Diferença salarial entre homens e mulheres sobe conforme escolaridade


Ter trajetória semelhante e ocupar mesmo cargo ainda não é suficiente para dar à mulher um salário igual ao do homem

Por Flavia Alemi

SÃO PAULO - Ela passa pelo menos 15 anos da vida se dedicando aos estudos. Faz estágio, é efetivada e promovida. Vai ao exterior fazer MBA e, quando retorna, ganha nova promoção. Muda de empresa. Vê a carreira deslanchar. Assume uma diretoria. E descobre que seu colega de outra diretoria, com trajetória semelhante, tem um salário mais alto. Para ser mais exato, 34% maior. A relação é diretamente proporcional: quanto maior o grau de instrução, maior a diferença de salários entre mulheres e homens.

E é por medo de obter uma avaliação negativa que as mulheres costumam pedir aumento de forma mais cautelosa e menos frequente do que os homens, numa espécie de autocensura que contribui para que a disparidade de salários seja tão resiliente. “Muitas vezes, infelizmente, a empresa acha que a mulher que pede aumento de salário não cumpre o estereótipo que se espera dela”, aponta Regina.

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Para alguns, isso pode parecer arcaico, mas há menos de dois anos uma declaração do CEO mais bem pago do mundo, o indiano Satya Nadella, da Microsoft, gerou mal-estar generalizado no mundo dos negócios. Diante de uma plateia feminina, Nadella ‘aconselhou’ as mulheres a não pedir aumento de salário, explicando que elas deveriam ter fé de que o sistema dará os aumentos corretos quando elas forem subindo na carreira. “Não pedir aumento traz bom karma e ajuda um chefe a distinguir se o empregado é confiável”, acrescentou. Mais tarde, ele pediu desculpas e se disse um defensor de salários iguais para cargos iguais.

Preconceito. Uma pesquisa da Robert Half, empresa especializada em recrutamento, concluiu que a distância entre os gêneros está presente não só na questão de equiparação salarial, mas, principalmente, nas oportunidades de crescimento, desenvolvimento e respeito pelas mulheres.

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O estudo ‘Mulheres e o Mundo Corporativo’, realizado com cerca de 300 profissionais brasileiras em fevereiro deste ano, mostra que 66% delas já sofreram preconceito no trabalho. Além disso, 60% das entrevistadas dizem ter escutado comentários preconceituosos e 47% já tiveram suas habilidades questionadas em momentos de crise.

Para Claudia Baggio, sócia da consultoria Deloitte, o preconceito não deixou de existir, apesar de as mulheres terem conquistado seu espaço no mercado de trabalho. “Minha esperança é que tenhamos de discutir muito pouco este assunto no futuro”, diz. Até lá, porém, a discussão permanece. (Colaborou Malena Oliveira)

