Detroit se tornou cenário de degradação e pobreza


Cidade tem cerca de 44 mil casas abandonadas e ostenta os índices de pobreza mais altos dos EUA

Por Redação

O quartel-general da GM fica no futurista Renaissance Center, um conjunto de prédios e lojas que foi reinaugurado em 2004 com a promessa de revitalizar o centro de Detroit. Mas o renascimento da cidade ficou no papel e o cenário atual no Renaissance Center é melancólico. As lojas estão às moscas, muitas já foram fechadas e vedadas com tapumes. A cidade de Detroit encolheu junto com a indústria automobilística. No apogeu das Três Grandes, nos anos 50, Detroit tinha 1,8 milhão de habitantes. Hoje, não passa da metade - são 916 mil pessoas. Da mesma maneira, a participação da Chrysler, Ford e GM no mercado americano passou de 90% nos anos 50 para cerca de 48% hoje. Detroit é a área metropolitana mais degradada dos EUA. Uma volta por bairros residenciais no centro lembra muito Nova Orleans depois do Katrina - sendo que Detroit não foi varrida por um furacão. Há casas abandonadas por toda parte, e muitas foram ocupadas por viciados em crack. Segundo cálculos da prefeitura, são cerca de 44 mil casas vazias. Muitas foram depenadas por ladrões que vendem os destroços nos ferros-velhos. Mas elas continuam lá, porque a cidade não tem dinheiro para demoli-las - custa US$ 10 mil para derrubar cada uma. Alguns moradores passaram a queimar as casas, para que não sejam ocupadas por ladrões ou viciados em drogas. A taxa de pobreza, 28,5%, é a mais alta do país. A situação de Detroit já vinha declinando há tempos, mas se agravou desde o ano passado. O primeiro grande golpe veio nos anos 70, com as crises do petróleo. As pessoas começaram a comprar mais carros japoneses, que estavam com uma qualidade melhor - antes tinham má fama - e gastavam menos combustível. Em 1980, veio outra recessão, que de novo derrubou a indústria. Desde então, as Três Grandes vêm perdendo participação de mercado. As montadoras apostaram em utilitários que gastam muito combustível e foram perdendo espaço no mercado. "No ano passado, a alta da gasolina em julho, aliada à crise financeira que se exacerbou em setembro, foram o golpe de misericórdia", diz David Lewis, professor de História da Indústria Automotiva da Universidade de Michigan. "A perspectiva para Detroit é sombria", diz. "Eu detesto ser pessimista, mas você andou por aí, viu como estão as coisas..." A casa de número 8.111 na rua Traverse, no East Side de Detroit, é um bom retrato da degradação. Três anos atrás, os moradores deixaram de pagar a hipoteca e o banco tomou o imóvel, que na época valia US$ 65 mil. Depois de anos tentando, o banco acabou vendendo a casa de três quartos por US$ 1 em julho do ano passado. Mas o imóvel continua vazio. "Originalmente moravam aqui trabalhadores da indústria automobilística; agora, só gente muito pobre, desempregados, drogados", diz Rob McKenzie, que estava no East Side pintando a casa de sua mãe, de 75 anos, que se recusa a deixar o bairro. Já se fala até em "detroitificação" para descrever a degradação urbana extrema. Marilyn Mitchell e seu marido, por exemplo, fazem parte de uma associação que tem como objetivo salvar o bairro histórico Boston-Edison da "detroitificação". Em 1985, Marilyn se mudou para o bairro ao comprar a mansão que pertenceu a Henry Ford no início do século passado. Desde então, Boston-Edison vem decaindo. Das 900 casas do bairro histórico, cerca de 100 estão vazias. Casas de cinco quartos estão à venda por US$ 12 mil. A associação paga seguranças para policiarem as casas vazias e está formando um fundo para comprar e reformar casas do bairro. No centro da cidade, entre um e outro edifício abandonado, uma loja vazia pendurou um cartaz com os dizeres: "Detroit, tudo vai ficar bem." Marilyn, como muitos habitantes da antiga capital mundial do automóvel, também mantém as esperanças. "A situação é muito grave. Mas a indústria automobilística vai sobreviver. Aposto que, em dois anos, damos a volta por cima", diz.

