Empresários do setor de aviação civil levaram hoje ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a “explosão de custos” que encarece os preços das passagens aéreas no País. A reunião aconteceu no gabinete do ministério da Fazenda em São Paulo, após a pasta colocar a reoneração dos combustíveis, incluindo o querosene de aviação, na lista de medidas que visam recompor as receitas do governo.
Na saída da audiência com Haddad, o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, disse a jornalistas que, por conta do aumento de custos decorrente do salto do querosene de aviação e do dólar, houve uma inflexão no ciclo aberto em 2002 de maior acesso dos brasileiros aos voos aéreos. O executivo lembrou que na primeira década de liberdade tarifária, o tíquete médio das passagens caiu pela metade, enquanto o número de passageiros passou de 30 milhões para 100 milhões.
Leia Também:
“Isso se perdeu nos últimos anos pela explosão de custos”, declarou Sanovicz. “Viemos colocar ao ministro que, retomadas as condições de custo e operação que já tivemos, a aviação brasileira é capaz de entregar um número muito expressivo de passageiros. Se triplicamos em uma década, nós entendemos que é possível dobrar em outra década”, acrescentou o presidente da Abear.
Sanovicz enfatizou, no entanto, que a reunião com a Haddad não teve como objetivo apresentar reivindicações, mas sim iniciar um diálogo com o ministério. A partir de agora, informou, as agendas especificas do setor devem ser tratadas em reuniões bimestrais com a equipe técnica do ministério da Fazenda.
Também participaram da reunião com o ministro os presidentes da Gol, Celso Guimarães Ferrer Junior, e da Azul, John Rodgerson, além do diretor financeiro da Latam, Felipe Pumarino.
Sanovicz apontou que o preço do querosene de aviação causa perda de competitividade das companhias aéreas brasileiras, citando que o combustível representa 40% dos preços das passagens aéreas no Brasil. Nos Estados Unidos e na Europa, essa proporção é de 22% e 24%, respectivamente.