MENOS RECEITAS COM IMPOSTOS
A maioria dos tributos federais mostrou arrecadação menor no mês passado em relação setembro de 2013, segundo a Receita. O destaque ficou para as quedas reais de 6,12 por cento no Imposto sobre Importação; de 2,93 por cento no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); de 3,3 por cento na Cofins; e de 3,8 por cento no recolhimento de PIS e Pasep.
"Os indicadores macroeconômicos de setembro tiveram comportamento pior do que em setembro de 2013. Claro que isso sempre justifica em parte o comportamento da arrecadação", disse o secretário-adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira, citando, em sua apresentação, queda na produção industrial de 5,36 por cento e na venda de bens e serviços de 6,80 por cento no período.
Diante desse cenário, a Receita indicou nova redução em sua estimativa de crescimento da arrecadação para este ano, para menos de 1 por cento se o cenário econômico atual for mantido.
Até então, a estimativa era de expansão real de 1 por cento neste ano, a menor variação desde 2009, quando havia ficado em 0,11 por cento e inferior ao crescimento de 4,08 por cento vista em 2013.
A baixa arrecadação, juntamente com a expansão dos gastos públicos, já acabou com as chances de a meta de superávit primário deste ano --de 99 bilhões de reais, ou 1,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)-- ser cumprida, reforçando o quadro de deterioração dos indicadores da economia brasileira.
Em 12 meses encerrados em agosto, a economia do setor público para o pagamento dos juros da dívida pública foi de apenas 0,94 por cento do PIB.
O país entrou em recessão técnica no semestre passado e não tem dado sinais de recuperação mais consistente, um dos maiores desafios que a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) tem pela frente.
(Por Luciana Otoni)