Desperdício representa de 3% a 8% dos custos da construção


A conclusão é de pesquisa coordenada pelo Departamento de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, que envolveu parcerias com 16 universidades em 12 Estados, com apoio da Finep

Por Agencia Estado

Os gastos com desperdício de materiais representam de 3% a 8% dos custos totais de construção de empreendimentos habitacionais. A conclusão é de pesquisa coordenada pelo Departamento de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, que envolveu parcerias com 16 universidades em 12 Estados, com apoio da Finep. O trabalho acompanhou 100 canteiros de obras entre 1997 e 1999. O estudo pretendia checar o índice geralmente usado pelo setor, segundo o qual o desperdício chega a 30%. "Esse dado não é verídico", constesta um dos coordenadores nacionais da pesquisa, professor Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, da Poli/USP. Segundo ele, o índice de 30% consta em um trabalho divulgado nos anos 90, que contabilizava, entre outros, os gastos representados pelo entulho removido da obra, a necessidade de refazer alguns trabalhos por parte da mão-de-obra e o custo de oportunidade dos recursos desperdiçados. Na pesquisa da Poli/USP, o critério ateve-se somente aos gastos com materiais de construção. "Consideramos quanto se pagou a mais pelo material desperdiçado", explicou Souza. Para tanto, os pesquisadores assumiram, como premissa, que as especificações técnicas dos projetos estavam corretas. Margem Embora os resultados sejam menores do que as perdas de 30% que se tornaram senso comum no setor, Souza adverte que não há motivos para comemoração. Isto porque, atualmente, construtores e incorporadores afirmam que trabalham com margens de lucro apertadas, da ordem de 10%. Sem a perda média de 5% apresentada no setor, a margem de lucro das empresas seria 50% superior. Como os preços dos imóveis estão cada vez mais atrelados ao mercado, incorporadores e construtores têm pouco espaço para repassar o ônus do desperdício ao comprador final. "Quem se descuidar com o desperdício poderá terminar a obra sem margem alguma", resume o pesquisador. Estigma Segundo Souza, a pesquisa tem um caráter positivo, ao mostrar que, na média, a construção de edificações não condiz com seu estigma de setor tecnologicamente atrasado. "Existe uma grande variação de resultados: algumas empresas têm desempenho bem ruim e outras, muito bom", ressalta. As perdas físicas, representadas pelo volume de material perdido, também não são homogêneas. Souza explica que alguns serviços apresentam desperdício próximo de zero. Esse resultado aproxima-se mais da instalação de equipamentos, como elevadores e ar-condicionado. Em outros segmentos, contudo, as perdas são bastante pronunciadas. Remendos Em geral, as perdas físicas tendem a aumentar à medida em que se avança na fase do projeto. Souza explica que isso ocorre porque as fases de revestimento e acabamento são usadas para corrigir as falhas de fases anteriores, como fundações, estruturas e vedação. Como exemplo, o professor da Poli/USP cita o caso do concreto, usado em etapas básicas, como a execução de alicerces e na estrutura das edificações. O material apresenta índice de perdas de 9% em volume. Já os revestimentos de argamassa, como chapisco e reboco, chegam a desperdiçar até 50%. Desperdício incorporado Souza explica que o entulho é apenas a face visível do desperdício de materiais. Os pesquisadores classificaram as perdas em três categorias: incorporadas, entulho e furtos. "O desperdício incorporado representa dois terços das perdas totais em uma obra", afirma. Ele é representado pelos gastos desnecessários de materiais para corrigir erros de fases anteriores, por exemplo. É o caso dos revestimentos de argamassa, citados por Souza. Segundo o pesquisador, no caso de paredes internas, uma camada de argamassa de um centímetro, do ponto de vista técnico, é suficiente para revestir uma superfície. Mas, para corrigir erros de prumo (parede não alinhada no sentido vertical) ou alinhamento, os construtores chegam a aplicar camadas de 1,5 centímetro, equivalente a perda de 50%. Já o entulho é representado pelo material levado para fora da obra. Souza ressalta que sua contenção também é importante, dado seu impacto ambiental. Por fim, o índice de desperdício por roubo foi considerado irrelevante nas obras pesquisadas.

