Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Adeus, salsichas


Grandes negócios ficarão ameaçados se autoridades sanitárias forem obrigadas a divulgar advertências sobre o consumo de carnes processadas nos moldes de 'o Ministério da Saúde adverte'

Por Celso Ming

Feijoada, cachorro quente, presunto, hambúrguer industrializado, salames de todo tipo, linguiça defumada ou não, sanduíches consagrados – enfim, carnes processadas são alimentos que concorrem para desenvolver câncer no aparelho digestivo, especialmente estômago e intestinos. Até mesmo o churrasco comparece à lista, na medida em que é processado sob fumaça que produz alcatrão.

Quem faz a advertência, de maneira estudada e formal, não é uma ONG de vegetarianos ou uma congregação de obcecados pregadores de dietas alternativas. Esta também não é uma daquelas superstições populares amplamente divulgadas no passado – como a de que leite com manga faz mal. É a Organização Mundial da Saúde (OMS) que se manifesta agora nesses termos, com todo seu peso institucional. A conclusão foi divulgada oficialmente após estudo elaborado por 22 cientistas que avaliaram 800 trabalhos sobre a relação entre esses alimentos e 11 tipos de câncer.

 Foto: Infográficos/Estadão
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Como, apesar das advertências de Bismarck (veja o Confira), alemães e austríacos são devoradores contumazes de salsichas; como o americano típico não dispensa fartas porções de bacon e de ovos mexidos com presunto no seu café da manhã; como o espanhol não passa nem uma semana sem se regalar com seu prato de tapas, armado com embutidos de todo tipo; como o brasileiro é grande entusiasta do churrasco e da feijoada; como no mundo inteiro aumentou o consumo de hambúrgueres e de carnes industrialmente processadas – então podemos estar diante de forte ataque à indústria de carnes e de proteína animal.

Se as autoridades sanitárias em todo o mundo se sentirem obrigadas a divulgar as mesmas advertências que passaram a fazer ao consumo de cigarros e de bebidas alcoólicas – na base de “o Ministério da Saúde adverte...” –, grandes negócios ficarão ameaçados. Imagine o impacto sobre McDonald’s, Burger King e todas as indústrias brasileiras cujos produtos estão sendo hoje promovidos por artistas da Rede Globo.

A partir dos anos 60, assim que começaram a ser divulgados os primeiros informes sobre os prejuízos à saúde provocados pelo tabaco, as grandes indústrias do setor foram ao contra-ataque. Contrataram especialistas para produzir pesquisas que refutassem as autoridades mundiais do setor e, com isso, conseguiram adiar a decadência. Poderá o mesmo acontecer agora com a indústria de carnes? O estrago nas comunicações pode ser forte, especialmente na área da publicidade, onde apelos ao consumo de alimentos suspeitos começarão a ser questionados.

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O fato é que está em curso ampla campanha contra coisas boas da vida, especialmente contra alimentos. Aí estão bem mais do que as investidas do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, contra o foie gras. Ovo mole pode deflagrar ataque da salmonela, transgênico é produto suspeito só por ser transgênico, verduras bonitas podem conter agrotóxico, chocolate engorda e produz espinhas, os melhores doces são fonte de diabetes e, ai meu Deus!, tem o glúten, essa grave ameaça a tanta gente inocente...

Aí está a evolução das operações de crédito da rede bancária.

 Foto: Infográficos/Estadão
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A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, admitiu nessa terça-feira que o governo estuda revisão das leis de conteúdo local sob a qual operam os produtores de petróleo no Brasil.As salsichas e as leis

Frase de Otto von Bismarck, primeiro-ministro da Prússia (hoje, parte da Alemanha) entre 1862 e 1890: “O cidadão perderia o sono se soubesse como são feitas as salsichas e as leis”.

Feijoada, cachorro quente, presunto, hambúrguer industrializado, salames de todo tipo, linguiça defumada ou não, sanduíches consagrados – enfim, carnes processadas são alimentos que concorrem para desenvolver câncer no aparelho digestivo, especialmente estômago e intestinos. Até mesmo o churrasco comparece à lista, na medida em que é processado sob fumaça que produz alcatrão.

Quem faz a advertência, de maneira estudada e formal, não é uma ONG de vegetarianos ou uma congregação de obcecados pregadores de dietas alternativas. Esta também não é uma daquelas superstições populares amplamente divulgadas no passado – como a de que leite com manga faz mal. É a Organização Mundial da Saúde (OMS) que se manifesta agora nesses termos, com todo seu peso institucional. A conclusão foi divulgada oficialmente após estudo elaborado por 22 cientistas que avaliaram 800 trabalhos sobre a relação entre esses alimentos e 11 tipos de câncer.

