Jornalista e colunista do Broadcast

Opinião|A ata do Fomc e um novo salto do dólar


Dólar pode se valorizar ainda mais se o banco central dos EUA for mais incisivo na indicação de que juros sobem ainda em dezembro

Por Fábio Alves
Neste mês, recuo do dólar frente ao real excede 7%  ( Foto: Agência Brasil)

A ata da última reunião do Fomc (sigla em inglês para Comitê Federal de Mercado Aberto), a ser publicada nesta quarta-feira, 18, somente impulsionará uma alta mais forte do dólar frente às principais moedas internacionais, inclusive o real, se o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) for mais categórico em dizer que elevará os juros básicos nos Estados Unidos no seu próximo encontro de política monetária, marcado para os dias 15 e 16 de dezembro.

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Embora o mais recente dado sobre criação de vagas de trabalho ("payroll") tenha consolidado a aposta majoritária de alta dos juros em dezembro, uma sinalização inequívoca do Fed de que isso é o que acontecerá no mês que vem fará os investidores ainda reticentes a migrarem sua posição.

Desde a divulgação de que a economia americana criou 271 mil vagas de trabalho em outubro, ante expectativa de 183 mil vagas, os contratos futuros de juros estão precificando cerca de 70% de probabilidade de alta de juros. É um consenso, mas 30% não são uma parcela desprezível de chance para quem acha que o Fed adiará para 2016 o "lift-off", ou o início do aperto monetário.

Ou seja, a ata pode fazer uma parcela do mercado migrar de posição e assim afetar os preços dos ativos, em particular a cotação do dólar.

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Mas os investidores não vão buscar somente pistas sobre o "timing" para o início da alta de juros. Eles vão tentar encontrar qualquer sinalização sobre o ritmo do aperto monetário.

Nas últimas projeções econômicas do Fomc, divulgadas na reunião de setembro, a mediana das estimativas dos dirigentes do Fed para os juros ao fim de 2016 foi de uma taxa de 1,375%, o que embute uma alta de juros neste ano e mais quatro elevações no próximo ano.

O mercado está menos ambicioso do que os dirigentes do Fed quanto ao ritmo de aperto, precificando hoje uma alta de juros em 2015 e apenas três elevações no ano que vem.

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Será possível esperar uma calibragem já nesta ata do Fomc quanto ao "lift-off" e o ritmo do aperto?

Seria temeroso, no mínimo, o Fed se comprometer peremptoriamente com um curso de ação antes da próxima reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), marcada para o dia 3 de dezembro.

Isso porque o presidente do BCE, Mario Draghi, vem indicando em vários discursos que pretende injetar mais estímulo monetário para afastar o perigo da deflação e dar mais combustível para a retomada econômica no bloco europeu.

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O mercado já espera que o BCE anuncie uma nova redução na taxa de juros sobre depósitos, que se encontra agora em terreno negativo, em -0,20%.

Mas se o BCE decidir ir além da redução dos juros sobre depósitos e injetar mais estímulos, o dólar deve dar um salto.

Assim, o BCE já estará fazendo parte do trabalho do Fed, em termos de fortalecer o dólar e levar os investidores a buscar ativos denominados na moeda americana.

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De qualquer forma, a trajetória do dólar frente ao real é de alta no curto prazo.

Em relatório enviado a clientes, os estrategistas de câmbio do banco JP Morgan, por exemplo, alertam que, levando-se em conta apenas os fluxos sazonais de portfólio no fim do ano (quando há saída de recursos do Brasil, afetando o balanço de pagamentos), o dólar deveria fechar dezembro deste ano ao redor de R$ 4,10.

Sem contar que os preços das principais commodities, em particular o petróleo, vêm em queda, o que coloca um pano de fundo mais desafiador para as moedas emergentes.