Mulheres driblam o preconceito no mercado de trabalho

1 | 36

E, no entanto, ainda ganham menos

Foto: Malena Oliveira/Estadão
2 | 36

Fabiana Araújo, gerente na fabricante de alimentos Barilla

Foto: Rodrigo Dionísio/Divulgação
3 | 36

Fernanda Tessari, diretora na empresa de tecnologia Avanade

Foto: Divulgação
4 | 36

Vivian Jacobsohn Serebrinic, diretora na Samsung

5 | 36

Juliana Sztrajtman, diretora na Johnson & Johnson

Foto: Divulgação
6 | 36

Cátia Cristina Teixeira Pereira, gerente na fabricante de embalagens Rexam

Foto: Divulgação
7 | 36

Adriana Gimenes, gerente na Electrolux

Foto: Divulgação
8 | 36

Sandra Abrahão, diretora na Bayer

Foto: Welber Osti/Divulgação
9 | 36

Claudia Braga, diretora na HPE

Foto: Divulgação
10 | 36

Leila Prati, diretora na Shell

Foto: Divulgação
11 | 36

Adriane Rocha, gerente na Ford

Foto: Divulgação
12 | 36

Regina Moura, diretora na Roche

Foto: Divulgação
13 | 36

Ana Paula Guelli, líder de Alimentos e Bebidas na Unilever

Foto: Divulgação
14 | 36

Juliana Nunes, vice-presidente na Brasil Kirin

Foto: Divulgação
15 | 36

Gisele Aguiar, diretora na Yahoo

Foto: Divulgação
16 | 36

Nadir Moreno, presidente da empresa de logística UPS no Brasil

Foto: Divulgação
17 | 36

Sandra Martins, diretora na Dow, empresa do setor químico

Foto: Divulgação
18 | 36

Lucila Del Grande, diretora na Bridgestone

Foto: Divulgação
19 | 36

Lia Azevedo , vice-presidente do grupo O Boticário

Foto: Fernando Dias/Divulgação
20 | 36

Eliane Garcia Melgaço, vice-presidente no grupo Algar

Foto: Divulgação
21 | 36

Luciane Franciscone, gerente geral na Lojas Renner

Foto: Divulgação
22 | 36

Eunice Lima, diretora na fabricante de laminados Novelis

Foto: Divulgação
23 | 36

Rosangela Melatto, gerente na Intel

Foto: Divulgação
24 | 36

Shelly Swanback, diretora na empresa de tecnologia Accenture

Foto: Divulgação
25 | 36

Claudia Baggio, sócia da Deloitte

Foto: Divulgação
26 | 36

Anna Paula Rezende, diretora na White Martins

Foto: Divulgação
27 | 36

Juliana Duarte, vice-presidente no GFG LatAm, grupo que une Dafiti, Kanui e Tricae

Foto: Divulgação
28 | 36

Célia Silvério, diretora na produtora de cobre Paranapanema

Foto: Divulgação
29 | 36

Elaine Accacio, gerente na rede hoteleira Iberostar

Foto: Divulgação
30 | 36

Thais Passarella, gerente da empresa de tecnologia TecBan

Foto: Divulgação
31 | 36

Elizete Siervo, diretora na empresa de tecnologia Linx

Foto: Divulgação
32 | 36

Shirley Klein, gerente na Zebra Techonologies

Foto: Divulgação
33 | 36

Cristina Buchignani, sócia do escritório de advogados Emerenciano, Baggio & Associados

Foto: Divulgação
34 | 36

Carla Alzamora, diretora na Heads Propaganda

Foto: Divulgação
35 | 36

Magda Kiehl, vice-presidente jurídica na AccorHotels

Foto: Divulgação
36 | 36

Heloisa Bedicks, superintendente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

Foto: Divulgação

SÃO PAULO - Ela passa pelo menos 15 anos da vida se dedicando aos estudos. Faz estágio, é efetivada e promovida. Vai ao exterior fazer MBA e, quando retorna, ganha nova promoção. Muda de empresa. Vê a carreira deslanchar. Assume uma diretoria. E descobre que seu colega de outra diretoria, com trajetória semelhante, tem um salário mais alto. Para ser mais exato, 34% maior. A relação é diretamente proporcional: quanto maior o grau de instrução, maior a diferença de salários entre mulheres e homens.

E é por medo de obter uma avaliação negativa que as mulheres costumam pedir aumento de forma mais cautelosa e menos frequente do que os homens, numa espécie de autocensura que contribui para que a disparidade de salários seja tão resiliente. “Muitas vezes, infelizmente, a empresa acha que a mulher que pede aumento de salário não cumpre o estereótipo que se espera dela”, aponta Regina.

Para alguns, isso pode parecer arcaico, mas há menos de dois anos uma declaração do CEO mais bem pago do mundo, o indiano Satya Nadella, da Microsoft, gerou mal-estar generalizado no mundo dos negócios. Diante de uma plateia feminina, Nadella ‘aconselhou’ as mulheres a não pedir aumento de salário, explicando que elas deveriam ter fé de que o sistema dará os aumentos corretos quando elas forem subindo na carreira. “Não pedir aumento traz bom karma e ajuda um chefe a distinguir se o empregado é confiável”, acrescentou. Mais tarde, ele pediu desculpas e se disse um defensor de salários iguais para cargos iguais.