Os gastos com desperdício de materiais representam de 3% a 8% dos custos totais de construção de empreendimentos habitacionais. A conclusão é de pesquisa coordenada pelo Departamento de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, que envolveu parcerias com 16 universidades em 12 Estados, com apoio da Finep. O trabalho acompanhou 100 canteiros de obras entre 1997 e 1999. O estudo pretendia checar o índice geralmente usado pelo setor, segundo o qual o desperdício chega a 30%. "Esse dado não é verídico", constesta um dos coordenadores nacionais da pesquisa, professor Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, da Poli/USP. Segundo ele, o índice de 30% consta em um trabalho divulgado nos anos 90, que contabilizava, entre outros, os gastos representados pelo entulho removido da obra, a necessidade de refazer alguns trabalhos por parte da mão-de-obra e o custo de oportunidade dos recursos desperdiçados. Na pesquisa da Poli/USP, o critério ateve-se somente aos gastos com materiais de construção. "Consideramos quanto se pagou a mais pelo material desperdiçado", explicou Souza. Para tanto, os pesquisadores assumiram, como premissa, que as especificações técnicas dos projetos estavam corretas. Margem Embora os resultados sejam menores do que as perdas de 30% que se tornaram senso comum no setor, Souza adverte que não há motivos para comemoração. Isto porque, atualmente, construtores e incorporadores afirmam que trabalham com margens de lucro apertadas, da ordem de 10%. Sem a perda média de 5% apresentada no setor, a margem de lucro das empresas seria 50% superior. Como os preços dos imóveis estão cada vez mais atrelados ao mercado, incorporadores e construtores têm pouco espaço para repassar o ônus do desperdício ao comprador final. "Quem se descuidar com o desperdício poderá terminar a obra sem margem alguma", resume o pesquisador. Estigma Segundo Souza, a pesquisa tem um caráter positivo, ao mostrar que, na média, a construção de edificações não condiz com seu estigma de setor tecnologicamente atrasado. "Existe uma grande variação de resultados: algumas empresas têm desempenho bem ruim e outras, muito bom", ressalta. As perdas físicas, representadas pelo volume de material perdido, também não são homogêneas. Souza explica que alguns serviços apresentam desperdício próximo de zero. Esse resultado aproxima-se mais da instalação de equipamentos, como elevadores e ar-condicionado. Em outros segmentos, contudo, as perdas são bastante pronunciadas. Remendos Em geral, as perdas físicas tendem a aumentar à medida em que se avança na fase do projeto. Souza explica que isso ocorre porque as fases de revestimento e acabamento são usadas para corrigir as falhas de fases anteriores, como fundações, estruturas e vedação. Como exemplo, o professor da Poli/USP cita o caso do concreto, usado em etapas básicas, como a execução de alicerces e na estrutura das edificações. O material apresenta índice de perdas de 9% em volume. Já os revestimentos de argamassa, como chapisco e reboco, chegam a desperdiçar até 50%. Desperdício incorporado Souza explica que o entulho é apenas a face visível do desperdício de materiais. Os pesquisadores classificaram as perdas em três categorias: incorporadas, entulho e furtos. "O desperdício incorporado representa dois terços das perdas totais em uma obra", afirma. Ele é representado pelos gastos desnecessários de materiais para corrigir erros de fases anteriores, por exemplo. É o caso dos revestimentos de argamassa, citados por Souza. Segundo o pesquisador, no caso de paredes internas, uma camada de argamassa de um centímetro, do ponto de vista técnico, é suficiente para revestir uma superfície. Mas, para corrigir erros de prumo (parede não alinhada no sentido vertical) ou alinhamento, os construtores chegam a aplicar camadas de 1,5 centímetro, equivalente a perda de 50%. Já o entulho é representado pelo material levado para fora da obra. Souza ressalta que sua contenção também é importante, dado seu impacto ambiental. Por fim, o índice de desperdício por roubo foi considerado irrelevante nas obras pesquisadas.

