Jornalista e comentarista de economia

Opinião|A economia fraqueja


Há muito não se via uma sexta-feira com essa concentração de notícias ruins na área econômica

Por Celso Ming

Há muito não se via uma sexta-feira com essa concentração de notícias ruins na área econômica - e não se fala aqui das novas prisões de empreiteiros pela Operação Lava Jato.

É inflação ainda mais alta, mais queda na atividade econômica e aumento do desemprego. A inflação medida pelo IPCA-15 saltou para 0,99%, uma esticada surpreendente, que não estava no radar de nenhum analista (veja o gráfico).

Para quem não está familiarizado com essas siglas, IPCA-15 é o mesmo que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo): mede o custo de vida, que serve de base para a definição do tamanho dos juros pelo Banco Central. A diferença é a de que, no IPCA-15, o período de 30 dias não é o de calendário (caso do IPCA). É medido a partir da metade de um mês à metade do mês seguinte - daí o 15. O índice de junho mostra que, apesar da forte contração da atividade econômica, dos juros aos 13,75% ao ano e do desemprego, a inflação continua subindo. Em 12 meses, está encostando nos 9,0%.

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 Foto: INFOGRAFICOS/ESTADAO

No mês, a alta está mais forte na área de despesas pessoais (1,79%) e alimentos (1,21%). Uma explicação para isso é a que foi avançada aqui na edição do dia 11: como o poder aquisitivo está caindo pela inflação e pelo desemprego, o consumidor já não está mais comprando veículos e aparelhos domésticos. Sobra um dinheirinho para mais alimentação e cuidados pessoais. Daí a maior demanda que aumenta os preços.

Também foi divulgado ontem o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que se propõe a funcionar como uma prévia do avanço do PIB. A queda verificada em abril (ante março) foi de 4,68% que, uma vez feitos os ajustes sazonais, aponta queda de 0,84%. Nos primeiros quatro meses do ano o recuo é de 2,48% e no período de 12 meses, de 1,38%.

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Economia ainda mais fraca produz um impacto mais forte sobre as contas públicas, porque a arrecadação tende a mergulhar. E o enfraquecimento ainda maior das contas públicas traz as consequências funestas já conhecidas.

A terceira notícia ruim de ontem foi o desempenho do mercado de trabalho medido pelo Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, que registra contratações e dispensas de pessoal com carteira de trabalho assinada. Em maio, verificou-se queda de 115,6 mil postos de trabalho, o primeiro mês de maio negativo desde 1992, quando foi iniciada a série histórica.

Tudo isso não começou no mês passado. É consequência da política desastrosa adotada no primeiro governo Dilma, que dizimou a matriz macroeconômica. A temporada é de ajustes - como se sabe. Mas, além de dolorosos, esses ajustes parecem insuficientes para reequilibrar a economia dentro do prazo proposto pelos atuais ministros da área. As análises já vêm empurrando o início da recuperação não mais para o terceiro trimestre, mas, quem sabe, para o quarto ou, até mesmo, para o ano que vem. O Banco Central, que não passa firmeza na expectativa de que entregue a inflação à meta de 4,5% até o fim de 2016, tem ainda menos razões para desacelerar o ritmo de aperto dos juros.

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CONFIRA:

 Foto: INFOGRAFICOS/ESTADAO

Aí está a evolução do comportamento do emprego formal no Brasil.

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Causa e efeito

A forte queda do nível de emprego formal da economia pode ser entendida como indício de que o ajuste está funcionando. Por mais que se lamente a perda de empregos, não é possível fazer omeletes sem quebrar os ovos. Esse tranco chegará também aos preços. Mais cedo ou mais tarde, a demanda cairá a ponto de obrigar os agentes econômicos a reduzir substancialmente a remarcação dos preços tanto no varejo como no atacado. Juros altos preveem esse efeito.

Há muito não se via uma sexta-feira com essa concentração de notícias ruins na área econômica - e não se fala aqui das novas prisões de empreiteiros pela Operação Lava Jato.

É inflação ainda mais alta, mais queda na atividade econômica e aumento do desemprego. A inflação medida pelo IPCA-15 saltou para 0,99%, uma esticada surpreendente, que não estava no radar de nenhum analista (veja o gráfico).

Para quem não está familiarizado com essas siglas, IPCA-15 é o mesmo que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo): mede o custo de vida, que serve de base para a definição do tamanho dos juros pelo Banco Central. A diferença é a de que, no IPCA-15, o período de 30 dias não é o de calendário (caso do IPCA). É medido a partir da metade de um mês à metade do mês seguinte - daí o 15. O índice de junho mostra que, apesar da forte contração da atividade econômica, dos juros aos 13,75% ao ano e do desemprego, a inflação continua subindo. Em 12 meses, está encostando nos 9,0%.

