E no câmbio, quem manda?


Por Celso Ming

Então, ficamos assim, cada um na sua.O Banco Central, presidido por Henrique Meirelles, continuará a comprar moeda estrangeira "para evitar volatilidade nas cotações", mas avisa que não tem nem meta cambial nem piso para a cotação do dólar.Enquanto isso, o Ministério da Fazenda, comandado por Guido Mantega, informa que tem, sim, um piso para a cotação do dólar. É aquele abaixo do qual ficará caracterizada a "excessiva valorização do real", seja lá o que isso signifique. E, mais, o Ministério da Fazenda prefere não explicar por que o Fundo Soberano do Brasil (FSB), por meio do Banco do Brasil, está agora autorizado a comprar moeda estrangeira sem precisar indicar previamente como e quando atuará e sob que limites.Como a decisão de dar a partida para que o FSB comece a operar no câmbio foi tomada pelo seu Conselho Deliberativo, do qual fazem parte o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central, pressupõe-se que as instituições estejam sintonizadas ao menos sobre esse assunto. Sabe-se, ainda, que o FSB já conta com munição de R$ 17 bilhões e que terá mais o que vier a necessitar, graças a transferências diretas do Tesouro, que, por sua vez, está autorizado a aumentar a dívida pública por meio de emissão de títulos.Mas as dúvidas são enormes. A primeira delas consiste em saber qual é, afinal, a política cambial do Brasil e qual é a instituição que vai executá-la.A segunda é se o FSB e o Banco Central atuarão no câmbio coordenadamente ou se também aí prevalecerá o cada um por si. Do ponto de vista imediato, a grande preocupação é a forte entrada de moeda estrangeira destinada ao reforço de capital da Petrobrás. O ministro Mantega avisou que o governo comprará tudo o que entrar no País de maneira a evitar novo mergulho do dólar. Para dar conta do excesso de dólares, falta saber se haverá divisão de tarefas e o que caberá a cada instituição.Terceira dúvida é o impacto real sobre o câmbio no curto e no longo prazo. Neste momento, o FSB não vai fazer nada de especialmente diferente do que já fazia o Banco Central. Vai comprar dólares, tarefa que o Banco Central poderia executar, com maior ou menor intensidade. Só não vai alocar os recursos comprados na conta das reservas do País.O FSB tratará de manter os dólares no exterior e fará as transferências que julgar necessárias. Pode repassá-los para o Banco do Brasil ou para o BNDES, que os usarão também lá fora, ou para apoiar a atividade externa das empresas brasileiras ou para financiar as exportações. Um dos efeitos práticos desse jogo é o de que os ativos do FSB não poderão ser usados para estancar eventual corrida ao dólar, porque os recursos não estarão disponíveis; terão sido emprestados e só voltarão de acordo com o que estiver nos contratos. Ou seja, ainda que passe a ter prerrogativas de executor da política cambial, o FSB não poderá atuar com a mesma desenvoltura do Banco Central se o objetivo da hora for vender dólares.Finalmente, sabemos que a dívida bruta do Brasil ultrapassou os 60% do PIB e que o País estará sujeito a ondas de desconfiança sempre que novas emissões de títulos puxarem esse nível muito para cima. Isso sugere que tanto o Banco Central (que precisa emitir títulos para esterilizar os efeitos das compras de dólares) como o FSB passarão a operar próximos do limite técnico do endividamento público.Ainda está dandoPor enquanto, o rombo em Contas Correntes está sendo coberto com folga com entrada de capitais. Mas os números estão inchando e é inevitável perguntar até onde será possível contar com esse financiamento.Socorro verde-amarelo Apenas o déficit com remessa de lucros e dividendos atingiu US$ 17,8 bilhões nos primeiros oito meses do ano, quase o dobro do que no mesmo período de 2009. É um indicador de que, ao longo da crise, as filiais brasileiras estão socorrendo suas matrizes em apuros no exterior.

