A presidente da Petrobrás, Graça Foster, afirmou que "não há segurança" de que informações do resultado financeiro serão divulgadas "em sua plenitude" nos próximos 45 dias. Esse é o prazo para a divulgação do balanço do terceiro trimestre deste ano, sem ter que antecipar o pagamento de dívidas. A publicação do balanço não auditado está previsto para 30 de janeiro.
"Estamos trabalhando para fazer avaliação do real valor do ativo. A gente chama de efeito da Operação Lava Jato, um nome menos feio. O nome correto é corrupção", afirmou Graça.
A preocupação da empresa é que o patrimônio da empresa seja revisto à medida que novas delações à Polícia Federal deem a dimensão do volume de recursos desviados.
Apesar de admitir que a empresa passa por um momento de dificuldade, Graça garante que a empresa não tem problema de caixa para dar conta dos investimentos. "Não vamos ter problema de financiabilidade. Não batemos na porta do governo para pedir dinheiro".
Sobre a cobrança de uma dívida de R$ 9 bilhões da Eletrobras, pelo fornecimento de combustível para a geração térmica, a presidente afirmou mais de uma vez que a cobrança não está ligada à dificuldade de caixa da petroleira. "É dívida, tem que pagar", disse.
Posicionamento. Graça Foster também cobrou do governo federal um "posicionamento urgente" sobre a situação das empresas envolvidas nas investigações da Operação Lava Jato. Segundo ela, comprovadas as denúncias de corrupção, a estatal ficaria proibida de contratar as empresas que atuam nos principais estaleiros do País na construção de embarcações e plataformas para a Petrobras, o que poderia comprometer a produção da companhia.
Petróleo. Projetos no pré-sal continuam rentáveis para a Petrobrás, mesmo diante da desvalorização do petróleo no mercado internacional, afirmou o diretor de Exploração e Produção da companhia, José Formigli. Segundo ele, o cronograma dos projetos estão mantidos e há o interesse de todos os sócios de dar continuidade ao trabalho. "A margem no pré-sal diminuiu, mas continua positiva", afirmou.
A presidente da Petrobras, Graça Foster, enumerou três fatores que hoje influenciam o valor de mercado da empresa. Dois deles não são passíveis de controle: a desvalorização do petróleo e do real, comparado ao dólar. Além desses dois fatores, há ainda a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga possíveis casos de corrupção na empresa.
"Só tem uma coisa que hoje me motiva mais do que a curva de produção, que é acabar com o descrédito da companhia", afirmou Graça.