O quartel-general da GM fica no futurista Renaissance Center, um conjunto de prédios e lojas que foi reinaugurado em 2004 com a promessa de revitalizar o centro de Detroit. Mas o renascimento da cidade ficou no papel e o cenário atual no Renaissance Center é melancólico. As lojas estão às moscas, muitas já foram fechadas e vedadas com tapumes. A cidade de Detroit encolheu junto com a indústria automobilística. No apogeu das Três Grandes, nos anos 50, Detroit tinha 1,8 milhão de habitantes. Hoje, não passa da metade - são 916 mil pessoas. Da mesma maneira, a participação da Chrysler, Ford e GM no mercado americano passou de 90% nos anos 50 para cerca de 48% hoje. Detroit é a área metropolitana mais degradada dos EUA. Uma volta por bairros residenciais no centro lembra muito Nova Orleans depois do Katrina - sendo que Detroit não foi varrida por um furacão. Há casas abandonadas por toda parte, e muitas foram ocupadas por viciados em crack. Segundo cálculos da prefeitura, são cerca de 44 mil casas vazias. Muitas foram depenadas por ladrões que vendem os destroços nos ferros-velhos. Mas elas continuam lá, porque a cidade não tem dinheiro para demoli-las - custa US$ 10 mil para derrubar cada uma. Alguns moradores passaram a queimar as casas, para que não sejam ocupadas por ladrões ou viciados em drogas. A taxa de pobreza, 28,5%, é a mais alta do país. A situação de Detroit já vinha declinando há tempos, mas se agravou desde o ano passado. O primeiro grande golpe veio nos anos 70, com as crises do petróleo. As pessoas começaram a comprar mais carros japoneses, que estavam com uma qualidade melhor - antes tinham má fama - e gastavam menos combustível. Em 1980, veio outra recessão, que de novo derrubou a indústria. Desde então, as Três Grandes vêm perdendo participação de mercado. As montadoras apostaram em utilitários que gastam muito combustível e foram perdendo espaço no mercado. "No ano passado, a alta da gasolina em julho, aliada à crise financeira que se exacerbou em setembro, foram o golpe de misericórdia", diz David Lewis, professor de História da Indústria Automotiva da Universidade de Michigan. "A perspectiva para Detroit é sombria", diz. "Eu detesto ser pessimista, mas você andou por aí, viu como estão as coisas..." A casa de número 8.111 na rua Traverse, no East Side de Detroit, é um bom retrato da degradação. Três anos atrás, os moradores deixaram de pagar a hipoteca e o banco tomou o imóvel, que na época valia US$ 65 mil. Depois de anos tentando, o banco acabou vendendo a casa de três quartos por US$ 1 em julho do ano passado. Mas o imóvel continua vazio. "Originalmente moravam aqui trabalhadores da indústria automobilística; agora, só gente muito pobre, desempregados, drogados", diz Rob McKenzie, que estava no East Side pintando a casa de sua mãe, de 75 anos, que se recusa a deixar o bairro. Já se fala até em "detroitificação" para descrever a degradação urbana extrema. Marilyn Mitchell e seu marido, por exemplo, fazem parte de uma associação que tem como objetivo salvar o bairro histórico Boston-Edison da "detroitificação". Em 1985, Marilyn se mudou para o bairro ao comprar a mansão que pertenceu a Henry Ford no início do século passado. Desde então, Boston-Edison vem decaindo. Das 900 casas do bairro histórico, cerca de 100 estão vazias. Casas de cinco quartos estão à venda por US$ 12 mil. A associação paga seguranças para policiarem as casas vazias e está formando um fundo para comprar e reformar casas do bairro. No centro da cidade, entre um e outro edifício abandonado, uma loja vazia pendurou um cartaz com os dizeres: "Detroit, tudo vai ficar bem." Marilyn, como muitos habitantes da antiga capital mundial do automóvel, também mantém as esperanças. "A situação é muito grave. Mas a indústria automobilística vai sobreviver. Aposto que, em dois anos, damos a volta por cima", diz.

