Após o Grupo Estado publicar hoje à tarde o Placar da Previdência, que mostrou que 251 deputados são contrários ao texto da reforma enviada pelo governo ao Congresso, o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto de Almeida, sugeriu que o levantamento fosse refeito daqui duas semanas, quando, segundo ele, o trabalho de articulação política do governo já terá se refletido em um maior apoio parlamentar à proposta.
"Está havendo uma discussão intensiva agora e nas próximas duas semanas, coordenada por toda a área política [do governo] e também pelo próprio relator [da reforma na Câmara, deputado baiano Arthur Maia, do PPS], para justamente esclarecer os pontos mais polêmicos. Então eu acredito que, depois dessa rodada de discussão intensiva com todos os partidos da base, o índice de adesão vai aumentar sensivelmente", disse.
"Eu iria sugerir, então, que essa pesquisa fosse refeita daqui duas semanas, porque com certeza vai mostrar um cenário bastante diferente", garantiu. Segundo o secretário, o parecer que está sendo preparado pelo relator será diferente do atual porque todos "os pontos polêmicos" serão solucionados ou esclarecidos. "Será um texto mais consensual", disse.
Entenda a Reforma da Previdência proposta por Temer
Ele garantiu, no entanto, que os pontos considerados "inegociáveis" serão mantidos e disse que é possível elevar o apoio do Congresso à reforma sem alterá-los. "O governo está aberto para negociação, desde que os pontos principais, a espinha dorsal da reforma, sejam mantidos", afirmou.
Segundo o secretário, a arma do governo para elevar a adesão dos parlamentares à reforma sem alterar os chamados pontos inegociáveis, que ele não quis detalhar quais são "em respeito ao Congresso", será esclarecer as dúvidas. "Quase todo mundo acha que é necessário trabalhar 49 anos para ter a aposentadoria. A reforma garante que qualquer pessoa vai se aposentar com pelo menos 76% da renda que tinha, a e a cada ano isso aumenta", disse.