Preconceito. Uma pesquisa da Robert Half, empresa especializada em recrutamento, concluiu que a distância entre os gêneros está presente não só na questão de equiparação salarial, mas, principalmente, nas oportunidades de crescimento, desenvolvimento e respeito pelas mulheres.

O estudo ‘Mulheres e o Mundo Corporativo’, realizado com cerca de 300 profissionais brasileiras em fevereiro deste ano, mostra que 66% delas já sofreram preconceito no trabalho. Além disso, 60% das entrevistadas dizem ter escutado comentários preconceituosos e 47% já tiveram suas habilidades questionadas em momentos de crise.

Para Claudia Baggio, sócia da consultoria Deloitte, o preconceito não deixou de existir, apesar de as mulheres terem conquistado seu espaço no mercado de trabalho. “Minha esperança é que tenhamos de discutir muito pouco este assunto no futuro”, diz. Até lá, porém, a discussão permanece. (Colaborou Malena Oliveira)

Mulheres driblam o preconceito no mercado de trabalho

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E, no entanto, ainda ganham menos

Foto: Malena Oliveira/Estadão
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Fabiana Araújo, gerente na fabricante de alimentos Barilla

Foto: Rodrigo Dionísio/Divulgação
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Fernanda Tessari, diretora na empresa de tecnologia Avanade

Foto: Divulgação
4 | 36

Vivian Jacobsohn Serebrinic, diretora na Samsung

5 | 36

Juliana Sztrajtman, diretora na Johnson & Johnson

Foto: Divulgação
6 | 36

Cátia Cristina Teixeira Pereira, gerente na fabricante de embalagens Rexam

Foto: Divulgação
7 | 36

Adriana Gimenes, gerente na Electrolux

Foto: Divulgação
8 | 36

Sandra Abrahão, diretora na Bayer

Foto: Welber Osti/Divulgação
9 | 36

Claudia Braga, diretora na HPE

Foto: Divulgação
10 | 36

Leila Prati, diretora na Shell

Foto: Divulgação
11 | 36

Adriane Rocha, gerente na Ford

Foto: Divulgação
12 | 36

Regina Moura, diretora na Roche

Foto: Divulgação
13 | 36

Ana Paula Guelli, líder de Alimentos e Bebidas na Unilever

Foto: Divulgação
14 | 36

Juliana Nunes, vice-presidente na Brasil Kirin

Foto: Divulgação
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Gisele Aguiar, diretora na Yahoo

Foto: Divulgação
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Nadir Moreno, presidente da empresa de logística UPS no Brasil

Foto: Divulgação
17 | 36

Sandra Martins, diretora na Dow, empresa do setor químico

Foto: Divulgação
18 | 36

Lucila Del Grande, diretora na Bridgestone

Foto: Divulgação
19 | 36

Lia Azevedo , vice-presidente do grupo O Boticário

Foto: Fernando Dias/Divulgação
20 | 36

Eliane Garcia Melgaço, vice-presidente no grupo Algar

Foto: Divulgação
21 | 36

Luciane Franciscone, gerente geral na Lojas Renner

Foto: Divulgação
22 | 36

Eunice Lima, diretora na fabricante de laminados Novelis

Foto: Divulgação
23 | 36

Rosangela Melatto, gerente na Intel

Foto: Divulgação
24 | 36

Shelly Swanback, diretora na empresa de tecnologia Accenture

Foto: Divulgação
25 | 36

Claudia Baggio, sócia da Deloitte

Foto: Divulgação
26 | 36

Anna Paula Rezende, diretora na White Martins

Foto: Divulgação
27 | 36

Juliana Duarte, vice-presidente no GFG LatAm, grupo que une Dafiti, Kanui e Tricae

