Repórter especial de economia em Brasília

Guedes amarrou aprovação da PEC dos precatórios com votação da reforma do IR no Senado


Resta torcer para que os senadores façam uma profunda reformulação no texto, sob o risco de deixar mais uma bomba fiscal para as contas públicas

Por Adriana Fernandes

O acordão Pacheco-Lira-Guedes para a aprovação da PEC dos precatórios, com um texto que abre R$ 17 bilhões de espaço fiscal no Orçamento de 2022, envolve a aprovação do projeto do Imposto de Renda pelo Senado. Mesmo que seja modificado.

O que o presidente da Câmara, Arthur Lira, e ministro da Economia, Paulo Guedes, esperam do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é que ele acelere a votação do projeto, aprovado na Câmara sob uma saraivada de críticas pelas distorções que traz ao sistema tributário.

Pacheco colocou o projeto na geladeira assim que ele chegou ao Senado, mas no dia do acordo dos precatórios o nome do relator saiu da cartola. Do partido de Gilberto Kassab, o senador baiano Ângelo Coronel (PSD) foi o indicado para relatar o projeto na Comissão de Assuntos Econômicos da Casa e deve ter uma postura menos alinhada com o governo. 

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Por isso, causou alvoroço nas redes sociais, ontem, uma postagem do relator da PEC 110 de Reforma Tributária ampla, senador Roberto Rocha.

Com a publicação de uma foto ao lado de Guedes, Rocha atestou que o ministro acabara de confirmar apoio do governo à PEC que cria o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) para impostos sobre consumo. “Pela 1.ª vez na história, União, Estados e municípios estão de acordo sobre a mesma proposta de Reforma Tributária da base consumo”, escreveu.

O que Paulo Guedes realmente deseja é aprovar a reforma do Imposto de Renda. Foto: Edu Andrade/ME - 21/9/2021
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O relator ficou tão animado, que queria apresentar ainda ontem o seu relatório. A ideia foi abortada logo depois na reunião de líderes, mas ele deve fazê-lo nos próximos dias para confirmar a aliança de compromisso do “casamento” com Guedes. 

Defensores da reforma ampla ficaram animados com a notícia, mas é bom terem cautela e deixarem as barbas de molho. O apoio à PEC já foi dado outras vezes, e em todas o ministro mostrou resistências. A reclamação é sempre a mesma, de que nas conversas o ministro dá a entender que concorda, mas depois não é bem assim.

O que Guedes e Lira querem é aprovar logo o projeto. Na reunião da tal fotografia postada nas redes sociais pelo relator, Guedes pediu a Rocha apoio ao projeto. Já o senador cobrou apoio firme à reforma tributária ampla.

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No fundo, porém, nem Guedes apoia de fato o parecer de Rocha, nem o senador tem alinhamento geral com o projeto do Imposto de Renda. É como se os dois dissessem que apoiam o “conceito”. Mas muitas arestas precisam ser aparadas para uma convergência que leve ao “casamento” para a aprovação dos dois textos.

Se o projeto do Imposto de Renda for aprovado, o “acordo” da foto publicada pelo senador ao lado de Guedes para a aprovação da PEC de reforma será cobrado. Daí o registro para a posteridade, que tanto rebuliço causou nas redes sociais entre os interessados (contra ou favor) das duas propostas de reforma tributária.

Para reforçar o acerto, Rocha até publicou outro post com uma mensagem de convergência.

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Mas por que tanto interesse em correr com a votação do projeto?

Ele é o pulo do gato: para bancar o Auxílio Brasil (o novo Bolsa Família) em 2022. Em 2021, o lançamento sairá porque o governo aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) temporariamente para atender à Lei de Responsabilidade Fiscal.

Pilar da política fiscal brasileira, essa lei exige compensação de aumento de receita ou corte de despesa toda vez que o governo criar uma nova despesa obrigatória de caráter continuado. A compensação será a volta da tributação de lucro e dividendos que está no projeto do Imposto de Renda.

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Sem o projeto aprovado, o governo fica com um abacaxi na mão porque o presidente Jair Bolsonaro, de olho na eleição de 2022, quis criar um novo programa com sua marca e apagar o nome Bolsa Família, criado pelo ex-presidente Lula.

Para viabilizar o orçamento de 2022 com pagamento de precatórios e o novo auxílio, a reforma do projeto do Imposto de Renda deverá ser aprovada junto com a PEC dos precatórios. 

