PUBLICIDADE VERSUS ASSINATURAS
A estratégia de rentabilidade do site segue baseada em publicidade em vez de assinaturas, disse Barros, embora admita que a tendência da indústria online é de modelos híbridos, onde parte dos serviços está disponível gratuitamente e o conteúdo "premium" é pago.
"Isso está muito claro para indústria de música, onde o número de downloads está caindo e o número de assinaturas crescendo", disse. "Mas para o YouTube essa não é a estratégia. A estratégia é continuar no modelo baseado em publicidade", disse. O site não divulga suas receitas anuais.
Segundo o diretor de conteúdo do YouTube, o foco da plataforma será fazer com que os anunciantes tornem a publicidade transmitida antes dos vídeos mais "sofisticada", de forma a atrair a atenção do usuário. "O que vai acontecer é a sofisticação da publicidade, que está cada vez mais efetiva e menos intrusiva", disse.
SMARTPHONES
O YouTube aposta ainda nas vendas de smartphones para crescer no Brasil. Atualmente, 40 por cento da audiência do site no mundo vem de dispositivos móveis.
"Vai continuar (crescendo) nos próximos anos; a migração para dispositivos móveis está sendo mais rápida do que a indústria imaginou", declarou.
O site também tem firmado parcerias técnicas -- que não envolvem acordos financeiros -- com operadoras no Brasil, como foi o caso da TIM Participações, que lançou projeto piloto de um equipamento que conecta o YouTube à televisão.
"A ideia é levar o YouTube para todas as telas do usuário", disse Barros, que não descartou a possibilidade de parcerias similares com outras operadoras. Mas ele disse que não está no radar da empresa firmar acordos comerciais com tais empresas.
Parcerias comerciais entre provedores de conteúdo e empresas de telecomunicações são um assunto polêmico, pois esbarra no princípio da neutralidade da rede, ponto central do Marco Civil da Internet, em processo de regulamentação no país.
A neutralidade da rede é o princípio segundo o qual os provedores de banda larga não podem privilegiar um conteúdo em detrimento de outro ao oferecer velocidade e qualidade.
O executivo não quis comentar o tema, mas a assessoria do Google disse em comunicado que a empresa "sempre apoiou abertamente o Marco Civil da Internet, resultado de um rico debate que levou a um projeto de lei moderno, composto de princípios reconhecidos globalmente".