 Foto: Infográficos/Estadão

Como, apesar das advertências de Bismarck (veja o Confira), alemães e austríacos são devoradores contumazes de salsichas; como o americano típico não dispensa fartas porções de bacon e de ovos mexidos com presunto no seu café da manhã; como o espanhol não passa nem uma semana sem se regalar com seu prato de tapas, armado com embutidos de todo tipo; como o brasileiro é grande entusiasta do churrasco e da feijoada; como no mundo inteiro aumentou o consumo de hambúrgueres e de carnes industrialmente processadas – então podemos estar diante de forte ataque à indústria de carnes e de proteína animal.

Se as autoridades sanitárias em todo o mundo se sentirem obrigadas a divulgar as mesmas advertências que passaram a fazer ao consumo de cigarros e de bebidas alcoólicas – na base de “o Ministério da Saúde adverte...” –, grandes negócios ficarão ameaçados. Imagine o impacto sobre McDonald’s, Burger King e todas as indústrias brasileiras cujos produtos estão sendo hoje promovidos por artistas da Rede Globo.

A partir dos anos 60, assim que começaram a ser divulgados os primeiros informes sobre os prejuízos à saúde provocados pelo tabaco, as grandes indústrias do setor foram ao contra-ataque. Contrataram especialistas para produzir pesquisas que refutassem as autoridades mundiais do setor e, com isso, conseguiram adiar a decadência. Poderá o mesmo acontecer agora com a indústria de carnes? O estrago nas comunicações pode ser forte, especialmente na área da publicidade, onde apelos ao consumo de alimentos suspeitos começarão a ser questionados.

O fato é que está em curso ampla campanha contra coisas boas da vida, especialmente contra alimentos. Aí estão bem mais do que as investidas do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, contra o foie gras. Ovo mole pode deflagrar ataque da salmonela, transgênico é produto suspeito só por ser transgênico, verduras bonitas podem conter agrotóxico, chocolate engorda e produz espinhas, os melhores doces são fonte de diabetes e, ai meu Deus!, tem o glúten, essa grave ameaça a tanta gente inocente...

Aí está a evolução das operações de crédito da rede bancária.

 Foto: Infográficos/Estadão

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A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, admitiu nessa terça-feira que o governo estuda revisão das leis de conteúdo local sob a qual operam os produtores de petróleo no Brasil.As salsichas e as leis

Frase de Otto von Bismarck, primeiro-ministro da Prússia (hoje, parte da Alemanha) entre 1862 e 1890: “O cidadão perderia o sono se soubesse como são feitas as salsichas e as leis”.

Feijoada, cachorro quente, presunto, hambúrguer industrializado, salames de todo tipo, linguiça defumada ou não, sanduíches consagrados – enfim, carnes processadas são alimentos que concorrem para desenvolver câncer no aparelho digestivo, especialmente estômago e intestinos. Até mesmo o churrasco comparece à lista, na medida em que é processado sob fumaça que produz alcatrão.

Quem faz a advertência, de maneira estudada e formal, não é uma ONG de vegetarianos ou uma congregação de obcecados pregadores de dietas alternativas. Esta também não é uma daquelas superstições populares amplamente divulgadas no passado – como a de que leite com manga faz mal. É a Organização Mundial da Saúde (OMS) que se manifesta agora nesses termos, com todo seu peso institucional. A conclusão foi divulgada oficialmente após estudo elaborado por 22 cientistas que avaliaram 800 trabalhos sobre a relação entre esses alimentos e 11 tipos de câncer.

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Como, apesar das advertências de Bismarck (veja o Confira), alemães e austríacos são devoradores contumazes de salsichas; como o americano típico não dispensa fartas porções de bacon e de ovos mexidos com presunto no seu café da manhã; como o espanhol não passa nem uma semana sem se regalar com seu prato de tapas, armado com embutidos de todo tipo; como o brasileiro é grande entusiasta do churrasco e da feijoada; como no mundo inteiro aumentou o consumo de hambúrgueres e de carnes industrialmente processadas – então podemos estar diante de forte ataque à indústria de carnes e de proteína animal.

Se as autoridades sanitárias em todo o mundo se sentirem obrigadas a divulgar as mesmas advertências que passaram a fazer ao consumo de cigarros e de bebidas alcoólicas – na base de “o Ministério da Saúde adverte...” –, grandes negócios ficarão ameaçados. Imagine o impacto sobre McDonald’s, Burger King e todas as indústrias brasileiras cujos produtos estão sendo hoje promovidos por artistas da Rede Globo.

