Woody Allen desembarca na Itália com diversão garantida na bagagem


Novo filme do diretor americano, 'Para Roma com Amor' estreia neste fim de semana nos cinemas

Por LUIZ CARLOS MERTEN - O Estado de S.Paulo

Como turista - nada acidental -, Woody Allen prossegue com sua volta ao mundo e, após Londres, Barcelona e Paris, desembarca em Roma, à espera do Rio e de Tóquio. Para Roma com Amor está mais para Vicky Cristina Barcelona do que para Match Point e Meia-Noite em Paris e os admiradores do segundo com certeza vão se decepcionar com a nova comédia do grande diretor, mas há que relativizar a decepção. Para Roma com Amor tem o efeito de uma bomba retardada e uma ou duas semanas depois de ver o filme você se surpreenderá com piadas que nem pareceram tão divertidas na hora. Se há uma coisa de que Woody Allen não tem medo é de cartão-postal. Ele começava Meia-Noite em Paris com as imagens mais batidas da capital francesa - Torre Eiffel, Arco do Triunfo, bateaux mouches no Sena. Para Roma com Amor, abre-se no carrossel da Piazza del Poppolo, onde o guarda de trânsito interrompe sua função para falar diretamente com o espectador - e, ao fazer isso, provoca um acidente. Você era capaz de jurar que isso poderia ocorrer. Allen deve ter se perguntado - por que evitar o clichê? Ele prossegue com outros. A trilha é recheada de standards que você ouve em qualquer pizzaria da 13 de Maio e, sim, há um cantor de ópera, daqueles que são bons somente no chuveiro. O próprio Allen faz um dos protagonistas, o pai da garota, também turista, que iniciou romance com um ragazzo de Roma. Allen, no filme, é casado com Judy Davis, umas de suas atrizes preferidas. E é diretor de vanguarda, atraído por ópera. O pai do namorado canta no chuveiro, vocês podem imaginar o que vai resultar daí. Como um só Woody Allen não bastava, o ator, diretor e roteirista multiplica-se. Projeta-se num italiano, pois, afinal, é Roma, e ele só poderia ser Roberto Benigni, e também num garoto norte-americano interpretado por Jesse Eisenberg, que consegue falar mais rápido e gesticular de forma mais atrapalhada do que o artista de quem vira alter ego. No novo filme, Allen segue falando do que lhe interessa - relacionamentos, neuroses. E, se há uma coisa que ele não se furta é fazer comentários sobre o estado do cinema atual. Um de seus alter egos fílmicos vai ao cinema e o filme dentro do filme é La Solitutide dei Numeri Primi, obra cabeça que o personagem, falando como Woody Allen, diz que é melhor que O Discurso do Rei (que ganhou o Oscar). Eisenberg faz um estudante que vive em Roma com a namorada. Encontra Alec Baldwin, que, curiosamente, quando jovem, morou na mesma rua e, talvez, na mesma casa. Baldwin comenta a vida de Jesse para o espectador. A namorada e ele acolhem uma amiga dela - entra em cena a atriz de Juno, Ellen Page. Baldwin vaticina que Eisenberg vai se apaixonar, e não vai dar outra. O método de sedução de Juno baseia-se na terapia de choque, estilo analista de Bagé. Para posar como liberta de grilhões sexuais, ela conta como fez sexo com a amiga - Eisenberg deleita-se com o relato de iniciação lésbica, mas desperta brutalmente quando Ellen quer saber se ele nunca quis fazer sexo com o melhor amigo. Enfim, é Woody Allen. Ele já fez filmes melhores, e Meia-Noite em Paris, na série das 'metrópoles', é the best. Roma é um filme médio, mas um filme médio de Woody Allen tem sempre muito a oferecer. Por exemplo, ele mostra que entendeu perfeitamente a Itália. Roberto Benigni, no filme, vira celebridade ao integrar um reality show - e é como se Woody Allen estivesse comentando o novo Matteo Garrone, premiado em Cannes, em maio, Reality. Há todo um episódio - a mulher casada que se perde em Roma - que evoca Abismo de Um Sonho, de Federico Fellini. Penélope Cruz, tão despudorada - e espanhola - quanto em Vicky Cristina, entra em cena como prostituta de luxo, metralhando o marido abandonado com seus diálogos em italiano e também propostas indecentes. Woody Allen fez coisas melhores, mas a diversão é garantida.

