Neste período de isolamento social em que grande parte das famílias brasileiras está sem renda é até questão humanitária assegurar o acesso a serviços essenciais aos inadimplentes.
Já os planos de saúde rejeitam como contrapartida ao desbloqueio de parte de fundo de reserva técnica a continuidade do atendimento aos inadimplentes que não tiverem condições de continuar arcando com as mensalidades neste período de quarentena com a alta incidência da Covid-19.
As operadoras preferem não ter a liberação de 15 bilhões de reais do fundo a ter que manter os contratos de quem atrasar o pagamento. É não ter compreensão da dimensão do impacto da crise nos orçamentos familiares com a paralisação da economia.
É inadmissível cortar o atendimento no momento em que os consumidores estão mais vulneráveis e com queda na renda. Pretender jogar parte dos 47 milhões de brasileiros hoje clientes de planos de saúde para o sobrecarregado sistema único de saúde num momento como este não é atitude que se espera de empresas socialmente responsáveis, comprometidas com questões além do lucro.