A trajetória de um sócio encrenqueiro


Para manter o controle do Pão de Açúcar, o empresário brigou com vários sócios e até com[br]a própria família

Por David Friedlander

PERFILAbilio Diniz, presidente do Conselho do Pão de AçúcarAbilio Diniz, um dos empresários mais bem-sucedidos do País, sempre foi um encrenqueiro com os sócios. Obcecado pelo Pão de Açúcar, nos últimos 20 anos Abilio brigou com a família, com sócios que ele mesmo arrumou e com quem mais foi preciso para manter o controle sobre a rede de supermercados criada por seus pais a partir de uma doceria em São Paulo, no final dos anos 40. O próprio empresário abordou seu temperamento explosivo em sua tuitada mais recente, no dia 21: "Durante muito tempo fui dono de um temperamento explosivo. Após anos de análise me dei conta de como é importante ter autocontrole". Pode ser. Mas a disputa em curso com o Casino é mais uma numa trajetória marcada por desentendimentos.Nos últimos seis anos, o Pão de Açúcar tornou-se sócio, entre outros, da família Sendas, de quem comprou os supermercados do mesmo nome, do grupo francês Casino e da família Klein, dona das Casas Bahia. Brigou com todos eles. Com os Sendas, o desentendimento em torno do acerto financeiro fechado em 2004 arrastou-se pelos tribunais e só foi resolvido, por acordo, no começo deste ano.No ano passado, a família Klein ameaçou desfazer a fusão da Casas Bahia com o Pão de Açúcar apenas quatro meses depois do anúncio da operação. Depois de fechar o negócio, os donos das Casas Bahia reclamaram que sua empresa tinha sido subavaliada, que Abilio não teria dividido o comando da nova empresa como fora combinado e estariam sendo menosprezados pela turma do Pão de Açúcar. O próprio Samuel, patriarca dos Klein, entrou em campo para renegociar o acordo. Ao final o Pão de Açúcar colocou mais R$ 700 milhões na operação e os Klein asseguraram poder para influenciar nas decisões.A disputa mais dramática protagonizada por Abilio, no entanto, envolveu sua própria família. Entre o final dos anos 80 e o começo dos 90, o grupo da família Diniz quase quebrou em meio a uma disputa de poder entre Abilio e seus irmãos. Após troca de acusações de trapaças e traições que na época se tornou pública, Abilio comprou a participação dos irmãos e ficou no comando do Pão de Açúcar. Sob sua liderança, o grupo deu a volta por cima, destronou o rival Carrefour do topo do ranking dos maiores supermercados brasileiros. Mais tarde, com ajuda com Casino - com quem hoje briga - transformou seu negócio no maior grupo varejista do País.Dilma. Abilio é descrito pelos amigos como um sujeito ambicioso, determinado, competitivo, que se cobra o tempo todo e também àqueles que o cercam. Esportista obcecado, corre, nada, faz musculação e também dá seus pitacos na política. Foi próximo do ex-presidente José Sarney, a ponto de influenciar na escolha Luiz Carlos Bresser Pereira, então executivo do Pão de Açúcar, para o cargo de ministro da Fazenda, em 1987. O próprio Abilio foi cotado mais de uma vez para assumir o posto, nos tempos da hiperinflação.Durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva, o empresário derramou-se em elogios ao ex-presidente. Na última eleição, foi um dos primeiros empresários de peso a apoiar a candidatura de Dilma Rousseff. Sua mulher, Geyze, abriu a casa do casal para uma reunião de suas amigas com a então candidata do PT. A ironia é que, durante a campanha eleitoral de 1989, o nome de Abilio foi usado contra o PT. O empresário foi sequestrado e, às vésperas da eleição em que o Lula disputava a Presidência com o ex-presidente Fernando Collor de Mello, a polícia de São Paulo prendeu os sequestradores. Ligados a movimentos de esquerda da América Latina, os criminosos foram apresentados com camisetas do PT e usados pela polícia para vincular o caso ao partido de Lula, que foi derrotado por Collor. Abilio, no entanto, nunca compartilhou dessa versão.

