Os rumos do mercado

Brasil de fora da onda global de queda nos juros


Outros bancos centrais emergentes já respondem ao reflexo do colapso nos preços do petróleo, enquanto o BCE deve embarcar num programa mais potente de alívio monetário

Por danielamilanese

Desde a Ásia, passando pela América Latina, África e Europa, incluindo a Escandinávia, existe uma clara força que se espalha pelo mundo: a tendência de queda na inflação e nos juros pelos bancos centrais. Curiosamente, o Brasil está de fora dessa onda global, acompanhado somente da Rússia. O movimento pode até mesmo ter força suficiente para adiar mais uma vez o início do processo de aperto monetário nos Estados Unidos.

Enquanto outros países se movem para ajustar as expectativas trazidas pelo colapso do preço do petróleo, curiosamente o Banco Central do Brasil deve subir novamente os juros na reunião desta quarta-feira em meio ponto porcentual, para 12,25% ao ano, conforme as previsões dos economistas.

A medida virá logo após outros bancos centrais emergentes terem surpreendido com anúncios de alívio monetário. Na semana passada, em decisão extraordinária, a Índia reduziu sua taxa em 0,25 pp, para 7,75%. O BC indiano, presidido pelo conceituado Raghuram Rajan, avalia que a inflação pode cair abaixo da meta de 6% no início do próximo ano. Importadora de energia, a Índia é uma clara beneficiária do mergulho nos preços do petróleo para cerca de US$ 50,00.

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No Peru, o crescimento econômico comedido e a convergência mais rápida da inflação para a meta de 2% levaram o BC a cortar os juros em 0,25pp, para 3,25%, trazendo o movimento para a América Latina. No norte da África, o Egito reduziu a taxa em 0,50 pp, para 8,75%.

Nesta terça-feira (20), a Turquia se juntou ao movimento e baixou sua taxa de referência de 8,25% para 7,5%.

Entre as economias mais importantes do mundo, a maior expectativa recai sobre o Banco Central Europeu, que deve embarcar na quinta-feira (22) em um programa de afrouxamento quantitativo completo, inclusive com a compra de bônus soberanos no mercado, seguindo o caminho já trilhado pelo Federal Reserve e o Banco da Inglaterra há vários anos.

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É uma medida radical para o BCE, evitada até hoje por representar um enorme tabu para a zona do euro. Entretanto, depois de esgotar todas as outras possibilidades, inclusive já com taxas negativas, a região está tendo de buscar uma saída mais potente para lutar novamente contra a deflação.

Quem também ficou, aparentemente, sem alternativas foi o banco central da Suíça, que chocou o mundo financeiro na semana passada ao jogar a toalha e desistir do piso estabelecido para o câmbio frente ao euro. Considerada um "cisne negro", a decisão ainda pode ter novos reflexos sobre os mercados - há corretoras em dificuldades em razão da disparada repentina do franco suíço - e sobre a credibilidade da autoridade monetária do país. A Dinamarca também decidiu se antecipar ao BCE e já reduziu sua taxa básica de 0,20% para 0,05%.

No Reino Unido, a desaceleração da inflação adia os planos de aperto monetário do Banco da Inglaterra. O índice de preços ao consumidor fechou 2014 em apenas 0,5%, muito abaixo da meta e no menor nível em 15 anos.

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O tema da deflação também chega como alerta sobre a Ásia. A desaceleração na China já provocou corte inesperado dos juros no final do ano passado. E o Banco do Japão simplesmente não consegue abandonar seu viés de pura frouxidão. Na reunião desta quarta-feira, o banco poderá ter de ampliar o prazo de programas de estímulo já em andamento.

Até poucos dias, prevalecia a percepção de que o primeiro semestre de 2015 marcaria, finalmente, o início do processo de alta nos juros dos EUA. Enquanto praticamente o resto do mundo patina, a economia norte-americana consegue engatar recuperação isoladamente. Mas surgem dúvidas sobre a capacidade de o país se sobressair enquanto outras regiões tão importantes desaceleram.

Apesar da melhora do mercado de trabalho, a falta de impulso dos salários preocupa. Além disso, a retração das commodities também tem impacto direto sobre a inflação. O índice de preços ao consumidor caiu 0,4% em dezembro, na comparação com o mês anterior.

