Com uma agenda econômica mais fraca nesta sexta-feira, 9, o mercado local deve ser afetado pela piora do humor externo após a trégua de quinta-feira e também ficará atento à agenda do Congresso.
Agora é com o Senado
Com a chegada da reforma da Previdência ao Senado, as articulações dos partidos e dos governadores em torno de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) paralela para inclusão de Estados e municípios ficam no radar.
Na Câmara, deve começar na próxima semana a discussão do projeto de lei que altera as regras de aposentadoria dos militares. O relator, deputado Vinícius Carvalho (PRB-SP), defende que o presidente Jair Bolsonaro não se envolva nas negociações e que essa tarefa deve ser tocada pelo Ministério da Defesa e Forças Armadas.
Carvalho evita se comprometer com a manutenção de uma economia líquida de pelo menos R$ 10,45 bilhões em dez anos com a reforma e reconhece a chance de flexibilizações, a depender das negociações com líderes. A bancada da segurança pública articula a inclusão de policiais e bombeiros nesse projeto de lei e quer manter o tempo de contribuição dos militares em 30 anos.
Mudanças no IR no radar
Além disso, o investidor deve aguardar o anúncio de uma proposta de reforma tributária pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na semana que vem. O Estadão/Broadcast apurou que o governo federal defende a criação de um IVA de tributos federais, reunindo o PIS/Cofins, ISS, uma parte do IOF e talvez da CSLL.
Também estuda corrigir a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (hoje, em R$ 1.903,98 mensais) pela inflação e promover um corte linear nas alíquotas de todas as faixas de renda a fim de compensar o fim de deduções de gastos com saúde e educação.
Atualmente, com as deduções médicas, o governo abre mão de R$ 45,9 bilhões em tributos. No caso da educação, há um limite de descontos no IR para gasto próprio ou de dependentes, de R$ 3.561,50 por pessoa.
O secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, disse que um imposto sobre pagamentos, que será chamado de contribuição previdenciária, será proposto para compensar a desoneração da folha de pagamentos. Segundo ele, é "da mesma espécie" da extinta CPMF.
Indicadores de atividade e inflação na agenda do dia
A agenda desta sexta tem como destaque a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços de junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta manhã.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,12% na primeira quadrissemana de agosto, desacelerando levemente em relação ao aumento de 0,14% verificado no fechamento de julho, segundo dados publicados nesta sexta pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Bolsas da Europa têm perdas
Nas Bolsas europeias e futuros de Nova York, as perdas prevalecem e a libra se mantém perto das mínimas do dia, após os dados mais fracos que o esperado sobre o Produto Interno Bruto (PIB) e produção industrial do Reino Unido, além de preocupações renovadas com eventual colapso do governo de coalizão da Itália e o risco de recessão na economia americana na esteira das tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
Por volta das 7h20, a Bolsa de Milão caía 2,41%, a de Londres, 0,25% e a de Frankfurt, 0,98%. Nos mercados futuros de Nova York, Dow Jones recuava 0,45%, S&P500 tinha queda de 0,52% e Nasdaq de 0,71%.
Na Ásia, os mercados acionários fecharam sem direção única, após um avanço da inflação para o consumidor na China em julho e em meio à orientação da moeda pelo banco central chinês a 7,0136 yuans por dólar, mantendo segundo os analistas um ritmo de desvalorização que não caracterizaria uma guerra cambial.
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A cotação de petróleo estava em alta no mesmo horário: o WTI para setembro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) subia 0,702, a US$ 52,92 o barril, e o Brent para outubro, negociado na International Exchange (ICE), subia 0,92%, a US$ 57,91 o barril.