A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) pretende vender R$ 8 bilhões em ativos para reduzir seu endividamento – que chegou a R$ 25,8 bilhões (valor líquido) no terceiro trimestre –, de acordo com o presidente da empresa, Benjamin Steinbruch. Em teleconferência com analistas, Steinbruch disse ontem que o desinvestimento será realizado gradualmente.
No ano passado, a CSN colocou uma série de ativos à venda e esteve muito próximo de se desfazer do terminal de contêineres Sepetiba Tecon, por quase R$ 1,5 bilhão, mas desistiu. O Bradesco, que tinha sido contratado para coordenar a operação, foi informado há pouco mais de um mês pelo empresário que as transações não iriam adiante.
Steinbruch vai agora se concentrar na busca por um sócio para comprar entre 20% e 30% da unidade da Congonhas Minério, braço de mineração do grupo em sociedade com investidores asiáticos. A CSN quer manter o controle do negócio.
“Vamos fazer (as vendas de ativos) de forma inteligente, não de forma precipitada. São bons ativos que geram Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e isso tem de ser feito de forma cuidadosa para maximizar os valores”, disse Steinbruch.
Corte de custos. A corrida da CSN para reduzir o endividamento também passará pelo controle de gastos.
Segundo balanço divulgado ontem, a empresa fechou o terceiro trimestre com um prejuízo líquido de R$ 100 milhões, queda de 81% em relação ao mesmo período de 2015. Ante o segundo trimestre, contudo, houve aumento de 131%. O Ebitda ajustado ficou em R$ 1,239 bilhão, alta de 45% na comparação com o intervalo entre julho e setembro de 2015. A alavancagem (relação dívida líquida/Ebitda) da companhia está em 7,36 vezes. Em setembro de 2015, era de 6,55 vezes.
A receita líquida cresceu 12% em relação ao mesmo período do ano passado e 2% ante o trimestre anterior, para R$ 4,437 bilhões. A companhia atribuiu a melhora do resultado ao desempenho do setor de mineração – o preço do minério de ferro acumula alta de 70% nesta ano.
A empresa informou ainda que planeja aumentar o preço do aço em 25% para grandes empresas e em 10% para o restante do mercado.