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"Há muitos pólos de crescimento em compressão, a China está longe do suporte que dava ao mundo antes e os EUA podem chegar num ponto de exaustão", acredita Luis Costa, estrategista para emergentes do Citi, em Londres.

Do lado oposto, há um país no centro de turbulência geopolítica e crise cambial: a Rússia. O conflito com a Ucrânia e as sanções impostas pelo Ocidente resultaram numa expressiva alta nos preços e forte depreciação do rublo, o que levou o BC a subir agressivamente os juros para estancar a turbulência.

O Brasil se encontra em situação bastante diferente, mas também na contramão. Por aqui, a política adotada nos últimos anos é apontada como responsável pela situação atual. O chamado realismo tarifário traz o fim do represamento dos preços administrados e mantém a inflação pressionada neste início de ano, como parte dos ajustes considerados necessários para acertar a economia.

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Será importante perceber os sinais do BC sobre a dose realmente necessária para colocar as taxas nacionais num patamar desejável.

De imediato, essa divergência em relação ao resto do mundo traz um diferencial de juros atrativo para os investidores e pode ser um facilitador. Seria bem mais difícil atravessar os tantos desafios de 2015 se o Fed estivesse realmente na iminência de um aperto monetário.

Desde a Ásia, passando pela América Latina, África e Europa, incluindo a Escandinávia, existe uma clara força que se espalha pelo mundo: a tendência de queda na inflação e nos juros pelos bancos centrais. Curiosamente, o Brasil está de fora dessa onda global, acompanhado somente da Rússia. O movimento pode até mesmo ter força suficiente para adiar mais uma vez o início do processo de aperto monetário nos Estados Unidos.

Enquanto outros países se movem para ajustar as expectativas trazidas pelo colapso do preço do petróleo, curiosamente o Banco Central do Brasil deve subir novamente os juros na reunião desta quarta-feira em meio ponto porcentual, para 12,25% ao ano, conforme as previsões dos economistas.

A medida virá logo após outros bancos centrais emergentes terem surpreendido com anúncios de alívio monetário. Na semana passada, em decisão extraordinária, a Índia reduziu sua taxa em 0,25 pp, para 7,75%. O BC indiano, presidido pelo conceituado Raghuram Rajan, avalia que a inflação pode cair abaixo da meta de 6% no início do próximo ano. Importadora de energia, a Índia é uma clara beneficiária do mergulho nos preços do petróleo para cerca de US$ 50,00.

No Peru, o crescimento econômico comedido e a convergência mais rápida da inflação para a meta de 2% levaram o BC a cortar os juros em 0,25pp, para 3,25%, trazendo o movimento para a América Latina. No norte da África, o Egito reduziu a taxa em 0,50 pp, para 8,75%.

Nesta terça-feira (20), a Turquia se juntou ao movimento e baixou sua taxa de referência de 8,25% para 7,5%.

Entre as economias mais importantes do mundo, a maior expectativa recai sobre o Banco Central Europeu, que deve embarcar na quinta-feira (22) em um programa de afrouxamento quantitativo completo, inclusive com a compra de bônus soberanos no mercado, seguindo o caminho já trilhado pelo Federal Reserve e o Banco da Inglaterra há vários anos.

É uma medida radical para o BCE, evitada até hoje por representar um enorme tabu para a zona do euro. Entretanto, depois de esgotar todas as outras possibilidades, inclusive já com taxas negativas, a região está tendo de buscar uma saída mais potente para lutar novamente contra a deflação.

Quem também ficou, aparentemente, sem alternativas foi o banco central da Suíça, que chocou o mundo financeiro na semana passada ao jogar a toalha e desistir do piso estabelecido para o câmbio frente ao euro. Considerada um "cisne negro", a decisão ainda pode ter novos reflexos sobre os mercados - há corretoras em dificuldades em razão da disparada repentina do franco suíço - e sobre a credibilidade da autoridade monetária do país. A Dinamarca também decidiu se antecipar ao BCE e já reduziu sua taxa básica de 0,20% para 0,05%.

No Reino Unido, a desaceleração da inflação adia os planos de aperto monetário do Banco da Inglaterra. O índice de preços ao consumidor fechou 2014 em apenas 0,5%, muito abaixo da meta e no menor nível em 15 anos.