 Foto: INFOGRAFICOS/ESTADAO

No mês, a alta está mais forte na área de despesas pessoais (1,79%) e alimentos (1,21%). Uma explicação para isso é a que foi avançada aqui na edição do dia 11: como o poder aquisitivo está caindo pela inflação e pelo desemprego, o consumidor já não está mais comprando veículos e aparelhos domésticos. Sobra um dinheirinho para mais alimentação e cuidados pessoais. Daí a maior demanda que aumenta os preços.

Também foi divulgado ontem o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que se propõe a funcionar como uma prévia do avanço do PIB. A queda verificada em abril (ante março) foi de 4,68% que, uma vez feitos os ajustes sazonais, aponta queda de 0,84%. Nos primeiros quatro meses do ano o recuo é de 2,48% e no período de 12 meses, de 1,38%.

Economia ainda mais fraca produz um impacto mais forte sobre as contas públicas, porque a arrecadação tende a mergulhar. E o enfraquecimento ainda maior das contas públicas traz as consequências funestas já conhecidas.

A terceira notícia ruim de ontem foi o desempenho do mercado de trabalho medido pelo Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, que registra contratações e dispensas de pessoal com carteira de trabalho assinada. Em maio, verificou-se queda de 115,6 mil postos de trabalho, o primeiro mês de maio negativo desde 1992, quando foi iniciada a série histórica.

Tudo isso não começou no mês passado. É consequência da política desastrosa adotada no primeiro governo Dilma, que dizimou a matriz macroeconômica. A temporada é de ajustes - como se sabe. Mas, além de dolorosos, esses ajustes parecem insuficientes para reequilibrar a economia dentro do prazo proposto pelos atuais ministros da área. As análises já vêm empurrando o início da recuperação não mais para o terceiro trimestre, mas, quem sabe, para o quarto ou, até mesmo, para o ano que vem. O Banco Central, que não passa firmeza na expectativa de que entregue a inflação à meta de 4,5% até o fim de 2016, tem ainda menos razões para desacelerar o ritmo de aperto dos juros.

CONFIRA:

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Aí está a evolução do comportamento do emprego formal no Brasil.

Causa e efeito

A forte queda do nível de emprego formal da economia pode ser entendida como indício de que o ajuste está funcionando. Por mais que se lamente a perda de empregos, não é possível fazer omeletes sem quebrar os ovos. Esse tranco chegará também aos preços. Mais cedo ou mais tarde, a demanda cairá a ponto de obrigar os agentes econômicos a reduzir substancialmente a remarcação dos preços tanto no varejo como no atacado. Juros altos preveem esse efeito.

Há muito não se via uma sexta-feira com essa concentração de notícias ruins na área econômica - e não se fala aqui das novas prisões de empreiteiros pela Operação Lava Jato.

É inflação ainda mais alta, mais queda na atividade econômica e aumento do desemprego. A inflação medida pelo IPCA-15 saltou para 0,99%, uma esticada surpreendente, que não estava no radar de nenhum analista (veja o gráfico).

Para quem não está familiarizado com essas siglas, IPCA-15 é o mesmo que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo): mede o custo de vida, que serve de base para a definição do tamanho dos juros pelo Banco Central. A diferença é a de que, no IPCA-15, o período de 30 dias não é o de calendário (caso do IPCA). É medido a partir da metade de um mês à metade do mês seguinte - daí o 15. O índice de junho mostra que, apesar da forte contração da atividade econômica, dos juros aos 13,75% ao ano e do desemprego, a inflação continua subindo. Em 12 meses, está encostando nos 9,0%.

 Foto: INFOGRAFICOS/ESTADAO

No mês, a alta está mais forte na área de despesas pessoais (1,79%) e alimentos (1,21%). Uma explicação para isso é a que foi avançada aqui na edição do dia 11: como o poder aquisitivo está caindo pela inflação e pelo desemprego, o consumidor já não está mais comprando veículos e aparelhos domésticos. Sobra um dinheirinho para mais alimentação e cuidados pessoais. Daí a maior demanda que aumenta os preços.

Também foi divulgado ontem o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que se propõe a funcionar como uma prévia do avanço do PIB. A queda verificada em abril (ante março) foi de 4,68% que, uma vez feitos os ajustes sazonais, aponta queda de 0,84%. Nos primeiros quatro meses do ano o recuo é de 2,48% e no período de 12 meses, de 1,38%.

Economia ainda mais fraca produz um impacto mais forte sobre as contas públicas, porque a arrecadação tende a mergulhar. E o enfraquecimento ainda maior das contas públicas traz as consequências funestas já conhecidas.

A terceira notícia ruim de ontem foi o desempenho do mercado de trabalho medido pelo Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, que registra contratações e dispensas de pessoal com carteira de trabalho assinada. Em maio, verificou-se queda de 115,6 mil postos de trabalho, o primeiro mês de maio negativo desde 1992, quando foi iniciada a série histórica.