Foto: Divulgação
28 | 36

Célia Silvério, diretora na produtora de cobre Paranapanema

Foto: Divulgação
29 | 36

Elaine Accacio, gerente na rede hoteleira Iberostar

Foto: Divulgação
30 | 36

Thais Passarella, gerente da empresa de tecnologia TecBan

Foto: Divulgação
31 | 36

Elizete Siervo, diretora na empresa de tecnologia Linx

Foto: Divulgação
32 | 36

Shirley Klein, gerente na Zebra Techonologies

Foto: Divulgação
33 | 36

Cristina Buchignani, sócia do escritório de advogados Emerenciano, Baggio & Associados

Foto: Divulgação
34 | 36

Carla Alzamora, diretora na Heads Propaganda

Foto: Divulgação
35 | 36

Magda Kiehl, vice-presidente jurídica na AccorHotels

Foto: Divulgação
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Heloisa Bedicks, superintendente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

Foto: Divulgação

SÃO PAULO - Ela passa pelo menos 15 anos da vida se dedicando aos estudos. Faz estágio, é efetivada e promovida. Vai ao exterior fazer MBA e, quando retorna, ganha nova promoção. Muda de empresa. Vê a carreira deslanchar. Assume uma diretoria. E descobre que seu colega de outra diretoria, com trajetória semelhante, tem um salário mais alto. Para ser mais exato, 34% maior. A relação é diretamente proporcional: quanto maior o grau de instrução, maior a diferença de salários entre mulheres e homens.

E é por medo de obter uma avaliação negativa que as mulheres costumam pedir aumento de forma mais cautelosa e menos frequente do que os homens, numa espécie de autocensura que contribui para que a disparidade de salários seja tão resiliente. “Muitas vezes, infelizmente, a empresa acha que a mulher que pede aumento de salário não cumpre o estereótipo que se espera dela”, aponta Regina.

Para alguns, isso pode parecer arcaico, mas há menos de dois anos uma declaração do CEO mais bem pago do mundo, o indiano Satya Nadella, da Microsoft, gerou mal-estar generalizado no mundo dos negócios. Diante de uma plateia feminina, Nadella ‘aconselhou’ as mulheres a não pedir aumento de salário, explicando que elas deveriam ter fé de que o sistema dará os aumentos corretos quando elas forem subindo na carreira. “Não pedir aumento traz bom karma e ajuda um chefe a distinguir se o empregado é confiável”, acrescentou. Mais tarde, ele pediu desculpas e se disse um defensor de salários iguais para cargos iguais.

Preconceito. Uma pesquisa da Robert Half, empresa especializada em recrutamento, concluiu que a distância entre os gêneros está presente não só na questão de equiparação salarial, mas, principalmente, nas oportunidades de crescimento, desenvolvimento e respeito pelas mulheres.

O estudo ‘Mulheres e o Mundo Corporativo’, realizado com cerca de 300 profissionais brasileiras em fevereiro deste ano, mostra que 66% delas já sofreram preconceito no trabalho. Além disso, 60% das entrevistadas dizem ter escutado comentários preconceituosos e 47% já tiveram suas habilidades questionadas em momentos de crise.

Para Claudia Baggio, sócia da consultoria Deloitte, o preconceito não deixou de existir, apesar de as mulheres terem conquistado seu espaço no mercado de trabalho. “Minha esperança é que tenhamos de discutir muito pouco este assunto no futuro”, diz. Até lá, porém, a discussão permanece. (Colaborou Malena Oliveira)

Mulheres driblam o preconceito no mercado de trabalho

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E, no entanto, ainda ganham menos

Foto: Malena Oliveira/Estadão
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Fabiana Araújo, gerente na fabricante de alimentos Barilla

Foto: Rodrigo Dionísio/Divulgação
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Fernanda Tessari, diretora na empresa de tecnologia Avanade

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Vivian Jacobsohn Serebrinic, diretora na Samsung

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Juliana Sztrajtman, diretora na Johnson & Johnson

Foto: Divulgação
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Cátia Cristina Teixeira Pereira, gerente na fabricante de embalagens Rexam

Foto: Divulgação
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Adriana Gimenes, gerente na Electrolux

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Sandra Abrahão, diretora na Bayer

Foto: Welber Osti/Divulgação
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Claudia Braga, diretora na HPE

Foto: Divulgação
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Leila Prati, diretora na Shell