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Ou seja, para uma desvalorização maior do real diante do patamar atual (ao redor de R$ 3,80) há uma combinação de fatores: um BCE mais "dovish" (inclinado ao afrouxamento monetário), um Fed mais "hawkish" (mais duro em relação ao aperto monetário), preços de commodities próximos das mínimas e a sazonalidade de fim de ano quanto à saída de recursos em carteiras de investidores estrangeiros.

Mas não dá para ignorar como catalisador para o patamar do câmbio os fatores internos do mercado brasileiro, em especial notícias relacionadas ao ambiente político e também à permanência ou não do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no cargo.

Há quem tenha atribuído a calma recente nas cotações do dólar frente ao real aos rumores de troca de Levy pelo ex-presidente do BC Henrique Meirelles no comando da Fazenda, o que agradaria ao mercado financeiro.

Tanto assim que na última pesquisa Focus, do Banco Central, os analistas revisaram para baixo a projeção da cotação do dólar no fim de 2015 de R$ 4,00 para R$ 3,96.

Isso porque o mercado já estava precificado para uma conjuntura muito mais negativa do que se está vendo no momento, com a incerteza sobre se um processo de impeachment iria avançar ou não e também se Levy iria ou não ser substituído por um nome que desse uma guinada mais à esquerda na condução da economia.

As incertezas não foram dissipadas totalmente no cenário doméstico. Lá fora, a ata do Fomc poderá dar um pouco mais de direção aos preços.

Neste mês, recuo do dólar frente ao real excede 7%  ( Foto: Agência Brasil)

A ata da última reunião do Fomc (sigla em inglês para Comitê Federal de Mercado Aberto), a ser publicada nesta quarta-feira, 18, somente impulsionará uma alta mais forte do dólar frente às principais moedas internacionais, inclusive o real, se o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) for mais categórico em dizer que elevará os juros básicos nos Estados Unidos no seu próximo encontro de política monetária, marcado para os dias 15 e 16 de dezembro.

Embora o mais recente dado sobre criação de vagas de trabalho ("payroll") tenha consolidado a aposta majoritária de alta dos juros em dezembro, uma sinalização inequívoca do Fed de que isso é o que acontecerá no mês que vem fará os investidores ainda reticentes a migrarem sua posição.

Desde a divulgação de que a economia americana criou 271 mil vagas de trabalho em outubro, ante expectativa de 183 mil vagas, os contratos futuros de juros estão precificando cerca de 70% de probabilidade de alta de juros. É um consenso, mas 30% não são uma parcela desprezível de chance para quem acha que o Fed adiará para 2016 o "lift-off", ou o início do aperto monetário.

Ou seja, a ata pode fazer uma parcela do mercado migrar de posição e assim afetar os preços dos ativos, em particular a cotação do dólar.

Mas os investidores não vão buscar somente pistas sobre o "timing" para o início da alta de juros. Eles vão tentar encontrar qualquer sinalização sobre o ritmo do aperto monetário.

Nas últimas projeções econômicas do Fomc, divulgadas na reunião de setembro, a mediana das estimativas dos dirigentes do Fed para os juros ao fim de 2016 foi de uma taxa de 1,375%, o que embute uma alta de juros neste ano e mais quatro elevações no próximo ano.

O mercado está menos ambicioso do que os dirigentes do Fed quanto ao ritmo de aperto, precificando hoje uma alta de juros em 2015 e apenas três elevações no ano que vem.

Será possível esperar uma calibragem já nesta ata do Fomc quanto ao "lift-off" e o ritmo do aperto?

Seria temeroso, no mínimo, o Fed se comprometer peremptoriamente com um curso de ação antes da próxima reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), marcada para o dia 3 de dezembro.

Isso porque o presidente do BCE, Mario Draghi, vem indicando em vários discursos que pretende injetar mais estímulo monetário para afastar o perigo da deflação e dar mais combustível para a retomada econômica no bloco europeu.

O mercado já espera que o BCE anuncie uma nova redução na taxa de juros sobre depósitos, que se encontra agora em terreno negativo, em -0,20%.