O tema da deflação também chega como alerta sobre a Ásia. A desaceleração na China já provocou corte inesperado dos juros no final do ano passado. E o Banco do Japão simplesmente não consegue abandonar seu viés de pura frouxidão. Na reunião desta quarta-feira, o banco poderá ter de ampliar o prazo de programas de estímulo já em andamento.

Até poucos dias, prevalecia a percepção de que o primeiro semestre de 2015 marcaria, finalmente, o início do processo de alta nos juros dos EUA. Enquanto praticamente o resto do mundo patina, a economia norte-americana consegue engatar recuperação isoladamente. Mas surgem dúvidas sobre a capacidade de o país se sobressair enquanto outras regiões tão importantes desaceleram.

Apesar da melhora do mercado de trabalho, a falta de impulso dos salários preocupa. Além disso, a retração das commodities também tem impacto direto sobre a inflação. O índice de preços ao consumidor caiu 0,4% em dezembro, na comparação com o mês anterior.

"Há muitos pólos de crescimento em compressão, a China está longe do suporte que dava ao mundo antes e os EUA podem chegar num ponto de exaustão", acredita Luis Costa, estrategista para emergentes do Citi, em Londres.

Do lado oposto, há um país no centro de turbulência geopolítica e crise cambial: a Rússia. O conflito com a Ucrânia e as sanções impostas pelo Ocidente resultaram numa expressiva alta nos preços e forte depreciação do rublo, o que levou o BC a subir agressivamente os juros para estancar a turbulência.

O Brasil se encontra em situação bastante diferente, mas também na contramão. Por aqui, a política adotada nos últimos anos é apontada como responsável pela situação atual. O chamado realismo tarifário traz o fim do represamento dos preços administrados e mantém a inflação pressionada neste início de ano, como parte dos ajustes considerados necessários para acertar a economia.

Será importante perceber os sinais do BC sobre a dose realmente necessária para colocar as taxas nacionais num patamar desejável.

De imediato, essa divergência em relação ao resto do mundo traz um diferencial de juros atrativo para os investidores e pode ser um facilitador. Seria bem mais difícil atravessar os tantos desafios de 2015 se o Fed estivesse realmente na iminência de um aperto monetário.

Desde a Ásia, passando pela América Latina, África e Europa, incluindo a Escandinávia, existe uma clara força que se espalha pelo mundo: a tendência de queda na inflação e nos juros pelos bancos centrais. Curiosamente, o Brasil está de fora dessa onda global, acompanhado somente da Rússia. O movimento pode até mesmo ter força suficiente para adiar mais uma vez o início do processo de aperto monetário nos Estados Unidos.

Enquanto outros países se movem para ajustar as expectativas trazidas pelo colapso do preço do petróleo, curiosamente o Banco Central do Brasil deve subir novamente os juros na reunião desta quarta-feira em meio ponto porcentual, para 12,25% ao ano, conforme as previsões dos economistas.

A medida virá logo após outros bancos centrais emergentes terem surpreendido com anúncios de alívio monetário. Na semana passada, em decisão extraordinária, a Índia reduziu sua taxa em 0,25 pp, para 7,75%. O BC indiano, presidido pelo conceituado Raghuram Rajan, avalia que a inflação pode cair abaixo da meta de 6% no início do próximo ano. Importadora de energia, a Índia é uma clara beneficiária do mergulho nos preços do petróleo para cerca de US$ 50,00.

No Peru, o crescimento econômico comedido e a convergência mais rápida da inflação para a meta de 2% levaram o BC a cortar os juros em 0,25pp, para 3,25%, trazendo o movimento para a América Latina. No norte da África, o Egito reduziu a taxa em 0,50 pp, para 8,75%.

Nesta terça-feira (20), a Turquia se juntou ao movimento e baixou sua taxa de referência de 8,25% para 7,5%.

Entre as economias mais importantes do mundo, a maior expectativa recai sobre o Banco Central Europeu, que deve embarcar na quinta-feira (22) em um programa de afrouxamento quantitativo completo, inclusive com a compra de bônus soberanos no mercado, seguindo o caminho já trilhado pelo Federal Reserve e o Banco da Inglaterra há vários anos.