Então, ficamos assim, cada um na sua.O Banco Central, presidido por Henrique Meirelles, continuará a comprar moeda estrangeira "para evitar volatilidade nas cotações", mas avisa que não tem nem meta cambial nem piso para a cotação do dólar.Enquanto isso, o Ministério da Fazenda, comandado por Guido Mantega, informa que tem, sim, um piso para a cotação do dólar. É aquele abaixo do qual ficará caracterizada a "excessiva valorização do real", seja lá o que isso signifique. E, mais, o Ministério da Fazenda prefere não explicar por que o Fundo Soberano do Brasil (FSB), por meio do Banco do Brasil, está agora autorizado a comprar moeda estrangeira sem precisar indicar previamente como e quando atuará e sob que limites.Como a decisão de dar a partida para que o FSB comece a operar no câmbio foi tomada pelo seu Conselho Deliberativo, do qual fazem parte o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central, pressupõe-se que as instituições estejam sintonizadas ao menos sobre esse assunto. Sabe-se, ainda, que o FSB já conta com munição de R$ 17 bilhões e que terá mais o que vier a necessitar, graças a transferências diretas do Tesouro, que, por sua vez, está autorizado a aumentar a dívida pública por meio de emissão de títulos.Mas as dúvidas são enormes. A primeira delas consiste em saber qual é, afinal, a política cambial do Brasil e qual é a instituição que vai executá-la.A segunda é se o FSB e o Banco Central atuarão no câmbio coordenadamente ou se também aí prevalecerá o cada um por si. Do ponto de vista imediato, a grande preocupação é a forte entrada de moeda estrangeira destinada ao reforço de capital da Petrobrás. O ministro Mantega avisou que o governo comprará tudo o que entrar no País de maneira a evitar novo mergulho do dólar. Para dar conta do excesso de dólares, falta saber se haverá divisão de tarefas e o que caberá a cada instituição.Terceira dúvida é o impacto real sobre o câmbio no curto e no longo prazo. Neste momento, o FSB não vai fazer nada de especialmente diferente do que já fazia o Banco Central. Vai comprar dólares, tarefa que o Banco Central poderia executar, com maior ou menor intensidade. Só não vai alocar os recursos comprados na conta das reservas do País.O FSB tratará de manter os dólares no exterior e fará as transferências que julgar necessárias. Pode repassá-los para o Banco do Brasil ou para o BNDES, que os usarão também lá fora, ou para apoiar a atividade externa das empresas brasileiras ou para financiar as exportações. Um dos efeitos práticos desse jogo é o de que os ativos do FSB não poderão ser usados para estancar eventual corrida ao dólar, porque os recursos não estarão disponíveis; terão sido emprestados e só voltarão de acordo com o que estiver nos contratos. Ou seja, ainda que passe a ter prerrogativas de executor da política cambial, o FSB não poderá atuar com a mesma desenvoltura do Banco Central se o objetivo da hora for vender dólares.Finalmente, sabemos que a dívida bruta do Brasil ultrapassou os 60% do PIB e que o País estará sujeito a ondas de desconfiança sempre que novas emissões de títulos puxarem esse nível muito para cima. Isso sugere que tanto o Banco Central (que precisa emitir títulos para esterilizar os efeitos das compras de dólares) como o FSB passarão a operar próximos do limite técnico do endividamento público.Ainda está dandoPor enquanto, o rombo em Contas Correntes está sendo coberto com folga com entrada de capitais. Mas os números estão inchando e é inevitável perguntar até onde será possível contar com esse financiamento.Socorro verde-amarelo Apenas o déficit com remessa de lucros e dividendos atingiu US$ 17,8 bilhões nos primeiros oito meses do ano, quase o dobro do que no mesmo período de 2009. É um indicador de que, ao longo da crise, as filiais brasileiras estão socorrendo suas matrizes em apuros no exterior.

Então, ficamos assim, cada um na sua.O Banco Central, presidido por Henrique Meirelles, continuará a comprar moeda estrangeira "para evitar volatilidade nas cotações", mas avisa que não tem nem meta cambial nem piso para a cotação do dólar.Enquanto isso, o Ministério da Fazenda, comandado por Guido Mantega, informa que tem, sim, um piso para a cotação do dólar. É aquele abaixo do qual ficará caracterizada a "excessiva valorização do real", seja lá o que isso signifique. E, mais, o Ministério da Fazenda prefere não explicar por que o Fundo Soberano do Brasil (FSB), por meio do Banco do Brasil, está agora autorizado a comprar moeda estrangeira sem precisar indicar previamente como e quando atuará e sob que limites.Como a decisão de dar a partida para que o FSB comece a operar no câmbio foi tomada pelo seu Conselho Deliberativo, do qual fazem parte o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central, pressupõe-se que as instituições estejam sintonizadas ao menos sobre esse assunto. Sabe-se, ainda, que o FSB já conta com munição de R$ 17 bilhões e que terá mais o que vier a necessitar, graças a transferências diretas do Tesouro, que, por sua vez, está autorizado a aumentar a dívida pública por meio de emissão de títulos.Mas as dúvidas são enormes. A primeira delas consiste em saber qual é, afinal, a política cambial do Brasil e qual é a instituição que vai executá-la.A segunda é se o FSB e o Banco Central atuarão no câmbio coordenadamente ou se também aí prevalecerá o cada um por si. Do ponto de vista imediato, a grande preocupação é a forte entrada de moeda estrangeira destinada ao reforço de capital da Petrobrás. O ministro Mantega avisou que o governo comprará tudo o que entrar no País de maneira a evitar novo mergulho do dólar. Para dar conta do excesso de dólares, falta saber se haverá divisão de tarefas e o que caberá a cada instituição.Terceira dúvida é o impacto real sobre o câmbio no curto e no longo prazo. Neste momento, o FSB não vai fazer nada de especialmente diferente do que já fazia o Banco Central. Vai comprar dólares, tarefa que o Banco Central poderia executar, com maior ou menor intensidade. Só não vai alocar os recursos comprados na conta das reservas do País.O FSB tratará de manter os dólares no exterior e fará as transferências que julgar necessárias. Pode repassá-los para o Banco do Brasil ou para o BNDES, que os usarão também lá fora, ou para apoiar a atividade externa das empresas brasileiras ou para financiar as exportações. Um dos efeitos práticos desse jogo é o de que os ativos do FSB não poderão ser usados para estancar eventual corrida ao dólar, porque os recursos não estarão disponíveis; terão sido emprestados e só voltarão de acordo com o que estiver nos contratos. Ou seja, ainda que passe a ter prerrogativas de executor da política cambial, o FSB não poderá atuar com a mesma desenvoltura do Banco Central se o objetivo da hora for vender dólares.Finalmente, sabemos que a dívida bruta do Brasil ultrapassou os 60% do PIB e que o País estará sujeito a ondas de desconfiança sempre que novas emissões de títulos puxarem esse nível muito para cima. Isso sugere que tanto o Banco Central (que precisa emitir títulos para esterilizar os efeitos das compras de dólares) como o FSB passarão a operar próximos do limite técnico do endividamento público.Ainda está dandoPor enquanto, o rombo em Contas Correntes está sendo coberto com folga com entrada de capitais. Mas os números estão inchando e é inevitável perguntar até onde será possível contar com esse financiamento.Socorro verde-amarelo Apenas o déficit com remessa de lucros e dividendos atingiu US$ 17,8 bilhões nos primeiros oito meses do ano, quase o dobro do que no mesmo período de 2009. É um indicador de que, ao longo da crise, as filiais brasileiras estão socorrendo suas matrizes em apuros no exterior.