Foto: Divulgação
11 | 36

Adriane Rocha, gerente na Ford

Foto: Divulgação
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Regina Moura, diretora na Roche

Foto: Divulgação
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Ana Paula Guelli, líder de Alimentos e Bebidas na Unilever

Foto: Divulgação
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Juliana Nunes, vice-presidente na Brasil Kirin

Foto: Divulgação
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Gisele Aguiar, diretora na Yahoo

Foto: Divulgação
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Nadir Moreno, presidente da empresa de logística UPS no Brasil

Foto: Divulgação
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Sandra Martins, diretora na Dow, empresa do setor químico

Foto: Divulgação
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Lucila Del Grande, diretora na Bridgestone

Foto: Divulgação
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Lia Azevedo , vice-presidente do grupo O Boticário

Foto: Fernando Dias/Divulgação
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Eliane Garcia Melgaço, vice-presidente no grupo Algar

Foto: Divulgação
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Luciane Franciscone, gerente geral na Lojas Renner

Foto: Divulgação
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Eunice Lima, diretora na fabricante de laminados Novelis

Foto: Divulgação
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Rosangela Melatto, gerente na Intel

Foto: Divulgação
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Shelly Swanback, diretora na empresa de tecnologia Accenture

Foto: Divulgação
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Claudia Baggio, sócia da Deloitte

Foto: Divulgação
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Anna Paula Rezende, diretora na White Martins

Foto: Divulgação
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Juliana Duarte, vice-presidente no GFG LatAm, grupo que une Dafiti, Kanui e Tricae

Foto: Divulgação
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Célia Silvério, diretora na produtora de cobre Paranapanema

Foto: Divulgação
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Elaine Accacio, gerente na rede hoteleira Iberostar

Foto: Divulgação
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Thais Passarella, gerente da empresa de tecnologia TecBan

Foto: Divulgação
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Elizete Siervo, diretora na empresa de tecnologia Linx

Foto: Divulgação
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Shirley Klein, gerente na Zebra Techonologies

Foto: Divulgação
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Cristina Buchignani, sócia do escritório de advogados Emerenciano, Baggio & Associados

Foto: Divulgação
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Carla Alzamora, diretora na Heads Propaganda

Foto: Divulgação
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Magda Kiehl, vice-presidente jurídica na AccorHotels

Foto: Divulgação
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Heloisa Bedicks, superintendente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

Foto: Divulgação

SÃO PAULO - Ela passa pelo menos 15 anos da vida se dedicando aos estudos. Faz estágio, é efetivada e promovida. Vai ao exterior fazer MBA e, quando retorna, ganha nova promoção. Muda de empresa. Vê a carreira deslanchar. Assume uma diretoria. E descobre que seu colega de outra diretoria, com trajetória semelhante, tem um salário mais alto. Para ser mais exato, 34% maior. A relação é diretamente proporcional: quanto maior o grau de instrução, maior a diferença de salários entre mulheres e homens.

E é por medo de obter uma avaliação negativa que as mulheres costumam pedir aumento de forma mais cautelosa e menos frequente do que os homens, numa espécie de autocensura que contribui para que a disparidade de salários seja tão resiliente. “Muitas vezes, infelizmente, a empresa acha que a mulher que pede aumento de salário não cumpre o estereótipo que se espera dela”, aponta Regina.

Para alguns, isso pode parecer arcaico, mas há menos de dois anos uma declaração do CEO mais bem pago do mundo, o indiano Satya Nadella, da Microsoft, gerou mal-estar generalizado no mundo dos negócios. Diante de uma plateia feminina, Nadella ‘aconselhou’ as mulheres a não pedir aumento de salário, explicando que elas deveriam ter fé de que o sistema dará os aumentos corretos quando elas forem subindo na carreira. “Não pedir aumento traz bom karma e ajuda um chefe a distinguir se o empregado é confiável”, acrescentou. Mais tarde, ele pediu desculpas e se disse um defensor de salários iguais para cargos iguais.

