Um belo drama sobre consciência e responsabilidade


Obra coloca em pauta a questão da imigração na sociedade francesa

Por Luiz Zanin Oricchio

Há algo de muito forte, e ao mesmo tempo muito mecânico neste Três Mundos, de Catherine Corsini. O que existe de intenso é, além do estilo de filmagem, essa fricção entre instâncias diversas da sociedade francesa. O que às vezes parece artificialmente construído é a maneira como essas pessoas tão diversas se encontram e interagem. A força vem da sinceridade que a diretora mostra ao ser atingida por um estado de coisas com o qual não concorda e que agride a sua consciência. A maneira como essa indignação se arranja em uma obra dita de arte é um artifício da narração cinematográfica. Vejamos: Al (Raphaël Personnaz) é um jovem ambicioso, que tem tudo para celebrar na vida. Empregado numa próspera agência de venda de automóveis, ele vai se casar com a filha do patrão e assumir o negócio. Na farra que precede o casamento, uma despedida de solteiro entre amigos, Al atropela um desconhecido. O acidente é testemunhado por Juliette (Clotilde Hesme), que por acaso estava à janela de sua casa. A vítima é casado com Vera (Arta Dobroshi). Vem a acontecer que o atropelado vem da Moldávia e já vive alguns anos na França, na condição de trabalhador ilegal. Ele, a mulher, os amigos e toda uma comunidade que pratica o trabalho "noir", como todos sabem, a começar pelas autoridades que, no entanto, se negam a legalizá-los. É um dos dramas da Europa, relacionado com a crise econômica, guerras e outras amenidades do mundo contemporâneo. Vem sendo retratada com certa constância pelo cinema que se importa com seu meio social. De toda forma, esses três personagens, escolhidos para representar três mundos distintos, que coabitam no interior da sociedade francesa, são invulgares. A começar por Juliette que, ao contrário de se conformar com o testemunho impotente de algo que não está certo, se importa e tenta intervir. Depois por Vera, que também é um exemplo de inconformismo e disposição de ir à luta, de uma forma quase suicida. Por fim, Al, que deu um mau passo, mas não é de modo algum um canalha embrutecido. Arrepende-se do que fez, embora o tenha feito sem intenção de dano e, depois de um começo hesitante, parece sinceramente disposto a providenciar algum tipo de reparação à vítima e família. Há ainda algumas complicações na trajetória dessa trinca de protagonistas, o que aumenta a tensão entre eles, como se verá. O filme tem essa ambição de chamar atenção para um drama social, sem deixar de lado os aspectos subjetivos que o alimentam e o tornam ainda mais complexo e de difícil solução. O artificialismo quase folhetinesco de algumas situações é amplamente compensado pela consciência das consequências que a história expõe. Os três estão colocados na berlinda. Mas, talvez, a posição mais ingrata seja a de Juliette. Afinal, ela não estava diretamente envolvida no drama. Não, pelo menos até resolver tomar uma posição e, então, assumi-la até as últimas consequências. Por um imperativo ético, ela vê-se obrigada a ir até o fim, uma vez começada a ação. Francamente naturalista, essa trama é filmada com vigor, simplicidade e espontaneidade. No fundo, Três Mundos é um drama da consciência e da responsabilidade. Dimensões que a condição narcísica da modernidade faz questão de ignorar.

