O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, reafirmou que a meta ajustada de inflação para 2003 de 8,5% ficou mais ambiciosa, mas não é impossível de ser alcançada. Ele deixou claro, no entanto, que o BC, ao conduzir a política monetária, olha para o comportamento futuro da inflação e não para o que aconteceu no passado. " A nossa projeção para 2004 e ao longo da trajetória até 2004 indica que a inflação está abaixo da trajetória da meta", disse. Ele destacou que o BC está alerta ao grau de persistência da inflação. Segundo ele, a persistência inflacionária caiu mais rapidamente em maio, e tudo indica que o mesmo tenha ocorrido em junho. O diretor do BC chamou atenção para o gráfico do Relatório de Inflação que mostra a evolução do grau de persistência da inflação desde 1999. No relatório, o BC afirma que, em maio, houve um primeiro indício de que o grau de persistência inflacionária possa estar retornando à média histórica. O diretor do BC explicou que essa queda maior da persistência em maio está associada à redução dos custos das empresas, com a apreciação cambial, e ao comprometimento da política monetária do governo com a inflação baixa (veja mais informações sobre o relatório do BC nos links abaixo). Ilan ponderou que o BC está alerta ao grau de persistência para garantir que a inflação "caia sustentavelmente" ao longo do tempo. O que o BC quer evitar é que a inflação, mesmo em queda agora, volte depois. "Temos que garantir que a inflação continue em direção à trajetória das metas", justificou. Ele disse que o anúncio dos reajustes das tarifas de telefonia, feito na semana passada, foi benéfico para a inflação. "Estávamos esperando um reajuste de 28%, parcelado, e foi de 24% de uma vez só", disse Ilan. Ele lembrou que o reajuste parcelado poderia impactar ainda a inflação de 2004. "Agora não, vamos ter um reajuste só, que vai impactar a inflação deste ano e não a do próximo", afirmou. Investimentos diretos O diretor de Política Econômica do BC fez há pouco uma previsão de retomada no ingresso de investimentos diretos estrangeiros ao longo dos próximos meses. O diretor acredita que a projeção do BC de investimento direto de US$ 10 bilhões em 2003 é factível, apesar de os investimentos acumulados nos primeiros cinco meses somarem apenas US$ 3,3 bilhões. O BC, segundo Ilan, acompanhará ao longo do tempo o comportamento dos investimentos. Ele atribui a redução a dois principais fatores. O primeiro deles é a retração dos investimentos no mundo como um todo. Ele lembrou que a maior redução no fluxo de investimentos ocorreu no Chile. O segundo fator, segundo Ilan, foi a postergação de decisões de investimentos, que deveriam ser concretizadas ao final do ano passado. As incertezas eleitorais, no entanto, impediram que isto ocorresse.
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