PERFILAbilio Diniz, presidente do Conselho do Pão de AçúcarAbilio Diniz, um dos empresários mais bem-sucedidos do País, sempre foi um encrenqueiro com os sócios. Obcecado pelo Pão de Açúcar, nos últimos 20 anos Abilio brigou com a família, com sócios que ele mesmo arrumou e com quem mais foi preciso para manter o controle sobre a rede de supermercados criada por seus pais a partir de uma doceria em São Paulo, no final dos anos 40. O próprio empresário abordou seu temperamento explosivo em sua tuitada mais recente, no dia 21: "Durante muito tempo fui dono de um temperamento explosivo. Após anos de análise me dei conta de como é importante ter autocontrole". Pode ser. Mas a disputa em curso com o Casino é mais uma numa trajetória marcada por desentendimentos.Nos últimos seis anos, o Pão de Açúcar tornou-se sócio, entre outros, da família Sendas, de quem comprou os supermercados do mesmo nome, do grupo francês Casino e da família Klein, dona das Casas Bahia. Brigou com todos eles. Com os Sendas, o desentendimento em torno do acerto financeiro fechado em 2004 arrastou-se pelos tribunais e só foi resolvido, por acordo, no começo deste ano.No ano passado, a família Klein ameaçou desfazer a fusão da Casas Bahia com o Pão de Açúcar apenas quatro meses depois do anúncio da operação. Depois de fechar o negócio, os donos das Casas Bahia reclamaram que sua empresa tinha sido subavaliada, que Abilio não teria dividido o comando da nova empresa como fora combinado e estariam sendo menosprezados pela turma do Pão de Açúcar. O próprio Samuel, patriarca dos Klein, entrou em campo para renegociar o acordo. Ao final o Pão de Açúcar colocou mais R$ 700 milhões na operação e os Klein asseguraram poder para influenciar nas decisões.A disputa mais dramática protagonizada por Abilio, no entanto, envolveu sua própria família. Entre o final dos anos 80 e o começo dos 90, o grupo da família Diniz quase quebrou em meio a uma disputa de poder entre Abilio e seus irmãos. Após troca de acusações de trapaças e traições que na época se tornou pública, Abilio comprou a participação dos irmãos e ficou no comando do Pão de Açúcar. Sob sua liderança, o grupo deu a volta por cima, destronou o rival Carrefour do topo do ranking dos maiores supermercados brasileiros. Mais tarde, com ajuda com Casino - com quem hoje briga - transformou seu negócio no maior grupo varejista do País.Dilma. Abilio é descrito pelos amigos como um sujeito ambicioso, determinado, competitivo, que se cobra o tempo todo e também àqueles que o cercam. Esportista obcecado, corre, nada, faz musculação e também dá seus pitacos na política. Foi próximo do ex-presidente José Sarney, a ponto de influenciar na escolha Luiz Carlos Bresser Pereira, então executivo do Pão de Açúcar, para o cargo de ministro da Fazenda, em 1987. O próprio Abilio foi cotado mais de uma vez para assumir o posto, nos tempos da hiperinflação.Durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva, o empresário derramou-se em elogios ao ex-presidente. Na última eleição, foi um dos primeiros empresários de peso a apoiar a candidatura de Dilma Rousseff. Sua mulher, Geyze, abriu a casa do casal para uma reunião de suas amigas com a então candidata do PT. A ironia é que, durante a campanha eleitoral de 1989, o nome de Abilio foi usado contra o PT. O empresário foi sequestrado e, às vésperas da eleição em que o Lula disputava a Presidência com o ex-presidente Fernando Collor de Mello, a polícia de São Paulo prendeu os sequestradores. Ligados a movimentos de esquerda da América Latina, os criminosos foram apresentados com camisetas do PT e usados pela polícia para vincular o caso ao partido de Lula, que foi derrotado por Collor. Abilio, no entanto, nunca compartilhou dessa versão.