Tudo isso não começou no mês passado. É consequência da política desastrosa adotada no primeiro governo Dilma, que dizimou a matriz macroeconômica. A temporada é de ajustes - como se sabe. Mas, além de dolorosos, esses ajustes parecem insuficientes para reequilibrar a economia dentro do prazo proposto pelos atuais ministros da área. As análises já vêm empurrando o início da recuperação não mais para o terceiro trimestre, mas, quem sabe, para o quarto ou, até mesmo, para o ano que vem. O Banco Central, que não passa firmeza na expectativa de que entregue a inflação à meta de 4,5% até o fim de 2016, tem ainda menos razões para desacelerar o ritmo de aperto dos juros.

CONFIRA:

 Foto: INFOGRAFICOS/ESTADAO

Aí está a evolução do comportamento do emprego formal no Brasil.

Causa e efeito

A forte queda do nível de emprego formal da economia pode ser entendida como indício de que o ajuste está funcionando. Por mais que se lamente a perda de empregos, não é possível fazer omeletes sem quebrar os ovos. Esse tranco chegará também aos preços. Mais cedo ou mais tarde, a demanda cairá a ponto de obrigar os agentes econômicos a reduzir substancialmente a remarcação dos preços tanto no varejo como no atacado. Juros altos preveem esse efeito.

Há muito não se via uma sexta-feira com essa concentração de notícias ruins na área econômica - e não se fala aqui das novas prisões de empreiteiros pela Operação Lava Jato.

É inflação ainda mais alta, mais queda na atividade econômica e aumento do desemprego. A inflação medida pelo IPCA-15 saltou para 0,99%, uma esticada surpreendente, que não estava no radar de nenhum analista (veja o gráfico).

Para quem não está familiarizado com essas siglas, IPCA-15 é o mesmo que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo): mede o custo de vida, que serve de base para a definição do tamanho dos juros pelo Banco Central. A diferença é a de que, no IPCA-15, o período de 30 dias não é o de calendário (caso do IPCA). É medido a partir da metade de um mês à metade do mês seguinte - daí o 15. O índice de junho mostra que, apesar da forte contração da atividade econômica, dos juros aos 13,75% ao ano e do desemprego, a inflação continua subindo. Em 12 meses, está encostando nos 9,0%.

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No mês, a alta está mais forte na área de despesas pessoais (1,79%) e alimentos (1,21%). Uma explicação para isso é a que foi avançada aqui na edição do dia 11: como o poder aquisitivo está caindo pela inflação e pelo desemprego, o consumidor já não está mais comprando veículos e aparelhos domésticos. Sobra um dinheirinho para mais alimentação e cuidados pessoais. Daí a maior demanda que aumenta os preços.

Também foi divulgado ontem o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que se propõe a funcionar como uma prévia do avanço do PIB. A queda verificada em abril (ante março) foi de 4,68% que, uma vez feitos os ajustes sazonais, aponta queda de 0,84%. Nos primeiros quatro meses do ano o recuo é de 2,48% e no período de 12 meses, de 1,38%.

Economia ainda mais fraca produz um impacto mais forte sobre as contas públicas, porque a arrecadação tende a mergulhar. E o enfraquecimento ainda maior das contas públicas traz as consequências funestas já conhecidas.

A terceira notícia ruim de ontem foi o desempenho do mercado de trabalho medido pelo Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, que registra contratações e dispensas de pessoal com carteira de trabalho assinada. Em maio, verificou-se queda de 115,6 mil postos de trabalho, o primeiro mês de maio negativo desde 1992, quando foi iniciada a série histórica.

Tudo isso não começou no mês passado. É consequência da política desastrosa adotada no primeiro governo Dilma, que dizimou a matriz macroeconômica. A temporada é de ajustes - como se sabe. Mas, além de dolorosos, esses ajustes parecem insuficientes para reequilibrar a economia dentro do prazo proposto pelos atuais ministros da área. As análises já vêm empurrando o início da recuperação não mais para o terceiro trimestre, mas, quem sabe, para o quarto ou, até mesmo, para o ano que vem. O Banco Central, que não passa firmeza na expectativa de que entregue a inflação à meta de 4,5% até o fim de 2016, tem ainda menos razões para desacelerar o ritmo de aperto dos juros.

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Aí está a evolução do comportamento do emprego formal no Brasil.

Causa e efeito

A forte queda do nível de emprego formal da economia pode ser entendida como indício de que o ajuste está funcionando. Por mais que se lamente a perda de empregos, não é possível fazer omeletes sem quebrar os ovos. Esse tranco chegará também aos preços. Mais cedo ou mais tarde, a demanda cairá a ponto de obrigar os agentes econômicos a reduzir substancialmente a remarcação dos preços tanto no varejo como no atacado. Juros altos preveem esse efeito.

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