Preconceito. Uma pesquisa da Robert Half, empresa especializada em recrutamento, concluiu que a distância entre os gêneros está presente não só na questão de equiparação salarial, mas, principalmente, nas oportunidades de crescimento, desenvolvimento e respeito pelas mulheres.

O estudo ‘Mulheres e o Mundo Corporativo’, realizado com cerca de 300 profissionais brasileiras em fevereiro deste ano, mostra que 66% delas já sofreram preconceito no trabalho. Além disso, 60% das entrevistadas dizem ter escutado comentários preconceituosos e 47% já tiveram suas habilidades questionadas em momentos de crise.

Para Claudia Baggio, sócia da consultoria Deloitte, o preconceito não deixou de existir, apesar de as mulheres terem conquistado seu espaço no mercado de trabalho. “Minha esperança é que tenhamos de discutir muito pouco este assunto no futuro”, diz. Até lá, porém, a discussão permanece. (Colaborou Malena Oliveira)

Mulheres driblam o preconceito no mercado de trabalho

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E, no entanto, ainda ganham menos

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Fabiana Araújo, gerente na fabricante de alimentos Barilla

Foto: Rodrigo Dionísio/Divulgação
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Fernanda Tessari, diretora na empresa de tecnologia Avanade

Foto: Divulgação
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Vivian Jacobsohn Serebrinic, diretora na Samsung

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Juliana Sztrajtman, diretora na Johnson & Johnson

Foto: Divulgação
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Cátia Cristina Teixeira Pereira, gerente na fabricante de embalagens Rexam

Foto: Divulgação
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Adriana Gimenes, gerente na Electrolux

Foto: Divulgação
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Sandra Abrahão, diretora na Bayer

Foto: Welber Osti/Divulgação
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Claudia Braga, diretora na HPE

Foto: Divulgação
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Leila Prati, diretora na Shell

Foto: Divulgação
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Adriane Rocha, gerente na Ford

Foto: Divulgação
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Regina Moura, diretora na Roche

Foto: Divulgação
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Ana Paula Guelli, líder de Alimentos e Bebidas na Unilever

Foto: Divulgação
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Juliana Nunes, vice-presidente na Brasil Kirin

Foto: Divulgação
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Gisele Aguiar, diretora na Yahoo

Foto: Divulgação
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Nadir Moreno, presidente da empresa de logística UPS no Brasil

Foto: Divulgação
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Sandra Martins, diretora na Dow, empresa do setor químico

Foto: Divulgação
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Lucila Del Grande, diretora na Bridgestone

Foto: Divulgação
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Lia Azevedo , vice-presidente do grupo O Boticário

Foto: Fernando Dias/Divulgação
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Eliane Garcia Melgaço, vice-presidente no grupo Algar

Foto: Divulgação
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Luciane Franciscone, gerente geral na Lojas Renner

Foto: Divulgação
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Eunice Lima, diretora na fabricante de laminados Novelis

Foto: Divulgação
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Rosangela Melatto, gerente na Intel

Foto: Divulgação
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Shelly Swanback, diretora na empresa de tecnologia Accenture

Foto: Divulgação
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Claudia Baggio, sócia da Deloitte

Foto: Divulgação
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Anna Paula Rezende, diretora na White Martins

Foto: Divulgação
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Juliana Duarte, vice-presidente no GFG LatAm, grupo que une Dafiti, Kanui e Tricae

Foto: Divulgação
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Célia Silvério, diretora na produtora de cobre Paranapanema

Foto: Divulgação
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Elaine Accacio, gerente na rede hoteleira Iberostar

Foto: Divulgação
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Thais Passarella, gerente da empresa de tecnologia TecBan

Foto: Divulgação
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Elizete Siervo, diretora na empresa de tecnologia Linx

Foto: Divulgação
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Shirley Klein, gerente na Zebra Techonologies

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Cristina Buchignani, sócia do escritório de advogados Emerenciano, Baggio & Associados

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Carla Alzamora, diretora na Heads Propaganda

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Magda Kiehl, vice-presidente jurídica na AccorHotels

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Heloisa Bedicks, superintendente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

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