O quartel-general da GM fica no futurista Renaissance Center, um conjunto de prédios e lojas que foi reinaugurado em 2004 com a promessa de revitalizar o centro de Detroit. Mas o renascimento da cidade ficou no papel e o cenário atual no Renaissance Center é melancólico. As lojas estão às moscas, muitas já foram fechadas e vedadas com tapumes. A cidade de Detroit encolheu junto com a indústria automobilística. No apogeu das Três Grandes, nos anos 50, Detroit tinha 1,8 milhão de habitantes. Hoje, não passa da metade - são 916 mil pessoas. Da mesma maneira, a participação da Chrysler, Ford e GM no mercado americano passou de 90% nos anos 50 para cerca de 48% hoje. Detroit é a área metropolitana mais degradada dos EUA. Uma volta por bairros residenciais no centro lembra muito Nova Orleans depois do Katrina - sendo que Detroit não foi varrida por um furacão. Há casas abandonadas por toda parte, e muitas foram ocupadas por viciados em crack. Segundo cálculos da prefeitura, são cerca de 44 mil casas vazias. Muitas foram depenadas por ladrões que vendem os destroços nos ferros-velhos. Mas elas continuam lá, porque a cidade não tem dinheiro para demoli-las - custa US$ 10 mil para derrubar cada uma. Alguns moradores passaram a queimar as casas, para que não sejam ocupadas por ladrões ou viciados em drogas. A taxa de pobreza, 28,5%, é a mais alta do país. A situação de Detroit já vinha declinando há tempos, mas se agravou desde o ano passado. O primeiro grande golpe veio nos anos 70, com as crises do petróleo. As pessoas começaram a comprar mais carros japoneses, que estavam com uma qualidade melhor - antes tinham má fama - e gastavam menos combustível. Em 1980, veio outra recessão, que de novo derrubou a indústria. Desde então, as Três Grandes vêm perdendo participação de mercado. As montadoras apostaram em utilitários que gastam muito combustível e foram perdendo espaço no mercado. "No ano passado, a alta da gasolina em julho, aliada à crise financeira que se exacerbou em setembro, foram o golpe de misericórdia", diz David Lewis, professor de História da Indústria Automotiva da Universidade de Michigan. "A perspectiva para Detroit é sombria", diz. "Eu detesto ser pessimista, mas você andou por aí, viu como estão as coisas..." A casa de número 8.111 na rua Traverse, no East Side de Detroit, é um bom retrato da degradação. Três anos atrás, os moradores deixaram de pagar a hipoteca e o banco tomou o imóvel, que na época valia US$ 65 mil. Depois de anos tentando, o banco acabou vendendo a casa de três quartos por US$ 1 em julho do ano passado. Mas o imóvel continua vazio. "Originalmente moravam aqui trabalhadores da indústria automobilística; agora, só gente muito pobre, desempregados, drogados", diz Rob McKenzie, que estava no East Side pintando a casa de sua mãe, de 75 anos, que se recusa a deixar o bairro. Já se fala até em "detroitificação" para descrever a degradação urbana extrema. Marilyn Mitchell e seu marido, por exemplo, fazem parte de uma associação que tem como objetivo salvar o bairro histórico Boston-Edison da "detroitificação". Em 1985, Marilyn se mudou para o bairro ao comprar a mansão que pertenceu a Henry Ford no início do século passado. Desde então, Boston-Edison vem decaindo. Das 900 casas do bairro histórico, cerca de 100 estão vazias. Casas de cinco quartos estão à venda por US$ 12 mil. A associação paga seguranças para policiarem as casas vazias e está formando um fundo para comprar e reformar casas do bairro. No centro da cidade, entre um e outro edifício abandonado, uma loja vazia pendurou um cartaz com os dizeres: "Detroit, tudo vai ficar bem." Marilyn, como muitos habitantes da antiga capital mundial do automóvel, também mantém as esperanças. "A situação é muito grave. Mas a indústria automobilística vai sobreviver. Aposto que, em dois anos, damos a volta por cima", diz.

