Bastidores do mundo dos negócios

Enquanto Dacache aguarda aprovação para assumir BB, cresce campanha 'Fica, Brandão'


Por Aline Bronzati e André Ítalo Rocha
André Brandão, presidente do Banco do Brasil. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Enquanto o nome do presidente da Caixa Seguridade, Eduardo Dacache, aguarda a batida de martelo no Palácio do Planalto para assumir o comando do Banco do Brasil, cresce nos bastidores uma campanha para manter André Brandão na presidência da instituição. Os esforços foram retomados na última sexta-feira e intensificados no fim de semana. Dentre os apoiadores, estão pessoas próximas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ainda funcionários do BB, incluindo vice-presidentes, que lamentam a terceira troca no comando do banco, somente no governo Bolsonaro.

"Alguns vice-presidentes do BB têm restrição ao nome [de Dacache], pois ele era bem ativo nessa 'concorrência' e é muito próximo do Pedro [Guimarães]. Isso cria uma certa resistência por aqui. Não podemos ter algum tipo de 'parceria'", diz um funcionário, na condição de anonimato.

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Perante o mercado, a primeira sinalização emitida por Guimarães de que haveria interesses pairando sobre o BB se deu quando ele manifestou a intenção de abrir cerca de 400 agências, logo após o BB anunciar um plano que envolvia fechar 112 das suas, o que gerou toda a crise com o Planalto. Além disso, entre as unidades que Guimarães que abrir, algumas seriam especializadas em agronegócio, um setor historicamente dominado pelo BB, e que até havia sido contemplado no seu plano de reestruturação, com a abertura de 14 agências dedicadas.

Após salvar a cabeça de Brandão no episódio das agências, o próprio Guedes fez uma nova tentativa de mantê-lo à frente do BB, depois de tocar as reformas junto ao Congresso, na semana passada. O assunto foi tratado em uma reunião na manhã de sábado, da qual Guedes, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e Bolsonaro participaram. O encontro, contudo, não teria sido decisivo para o caso, que já se arrasta por algumas semanas.

O Conselho de Administração do BB já se manifestou publicamente, na semana passada, em defesa da permanência de Brandão. Na ata da reunião extraordinária, quatro conselheiros, incluindo o chairman, Hélio Magalhães, fizeram constar um apelo pela "continuidade da gestão de excelência" do atual presidente do BB, verificada durante apenas cinco meses desde sua posse.

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Para um ex-funcionário de carreira do banco, o que salta aos olhos é o fato de ser essa a terceira indicação para o comando da instituição durante o governo Bolsonaro. "Mais estranho ainda do que a influência de BC e Caixa é querer mudar o presidente de uma companhia de capital aberto cerca de seis meses depois da posse."

A campanha para manter Brandão no cargo segue em curso, amparada sobretudo na sensação, crescente no governo, de que o trabalho de Rubem Novaes, seu antecessor, começa a dar resultado e, portanto, não seria o momento de uma nova mexida. No entanto, essa batalha enfrenta dois fronts simultâneos: demover Bolsonaro da ideia de demiti-lo e convencer Brandão a querer ficar. Corre por fora uma solução alternativa de continuidade, com a possibilidade de um dos vice-presidentes assumir a instituição, entre eles Mauro Ribeiro Neto, vice-presidente corporativo, e Carlos Motta, vice-presidente de varejo.

Procurado, o Banco do Brasil se limitou a ressaltar que a escolha do presidente da instituição cabe ao controlador, a União. O Banco Central informou que não iria comentar. Também procurada, a Caixa não respondeu até o fechamento desta reportagem.

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Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 08/03/2021 às 18h23

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André Brandão, presidente do Banco do Brasil. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Enquanto o nome do presidente da Caixa Seguridade, Eduardo Dacache, aguarda a batida de martelo no Palácio do Planalto para assumir o comando do Banco do Brasil, cresce nos bastidores uma campanha para manter André Brandão na presidência da instituição. Os esforços foram retomados na última sexta-feira e intensificados no fim de semana. Dentre os apoiadores, estão pessoas próximas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ainda funcionários do BB, incluindo vice-presidentes, que lamentam a terceira troca no comando do banco, somente no governo Bolsonaro.

"Alguns vice-presidentes do BB têm restrição ao nome [de Dacache], pois ele era bem ativo nessa 'concorrência' e é muito próximo do Pedro [Guimarães]. Isso cria uma certa resistência por aqui. Não podemos ter algum tipo de 'parceria'", diz um funcionário, na condição de anonimato.