Os gastos com desperdício de materiais representam de 3% a 8% dos custos totais de construção de empreendimentos habitacionais. A conclusão é de pesquisa coordenada pelo Departamento de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, que envolveu parcerias com 16 universidades em 12 Estados, com apoio da Finep. O trabalho acompanhou 100 canteiros de obras entre 1997 e 1999. O estudo pretendia checar o índice geralmente usado pelo setor, segundo o qual o desperdício chega a 30%. "Esse dado não é verídico", constesta um dos coordenadores nacionais da pesquisa, professor Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, da Poli/USP. Segundo ele, o índice de 30% consta em um trabalho divulgado nos anos 90, que contabilizava, entre outros, os gastos representados pelo entulho removido da obra, a necessidade de refazer alguns trabalhos por parte da mão-de-obra e o custo de oportunidade dos recursos desperdiçados. Na pesquisa da Poli/USP, o critério ateve-se somente aos gastos com materiais de construção. "Consideramos quanto se pagou a mais pelo material desperdiçado", explicou Souza. Para tanto, os pesquisadores assumiram, como premissa, que as especificações técnicas dos projetos estavam corretas. Margem Embora os resultados sejam menores do que as perdas de 30% que se tornaram senso comum no setor, Souza adverte que não há motivos para comemoração. Isto porque, atualmente, construtores e incorporadores afirmam que trabalham com margens de lucro apertadas, da ordem de 10%. Sem a perda média de 5% apresentada no setor, a margem de lucro das empresas seria 50% superior. Como os preços dos imóveis estão cada vez mais atrelados ao mercado, incorporadores e construtores têm pouco espaço para repassar o ônus do desperdício ao comprador final. "Quem se descuidar com o desperdício poderá terminar a obra sem margem alguma", resume o pesquisador. Estigma Segundo Souza, a pesquisa tem um caráter positivo, ao mostrar que, na média, a construção de edificações não condiz com seu estigma de setor tecnologicamente atrasado. "Existe uma grande variação de resultados: algumas empresas têm desempenho bem ruim e outras, muito bom", ressalta. As perdas físicas, representadas pelo volume de material perdido, também não são homogêneas. Souza explica que alguns serviços apresentam desperdício próximo de zero. Esse resultado aproxima-se mais da instalação de equipamentos, como elevadores e ar-condicionado. Em outros segmentos, contudo, as perdas são bastante pronunciadas. Remendos Em geral, as perdas físicas tendem a aumentar à medida em que se avança na fase do projeto. Souza explica que isso ocorre porque as fases de revestimento e acabamento são usadas para corrigir as falhas de fases anteriores, como fundações, estruturas e vedação. Como exemplo, o professor da Poli/USP cita o caso do concreto, usado em etapas básicas, como a execução de alicerces e na estrutura das edificações. O material apresenta índice de perdas de 9% em volume. Já os revestimentos de argamassa, como chapisco e reboco, chegam a desperdiçar até 50%. Desperdício incorporado Souza explica que o entulho é apenas a face visível do desperdício de materiais. Os pesquisadores classificaram as perdas em três categorias: incorporadas, entulho e furtos. "O desperdício incorporado representa dois terços das perdas totais em uma obra", afirma. Ele é representado pelos gastos desnecessários de materiais para corrigir erros de fases anteriores, por exemplo. É o caso dos revestimentos de argamassa, citados por Souza. Segundo o pesquisador, no caso de paredes internas, uma camada de argamassa de um centímetro, do ponto de vista técnico, é suficiente para revestir uma superfície. Mas, para corrigir erros de prumo (parede não alinhada no sentido vertical) ou alinhamento, os construtores chegam a aplicar camadas de 1,5 centímetro, equivalente a perda de 50%. Já o entulho é representado pelo material levado para fora da obra. Souza ressalta que sua contenção também é importante, dado seu impacto ambiental. Por fim, o índice de desperdício por roubo foi considerado irrelevante nas obras pesquisadas.

