A dívida pública federal (DPF) - soma dos endividamentos interno e externo do governo - fechou o ano passado em R$ 1,333 trilhão, com crescimento de 7,8% ante a posição de dezembro de 2006, quando estava em R$ 1,237 trilhão. O valor ficou abaixo da meta estabelecida pelo Tesouro para o ano, que ia de R$ 1,37 trilhão a R$ 1,45 trilhão. No ano passado, a dívida pública federal externa ficou em R$ 108,88 bilhões, queda de 24,1% em relação a 2006 (R$ 143,5 bilhões), por causa da valorização do real e do programa de resgate antecipado de dívida externa (buyback), além do fato de que os vencimentos de bônus e dívidas contratuais foram superiores a novas emissões e contratações. A dívida interna terminou 2007 em R$ 1,225 trilhão, com alta de 12% ante 2006. Para 2008, o governo espera que a dívida mobiliária federal feche o ano entre R$ 1,48 trilhão e R$ 1,54 trilhão, segundo meta estabelecida pelo Tesouro Nacional em seu Plano Anual de Financiamento (PAF). O plano de financiamento do governo, divulgado nesta quinta-feira, mostra que o governo espera melhorar o perfil da dívida este ano, elevando os prazos dos papéis e aumentando a participação de títulos considerados melhores para o gerenciamento. O cenário básico considerado pelo Tesouro na formulação do programa, contudo, levou em conta a "ausência de choques externos significativos" e "espaço para queda da taxa de juros", segundo o relatório divulgado à imprensa. De acordo com o PAF, o Tesouro trabalha com a expectativa de levar a parcela de títulos prefixados para algo entre 35 e 40% do total da dívida. Em dezembro, a participação desse tipo de papel ficou em 35,1%, dentro da meta de 2007. Ao mesmo tempo, o governo espera que o volume de títulos com correção pela taxa básica de juro caia para algo entre 25% e 30% do total, de um patamar de 30,7% alcançado em dezembro. Outros títulos No caso da dívida atrelada a índice de preços, a meta do Tesouro é continuar elevando a participação e fechar o ano entre 25% e 29% do total. Esses papéis responderam por 24,1% do total no fim do ano passado, frente ao objetivo de ficar entre 20% a 24%. O Tesouro passou a divulgar, a partir deste ano, apenas metas para a dívida total, sem detalhar os objetivos para o endividamento interno. Os papéis atrelados ao câmbio representaram 8,2% do total, abaixo da meta do governo, em dezembro. O objetivo é reduzir a parcela para o intervalo de 7% a 9% do total este ano. O prazo médio da dívida encerrou 2007 em 39,2 meses, dentro do plano de ficar entre 37 e 42 meses. Para 2008, o objetivo é elevar esse prazo para 42 a 46 meses.
COM 92% OFF