Só resta torcer para que o Senado faça uma profunda reformulação no texto, sob o risco de deixar mais uma bomba fiscal para as contas públicas. O projeto que saiu da Câmara é inaceitável. 

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*É REPÓRTER ESPECIAL DE ECONOMIA EM BRASÍLIA

O acordão Pacheco-Lira-Guedes para a aprovação da PEC dos precatórios, com um texto que abre R$ 17 bilhões de espaço fiscal no Orçamento de 2022, envolve a aprovação do projeto do Imposto de Renda pelo Senado. Mesmo que seja modificado.

O que o presidente da Câmara, Arthur Lira, e ministro da Economia, Paulo Guedes, esperam do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é que ele acelere a votação do projeto, aprovado na Câmara sob uma saraivada de críticas pelas distorções que traz ao sistema tributário.

Pacheco colocou o projeto na geladeira assim que ele chegou ao Senado, mas no dia do acordo dos precatórios o nome do relator saiu da cartola. Do partido de Gilberto Kassab, o senador baiano Ângelo Coronel (PSD) foi o indicado para relatar o projeto na Comissão de Assuntos Econômicos da Casa e deve ter uma postura menos alinhada com o governo. 

Por isso, causou alvoroço nas redes sociais, ontem, uma postagem do relator da PEC 110 de Reforma Tributária ampla, senador Roberto Rocha.

Com a publicação de uma foto ao lado de Guedes, Rocha atestou que o ministro acabara de confirmar apoio do governo à PEC que cria o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) para impostos sobre consumo. “Pela 1.ª vez na história, União, Estados e municípios estão de acordo sobre a mesma proposta de Reforma Tributária da base consumo”, escreveu.

O que Paulo Guedes realmente deseja é aprovar a reforma do Imposto de Renda. Foto: Edu Andrade/ME - 21/9/2021

O relator ficou tão animado, que queria apresentar ainda ontem o seu relatório. A ideia foi abortada logo depois na reunião de líderes, mas ele deve fazê-lo nos próximos dias para confirmar a aliança de compromisso do “casamento” com Guedes. 

Defensores da reforma ampla ficaram animados com a notícia, mas é bom terem cautela e deixarem as barbas de molho. O apoio à PEC já foi dado outras vezes, e em todas o ministro mostrou resistências. A reclamação é sempre a mesma, de que nas conversas o ministro dá a entender que concorda, mas depois não é bem assim.

O que Guedes e Lira querem é aprovar logo o projeto. Na reunião da tal fotografia postada nas redes sociais pelo relator, Guedes pediu a Rocha apoio ao projeto. Já o senador cobrou apoio firme à reforma tributária ampla.

No fundo, porém, nem Guedes apoia de fato o parecer de Rocha, nem o senador tem alinhamento geral com o projeto do Imposto de Renda. É como se os dois dissessem que apoiam o “conceito”. Mas muitas arestas precisam ser aparadas para uma convergência que leve ao “casamento” para a aprovação dos dois textos.

Se o projeto do Imposto de Renda for aprovado, o “acordo” da foto publicada pelo senador ao lado de Guedes para a aprovação da PEC de reforma será cobrado. Daí o registro para a posteridade, que tanto rebuliço causou nas redes sociais entre os interessados (contra ou favor) das duas propostas de reforma tributária.

Para reforçar o acerto, Rocha até publicou outro post com uma mensagem de convergência.

Mas por que tanto interesse em correr com a votação do projeto?

Ele é o pulo do gato: para bancar o Auxílio Brasil (o novo Bolsa Família) em 2022. Em 2021, o lançamento sairá porque o governo aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) temporariamente para atender à Lei de Responsabilidade Fiscal.

Pilar da política fiscal brasileira, essa lei exige compensação de aumento de receita ou corte de despesa toda vez que o governo criar uma nova despesa obrigatória de caráter continuado. A compensação será a volta da tributação de lucro e dividendos que está no projeto do Imposto de Renda.

Sem o projeto aprovado, o governo fica com um abacaxi na mão porque o presidente Jair Bolsonaro, de olho na eleição de 2022, quis criar um novo programa com sua marca e apagar o nome Bolsa Família, criado pelo ex-presidente Lula.

Para viabilizar o orçamento de 2022 com pagamento de precatórios e o novo auxílio, a reforma do projeto do Imposto de Renda deverá ser aprovada junto com a PEC dos precatórios. 

Só resta torcer para que o Senado faça uma profunda reformulação no texto, sob o risco de deixar mais uma bomba fiscal para as contas públicas. O projeto que saiu da Câmara é inaceitável. 