Então, ficamos assim, cada um na sua.O Banco Central, presidido por Henrique Meirelles, continuará a comprar moeda estrangeira "para evitar volatilidade nas cotações", mas avisa que não tem nem meta cambial nem piso para a cotação do dólar.Enquanto isso, o Ministério da Fazenda, comandado por Guido Mantega, informa que tem, sim, um piso para a cotação do dólar. É aquele abaixo do qual ficará caracterizada a "excessiva valorização do real", seja lá o que isso signifique. E, mais, o Ministério da Fazenda prefere não explicar por que o Fundo Soberano do Brasil (FSB), por meio do Banco do Brasil, está agora autorizado a comprar moeda estrangeira sem precisar indicar previamente como e quando atuará e sob que limites.Como a decisão de dar a partida para que o FSB comece a operar no câmbio foi tomada pelo seu Conselho Deliberativo, do qual fazem parte o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central, pressupõe-se que as instituições estejam sintonizadas ao menos sobre esse assunto. Sabe-se, ainda, que o FSB já conta com munição de R$ 17 bilhões e que terá mais o que vier a necessitar, graças a transferências diretas do Tesouro, que, por sua vez, está autorizado a aumentar a dívida pública por meio de emissão de títulos.Mas as dúvidas são enormes. A primeira delas consiste em saber qual é, afinal, a política cambial do Brasil e qual é a instituição que vai executá-la.A segunda é se o FSB e o Banco Central atuarão no câmbio coordenadamente ou se também aí prevalecerá o cada um por si. Do ponto de vista imediato, a grande preocupação é a forte entrada de moeda estrangeira destinada ao reforço de capital da Petrobrás. O ministro Mantega avisou que o governo comprará tudo o que entrar no País de maneira a evitar novo mergulho do dólar. Para dar conta do excesso de dólares, falta saber se haverá divisão de tarefas e o que caberá a cada instituição.Terceira dúvida é o impacto real sobre o câmbio no curto e no longo prazo. Neste momento, o FSB não vai fazer nada de especialmente diferente do que já fazia o Banco Central. Vai comprar dólares, tarefa que o Banco Central poderia executar, com maior ou menor intensidade. Só não vai alocar os recursos comprados na conta das reservas do País.O FSB tratará de manter os dólares no exterior e fará as transferências que julgar necessárias. Pode repassá-los para o Banco do Brasil ou para o BNDES, que os usarão também lá fora, ou para apoiar a atividade externa das empresas brasileiras ou para financiar as exportações. Um dos efeitos práticos desse jogo é o de que os ativos do FSB não poderão ser usados para estancar eventual corrida ao dólar, porque os recursos não estarão disponíveis; terão sido emprestados e só voltarão de acordo com o que estiver nos contratos. Ou seja, ainda que passe a ter prerrogativas de executor da política cambial, o FSB não poderá atuar com a mesma desenvoltura do Banco Central se o objetivo da hora for vender dólares.Finalmente, sabemos que a dívida bruta do Brasil ultrapassou os 60% do PIB e que o País estará sujeito a ondas de desconfiança sempre que novas emissões de títulos puxarem esse nível muito para cima. Isso sugere que tanto o Banco Central (que precisa emitir títulos para esterilizar os efeitos das compras de dólares) como o FSB passarão a operar próximos do limite técnico do endividamento público.Ainda está dandoPor enquanto, o rombo em Contas Correntes está sendo coberto com folga com entrada de capitais. Mas os números estão inchando e é inevitável perguntar até onde será possível contar com esse financiamento.Socorro verde-amarelo Apenas o déficit com remessa de lucros e dividendos atingiu US$ 17,8 bilhões nos primeiros oito meses do ano, quase o dobro do que no mesmo período de 2009. É um indicador de que, ao longo da crise, as filiais brasileiras estão socorrendo suas matrizes em apuros no exterior.

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