Associação diz que JBS foi usada para manipular preço de ações


Advogado de minoritários afirma que venda de ações por controladores e compra de papéis pela empresa antecipando delação configuram crime financeiro

Por Karin Sato

Em 17 de maio, a tesouraria da JBS comprou R$ 35,6 milhões em ações da empresa. No mesmo dia, após o fechamento do pregão, notícias sobre a delação de Joesley e Wesley Batista vieram à tona. Contudo, enquanto a empresa comprava suas próprias ações, os acionistas controladores se desfaziam de papéis. As vendas em 17 de maio totalizaram R$ 35,114 milhões. Na véspera, dia 16, os controladores venderam R$ 9,957 milhões em ações da JBS.

Controladores da JBS venderam ações antes de delação ser revelada

Dona da Friboi e da Seara, JBS tem plano de recompra de ações desde fevereiro Foto: JF Diorio|Estadão
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O advogado da Associação de Acionistas Minoritários (Aidmin), Marcio Lobo, do escritório Jorge Lobo Advogados, afirma que as operações configuram crime de manipulação no mercado financeiro, uma vez que o controlador acabou segurando os preços das ações. "O crime de utilização de informação privilegiada é flagrante, não só com as operações no mercado de ações como também no cambial. Agora, esta nova informação mostra que também houve manipulação dos preços das ações", disse.

Aurélio Valporto, vice-presidente da Aidmin, avalia que os controladores usaram a JBS para "criar demanda, a fim de absorver a venda de ações".

Do açougue aos bilhões, conheça a trajetória da JBS

1 | 7

A segunda geração no comando

Foto: Jonne Roriz/Estadão
2 | 7

Crescimento no mercado financeiro

Foto: Divulgação
3 | 7

Alvo de operações da Polícia Federal

Foto: André Dusek/Estadão
4 | 7

Efeitos da delação da JBS

Foto: JF Diorio/Estadão
5 | 7

O início

Foto: Divulgação
6 | 7

Processo de internacionalização avança

Foto: Embrapa
7 | 7

Expansão dos negócios

Foto: Cargill
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"As operações ocorridas caracterizam tanto insider trading quanto manipulação de mercado, caracterizada no momento em que a empresa comprou praticamente a mesma quantidade de ações vendidas", diz Valporto.

Cabral pode ter passado a perna nos irmãos Batista

Segundo uma fonte que trabalha com governança corporativa, de fato as operações "foram ilegais". Esta fonte citou o artigo 13 da Instrução CVM 358, que diz que, antes da divulgação ao mercado de ato ou fato relevante ocorrido nos negócios da empresa, é vedada a negociação de valores mobiliários pela própria companhia aberta e pelos acionistas controladores. A mesma vedação aplica-se a quem quer que tenha conhecimento de informação referente a ato ou fato relevante. Essa proibição vale também em relação aos acionistas controladores, sempre que estiverem em curso compras ou vendas de ações da empresa, diz o texto.

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Saiba quais empresas fazem parte do J&F, grupo que controla a JBS

1 | 9

JBS - Seara e Friboi

Foto: Clayton de Souza/Estadão
2 | 9

Alpargatas - Havaianas

Foto: Sérgio Neves/Estadão
3 | 9

Flora - Minuano, Albany e Neutrox

Foto: Flora/Divulgação
4 | 9

Vigor Alimentos

Foto: Vigor/Divulgação
5 | 9

Âmbar Energia

Foto: Tiago Queiroz/Estadão
6 | 9

Banco Original

Foto: Banco Original/Divulgação
7 | 9

Eldorado Brasil

Foto: Eldorado Brasil/Divulgação
8 | 9

Canal Rural

Foto: Canal Rural/Divulgação
9 | 9

Agropecuária

Foto: José Patrício/Estadão

Desde fevereiro, está em vigor um plano de recompra de ações aprovado pelo conselho de administração da JBS. No total, em maio, a tesouraria da JBS adquiriu R$ 55,5 milhões em ações, entre os dias 17 e 22. O programa de recompra anunciado em fevereiro dava aval para a compra de até 151.844.207 ações ON em um prazo de 18 meses. Esse número de ações representa 5,56% do total, e 10% dos papéis em circulação no mercado. A vigência é de 08 de fevereiro a 08 de agosto de 2018. Ainda segundo comunicado da companhia, para a recompra, a companhia utiliza recursos das reservas de lucro e de capital.

JBS convoca mais executivos para aderir à delação

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Com relação às vendas por parte dos controladores, no total, os acionistas se desfizeram de R$ 155,288 milhões em ações em maio. Conforme antecipou o Broadcast, em abril, os acionistas controladores haviam vendido R$ 328,5 milhões em ações da empresa.

Procurada, a JBS informou que "todas as operações de compra e venda de moedas, ações e títulos realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores seguem as leis que regulamentam tais transações". 