PERFILAbilio Diniz, presidente do Conselho do Pão de AçúcarAbilio Diniz, um dos empresários mais bem-sucedidos do País, sempre foi um encrenqueiro com os sócios. Obcecado pelo Pão de Açúcar, nos últimos 20 anos Abilio brigou com a família, com sócios que ele mesmo arrumou e com quem mais foi preciso para manter o controle sobre a rede de supermercados criada por seus pais a partir de uma doceria em São Paulo, no final dos anos 40. O próprio empresário abordou seu temperamento explosivo em sua tuitada mais recente, no dia 21: "Durante muito tempo fui dono de um temperamento explosivo. Após anos de análise me dei conta de como é importante ter autocontrole". Pode ser. Mas a disputa em curso com o Casino é mais uma numa trajetória marcada por desentendimentos.Nos últimos seis anos, o Pão de Açúcar tornou-se sócio, entre outros, da família Sendas, de quem comprou os supermercados do mesmo nome, do grupo francês Casino e da família Klein, dona das Casas Bahia. Brigou com todos eles. Com os Sendas, o desentendimento em torno do acerto financeiro fechado em 2004 arrastou-se pelos tribunais e só foi resolvido, por acordo, no começo deste ano.No ano passado, a família Klein ameaçou desfazer a fusão da Casas Bahia com o Pão de Açúcar apenas quatro meses depois do anúncio da operação. Depois de fechar o negócio, os donos das Casas Bahia reclamaram que sua empresa tinha sido subavaliada, que Abilio não teria dividido o comando da nova empresa como fora combinado e estariam sendo menosprezados pela turma do Pão de Açúcar. O próprio Samuel, patriarca dos Klein, entrou em campo para renegociar o acordo. Ao final o Pão de Açúcar colocou mais R$ 700 milhões na operação e os Klein asseguraram poder para influenciar nas decisões.A disputa mais dramática protagonizada por Abilio, no entanto, envolveu sua própria família. Entre o final dos anos 80 e o começo dos 90, o grupo da família Diniz quase quebrou em meio a uma disputa de poder entre Abilio e seus irmãos. Após troca de acusações de trapaças e traições que na época se tornou pública, Abilio comprou a participação dos irmãos e ficou no comando do Pão de Açúcar. Sob sua liderança, o grupo deu a volta por cima, destronou o rival Carrefour do topo do ranking dos maiores supermercados brasileiros. Mais tarde, com ajuda com Casino - com quem hoje briga - transformou seu negócio no maior grupo varejista do País.Dilma. Abilio é descrito pelos amigos como um sujeito ambicioso, determinado, competitivo, que se cobra o tempo todo e também àqueles que o cercam. Esportista obcecado, corre, nada, faz musculação e também dá seus pitacos na política. Foi próximo do ex-presidente José Sarney, a ponto de influenciar na escolha Luiz Carlos Bresser Pereira, então executivo do Pão de Açúcar, para o cargo de ministro da Fazenda, em 1987. O próprio Abilio foi cotado mais de uma vez para assumir o posto, nos tempos da hiperinflação.Durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva, o empresário derramou-se em elogios ao ex-presidente. Na última eleição, foi um dos primeiros empresários de peso a apoiar a candidatura de Dilma Rousseff. Sua mulher, Geyze, abriu a casa do casal para uma reunião de suas amigas com a então candidata do PT. A ironia é que, durante a campanha eleitoral de 1989, o nome de Abilio foi usado contra o PT. O empresário foi sequestrado e, às vésperas da eleição em que o Lula disputava a Presidência com o ex-presidente Fernando Collor de Mello, a polícia de São Paulo prendeu os sequestradores. Ligados a movimentos de esquerda da América Latina, os criminosos foram apresentados com camisetas do PT e usados pela polícia para vincular o caso ao partido de Lula, que foi derrotado por Collor. Abilio, no entanto, nunca compartilhou dessa versão.