Há algo de muito forte, e ao mesmo tempo muito mecânico neste Três Mundos, de Catherine Corsini. O que existe de intenso é, além do estilo de filmagem, essa fricção entre instâncias diversas da sociedade francesa. O que às vezes parece artificialmente construído é a maneira como essas pessoas tão diversas se encontram e interagem. A força vem da sinceridade que a diretora mostra ao ser atingida por um estado de coisas com o qual não concorda e que agride a sua consciência. A maneira como essa indignação se arranja em uma obra dita de arte é um artifício da narração cinematográfica. Vejamos: Al (Raphaël Personnaz) é um jovem ambicioso, que tem tudo para celebrar na vida. Empregado numa próspera agência de venda de automóveis, ele vai se casar com a filha do patrão e assumir o negócio. Na farra que precede o casamento, uma despedida de solteiro entre amigos, Al atropela um desconhecido. O acidente é testemunhado por Juliette (Clotilde Hesme), que por acaso estava à janela de sua casa. A vítima é casado com Vera (Arta Dobroshi). Vem a acontecer que o atropelado vem da Moldávia e já vive alguns anos na França, na condição de trabalhador ilegal. Ele, a mulher, os amigos e toda uma comunidade que pratica o trabalho "noir", como todos sabem, a começar pelas autoridades que, no entanto, se negam a legalizá-los. É um dos dramas da Europa, relacionado com a crise econômica, guerras e outras amenidades do mundo contemporâneo. Vem sendo retratada com certa constância pelo cinema que se importa com seu meio social. De toda forma, esses três personagens, escolhidos para representar três mundos distintos, que coabitam no interior da sociedade francesa, são invulgares. A começar por Juliette que, ao contrário de se conformar com o testemunho impotente de algo que não está certo, se importa e tenta intervir. Depois por Vera, que também é um exemplo de inconformismo e disposição de ir à luta, de uma forma quase suicida. Por fim, Al, que deu um mau passo, mas não é de modo algum um canalha embrutecido. Arrepende-se do que fez, embora o tenha feito sem intenção de dano e, depois de um começo hesitante, parece sinceramente disposto a providenciar algum tipo de reparação à vítima e família. Há ainda algumas complicações na trajetória dessa trinca de protagonistas, o que aumenta a tensão entre eles, como se verá. O filme tem essa ambição de chamar atenção para um drama social, sem deixar de lado os aspectos subjetivos que o alimentam e o tornam ainda mais complexo e de difícil solução. O artificialismo quase folhetinesco de algumas situações é amplamente compensado pela consciência das consequências que a história expõe. Os três estão colocados na berlinda. Mas, talvez, a posição mais ingrata seja a de Juliette. Afinal, ela não estava diretamente envolvida no drama. Não, pelo menos até resolver tomar uma posição e, então, assumi-la até as últimas consequências. Por um imperativo ético, ela vê-se obrigada a ir até o fim, uma vez começada a ação. Francamente naturalista, essa trama é filmada com vigor, simplicidade e espontaneidade. No fundo, Três Mundos é um drama da consciência e da responsabilidade. Dimensões que a condição narcísica da modernidade faz questão de ignorar.

Há algo de muito forte, e ao mesmo tempo muito mecânico neste Três Mundos, de Catherine Corsini. O que existe de intenso é, além do estilo de filmagem, essa fricção entre instâncias diversas da sociedade francesa. O que às vezes parece artificialmente construído é a maneira como essas pessoas tão diversas se encontram e interagem. A força vem da sinceridade que a diretora mostra ao ser atingida por um estado de coisas com o qual não concorda e que agride a sua consciência. A maneira como essa indignação se arranja em uma obra dita de arte é um artifício da narração cinematográfica. Vejamos: Al (Raphaël Personnaz) é um jovem ambicioso, que tem tudo para celebrar na vida. Empregado numa próspera agência de venda de automóveis, ele vai se casar com a filha do patrão e assumir o negócio. Na farra que precede o casamento, uma despedida de solteiro entre amigos, Al atropela um desconhecido. O acidente é testemunhado por Juliette (Clotilde Hesme), que por acaso estava à janela de sua casa. A vítima é casado com Vera (Arta Dobroshi). Vem a acontecer que o atropelado vem da Moldávia e já vive alguns anos na França, na condição de trabalhador ilegal. Ele, a mulher, os amigos e toda uma comunidade que pratica o trabalho "noir", como todos sabem, a começar pelas autoridades que, no entanto, se negam a legalizá-los. É um dos dramas da Europa, relacionado com a crise econômica, guerras e outras amenidades do mundo contemporâneo. Vem sendo retratada com certa constância pelo cinema que se importa com seu meio social. De toda forma, esses três personagens, escolhidos para representar três mundos distintos, que coabitam no interior da sociedade francesa, são invulgares. A começar por Juliette que, ao contrário de se conformar com o testemunho impotente de algo que não está certo, se importa e tenta intervir. Depois por Vera, que também é um exemplo de inconformismo e disposição de ir à luta, de uma forma quase suicida. Por fim, Al, que deu um mau passo, mas não é de modo algum um canalha embrutecido. Arrepende-se do que fez, embora o tenha feito sem intenção de dano e, depois de um começo hesitante, parece sinceramente disposto a providenciar algum tipo de reparação à vítima e família. Há ainda algumas complicações na trajetória dessa trinca de protagonistas, o que aumenta a tensão entre eles, como se verá. O filme tem essa ambição de chamar atenção para um drama social, sem deixar de lado os aspectos subjetivos que o alimentam e o tornam ainda mais complexo e de difícil solução. O artificialismo quase folhetinesco de algumas situações é amplamente compensado pela consciência das consequências que a história expõe. Os três estão colocados na berlinda. Mas, talvez, a posição mais ingrata seja a de Juliette. Afinal, ela não estava diretamente envolvida no drama. Não, pelo menos até resolver tomar uma posição e, então, assumi-la até as últimas consequências. Por um imperativo ético, ela vê-se obrigada a ir até o fim, uma vez começada a ação. Francamente naturalista, essa trama é filmada com vigor, simplicidade e espontaneidade. No fundo, Três Mundos é um drama da consciência e da responsabilidade. Dimensões que a condição narcísica da modernidade faz questão de ignorar.