O quartel-general da GM fica no futurista Renaissance Center, um conjunto de prédios e lojas que foi reinaugurado em 2004 com a promessa de revitalizar o centro de Detroit. Mas o renascimento da cidade ficou no papel e o cenário atual no Renaissance Center é melancólico. As lojas estão às moscas, muitas já foram fechadas e vedadas com tapumes. A cidade de Detroit encolheu junto com a indústria automobilística. No apogeu das Três Grandes, nos anos 50, Detroit tinha 1,8 milhão de habitantes. Hoje, não passa da metade - são 916 mil pessoas. Da mesma maneira, a participação da Chrysler, Ford e GM no mercado americano passou de 90% nos anos 50 para cerca de 48% hoje. Detroit é a área metropolitana mais degradada dos EUA. Uma volta por bairros residenciais no centro lembra muito Nova Orleans depois do Katrina - sendo que Detroit não foi varrida por um furacão. Há casas abandonadas por toda parte, e muitas foram ocupadas por viciados em crack. Segundo cálculos da prefeitura, são cerca de 44 mil casas vazias. Muitas foram depenadas por ladrões que vendem os destroços nos ferros-velhos. Mas elas continuam lá, porque a cidade não tem dinheiro para demoli-las - custa US$ 10 mil para derrubar cada uma. Alguns moradores passaram a queimar as casas, para que não sejam ocupadas por ladrões ou viciados em drogas. A taxa de pobreza, 28,5%, é a mais alta do país. A situação de Detroit já vinha declinando há tempos, mas se agravou desde o ano passado. O primeiro grande golpe veio nos anos 70, com as crises do petróleo. As pessoas começaram a comprar mais carros japoneses, que estavam com uma qualidade melhor - antes tinham má fama - e gastavam menos combustível. Em 1980, veio outra recessão, que de novo derrubou a indústria. Desde então, as Três Grandes vêm perdendo participação de mercado. As montadoras apostaram em utilitários que gastam muito combustível e foram perdendo espaço no mercado. "No ano passado, a alta da gasolina em julho, aliada à crise financeira que se exacerbou em setembro, foram o golpe de misericórdia", diz David Lewis, professor de História da Indústria Automotiva da Universidade de Michigan. "A perspectiva para Detroit é sombria", diz. "Eu detesto ser pessimista, mas você andou por aí, viu como estão as coisas..." A casa de número 8.111 na rua Traverse, no East Side de Detroit, é um bom retrato da degradação. Três anos atrás, os moradores deixaram de pagar a hipoteca e o banco tomou o imóvel, que na época valia US$ 65 mil. Depois de anos tentando, o banco acabou vendendo a casa de três quartos por US$ 1 em julho do ano passado. Mas o imóvel continua vazio. "Originalmente moravam aqui trabalhadores da indústria automobilística; agora, só gente muito pobre, desempregados, drogados", diz Rob McKenzie, que estava no East Side pintando a casa de sua mãe, de 75 anos, que se recusa a deixar o bairro. Já se fala até em "detroitificação" para descrever a degradação urbana extrema. Marilyn Mitchell e seu marido, por exemplo, fazem parte de uma associação que tem como objetivo salvar o bairro histórico Boston-Edison da "detroitificação". Em 1985, Marilyn se mudou para o bairro ao comprar a mansão que pertenceu a Henry Ford no início do século passado. Desde então, Boston-Edison vem decaindo. Das 900 casas do bairro histórico, cerca de 100 estão vazias. Casas de cinco quartos estão à venda por US$ 12 mil. A associação paga seguranças para policiarem as casas vazias e está formando um fundo para comprar e reformar casas do bairro. No centro da cidade, entre um e outro edifício abandonado, uma loja vazia pendurou um cartaz com os dizeres: "Detroit, tudo vai ficar bem." Marilyn, como muitos habitantes da antiga capital mundial do automóvel, também mantém as esperanças. "A situação é muito grave. Mas a indústria automobilística vai sobreviver. Aposto que, em dois anos, damos a volta por cima", diz.

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