Perante o mercado, a primeira sinalização emitida por Guimarães de que haveria interesses pairando sobre o BB se deu quando ele manifestou a intenção de abrir cerca de 400 agências, logo após o BB anunciar um plano que envolvia fechar 112 das suas, o que gerou toda a crise com o Planalto. Além disso, entre as unidades que Guimarães que abrir, algumas seriam especializadas em agronegócio, um setor historicamente dominado pelo BB, e que até havia sido contemplado no seu plano de reestruturação, com a abertura de 14 agências dedicadas.

Após salvar a cabeça de Brandão no episódio das agências, o próprio Guedes fez uma nova tentativa de mantê-lo à frente do BB, depois de tocar as reformas junto ao Congresso, na semana passada. O assunto foi tratado em uma reunião na manhã de sábado, da qual Guedes, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e Bolsonaro participaram. O encontro, contudo, não teria sido decisivo para o caso, que já se arrasta por algumas semanas.

O Conselho de Administração do BB já se manifestou publicamente, na semana passada, em defesa da permanência de Brandão. Na ata da reunião extraordinária, quatro conselheiros, incluindo o chairman, Hélio Magalhães, fizeram constar um apelo pela "continuidade da gestão de excelência" do atual presidente do BB, verificada durante apenas cinco meses desde sua posse.

Para um ex-funcionário de carreira do banco, o que salta aos olhos é o fato de ser essa a terceira indicação para o comando da instituição durante o governo Bolsonaro. "Mais estranho ainda do que a influência de BC e Caixa é querer mudar o presidente de uma companhia de capital aberto cerca de seis meses depois da posse."

A campanha para manter Brandão no cargo segue em curso, amparada sobretudo na sensação, crescente no governo, de que o trabalho de Rubem Novaes, seu antecessor, começa a dar resultado e, portanto, não seria o momento de uma nova mexida. No entanto, essa batalha enfrenta dois fronts simultâneos: demover Bolsonaro da ideia de demiti-lo e convencer Brandão a querer ficar. Corre por fora uma solução alternativa de continuidade, com a possibilidade de um dos vice-presidentes assumir a instituição, entre eles Mauro Ribeiro Neto, vice-presidente corporativo, e Carlos Motta, vice-presidente de varejo.

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"Alguns vice-presidentes do BB têm restrição ao nome [de Dacache], pois ele era bem ativo nessa 'concorrência' e é muito próximo do Pedro [Guimarães]. Isso cria uma certa resistência por aqui. Não podemos ter algum tipo de 'parceria'", diz um funcionário, na condição de anonimato.

Perante o mercado, a primeira sinalização emitida por Guimarães de que haveria interesses pairando sobre o BB se deu quando ele manifestou a intenção de abrir cerca de 400 agências, logo após o BB anunciar um plano que envolvia fechar 112 das suas, o que gerou toda a crise com o Planalto. Além disso, entre as unidades que Guimarães que abrir, algumas seriam especializadas em agronegócio, um setor historicamente dominado pelo BB, e que até havia sido contemplado no seu plano de reestruturação, com a abertura de 14 agências dedicadas.

Após salvar a cabeça de Brandão no episódio das agências, o próprio Guedes fez uma nova tentativa de mantê-lo à frente do BB, depois de tocar as reformas junto ao Congresso, na semana passada. O assunto foi tratado em uma reunião na manhã de sábado, da qual Guedes, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e Bolsonaro participaram. O encontro, contudo, não teria sido decisivo para o caso, que já se arrasta por algumas semanas.

O Conselho de Administração do BB já se manifestou publicamente, na semana passada, em defesa da permanência de Brandão. Na ata da reunião extraordinária, quatro conselheiros, incluindo o chairman, Hélio Magalhães, fizeram constar um apelo pela "continuidade da gestão de excelência" do atual presidente do BB, verificada durante apenas cinco meses desde sua posse.

Para um ex-funcionário de carreira do banco, o que salta aos olhos é o fato de ser essa a terceira indicação para o comando da instituição durante o governo Bolsonaro. "Mais estranho ainda do que a influência de BC e Caixa é querer mudar o presidente de uma companhia de capital aberto cerca de seis meses depois da posse."

A campanha para manter Brandão no cargo segue em curso, amparada sobretudo na sensação, crescente no governo, de que o trabalho de Rubem Novaes, seu antecessor, começa a dar resultado e, portanto, não seria o momento de uma nova mexida. No entanto, essa batalha enfrenta dois fronts simultâneos: demover Bolsonaro da ideia de demiti-lo e convencer Brandão a querer ficar. Corre por fora uma solução alternativa de continuidade, com a possibilidade de um dos vice-presidentes assumir a instituição, entre eles Mauro Ribeiro Neto, vice-presidente corporativo, e Carlos Motta, vice-presidente de varejo.

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