Há algo de muito forte, e ao mesmo tempo muito mecânico neste Três Mundos, de Catherine Corsini. O que existe de intenso é, além do estilo de filmagem, essa fricção entre instâncias diversas da sociedade francesa. O que às vezes parece artificialmente construído é a maneira como essas pessoas tão diversas se encontram e interagem. A força vem da sinceridade que a diretora mostra ao ser atingida por um estado de coisas com o qual não concorda e que agride a sua consciência. A maneira como essa indignação se arranja em uma obra dita de arte é um artifício da narração cinematográfica. Vejamos: Al (Raphaël Personnaz) é um jovem ambicioso, que tem tudo para celebrar na vida. Empregado numa próspera agência de venda de automóveis, ele vai se casar com a filha do patrão e assumir o negócio. Na farra que precede o casamento, uma despedida de solteiro entre amigos, Al atropela um desconhecido. O acidente é testemunhado por Juliette (Clotilde Hesme), que por acaso estava à janela de sua casa. A vítima é casado com Vera (Arta Dobroshi). Vem a acontecer que o atropelado vem da Moldávia e já vive alguns anos na França, na condição de trabalhador ilegal. Ele, a mulher, os amigos e toda uma comunidade que pratica o trabalho "noir", como todos sabem, a começar pelas autoridades que, no entanto, se negam a legalizá-los. É um dos dramas da Europa, relacionado com a crise econômica, guerras e outras amenidades do mundo contemporâneo. Vem sendo retratada com certa constância pelo cinema que se importa com seu meio social. De toda forma, esses três personagens, escolhidos para representar três mundos distintos, que coabitam no interior da sociedade francesa, são invulgares. A começar por Juliette que, ao contrário de se conformar com o testemunho impotente de algo que não está certo, se importa e tenta intervir. Depois por Vera, que também é um exemplo de inconformismo e disposição de ir à luta, de uma forma quase suicida. Por fim, Al, que deu um mau passo, mas não é de modo algum um canalha embrutecido. Arrepende-se do que fez, embora o tenha feito sem intenção de dano e, depois de um começo hesitante, parece sinceramente disposto a providenciar algum tipo de reparação à vítima e família. Há ainda algumas complicações na trajetória dessa trinca de protagonistas, o que aumenta a tensão entre eles, como se verá. O filme tem essa ambição de chamar atenção para um drama social, sem deixar de lado os aspectos subjetivos que o alimentam e o tornam ainda mais complexo e de difícil solução. O artificialismo quase folhetinesco de algumas situações é amplamente compensado pela consciência das consequências que a história expõe. Os três estão colocados na berlinda. Mas, talvez, a posição mais ingrata seja a de Juliette. Afinal, ela não estava diretamente envolvida no drama. Não, pelo menos até resolver tomar uma posição e, então, assumi-la até as últimas consequências. Por um imperativo ético, ela vê-se obrigada a ir até o fim, uma vez começada a ação. Francamente naturalista, essa trama é filmada com vigor, simplicidade e espontaneidade. No fundo, Três Mundos é um drama da consciência e da responsabilidade. Dimensões que a condição narcísica da modernidade faz questão de ignorar.

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