Como turista - nada acidental -, Woody Allen prossegue com sua volta ao mundo e, após Londres, Barcelona e Paris, desembarca em Roma, à espera do Rio e de Tóquio. Para Roma com Amor está mais para Vicky Cristina Barcelona do que para Match Point e Meia-Noite em Paris e os admiradores do segundo com certeza vão se decepcionar com a nova comédia do grande diretor, mas há que relativizar a decepção. Para Roma com Amor tem o efeito de uma bomba retardada e uma ou duas semanas depois de ver o filme você se surpreenderá com piadas que nem pareceram tão divertidas na hora. Se há uma coisa de que Woody Allen não tem medo é de cartão-postal. Ele começava Meia-Noite em Paris com as imagens mais batidas da capital francesa - Torre Eiffel, Arco do Triunfo, bateaux mouches no Sena. Para Roma com Amor, abre-se no carrossel da Piazza del Poppolo, onde o guarda de trânsito interrompe sua função para falar diretamente com o espectador - e, ao fazer isso, provoca um acidente. Você era capaz de jurar que isso poderia ocorrer. Allen deve ter se perguntado - por que evitar o clichê? Ele prossegue com outros. A trilha é recheada de standards que você ouve em qualquer pizzaria da 13 de Maio e, sim, há um cantor de ópera, daqueles que são bons somente no chuveiro. O próprio Allen faz um dos protagonistas, o pai da garota, também turista, que iniciou romance com um ragazzo de Roma. Allen, no filme, é casado com Judy Davis, umas de suas atrizes preferidas. E é diretor de vanguarda, atraído por ópera. O pai do namorado canta no chuveiro, vocês podem imaginar o que vai resultar daí. Como um só Woody Allen não bastava, o ator, diretor e roteirista multiplica-se. Projeta-se num italiano, pois, afinal, é Roma, e ele só poderia ser Roberto Benigni, e também num garoto norte-americano interpretado por Jesse Eisenberg, que consegue falar mais rápido e gesticular de forma mais atrapalhada do que o artista de quem vira alter ego. No novo filme, Allen segue falando do que lhe interessa - relacionamentos, neuroses. E, se há uma coisa que ele não se furta é fazer comentários sobre o estado do cinema atual. Um de seus alter egos fílmicos vai ao cinema e o filme dentro do filme é La Solitutide dei Numeri Primi, obra cabeça que o personagem, falando como Woody Allen, diz que é melhor que O Discurso do Rei (que ganhou o Oscar). Eisenberg faz um estudante que vive em Roma com a namorada. Encontra Alec Baldwin, que, curiosamente, quando jovem, morou na mesma rua e, talvez, na mesma casa. Baldwin comenta a vida de Jesse para o espectador. A namorada e ele acolhem uma amiga dela - entra em cena a atriz de Juno, Ellen Page. Baldwin vaticina que Eisenberg vai se apaixonar, e não vai dar outra. O método de sedução de Juno baseia-se na terapia de choque, estilo analista de Bagé. Para posar como liberta de grilhões sexuais, ela conta como fez sexo com a amiga - Eisenberg deleita-se com o relato de iniciação lésbica, mas desperta brutalmente quando Ellen quer saber se ele nunca quis fazer sexo com o melhor amigo. Enfim, é Woody Allen. Ele já fez filmes melhores, e Meia-Noite em Paris, na série das 'metrópoles', é the best. Roma é um filme médio, mas um filme médio de Woody Allen tem sempre muito a oferecer. Por exemplo, ele mostra que entendeu perfeitamente a Itália. Roberto Benigni, no filme, vira celebridade ao integrar um reality show - e é como se Woody Allen estivesse comentando o novo Matteo Garrone, premiado em Cannes, em maio, Reality. Há todo um episódio - a mulher casada que se perde em Roma - que evoca Abismo de Um Sonho, de Federico Fellini. Penélope Cruz, tão despudorada - e espanhola - quanto em Vicky Cristina, entra em cena como prostituta de luxo, metralhando o marido abandonado com seus diálogos em italiano e também propostas indecentes. Woody Allen fez coisas melhores, mas a diversão é garantida.