Os gastos com desperdício de materiais representam de 3% a 8% dos custos totais de construção de empreendimentos habitacionais. A conclusão é de pesquisa coordenada pelo Departamento de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, que envolveu parcerias com 16 universidades em 12 Estados, com apoio da Finep. O trabalho acompanhou 100 canteiros de obras entre 1997 e 1999. O estudo pretendia checar o índice geralmente usado pelo setor, segundo o qual o desperdício chega a 30%. "Esse dado não é verídico", constesta um dos coordenadores nacionais da pesquisa, professor Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, da Poli/USP. Segundo ele, o índice de 30% consta em um trabalho divulgado nos anos 90, que contabilizava, entre outros, os gastos representados pelo entulho removido da obra, a necessidade de refazer alguns trabalhos por parte da mão-de-obra e o custo de oportunidade dos recursos desperdiçados. Na pesquisa da Poli/USP, o critério ateve-se somente aos gastos com materiais de construção. "Consideramos quanto se pagou a mais pelo material desperdiçado", explicou Souza. Para tanto, os pesquisadores assumiram, como premissa, que as especificações técnicas dos projetos estavam corretas. Margem Embora os resultados sejam menores do que as perdas de 30% que se tornaram senso comum no setor, Souza adverte que não há motivos para comemoração. Isto porque, atualmente, construtores e incorporadores afirmam que trabalham com margens de lucro apertadas, da ordem de 10%. Sem a perda média de 5% apresentada no setor, a margem de lucro das empresas seria 50% superior. Como os preços dos imóveis estão cada vez mais atrelados ao mercado, incorporadores e construtores têm pouco espaço para repassar o ônus do desperdício ao comprador final. "Quem se descuidar com o desperdício poderá terminar a obra sem margem alguma", resume o pesquisador. Estigma Segundo Souza, a pesquisa tem um caráter positivo, ao mostrar que, na média, a construção de edificações não condiz com seu estigma de setor tecnologicamente atrasado. "Existe uma grande variação de resultados: algumas empresas têm desempenho bem ruim e outras, muito bom", ressalta. As perdas físicas, representadas pelo volume de material perdido, também não são homogêneas. Souza explica que alguns serviços apresentam desperdício próximo de zero. Esse resultado aproxima-se mais da instalação de equipamentos, como elevadores e ar-condicionado. Em outros segmentos, contudo, as perdas são bastante pronunciadas. Remendos Em geral, as perdas físicas tendem a aumentar à medida em que se avança na fase do projeto. Souza explica que isso ocorre porque as fases de revestimento e acabamento são usadas para corrigir as falhas de fases anteriores, como fundações, estruturas e vedação. Como exemplo, o professor da Poli/USP cita o caso do concreto, usado em etapas básicas, como a execução de alicerces e na estrutura das edificações. O material apresenta índice de perdas de 9% em volume. Já os revestimentos de argamassa, como chapisco e reboco, chegam a desperdiçar até 50%. Desperdício incorporado Souza explica que o entulho é apenas a face visível do desperdício de materiais. Os pesquisadores classificaram as perdas em três categorias: incorporadas, entulho e furtos. "O desperdício incorporado representa dois terços das perdas totais em uma obra", afirma. Ele é representado pelos gastos desnecessários de materiais para corrigir erros de fases anteriores, por exemplo. É o caso dos revestimentos de argamassa, citados por Souza. Segundo o pesquisador, no caso de paredes internas, uma camada de argamassa de um centímetro, do ponto de vista técnico, é suficiente para revestir uma superfície. Mas, para corrigir erros de prumo (parede não alinhada no sentido vertical) ou alinhamento, os construtores chegam a aplicar camadas de 1,5 centímetro, equivalente a perda de 50%. Já o entulho é representado pelo material levado para fora da obra. Souza ressalta que sua contenção também é importante, dado seu impacto ambiental. Por fim, o índice de desperdício por roubo foi considerado irrelevante nas obras pesquisadas.

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