Bastidores do mundo dos negócios

Com 'mato alto' aparado, registro de recebíveis percebe pontos cegos


Por Matheus Piovesana
Cielo, uma das maiores em maquininhas, está na registradora Cip    Foto: Gabriela Biló/Estadão

Após o caos dos primeiros meses, o registro de recebíveis está quase em velocidade de cruzeiro, de acordo com as principais registradoras. As falhas na comunicação entre as centrais, que travaram e geraram o caos nas operações no início da implementação, agora são pontuais e não chegam a atrapalhar o acesso às agendas dos comerciantes. Item essencial na implantação desse sistema, a "agenda de recebíveis" é uma espécie de lista de todos os recursos que um lojista tem a receber.

Ao se cortar o "mato alto" dos problemas iniciais, porém, começam a aparecer outros desafios. Um deles é a chamada cessão fumaça, que acontece quando uma credenciadora fornece uma maquininha a um comerciante e, em troca, pede para assumir sua agenda de recebíveis.

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Um dos temores é que, com a intensa competição no mercado, comece a ocorrer a chamada fuga de garantias (quando um comerciante que já fez empréstimos com base em uma maquininha a desliga e passa a usar outra). Tira assim das mãos da credenciadora que intermediou o crédito a garantia - e deixa o banco ou os financiadores sem ter como receber os recursos.

Rafael Dal Mas, diretor de produtos da registradora CIP, afirma que esse é um problema causado pela nova realidade. Antes, um banco travava todos os recebíveis de um comerciante, mesmo que concedesse crédito muito menor do que toda a agenda. Assim, era mais difícil ficar sem qualquer garantia. Agora, com a agenda mais "justa", o problema ganhou dimensão.

A Cerc enxerga outras dificuldades. Segundo o fundador e presidente do conselho da registradora, Marcelo Maziero, alguns agentes do mercado ainda têm simulado uma trava sobre as agendas, mesmo que o registro de recebíveis tenha entre seus objetivos impedir que isso aconteça. A empresa espera alguns ajustes nas normas nos próximos meses que reduzam o problema.

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Mais crédito

O racional para a criação do registro de recebíveis está na liberação de mais crédito aos comerciantes. Antes, para tomar empréstimo utilizando seus recebíveis, o lojista tinha toda a agenda de recebíveis travada - ou seja, mesmo que tivesse R$ 100 mil a receber e tomasse R$ 10 mil emprestados, os outros R$ 90 mil também eram bloqueados para novos empréstimos. A ideia do registro de recebíveis foi permitir que várias instituições acessassem essa agenda, e que travassem somente a quantia emprestada.

 As três grandes registradoras do País são CIP, Cerc e Tag. Na Cip estão as três líderes das maquininhas (Cielo, Rede e Getnet), além de concorrentes como a SafraPay. Na Cerc, entre outros, está a PagSeguro. A Stone, por sua vez, é a principal credenciadora ligada à Tag, da qual é proprietária. Procurada, a Tag não se pronunciou.

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Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 27/12/21, às 14h54.

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Cielo, uma das maiores em maquininhas, está na registradora Cip    Foto: Gabriela Biló/Estadão

Após o caos dos primeiros meses, o registro de recebíveis está quase em velocidade de cruzeiro, de acordo com as principais registradoras. As falhas na comunicação entre as centrais, que travaram e geraram o caos nas operações no início da implementação, agora são pontuais e não chegam a atrapalhar o acesso às agendas dos comerciantes. Item essencial na implantação desse sistema, a "agenda de recebíveis" é uma espécie de lista de todos os recursos que um lojista tem a receber.

Ao se cortar o "mato alto" dos problemas iniciais, porém, começam a aparecer outros desafios. Um deles é a chamada cessão fumaça, que acontece quando uma credenciadora fornece uma maquininha a um comerciante e, em troca, pede para assumir sua agenda de recebíveis.

Um dos temores é que, com a intensa competição no mercado, comece a ocorrer a chamada fuga de garantias (quando um comerciante que já fez empréstimos com base em uma maquininha a desliga e passa a usar outra). Tira assim das mãos da credenciadora que intermediou o crédito a garantia - e deixa o banco ou os financiadores sem ter como receber os recursos.

Rafael Dal Mas, diretor de produtos da registradora CIP, afirma que esse é um problema causado pela nova realidade. Antes, um banco travava todos os recebíveis de um comerciante, mesmo que concedesse crédito muito menor do que toda a agenda. Assim, era mais difícil ficar sem qualquer garantia. Agora, com a agenda mais "justa", o problema ganhou dimensão.

A Cerc enxerga outras dificuldades. Segundo o fundador e presidente do conselho da registradora, Marcelo Maziero, alguns agentes do mercado ainda têm simulado uma trava sobre as agendas, mesmo que o registro de recebíveis tenha entre seus objetivos impedir que isso aconteça. A empresa espera alguns ajustes nas normas nos próximos meses que reduzam o problema.

Mais crédito

O racional para a criação do registro de recebíveis está na liberação de mais crédito aos comerciantes. Antes, para tomar empréstimo utilizando seus recebíveis, o lojista tinha toda a agenda de recebíveis travada - ou seja, mesmo que tivesse R$ 100 mil a receber e tomasse R$ 10 mil emprestados, os outros R$ 90 mil também eram bloqueados para novos empréstimos. A ideia do registro de recebíveis foi permitir que várias instituições acessassem essa agenda, e que travassem somente a quantia emprestada.

 As três grandes registradoras do País são CIP, Cerc e Tag. Na Cip estão as três líderes das maquininhas (Cielo, Rede e Getnet), além de concorrentes como a SafraPay. Na Cerc, entre outros, está a PagSeguro. A Stone, por sua vez, é a principal credenciadora ligada à Tag, da qual é proprietária. Procurada, a Tag não se pronunciou.