Como turista - nada acidental -, Woody Allen prossegue com sua volta ao mundo e, após Londres, Barcelona e Paris, desembarca em Roma, à espera do Rio e de Tóquio. Para Roma com Amor está mais para Vicky Cristina Barcelona do que para Match Point e Meia-Noite em Paris e os admiradores do segundo com certeza vão se decepcionar com a nova comédia do grande diretor, mas há que relativizar a decepção. Para Roma com Amor tem o efeito de uma bomba retardada e uma ou duas semanas depois de ver o filme você se surpreenderá com piadas que nem pareceram tão divertidas na hora. Se há uma coisa de que Woody Allen não tem medo é de cartão-postal. Ele começava Meia-Noite em Paris com as imagens mais batidas da capital francesa - Torre Eiffel, Arco do Triunfo, bateaux mouches no Sena. Para Roma com Amor, abre-se no carrossel da Piazza del Poppolo, onde o guarda de trânsito interrompe sua função para falar diretamente com o espectador - e, ao fazer isso, provoca um acidente. Você era capaz de jurar que isso poderia ocorrer. Allen deve ter se perguntado - por que evitar o clichê? Ele prossegue com outros. A trilha é recheada de standards que você ouve em qualquer pizzaria da 13 de Maio e, sim, há um cantor de ópera, daqueles que são bons somente no chuveiro. O próprio Allen faz um dos protagonistas, o pai da garota, também turista, que iniciou romance com um ragazzo de Roma. Allen, no filme, é casado com Judy Davis, umas de suas atrizes preferidas. E é diretor de vanguarda, atraído por ópera. O pai do namorado canta no chuveiro, vocês podem imaginar o que vai resultar daí. Como um só Woody Allen não bastava, o ator, diretor e roteirista multiplica-se. Projeta-se num italiano, pois, afinal, é Roma, e ele só poderia ser Roberto Benigni, e também num garoto norte-americano interpretado por Jesse Eisenberg, que consegue falar mais rápido e gesticular de forma mais atrapalhada do que o artista de quem vira alter ego. No novo filme, Allen segue falando do que lhe interessa - relacionamentos, neuroses. E, se há uma coisa que ele não se furta é fazer comentários sobre o estado do cinema atual. Um de seus alter egos fílmicos vai ao cinema e o filme dentro do filme é La Solitutide dei Numeri Primi, obra cabeça que o personagem, falando como Woody Allen, diz que é melhor que O Discurso do Rei (que ganhou o Oscar). Eisenberg faz um estudante que vive em Roma com a namorada. Encontra Alec Baldwin, que, curiosamente, quando jovem, morou na mesma rua e, talvez, na mesma casa. Baldwin comenta a vida de Jesse para o espectador. A namorada e ele acolhem uma amiga dela - entra em cena a atriz de Juno, Ellen Page. Baldwin vaticina que Eisenberg vai se apaixonar, e não vai dar outra. O método de sedução de Juno baseia-se na terapia de choque, estilo analista de Bagé. Para posar como liberta de grilhões sexuais, ela conta como fez sexo com a amiga - Eisenberg deleita-se com o relato de iniciação lésbica, mas desperta brutalmente quando Ellen quer saber se ele nunca quis fazer sexo com o melhor amigo. Enfim, é Woody Allen. Ele já fez filmes melhores, e Meia-Noite em Paris, na série das 'metrópoles', é the best. Roma é um filme médio, mas um filme médio de Woody Allen tem sempre muito a oferecer. Por exemplo, ele mostra que entendeu perfeitamente a Itália. Roberto Benigni, no filme, vira celebridade ao integrar um reality show - e é como se Woody Allen estivesse comentando o novo Matteo Garrone, premiado em Cannes, em maio, Reality. Há todo um episódio - a mulher casada que se perde em Roma - que evoca Abismo de Um Sonho, de Federico Fellini. Penélope Cruz, tão despudorada - e espanhola - quanto em Vicky Cristina, entra em cena como prostituta de luxo, metralhando o marido abandonado com seus diálogos em italiano e também propostas indecentes. Woody Allen fez coisas melhores, mas a diversão é garantida.

