O primeiro drone do mundo a receber autorização para voar comercialmente já está sendo usado desde domingo para inspecionar instalações petrolíferas da empresa de petróleo britânica BP no Alasca.
O aparelho voador não tripulado chamado Puma AE recebeu certificação da Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA), torna-se assim o primeiro drone da história a voar regularmente em atividade comercial.
O contrato de cinco anos pode ser um sinal de como os zangões com controle remoto podem mudar o panorama dos negócios.
O fabricante AeroVironment anunciou que a aeronave não tripulada vai prestar serviços comerciais de rotina para garantir a segurança da área de produção de petróleo "em conformidade com os regulamentos da Administração Federal de Aviação".
O pequeno robô voador já está em operação vasculhando o campo de petróleo de Prudhoe Bay, da BP Exploration, no norte do Alasca.
"A experiência no Alasca é mais um passo importante em direção a uso comercial mais amplo de aviões não tripulados", disse o secretário de Transportes americano Anthony Foxx, em um comunicado. "A tecnologia está mudando rapidamente, e as oportunidades estão crescendo".
O drone voa acima do campo de petróleo controlado à distância e utilizando sensores de alta tecnologia para criar modelos computadorizados em 3-D de estradas e instalações industriais.
Melanie Hinton, porta-voz da Systems International de veículos não tripulados, maior grupo de comércio de drones do país, disse que o primeiro voo legal autoridado pela FAA é "um momento emocionante".
Os drones têm se mostrado capazes de fazer levantamentos aéreos com segurança e podem ser uma ferramenta eficaz para a indústria de petróleo e gás, disse ela.
O Puma AE, que decola depois de ser jogado para o ar, foi originalmente concebido para dar às equipes que trabalham em solo uma visão panorâmica do que está acontecendo na área de entorno.
"Esta é uma importante conquista para a nossa equipe e para a indústria em demonstrar a utilização segura e eficaz da nossa tecnologia para aplicações comerciais", disse a AeroVironment em um comunicado.
A AeroVironment é a principal fornecedora de drones para o Pentágono, incluindo os modelos Corvo, Vespa e Puma. Mas a empresa enfrenta queda nas vendas desde o fim das guerras do Iraque e do Afeganistão.
Esperando por novas fontes de receita, a AeroVironment aguardava há tempos a autorização da FAA para voos de drones com fins comerciais nos Estados Unidos.
Atualmente, os drones não estão autorizados a voar nos EUA, exceto com permissão especial da FAA. Com o aumento da demanda das indústrias, porém, a agência passou a aliviar as restrições.
Além de companhias de petróleo e gás, como a BP, cineastas querem usar drones para filmar cenas de ação. A Amazon já anunciou a intenção de usar os zangões robóticos para entregas de livros. E a rede Domino de pizzarias quer entregar pizzas com drones.
A perspectiva de milhares de aeronaves não tripuladas voando ao redor do espaço aéreo dos EUA em áreas povoadas começa a parecer improvável.
A FAA já anunciou que as aeronaves remotamente pilotadas não sserão permitidas no espaço aéreo em larga escala, porque a tecnologia ainda não é adequada para evitar riscos de colisão no ar.
O campo de petróleo de Prudhoe Bay fica na parte mais ao norte do Alasca, perto do mar de Beaufort. Lá, o Puma AE, que tem uma envergadura de cerca de 9 metros, voa entre 200 a 400 metros acima do nível do solo por até três horas e meia de cada vez.