A agência de classificação de risco Moody's rebaixou o rating da JBS de Ba3 para Ba2, além de rebaixar as notas das subsidiárias JBS USA Lux de Ba3 para B1 e da JBS USA de Ba2 para Ba3, essas últimas nos Estados Unidos. Todos os ratings foram mantidos em revisão para um possível novo rebaixamento.
Do açougue aos bilhões, conheça a trajetória da JBS
Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, 9, a Moody's afirma que o rebaixamento nos ratings reflete "os riscos contínuos relacionados a possíveis processos judiciais futuros, à governança da empresa e possíveis danos à reputação da companhia".
Para a agência, esses riscos podem prejudicar as operações, o acesso ao mercado e a liquidez da JBS, com a ação também incorporando possíveis investigações criminais adicionais que envolvam direta ou indiretamente a empresa.
Na manhã de sexta-feira, 9, a JBS foi alvo de mais uma ofensiva da Polícia Federal (PF), a Operação Tendão de Aquiles, que investiga especificamente lucros milionários que o grupo teria obtido a partir de informações privilegiadas usadas por seus executivos que fizeram delação premiada na Procuradoria-Geral da República.
Acordo. A J&F Investimentos, controladora da JBS, confirmou em 31 de maio a assinatura de um acordo de leniência e que será responsável pelo pagamento de R$ 10,3 bilhões em 25 anos, referentes a investigações de corrupção, com alguns dos executivos da JBS inseridos no caso.
A Moody's destaca esse fato ao comentar que o acordo elimina a incerteza em relação às investigações realizadas pelo Ministério Público Federal e afirma que o processo de revisão continuará a se concentrar na probabilidade de processos pendentes, inquéritos ou possíveis processos judiciais futuros, que podem se transformar em responsabilidades e penalidades adicionais significativas para a empresa.
Segundo a agência, caso a liquidez da JBS se deteriore como consequência desses desenvolvimentos, uma nova ação de rating pode ser tomada antes da conclusão do final do processo de revisão.