Como turista - nada acidental -, Woody Allen prossegue com sua volta ao mundo e, após Londres, Barcelona e Paris, desembarca em Roma, à espera do Rio e de Tóquio. Para Roma com Amor está mais para Vicky Cristina Barcelona do que para Match Point e Meia-Noite em Paris e os admiradores do segundo com certeza vão se decepcionar com a nova comédia do grande diretor, mas há que relativizar a decepção. Para Roma com Amor tem o efeito de uma bomba retardada e uma ou duas semanas depois de ver o filme você se surpreenderá com piadas que nem pareceram tão divertidas na hora. Se há uma coisa de que Woody Allen não tem medo é de cartão-postal. Ele começava Meia-Noite em Paris com as imagens mais batidas da capital francesa - Torre Eiffel, Arco do Triunfo, bateaux mouches no Sena. Para Roma com Amor, abre-se no carrossel da Piazza del Poppolo, onde o guarda de trânsito interrompe sua função para falar diretamente com o espectador - e, ao fazer isso, provoca um acidente. Você era capaz de jurar que isso poderia ocorrer. Allen deve ter se perguntado - por que evitar o clichê? Ele prossegue com outros. A trilha é recheada de standards que você ouve em qualquer pizzaria da 13 de Maio e, sim, há um cantor de ópera, daqueles que são bons somente no chuveiro. O próprio Allen faz um dos protagonistas, o pai da garota, também turista, que iniciou romance com um ragazzo de Roma. Allen, no filme, é casado com Judy Davis, umas de suas atrizes preferidas. E é diretor de vanguarda, atraído por ópera. O pai do namorado canta no chuveiro, vocês podem imaginar o que vai resultar daí. Como um só Woody Allen não bastava, o ator, diretor e roteirista multiplica-se. Projeta-se num italiano, pois, afinal, é Roma, e ele só poderia ser Roberto Benigni, e também num garoto norte-americano interpretado por Jesse Eisenberg, que consegue falar mais rápido e gesticular de forma mais atrapalhada do que o artista de quem vira alter ego. No novo filme, Allen segue falando do que lhe interessa - relacionamentos, neuroses. E, se há uma coisa que ele não se furta é fazer comentários sobre o estado do cinema atual. Um de seus alter egos fílmicos vai ao cinema e o filme dentro do filme é La Solitutide dei Numeri Primi, obra cabeça que o personagem, falando como Woody Allen, diz que é melhor que O Discurso do Rei (que ganhou o Oscar). Eisenberg faz um estudante que vive em Roma com a namorada. Encontra Alec Baldwin, que, curiosamente, quando jovem, morou na mesma rua e, talvez, na mesma casa. Baldwin comenta a vida de Jesse para o espectador. A namorada e ele acolhem uma amiga dela - entra em cena a atriz de Juno, Ellen Page. Baldwin vaticina que Eisenberg vai se apaixonar, e não vai dar outra. O método de sedução de Juno baseia-se na terapia de choque, estilo analista de Bagé. Para posar como liberta de grilhões sexuais, ela conta como fez sexo com a amiga - Eisenberg deleita-se com o relato de iniciação lésbica, mas desperta brutalmente quando Ellen quer saber se ele nunca quis fazer sexo com o melhor amigo. Enfim, é Woody Allen. Ele já fez filmes melhores, e Meia-Noite em Paris, na série das 'metrópoles', é the best. Roma é um filme médio, mas um filme médio de Woody Allen tem sempre muito a oferecer. Por exemplo, ele mostra que entendeu perfeitamente a Itália. Roberto Benigni, no filme, vira celebridade ao integrar um reality show - e é como se Woody Allen estivesse comentando o novo Matteo Garrone, premiado em Cannes, em maio, Reality. Há todo um episódio - a mulher casada que se perde em Roma - que evoca Abismo de Um Sonho, de Federico Fellini. Penélope Cruz, tão despudorada - e espanhola - quanto em Vicky Cristina, entra em cena como prostituta de luxo, metralhando o marido abandonado com seus diálogos em italiano e também propostas indecentes. Woody Allen fez coisas melhores, mas a diversão é garantida.

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