É uma medida radical para o BCE, evitada até hoje por representar um enorme tabu para a zona do euro. Entretanto, depois de esgotar todas as outras possibilidades, inclusive já com taxas negativas, a região está tendo de buscar uma saída mais potente para lutar novamente contra a deflação.

Quem também ficou, aparentemente, sem alternativas foi o banco central da Suíça, que chocou o mundo financeiro na semana passada ao jogar a toalha e desistir do piso estabelecido para o câmbio frente ao euro. Considerada um "cisne negro", a decisão ainda pode ter novos reflexos sobre os mercados - há corretoras em dificuldades em razão da disparada repentina do franco suíço - e sobre a credibilidade da autoridade monetária do país. A Dinamarca também decidiu se antecipar ao BCE e já reduziu sua taxa básica de 0,20% para 0,05%.

No Reino Unido, a desaceleração da inflação adia os planos de aperto monetário do Banco da Inglaterra. O índice de preços ao consumidor fechou 2014 em apenas 0,5%, muito abaixo da meta e no menor nível em 15 anos.

O tema da deflação também chega como alerta sobre a Ásia. A desaceleração na China já provocou corte inesperado dos juros no final do ano passado. E o Banco do Japão simplesmente não consegue abandonar seu viés de pura frouxidão. Na reunião desta quarta-feira, o banco poderá ter de ampliar o prazo de programas de estímulo já em andamento.

Até poucos dias, prevalecia a percepção de que o primeiro semestre de 2015 marcaria, finalmente, o início do processo de alta nos juros dos EUA. Enquanto praticamente o resto do mundo patina, a economia norte-americana consegue engatar recuperação isoladamente. Mas surgem dúvidas sobre a capacidade de o país se sobressair enquanto outras regiões tão importantes desaceleram.

Apesar da melhora do mercado de trabalho, a falta de impulso dos salários preocupa. Além disso, a retração das commodities também tem impacto direto sobre a inflação. O índice de preços ao consumidor caiu 0,4% em dezembro, na comparação com o mês anterior.

"Há muitos pólos de crescimento em compressão, a China está longe do suporte que dava ao mundo antes e os EUA podem chegar num ponto de exaustão", acredita Luis Costa, estrategista para emergentes do Citi, em Londres.

Do lado oposto, há um país no centro de turbulência geopolítica e crise cambial: a Rússia. O conflito com a Ucrânia e as sanções impostas pelo Ocidente resultaram numa expressiva alta nos preços e forte depreciação do rublo, o que levou o BC a subir agressivamente os juros para estancar a turbulência.

O Brasil se encontra em situação bastante diferente, mas também na contramão. Por aqui, a política adotada nos últimos anos é apontada como responsável pela situação atual. O chamado realismo tarifário traz o fim do represamento dos preços administrados e mantém a inflação pressionada neste início de ano, como parte dos ajustes considerados necessários para acertar a economia.

Será importante perceber os sinais do BC sobre a dose realmente necessária para colocar as taxas nacionais num patamar desejável.

De imediato, essa divergência em relação ao resto do mundo traz um diferencial de juros atrativo para os investidores e pode ser um facilitador. Seria bem mais difícil atravessar os tantos desafios de 2015 se o Fed estivesse realmente na iminência de um aperto monetário.

Desde a Ásia, passando pela América Latina, África e Europa, incluindo a Escandinávia, existe uma clara força que se espalha pelo mundo: a tendência de queda na inflação e nos juros pelos bancos centrais. Curiosamente, o Brasil está de fora dessa onda global, acompanhado somente da Rússia. O movimento pode até mesmo ter força suficiente para adiar mais uma vez o início do processo de aperto monetário nos Estados Unidos.

Enquanto outros países se movem para ajustar as expectativas trazidas pelo colapso do preço do petróleo, curiosamente o Banco Central do Brasil deve subir novamente os juros na reunião desta quarta-feira em meio ponto porcentual, para 12,25% ao ano, conforme as previsões dos economistas.

A medida virá logo após outros bancos centrais emergentes terem surpreendido com anúncios de alívio monetário. Na semana passada, em decisão extraordinária, a Índia reduziu sua taxa em 0,25 pp, para 7,75%. O BC indiano, presidido pelo conceituado Raghuram Rajan, avalia que a inflação pode cair abaixo da meta de 6% no início do próximo ano. Importadora de energia, a Índia é uma clara beneficiária do mergulho nos preços do petróleo para cerca de US$ 50,00.

