Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registraram queda de 2% no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, somando R$ 24,486 bilhões. De janeiro a março de 2011, as liberações do banco somaram R$ 24,9 bilhões.
Em março, os desembolsos do banco foram de R$ 9,320 bilhões. No acumulado de 12 meses as liberações somam R$ 138,494 bilhões.
As aprovações foram de R$ 25,458 bilhões de janeiro a março de 2012, queda de 34% frente ao mesmo período do ano passado. Já as consultas somaram R$ 55,712 bilhões, alta de 37% frente ao primeiro trimestre de 2011.
A indústria recebeu R$ 6,360 bilhões no período, uma participação de 26% do total desembolsado. Já o setor de infraestrutura recebeu um total de R$ 9,949 bilhões, com 41% dos financiamentos do banco. Os financiamentos para Comércio e Serviços totalizaram R$ 5,958 bilhões, enquanto a Agropecuária recebeu R$ 2,220 bilhões.
Desembolsos em 2012
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, reafirmou que os desembolsos do BNDES ficarão entre R$ 145 bilhões e R$ 150 bilhões em 2012. Para Coutinho, o patamar de financiamentos atingido pelo banco no ano dependerá da velocidade com que medidas de estímulo promovidas pelo governo, como a redução da taxa básica de juros, surtirão efeito sobre o investimento privado.
"Se esse investimento for retomado mais cedo estaremos mais perto dos R$ 150 bilhões", afirmou Coutinho. Em 2011 o BNDES desembolsou R$ 139,678 bilhões.
Para o presidente do BNDES, os setores de óleo e gás, infraestrutura e construção civil devem puxar a recuperação do investimento. "Mas o determinante será o programa de estímulos ao investimento", disse, durante a coletiva de divulgação dos desembolsos do banco no primeiro trimestre.
Perspectiva de investimento
O BNDES divulgou sua perspectiva de investimento para a indústria no período 2012-2015. A projeção é de que R$ 597 bilhões sejam aportados nos setores de petróleo e gás, extrativa mineral, têxtil e confecção, papel e celulose, química, siderurgia, eletroeletrônica, automotivo, indústria aeronáutica e Complexo Industrial e Saúde (CIS).
O volume é superior ao investimento estimado pelo BNDES no período 2007-2010, de R$ 461 bilhões. O setor de petróleo e gás vai puxar esses aportes recebendo R$ 354 bilhões, contra R$ 238 bi entre 2007 e 2010. Os setores de extrativa mineral (R$ 58 bilhões) e automotivo (R$ 56 bilhões) virão em seguida no ranking de investimentos segundo o BNDES.
"Estamos antevendo uma recuperação dos planos de investimento na indústria e uma firme continuidade nos investimentos em infraestrutura", disse o presidente do BNDES.
Taxa de Juros de Longo Prazo
Luciano Coutinho, disse que a instituição não tem planos de reduzir a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), mesmo com as últimas quedas na taxa básica de juros (Selic). A TJLP está em 6% desde julho de 2009.
"Considero saudável a convergência", disse o executivo em entrevista coletiva na sede do banco. Segundo ele, a instituição só voltará a avaliar uma redução da TJLP quando a inflação cair abaixo de 4% ao ano. Coutinho não quis, no entanto, dar previsões de quando isso pode ocorrer.
Hoje, a TJLP é calculada levando-se em conta um cenário de inflação projetado para o longo prazo e o risco Brasil. Segundo ele, o patamar atual da TJLP já estaria calibrado conforme essas variáveis.