênia. Sem a emergência da mídia de ultra direita, como o site Breitbart, que era dirigido pelo ex-conselheiro político do presidente, Steve Bannon, não haveria tanta força nesta bolha, diz Neiwert.

“Sou um nacionalista, OK? Usem esta palavra, usem esta palavra.”  (Donald Trump em comício, no dia 22 de outubro.) Quando se declarou nacionalista no comício no Texas, na segunda-feira, Donald Trump foi recebido com urros de U.S.A!, U.S.A!. Logo em seguida, sugeriu que tinha sido aconselhado a evitar a palavra radioativa. Sabia o motivo, a exortação não sugeria civismo ou patriotismo e sim nacionalismo branco. O recado foi recebido.

O jornalista investigativo David Neiwert, autor de 'Alt-America' Foto: Gil Algerter

“No primeiro mês após a eleição do presidente, em novembro de 2016, houve mais de mil incidentes de chamados crimes de ódio,” diz ao Estado David Neiwert, autor de Alt-America, The Rise of the Radical Right in the Age of Trump (Alt-América, A Ascensão da Direita Radical na Era de Trump). Crimes de ódio, especialmente contra minorias raciais e judeus subiram quatro anos seguidos e, em 2017, registraram aumento de 12.5%.

Há mais de duas décadas, Neiwert monitora extremismo de direita nos EUA e é considerado um dos melhores conhecedores dos principais grupos, que exibem características diversas. “As milícias,” explica Neiwert, “são encontradas em regiões rurais e se aglutinam em torno da posse de armas e da hostilidade a qualquer intervenção do governo. Já os nacionalistas brancos tendem a morar em subúrbios e há entre eles muitos jovens, inclusive os afluentes.”

O livro do repórter investigativo revela que a violência fascista ou deultradireita, além de ter crescido expressivamente, a partir dos anos 1990, supera o extremismo inspirado por outras ideologias ou grupos islâmicos. E por que aquele período, que coincidiu com a presidência Clinton? Neiwert lembra que o então presidente, além de ser visto como liberal,ajudou a passar, em 1994, a proibição de 19 tipos de armas de assalto, mais tarde derrubada sob o governo de George W. Bush. “A restrição às armas foi combustível para bastante paranoia entre os membros de milícias,” afirma Neiwert. No ano seguinte, Timothy McVeigh usou a proibição das armas de assalto para justificar a bomba que colocou no prédio público de Oklahoma City, matando 168 pessoas. Além disso, a tecnologia digital que emergiu naquela década permitiu que grupos isolados se conectassem por email ou em fóruns.

O apoio de grupos como a Ku Klux Klan a Donald Trump na campanha de 2016 não significa, é claro, que o presidente estivesse alinhado com os extremistas. Mas ele resistiu a denunciar o apoio e, a certa altura, fingiu não saber quem era seu fã, o célebre David Duke, ex-líder da KKK e depois deputado estadual. E houve o caso de Charlottesville, em agosto de 2017, quando o presidente disse que havia gente boa dos dois lados, um deles o de neonazistas e nacionalistas brancos. David Neiwert me diz que não se sentiu em nada surpreendido pela violência em Charlottesville, já que conhece bem o mundo que a maioria da população subestimava.

“O presidente não é um ideólogo,” argumenta o jornalista, “é apenas um facilitador de comportamentos e atitudes.” Neiwert escreve em Alt-America que a diferença hoje é o fato de grupos diferentes terem, pela primeira vez, coalescido em torno de um presidente eleito.

O autor descreve a “bolha epistemólogica” da ultra direita como uma das armas mais poderosas para unir e isolar grupos em torno de teorias conspiratórias, como a alegação de que Barack Obama é um muçulmano nascido no Quênia. Sem a emergência da mídia de ultra direita, como o site Breitbart, que era dirigido pelo ex-conselheiro político do presidente, Steve Bannon, não haveria tanta força nesta bolha, diz Neiwert.

“Sou um nacionalista, OK? Usem esta palavra, usem esta palavra.”  (Donald Trump em comício, no dia 22 de outubro.) Quando se declarou nacionalista no comício no Texas, na segunda-feira, Donald Trump foi recebido com urros de U.S.A!, U.S.A!. Logo em seguida, sugeriu que tinha sido aconselhado a evitar a palavra radioativa. Sabia o motivo, a exortação não sugeria civismo ou patriotismo e sim nacionalismo branco. O recado foi recebido.

O jornalista investigativo David Neiwert, autor de 'Alt-America' Foto: Gil Algerter

“No primeiro mês após a eleição do presidente, em novembro de 2016, houve mais de mil incidentes de chamados crimes de ódio,” diz ao Estado David Neiwert, autor de Alt-America, The Rise of the Radical Right in the Age of Trump (Alt-América, A Ascensão da Direita Radical na Era de Trump). Crimes de ódio, especialmente contra minorias raciais e judeus subiram quatro anos seguidos e, em 2017, registraram aumento de 12.5%.

Há mais de duas décadas, Neiwert monitora extremismo de direita nos EUA e é considerado um dos melhores conhecedores dos principais grupos, que exibem características diversas. “As milícias,” explica Neiwert, “são encontradas em regiões rurais e se aglutinam em torno da posse de armas e da hostilidade a qualquer intervenção do governo. Já os nacionalistas brancos tendem a morar em subúrbios e há entre eles muitos jovens, inclusive os afluentes.”

O livro do repórter investigativo revela que a violência fascista ou deultradireita, além de ter crescido expressivamente, a partir dos anos 1990, supera o extremismo inspirado por outras ideologias ou grupos islâmicos. E por que aquele período, que coincidiu com a presidência Clinton? Neiwert lembra que o então presidente, além de ser visto como liberal,ajudou a passar, em 1994, a proibição de 19 tipos de armas de assalto, mais tarde derrubada sob o governo de George W. Bush. “A restrição às armas foi combustível para bastante paranoia entre os membros de milícias,” afirma Neiwert. No ano seguinte, Timothy McVeigh usou a proibição das armas de assalto para justificar a bomba que colocou no prédio público de Oklahoma City, matando 168 pessoas. Além disso, a tecnologia digital que emergiu naquela década permitiu que grupos isolados se conectassem por email ou em fóruns.

O apoio de grupos como a Ku Klux Klan a Donald Trump na campanha de 2016 não significa, é claro, que o presidente estivesse alinhado com os extremistas. Mas ele resistiu a denunciar o apoio e, a certa altura, fingiu não saber quem era seu fã, o célebre David Duke, ex-líder da KKK e depois deputado estadual. E houve o caso de Charlottesville, em agosto de 2017, quando o presidente disse que havia gente boa dos dois lados, um deles o de neonazistas e nacionalistas brancos. David Neiwert me diz que não se sentiu em nada surpreendido pela violência em Charlottesville, já que conhece bem o mundo que a maioria da população subestimava.

“O presidente não é um ideólogo,” argumenta o jornalista, “é apenas um facilitador de comportamentos e atitudes.” Neiwert escreve em Alt-America que a diferença hoje é o fato de grupos diferentes terem, pela primeira vez, coalescido em torno de um presidente eleito.

O autor descreve a “bolha epistemólogica” da ultra direita como uma das armas mais poderosas para unir e isolar grupos em torno de teorias conspiratórias, como a alegação de que Barack Obama é um muçulmano nascido no Quênia. Sem a emergência da mídia de ultra direita, como o site Breitbart, que era dirigido pelo ex-conselheiro político do presidente, Steve Bannon, não haveria tanta força nesta bolha, diz Neiwert.

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