*É REPÓRTER ESPECIAL DE ECONOMIA EM BRASÍLIA

O acordão Pacheco-Lira-Guedes para a aprovação da PEC dos precatórios, com um texto que abre R$ 17 bilhões de espaço fiscal no Orçamento de 2022, envolve a aprovação do projeto do Imposto de Renda pelo Senado. Mesmo que seja modificado.

O que o presidente da Câmara, Arthur Lira, e ministro da Economia, Paulo Guedes, esperam do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é que ele acelere a votação do projeto, aprovado na Câmara sob uma saraivada de críticas pelas distorções que traz ao sistema tributário.

Pacheco colocou o projeto na geladeira assim que ele chegou ao Senado, mas no dia do acordo dos precatórios o nome do relator saiu da cartola. Do partido de Gilberto Kassab, o senador baiano Ângelo Coronel (PSD) foi o indicado para relatar o projeto na Comissão de Assuntos Econômicos da Casa e deve ter uma postura menos alinhada com o governo. 

Por isso, causou alvoroço nas redes sociais, ontem, uma postagem do relator da PEC 110 de Reforma Tributária ampla, senador Roberto Rocha.

Com a publicação de uma foto ao lado de Guedes, Rocha atestou que o ministro acabara de confirmar apoio do governo à PEC que cria o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) para impostos sobre consumo. “Pela 1.ª vez na história, União, Estados e municípios estão de acordo sobre a mesma proposta de Reforma Tributária da base consumo”, escreveu.

O que Paulo Guedes realmente deseja é aprovar a reforma do Imposto de Renda. Foto: Edu Andrade/ME - 21/9/2021

O relator ficou tão animado, que queria apresentar ainda ontem o seu relatório. A ideia foi abortada logo depois na reunião de líderes, mas ele deve fazê-lo nos próximos dias para confirmar a aliança de compromisso do “casamento” com Guedes. 

Defensores da reforma ampla ficaram animados com a notícia, mas é bom terem cautela e deixarem as barbas de molho. O apoio à PEC já foi dado outras vezes, e em todas o ministro mostrou resistências. A reclamação é sempre a mesma, de que nas conversas o ministro dá a entender que concorda, mas depois não é bem assim.

O que Guedes e Lira querem é aprovar logo o projeto. Na reunião da tal fotografia postada nas redes sociais pelo relator, Guedes pediu a Rocha apoio ao projeto. Já o senador cobrou apoio firme à reforma tributária ampla.

No fundo, porém, nem Guedes apoia de fato o parecer de Rocha, nem o senador tem alinhamento geral com o projeto do Imposto de Renda. É como se os dois dissessem que apoiam o “conceito”. Mas muitas arestas precisam ser aparadas para uma convergência que leve ao “casamento” para a aprovação dos dois textos.

Se o projeto do Imposto de Renda for aprovado, o “acordo” da foto publicada pelo senador ao lado de Guedes para a aprovação da PEC de reforma será cobrado. Daí o registro para a posteridade, que tanto rebuliço causou nas redes sociais entre os interessados (contra ou favor) das duas propostas de reforma tributária.

Para reforçar o acerto, Rocha até publicou outro post com uma mensagem de convergência.

Mas por que tanto interesse em correr com a votação do projeto?

Ele é o pulo do gato: para bancar o Auxílio Brasil (o novo Bolsa Família) em 2022. Em 2021, o lançamento sairá porque o governo aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) temporariamente para atender à Lei de Responsabilidade Fiscal.

Pilar da política fiscal brasileira, essa lei exige compensação de aumento de receita ou corte de despesa toda vez que o governo criar uma nova despesa obrigatória de caráter continuado. A compensação será a volta da tributação de lucro e dividendos que está no projeto do Imposto de Renda.

Sem o projeto aprovado, o governo fica com um abacaxi na mão porque o presidente Jair Bolsonaro, de olho na eleição de 2022, quis criar um novo programa com sua marca e apagar o nome Bolsa Família, criado pelo ex-presidente Lula.

Para viabilizar o orçamento de 2022 com pagamento de precatórios e o novo auxílio, a reforma do projeto do Imposto de Renda deverá ser aprovada junto com a PEC dos precatórios. 

Só resta torcer para que o Senado faça uma profunda reformulação no texto, sob o risco de deixar mais uma bomba fiscal para as contas públicas. O projeto que saiu da Câmara é inaceitável. 