PERFILAbilio Diniz, presidente do Conselho do Pão de AçúcarAbilio Diniz, um dos empresários mais bem-sucedidos do País, sempre foi um encrenqueiro com os sócios. Obcecado pelo Pão de Açúcar, nos últimos 20 anos Abilio brigou com a família, com sócios que ele mesmo arrumou e com quem mais foi preciso para manter o controle sobre a rede de supermercados criada por seus pais a partir de uma doceria em São Paulo, no final dos anos 40. O próprio empresário abordou seu temperamento explosivo em sua tuitada mais recente, no dia 21: "Durante muito tempo fui dono de um temperamento explosivo. Após anos de análise me dei conta de como é importante ter autocontrole". Pode ser. Mas a disputa em curso com o Casino é mais uma numa trajetória marcada por desentendimentos.Nos últimos seis anos, o Pão de Açúcar tornou-se sócio, entre outros, da família Sendas, de quem comprou os supermercados do mesmo nome, do grupo francês Casino e da família Klein, dona das Casas Bahia. Brigou com todos eles. Com os Sendas, o desentendimento em torno do acerto financeiro fechado em 2004 arrastou-se pelos tribunais e só foi resolvido, por acordo, no começo deste ano.No ano passado, a família Klein ameaçou desfazer a fusão da Casas Bahia com o Pão de Açúcar apenas quatro meses depois do anúncio da operação. Depois de fechar o negócio, os donos das Casas Bahia reclamaram que sua empresa tinha sido subavaliada, que Abilio não teria dividido o comando da nova empresa como fora combinado e estariam sendo menosprezados pela turma do Pão de Açúcar. O próprio Samuel, patriarca dos Klein, entrou em campo para renegociar o acordo. Ao final o Pão de Açúcar colocou mais R$ 700 milhões na operação e os Klein asseguraram poder para influenciar nas decisões.A disputa mais dramática protagonizada por Abilio, no entanto, envolveu sua própria família. Entre o final dos anos 80 e o começo dos 90, o grupo da família Diniz quase quebrou em meio a uma disputa de poder entre Abilio e seus irmãos. Após troca de acusações de trapaças e traições que na época se tornou pública, Abilio comprou a participação dos irmãos e ficou no comando do Pão de Açúcar. Sob sua liderança, o grupo deu a volta por cima, destronou o rival Carrefour do topo do ranking dos maiores supermercados brasileiros. Mais tarde, com ajuda com Casino - com quem hoje briga - transformou seu negócio no maior grupo varejista do País.Dilma. Abilio é descrito pelos amigos como um sujeito ambicioso, determinado, competitivo, que se cobra o tempo todo e também àqueles que o cercam. Esportista obcecado, corre, nada, faz musculação e também dá seus pitacos na política. Foi próximo do ex-presidente José Sarney, a ponto de influenciar na escolha Luiz Carlos Bresser Pereira, então executivo do Pão de Açúcar, para o cargo de ministro da Fazenda, em 1987. O próprio Abilio foi cotado mais de uma vez para assumir o posto, nos tempos da hiperinflação.Durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva, o empresário derramou-se em elogios ao ex-presidente. Na última eleição, foi um dos primeiros empresários de peso a apoiar a candidatura de Dilma Rousseff. Sua mulher, Geyze, abriu a casa do casal para uma reunião de suas amigas com a então candidata do PT. A ironia é que, durante a campanha eleitoral de 1989, o nome de Abilio foi usado contra o PT. O empresário foi sequestrado e, às vésperas da eleição em que o Lula disputava a Presidência com o ex-presidente Fernando Collor de Mello, a polícia de São Paulo prendeu os sequestradores. Ligados a movimentos de esquerda da América Latina, os criminosos foram apresentados com camisetas do PT e usados pela polícia para vincular o caso ao partido de Lula, que foi derrotado por Collor. Abilio, no entanto, nunca compartilhou dessa versão.

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