No Peru, o crescimento econômico comedido e a convergência mais rápida da inflação para a meta de 2% levaram o BC a cortar os juros em 0,25pp, para 3,25%, trazendo o movimento para a América Latina. No norte da África, o Egito reduziu a taxa em 0,50 pp, para 8,75%.

Nesta terça-feira (20), a Turquia se juntou ao movimento e baixou sua taxa de referência de 8,25% para 7,5%.

Entre as economias mais importantes do mundo, a maior expectativa recai sobre o Banco Central Europeu, que deve embarcar na quinta-feira (22) em um programa de afrouxamento quantitativo completo, inclusive com a compra de bônus soberanos no mercado, seguindo o caminho já trilhado pelo Federal Reserve e o Banco da Inglaterra há vários anos.

É uma medida radical para o BCE, evitada até hoje por representar um enorme tabu para a zona do euro. Entretanto, depois de esgotar todas as outras possibilidades, inclusive já com taxas negativas, a região está tendo de buscar uma saída mais potente para lutar novamente contra a deflação.

Quem também ficou, aparentemente, sem alternativas foi o banco central da Suíça, que chocou o mundo financeiro na semana passada ao jogar a toalha e desistir do piso estabelecido para o câmbio frente ao euro. Considerada um "cisne negro", a decisão ainda pode ter novos reflexos sobre os mercados - há corretoras em dificuldades em razão da disparada repentina do franco suíço - e sobre a credibilidade da autoridade monetária do país. A Dinamarca também decidiu se antecipar ao BCE e já reduziu sua taxa básica de 0,20% para 0,05%.

No Reino Unido, a desaceleração da inflação adia os planos de aperto monetário do Banco da Inglaterra. O índice de preços ao consumidor fechou 2014 em apenas 0,5%, muito abaixo da meta e no menor nível em 15 anos.

O tema da deflação também chega como alerta sobre a Ásia. A desaceleração na China já provocou corte inesperado dos juros no final do ano passado. E o Banco do Japão simplesmente não consegue abandonar seu viés de pura frouxidão. Na reunião desta quarta-feira, o banco poderá ter de ampliar o prazo de programas de estímulo já em andamento.

Até poucos dias, prevalecia a percepção de que o primeiro semestre de 2015 marcaria, finalmente, o início do processo de alta nos juros dos EUA. Enquanto praticamente o resto do mundo patina, a economia norte-americana consegue engatar recuperação isoladamente. Mas surgem dúvidas sobre a capacidade de o país se sobressair enquanto outras regiões tão importantes desaceleram.

Apesar da melhora do mercado de trabalho, a falta de impulso dos salários preocupa. Além disso, a retração das commodities também tem impacto direto sobre a inflação. O índice de preços ao consumidor caiu 0,4% em dezembro, na comparação com o mês anterior.

"Há muitos pólos de crescimento em compressão, a China está longe do suporte que dava ao mundo antes e os EUA podem chegar num ponto de exaustão", acredita Luis Costa, estrategista para emergentes do Citi, em Londres.

Do lado oposto, há um país no centro de turbulência geopolítica e crise cambial: a Rússia. O conflito com a Ucrânia e as sanções impostas pelo Ocidente resultaram numa expressiva alta nos preços e forte depreciação do rublo, o que levou o BC a subir agressivamente os juros para estancar a turbulência.

O Brasil se encontra em situação bastante diferente, mas também na contramão. Por aqui, a política adotada nos últimos anos é apontada como responsável pela situação atual. O chamado realismo tarifário traz o fim do represamento dos preços administrados e mantém a inflação pressionada neste início de ano, como parte dos ajustes considerados necessários para acertar a economia.

Será importante perceber os sinais do BC sobre a dose realmente necessária para colocar as taxas nacionais num patamar desejável.

De imediato, essa divergência em relação ao resto do mundo traz um diferencial de juros atrativo para os investidores e pode ser um facilitador. Seria bem mais difícil atravessar os tantos desafios de 2015 se o Fed estivesse realmente na iminência de um aperto monetário.

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