Em 17 de maio, a tesouraria da JBS comprou R$ 35,6 milhões em ações da empresa. No mesmo dia, após o fechamento do pregão, notícias sobre a delação de Joesley e Wesley Batista vieram à tona. Contudo, enquanto a empresa comprava suas próprias ações, os acionistas controladores se desfaziam de papéis. As vendas em 17 de maio totalizaram R$ 35,114 milhões. Na véspera, dia 16, os controladores venderam R$ 9,957 milhões em ações da JBS.

Controladores da JBS venderam ações antes de delação ser revelada

Dona da Friboi e da Seara, JBS tem plano de recompra de ações desde fevereiro Foto: JF Diorio|Estadão

O advogado da Associação de Acionistas Minoritários (Aidmin), Marcio Lobo, do escritório Jorge Lobo Advogados, afirma que as operações configuram crime de manipulação no mercado financeiro, uma vez que o controlador acabou segurando os preços das ações. "O crime de utilização de informação privilegiada é flagrante, não só com as operações no mercado de ações como também no cambial. Agora, esta nova informação mostra que também houve manipulação dos preços das ações", disse.

Aurélio Valporto, vice-presidente da Aidmin, avalia que os controladores usaram a JBS para "criar demanda, a fim de absorver a venda de ações".

Do açougue aos bilhões, conheça a trajetória da JBS

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Expansão dos negócios

Foto: Cargill

"As operações ocorridas caracterizam tanto insider trading quanto manipulação de mercado, caracterizada no momento em que a empresa comprou praticamente a mesma quantidade de ações vendidas", diz Valporto.

Cabral pode ter passado a perna nos irmãos Batista

Segundo uma fonte que trabalha com governança corporativa, de fato as operações "foram ilegais". Esta fonte citou o artigo 13 da Instrução CVM 358, que diz que, antes da divulgação ao mercado de ato ou fato relevante ocorrido nos negócios da empresa, é vedada a negociação de valores mobiliários pela própria companhia aberta e pelos acionistas controladores. A mesma vedação aplica-se a quem quer que tenha conhecimento de informação referente a ato ou fato relevante. Essa proibição vale também em relação aos acionistas controladores, sempre que estiverem em curso compras ou vendas de ações da empresa, diz o texto.

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Foto: Flora/Divulgação
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Foto: Vigor/Divulgação
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Banco Original

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Eldorado Brasil

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Canal Rural

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Agropecuária

Foto: José Patrício/Estadão

Desde fevereiro, está em vigor um plano de recompra de ações aprovado pelo conselho de administração da JBS. No total, em maio, a tesouraria da JBS adquiriu R$ 55,5 milhões em ações, entre os dias 17 e 22. O programa de recompra anunciado em fevereiro dava aval para a compra de até 151.844.207 ações ON em um prazo de 18 meses. Esse número de ações representa 5,56% do total, e 10% dos papéis em circulação no mercado. A vigência é de 08 de fevereiro a 08 de agosto de 2018. Ainda segundo comunicado da companhia, para a recompra, a companhia utiliza recursos das reservas de lucro e de capital.

JBS convoca mais executivos para aderir à delação

Com relação às vendas por parte dos controladores, no total, os acionistas se desfizeram de R$ 155,288 milhões em ações em maio. Conforme antecipou o Broadcast, em abril, os acionistas controladores haviam vendido R$ 328,5 milhões em ações da empresa.

Procurada, a JBS informou que "todas as operações de compra e venda de moedas, ações e títulos realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores seguem as leis que regulamentam tais transações". 

Em 17 de maio, a tesouraria da JBS comprou R$ 35,6 milhões em ações da empresa. No mesmo dia, após o fechamento do pregão, notícias sobre a delação de Joesley e Wesley Batista vieram à tona. Contudo, enquanto a empresa comprava suas próprias ações, os acionistas controladores se desfaziam de papéis. As vendas em 17 de maio totalizaram R$ 35,114 milhões. Na véspera, dia 16, os controladores venderam R$ 9,957 milhões em ações da JBS.

Controladores da JBS venderam ações antes de delação ser revelada

Dona da Friboi e da Seara, JBS tem plano de recompra de ações desde fevereiro Foto: JF Diorio|Estadão

O advogado da Associação de Acionistas Minoritários (Aidmin), Marcio Lobo, do escritório Jorge Lobo Advogados, afirma que as operações configuram crime de manipulação no mercado financeiro, uma vez que o controlador acabou segurando os preços das ações. "O crime de utilização de informação privilegiada é flagrante, não só com as operações no mercado de ações como também no cambial. Agora, esta nova informação mostra que também houve manipulação dos preços das ações", disse.

Aurélio Valporto, vice-presidente da Aidmin, avalia que os controladores usaram a JBS para "criar demanda, a fim de absorver a venda de ações".

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"As operações ocorridas caracterizam tanto insider trading quanto manipulação de mercado, caracterizada no momento em que a empresa comprou praticamente a mesma quantidade de ações vendidas", diz Valporto.