A partir dos anos 60, assim que começaram a ser divulgados os primeiros informes sobre os prejuízos à saúde provocados pelo tabaco, as grandes indústrias do setor foram ao contra-ataque. Contrataram especialistas para produzir pesquisas que refutassem as autoridades mundiais do setor e, com isso, conseguiram adiar a decadência. Poderá o mesmo acontecer agora com a indústria de carnes? O estrago nas comunicações pode ser forte, especialmente na área da publicidade, onde apelos ao consumo de alimentos suspeitos começarão a ser questionados.

O fato é que está em curso ampla campanha contra coisas boas da vida, especialmente contra alimentos. Aí estão bem mais do que as investidas do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, contra o foie gras. Ovo mole pode deflagrar ataque da salmonela, transgênico é produto suspeito só por ser transgênico, verduras bonitas podem conter agrotóxico, chocolate engorda e produz espinhas, os melhores doces são fonte de diabetes e, ai meu Deus!, tem o glúten, essa grave ameaça a tanta gente inocente...

Aí está a evolução das operações de crédito da rede bancária.

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A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, admitiu nessa terça-feira que o governo estuda revisão das leis de conteúdo local sob a qual operam os produtores de petróleo no Brasil.As salsichas e as leis

Frase de Otto von Bismarck, primeiro-ministro da Prússia (hoje, parte da Alemanha) entre 1862 e 1890: “O cidadão perderia o sono se soubesse como são feitas as salsichas e as leis”.

Feijoada, cachorro quente, presunto, hambúrguer industrializado, salames de todo tipo, linguiça defumada ou não, sanduíches consagrados – enfim, carnes processadas são alimentos que concorrem para desenvolver câncer no aparelho digestivo, especialmente estômago e intestinos. Até mesmo o churrasco comparece à lista, na medida em que é processado sob fumaça que produz alcatrão.

Quem faz a advertência, de maneira estudada e formal, não é uma ONG de vegetarianos ou uma congregação de obcecados pregadores de dietas alternativas. Esta também não é uma daquelas superstições populares amplamente divulgadas no passado – como a de que leite com manga faz mal. É a Organização Mundial da Saúde (OMS) que se manifesta agora nesses termos, com todo seu peso institucional. A conclusão foi divulgada oficialmente após estudo elaborado por 22 cientistas que avaliaram 800 trabalhos sobre a relação entre esses alimentos e 11 tipos de câncer.

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Como, apesar das advertências de Bismarck (veja o Confira), alemães e austríacos são devoradores contumazes de salsichas; como o americano típico não dispensa fartas porções de bacon e de ovos mexidos com presunto no seu café da manhã; como o espanhol não passa nem uma semana sem se regalar com seu prato de tapas, armado com embutidos de todo tipo; como o brasileiro é grande entusiasta do churrasco e da feijoada; como no mundo inteiro aumentou o consumo de hambúrgueres e de carnes industrialmente processadas – então podemos estar diante de forte ataque à indústria de carnes e de proteína animal.

Se as autoridades sanitárias em todo o mundo se sentirem obrigadas a divulgar as mesmas advertências que passaram a fazer ao consumo de cigarros e de bebidas alcoólicas – na base de “o Ministério da Saúde adverte...” –, grandes negócios ficarão ameaçados. Imagine o impacto sobre McDonald’s, Burger King e todas as indústrias brasileiras cujos produtos estão sendo hoje promovidos por artistas da Rede Globo.

A partir dos anos 60, assim que começaram a ser divulgados os primeiros informes sobre os prejuízos à saúde provocados pelo tabaco, as grandes indústrias do setor foram ao contra-ataque. Contrataram especialistas para produzir pesquisas que refutassem as autoridades mundiais do setor e, com isso, conseguiram adiar a decadência. Poderá o mesmo acontecer agora com a indústria de carnes? O estrago nas comunicações pode ser forte, especialmente na área da publicidade, onde apelos ao consumo de alimentos suspeitos começarão a ser questionados.

O fato é que está em curso ampla campanha contra coisas boas da vida, especialmente contra alimentos. Aí estão bem mais do que as investidas do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, contra o foie gras. Ovo mole pode deflagrar ataque da salmonela, transgênico é produto suspeito só por ser transgênico, verduras bonitas podem conter agrotóxico, chocolate engorda e produz espinhas, os melhores doces são fonte de diabetes e, ai meu Deus!, tem o glúten, essa grave ameaça a tanta gente inocente...

Aí está a evolução das operações de crédito da rede bancária.

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A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, admitiu nessa terça-feira que o governo estuda revisão das leis de conteúdo local sob a qual operam os produtores de petróleo no Brasil.As salsichas e as leis

Frase de Otto von Bismarck, primeiro-ministro da Prússia (hoje, parte da Alemanha) entre 1862 e 1890: “O cidadão perderia o sono se soubesse como são feitas as salsichas e as leis”.

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