 

Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 27/12/21, às 14h54.

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Cielo, uma das maiores em maquininhas, está na registradora Cip    Foto: Gabriela Biló/Estadão

Após o caos dos primeiros meses, o registro de recebíveis está quase em velocidade de cruzeiro, de acordo com as principais registradoras. As falhas na comunicação entre as centrais, que travaram e geraram o caos nas operações no início da implementação, agora são pontuais e não chegam a atrapalhar o acesso às agendas dos comerciantes. Item essencial na implantação desse sistema, a "agenda de recebíveis" é uma espécie de lista de todos os recursos que um lojista tem a receber.

Ao se cortar o "mato alto" dos problemas iniciais, porém, começam a aparecer outros desafios. Um deles é a chamada cessão fumaça, que acontece quando uma credenciadora fornece uma maquininha a um comerciante e, em troca, pede para assumir sua agenda de recebíveis.

Um dos temores é que, com a intensa competição no mercado, comece a ocorrer a chamada fuga de garantias (quando um comerciante que já fez empréstimos com base em uma maquininha a desliga e passa a usar outra). Tira assim das mãos da credenciadora que intermediou o crédito a garantia - e deixa o banco ou os financiadores sem ter como receber os recursos.

Rafael Dal Mas, diretor de produtos da registradora CIP, afirma que esse é um problema causado pela nova realidade. Antes, um banco travava todos os recebíveis de um comerciante, mesmo que concedesse crédito muito menor do que toda a agenda. Assim, era mais difícil ficar sem qualquer garantia. Agora, com a agenda mais "justa", o problema ganhou dimensão.

A Cerc enxerga outras dificuldades. Segundo o fundador e presidente do conselho da registradora, Marcelo Maziero, alguns agentes do mercado ainda têm simulado uma trava sobre as agendas, mesmo que o registro de recebíveis tenha entre seus objetivos impedir que isso aconteça. A empresa espera alguns ajustes nas normas nos próximos meses que reduzam o problema.

Mais crédito

O racional para a criação do registro de recebíveis está na liberação de mais crédito aos comerciantes. Antes, para tomar empréstimo utilizando seus recebíveis, o lojista tinha toda a agenda de recebíveis travada - ou seja, mesmo que tivesse R$ 100 mil a receber e tomasse R$ 10 mil emprestados, os outros R$ 90 mil também eram bloqueados para novos empréstimos. A ideia do registro de recebíveis foi permitir que várias instituições acessassem essa agenda, e que travassem somente a quantia emprestada.

 As três grandes registradoras do País são CIP, Cerc e Tag. Na Cip estão as três líderes das maquininhas (Cielo, Rede e Getnet), além de concorrentes como a SafraPay. Na Cerc, entre outros, está a PagSeguro. A Stone, por sua vez, é a principal credenciadora ligada à Tag, da qual é proprietária. Procurada, a Tag não se pronunciou.

 

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Após o caos dos primeiros meses, o registro de recebíveis está quase em velocidade de cruzeiro, de acordo com as principais registradoras. As falhas na comunicação entre as centrais, que travaram e geraram o caos nas operações no início da implementação, agora são pontuais e não chegam a atrapalhar o acesso às agendas dos comerciantes. Item essencial na implantação desse sistema, a "agenda de recebíveis" é uma espécie de lista de todos os recursos que um lojista tem a receber.

Ao se cortar o "mato alto" dos problemas iniciais, porém, começam a aparecer outros desafios. Um deles é a chamada cessão fumaça, que acontece quando uma credenciadora fornece uma maquininha a um comerciante e, em troca, pede para assumir sua agenda de recebíveis.

Um dos temores é que, com a intensa competição no mercado, comece a ocorrer a chamada fuga de garantias (quando um comerciante que já fez empréstimos com base em uma maquininha a desliga e passa a usar outra). Tira assim das mãos da credenciadora que intermediou o crédito a garantia - e deixa o banco ou os financiadores sem ter como receber os recursos.

Rafael Dal Mas, diretor de produtos da registradora CIP, afirma que esse é um problema causado pela nova realidade. Antes, um banco travava todos os recebíveis de um comerciante, mesmo que concedesse crédito muito menor do que toda a agenda. Assim, era mais difícil ficar sem qualquer garantia. Agora, com a agenda mais "justa", o problema ganhou dimensão.

A Cerc enxerga outras dificuldades. Segundo o fundador e presidente do conselho da registradora, Marcelo Maziero, alguns agentes do mercado ainda têm simulado uma trava sobre as agendas, mesmo que o registro de recebíveis tenha entre seus objetivos impedir que isso aconteça. A empresa espera alguns ajustes nas normas nos próximos meses que reduzam o problema.

Mais crédito

O racional para a criação do registro de recebíveis está na liberação de mais crédito aos comerciantes. Antes, para tomar empréstimo utilizando seus recebíveis, o lojista tinha toda a agenda de recebíveis travada - ou seja, mesmo que tivesse R$ 100 mil a receber e tomasse R$ 10 mil emprestados, os outros R$ 90 mil também eram bloqueados para novos empréstimos. A ideia do registro de recebíveis foi permitir que várias instituições acessassem essa agenda, e que travassem somente a quantia emprestada.

 As três grandes registradoras do País são CIP, Cerc e Tag. Na Cip estão as três líderes das maquininhas (Cielo, Rede e Getnet), além de concorrentes como a SafraPay. Na Cerc, entre outros, está a PagSeguro. A Stone, por sua vez, é a principal credenciadora ligada à Tag, da qual é proprietária. Procurada, a Tag não se pronunciou.

 

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