Cabral pode ter passado a perna nos irmãos Batista

Segundo uma fonte que trabalha com governança corporativa, de fato as operações "foram ilegais". Esta fonte citou o artigo 13 da Instrução CVM 358, que diz que, antes da divulgação ao mercado de ato ou fato relevante ocorrido nos negócios da empresa, é vedada a negociação de valores mobiliários pela própria companhia aberta e pelos acionistas controladores. A mesma vedação aplica-se a quem quer que tenha conhecimento de informação referente a ato ou fato relevante. Essa proibição vale também em relação aos acionistas controladores, sempre que estiverem em curso compras ou vendas de ações da empresa, diz o texto.

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Foto: José Patrício/Estadão

Desde fevereiro, está em vigor um plano de recompra de ações aprovado pelo conselho de administração da JBS. No total, em maio, a tesouraria da JBS adquiriu R$ 55,5 milhões em ações, entre os dias 17 e 22. O programa de recompra anunciado em fevereiro dava aval para a compra de até 151.844.207 ações ON em um prazo de 18 meses. Esse número de ações representa 5,56% do total, e 10% dos papéis em circulação no mercado. A vigência é de 08 de fevereiro a 08 de agosto de 2018. Ainda segundo comunicado da companhia, para a recompra, a companhia utiliza recursos das reservas de lucro e de capital.

JBS convoca mais executivos para aderir à delação

Com relação às vendas por parte dos controladores, no total, os acionistas se desfizeram de R$ 155,288 milhões em ações em maio. Conforme antecipou o Broadcast, em abril, os acionistas controladores haviam vendido R$ 328,5 milhões em ações da empresa.

Procurada, a JBS informou que "todas as operações de compra e venda de moedas, ações e títulos realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores seguem as leis que regulamentam tais transações". 

Em 17 de maio, a tesouraria da JBS comprou R$ 35,6 milhões em ações da empresa. No mesmo dia, após o fechamento do pregão, notícias sobre a delação de Joesley e Wesley Batista vieram à tona. Contudo, enquanto a empresa comprava suas próprias ações, os acionistas controladores se desfaziam de papéis. As vendas em 17 de maio totalizaram R$ 35,114 milhões. Na véspera, dia 16, os controladores venderam R$ 9,957 milhões em ações da JBS.

Controladores da JBS venderam ações antes de delação ser revelada

Dona da Friboi e da Seara, JBS tem plano de recompra de ações desde fevereiro Foto: JF Diorio|Estadão

O advogado da Associação de Acionistas Minoritários (Aidmin), Marcio Lobo, do escritório Jorge Lobo Advogados, afirma que as operações configuram crime de manipulação no mercado financeiro, uma vez que o controlador acabou segurando os preços das ações. "O crime de utilização de informação privilegiada é flagrante, não só com as operações no mercado de ações como também no cambial. Agora, esta nova informação mostra que também houve manipulação dos preços das ações", disse.

Aurélio Valporto, vice-presidente da Aidmin, avalia que os controladores usaram a JBS para "criar demanda, a fim de absorver a venda de ações".

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A segunda geração no comando

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Cabral pode ter passado a perna nos irmãos Batista

Segundo uma fonte que trabalha com governança corporativa, de fato as operações "foram ilegais". Esta fonte citou o artigo 13 da Instrução CVM 358, que diz que, antes da divulgação ao mercado de ato ou fato relevante ocorrido nos negócios da empresa, é vedada a negociação de valores mobiliários pela própria companhia aberta e pelos acionistas controladores. A mesma vedação aplica-se a quem quer que tenha conhecimento de informação referente a ato ou fato relevante. Essa proibição vale também em relação aos acionistas controladores, sempre que estiverem em curso compras ou vendas de ações da empresa, diz o texto.

Saiba quais empresas fazem parte do J&F, grupo que controla a JBS

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Agropecuária

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Desde fevereiro, está em vigor um plano de recompra de ações aprovado pelo conselho de administração da JBS. No total, em maio, a tesouraria da JBS adquiriu R$ 55,5 milhões em ações, entre os dias 17 e 22. O programa de recompra anunciado em fevereiro dava aval para a compra de até 151.844.207 ações ON em um prazo de 18 meses. Esse número de ações representa 5,56% do total, e 10% dos papéis em circulação no mercado. A vigência é de 08 de fevereiro a 08 de agosto de 2018. Ainda segundo comunicado da companhia, para a recompra, a companhia utiliza recursos das reservas de lucro e de capital.

JBS convoca mais executivos para aderir à delação

Com relação às vendas por parte dos controladores, no total, os acionistas se desfizeram de R$ 155,288 milhões em ações em maio. Conforme antecipou o Broadcast, em abril, os acionistas controladores haviam vendido R$ 328,5 milhões em ações da empresa.

Procurada, a JBS informou que "todas as operações de compra e venda de moedas, ações e títulos realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores seguem as leis que regulamentam tais transações". 

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