*É REPÓRTER ESPECIAL DE ECONOMIA EM BRASÍLIA

O acordão Pacheco-Lira-Guedes para a aprovação da PEC dos precatórios, com um texto que abre R$ 17 bilhões de espaço fiscal no Orçamento de 2022, envolve a aprovação do projeto do Imposto de Renda pelo Senado. Mesmo que seja modificado.

O que o presidente da Câmara, Arthur Lira, e ministro da Economia, Paulo Guedes, esperam do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é que ele acelere a votação do projeto, aprovado na Câmara sob uma saraivada de críticas pelas distorções que traz ao sistema tributário.

Pacheco colocou o projeto na geladeira assim que ele chegou ao Senado, mas no dia do acordo dos precatórios o nome do relator saiu da cartola. Do partido de Gilberto Kassab, o senador baiano Ângelo Coronel (PSD) foi o indicado para relatar o projeto na Comissão de Assuntos Econômicos da Casa e deve ter uma postura menos alinhada com o governo. 

Por isso, causou alvoroço nas redes sociais, ontem, uma postagem do relator da PEC 110 de Reforma Tributária ampla, senador Roberto Rocha.

Com a publicação de uma foto ao lado de Guedes, Rocha atestou que o ministro acabara de confirmar apoio do governo à PEC que cria o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) para impostos sobre consumo. “Pela 1.ª vez na história, União, Estados e municípios estão de acordo sobre a mesma proposta de Reforma Tributária da base consumo”, escreveu.

O que Paulo Guedes realmente deseja é aprovar a reforma do Imposto de Renda. Foto: Edu Andrade/ME - 21/9/2021

O relator ficou tão animado, que queria apresentar ainda ontem o seu relatório. A ideia foi abortada logo depois na reunião de líderes, mas ele deve fazê-lo nos próximos dias para confirmar a aliança de compromisso do “casamento” com Guedes. 

Defensores da reforma ampla ficaram animados com a notícia, mas é bom terem cautela e deixarem as barbas de molho. O apoio à PEC já foi dado outras vezes, e em todas o ministro mostrou resistências. A reclamação é sempre a mesma, de que nas conversas o ministro dá a entender que concorda, mas depois não é bem assim.

O que Guedes e Lira querem é aprovar logo o projeto. Na reunião da tal fotografia postada nas redes sociais pelo relator, Guedes pediu a Rocha apoio ao projeto. Já o senador cobrou apoio firme à reforma tributária ampla.

No fundo, porém, nem Guedes apoia de fato o parecer de Rocha, nem o senador tem alinhamento geral com o projeto do Imposto de Renda. É como se os dois dissessem que apoiam o “conceito”. Mas muitas arestas precisam ser aparadas para uma convergência que leve ao “casamento” para a aprovação dos dois textos.

Se o projeto do Imposto de Renda for aprovado, o “acordo” da foto publicada pelo senador ao lado de Guedes para a aprovação da PEC de reforma será cobrado. Daí o registro para a posteridade, que tanto rebuliço causou nas redes sociais entre os interessados (contra ou favor) das duas propostas de reforma tributária.

Para reforçar o acerto, Rocha até publicou outro post com uma mensagem de convergência.

Mas por que tanto interesse em correr com a votação do projeto?

Ele é o pulo do gato: para bancar o Auxílio Brasil (o novo Bolsa Família) em 2022. Em 2021, o lançamento sairá porque o governo aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) temporariamente para atender à Lei de Responsabilidade Fiscal.

Pilar da política fiscal brasileira, essa lei exige compensação de aumento de receita ou corte de despesa toda vez que o governo criar uma nova despesa obrigatória de caráter continuado. A compensação será a volta da tributação de lucro e dividendos que está no projeto do Imposto de Renda.

Sem o projeto aprovado, o governo fica com um abacaxi na mão porque o presidente Jair Bolsonaro, de olho na eleição de 2022, quis criar um novo programa com sua marca e apagar o nome Bolsa Família, criado pelo ex-presidente Lula.

Para viabilizar o orçamento de 2022 com pagamento de precatórios e o novo auxílio, a reforma do projeto do Imposto de Renda deverá ser aprovada junto com a PEC dos precatórios. 

Só resta torcer para que o Senado faça uma profunda reformulação no texto, sob o risco de deixar mais uma bomba fiscal para as contas públicas. O projeto que saiu da Câmara é inaceitável. 

*É REPÓRTER ESPECIAL DE ECONOMIA EM BRASÍLIA

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