Mas se o BCE decidir ir além da redução dos juros sobre depósitos e injetar mais estímulos, o dólar deve dar um salto.

Assim, o BCE já estará fazendo parte do trabalho do Fed, em termos de fortalecer o dólar e levar os investidores a buscar ativos denominados na moeda americana.

De qualquer forma, a trajetória do dólar frente ao real é de alta no curto prazo.

Em relatório enviado a clientes, os estrategistas de câmbio do banco JP Morgan, por exemplo, alertam que, levando-se em conta apenas os fluxos sazonais de portfólio no fim do ano (quando há saída de recursos do Brasil, afetando o balanço de pagamentos), o dólar deveria fechar dezembro deste ano ao redor de R$ 4,10.

Sem contar que os preços das principais commodities, em particular o petróleo, vêm em queda, o que coloca um pano de fundo mais desafiador para as moedas emergentes.

Ou seja, para uma desvalorização maior do real diante do patamar atual (ao redor de R$ 3,80) há uma combinação de fatores: um BCE mais "dovish" (inclinado ao afrouxamento monetário), um Fed mais "hawkish" (mais duro em relação ao aperto monetário), preços de commodities próximos das mínimas e a sazonalidade de fim de ano quanto à saída de recursos em carteiras de investidores estrangeiros.

Mas não dá para ignorar como catalisador para o patamar do câmbio os fatores internos do mercado brasileiro, em especial notícias relacionadas ao ambiente político e também à permanência ou não do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no cargo.

Há quem tenha atribuído a calma recente nas cotações do dólar frente ao real aos rumores de troca de Levy pelo ex-presidente do BC Henrique Meirelles no comando da Fazenda, o que agradaria ao mercado financeiro.

Tanto assim que na última pesquisa Focus, do Banco Central, os analistas revisaram para baixo a projeção da cotação do dólar no fim de 2015 de R$ 4,00 para R$ 3,96.

Isso porque o mercado já estava precificado para uma conjuntura muito mais negativa do que se está vendo no momento, com a incerteza sobre se um processo de impeachment iria avançar ou não e também se Levy iria ou não ser substituído por um nome que desse uma guinada mais à esquerda na condução da economia.

As incertezas não foram dissipadas totalmente no cenário doméstico. Lá fora, a ata do Fomc poderá dar um pouco mais de direção aos preços.

Neste mês, recuo do dólar frente ao real excede 7%  ( Foto: Agência Brasil)

A ata da última reunião do Fomc (sigla em inglês para Comitê Federal de Mercado Aberto), a ser publicada nesta quarta-feira, 18, somente impulsionará uma alta mais forte do dólar frente às principais moedas internacionais, inclusive o real, se o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) for mais categórico em dizer que elevará os juros básicos nos Estados Unidos no seu próximo encontro de política monetária, marcado para os dias 15 e 16 de dezembro.

Embora o mais recente dado sobre criação de vagas de trabalho ("payroll") tenha consolidado a aposta majoritária de alta dos juros em dezembro, uma sinalização inequívoca do Fed de que isso é o que acontecerá no mês que vem fará os investidores ainda reticentes a migrarem sua posição.

Desde a divulgação de que a economia americana criou 271 mil vagas de trabalho em outubro, ante expectativa de 183 mil vagas, os contratos futuros de juros estão precificando cerca de 70% de probabilidade de alta de juros. É um consenso, mas 30% não são uma parcela desprezível de chance para quem acha que o Fed adiará para 2016 o "lift-off", ou o início do aperto monetário.

Ou seja, a ata pode fazer uma parcela do mercado migrar de posição e assim afetar os preços dos ativos, em particular a cotação do dólar.

Mas os investidores não vão buscar somente pistas sobre o "timing" para o início da alta de juros. Eles vão tentar encontrar qualquer sinalização sobre o ritmo do aperto monetário.

Nas últimas projeções econômicas do Fomc, divulgadas na reunião de setembro, a mediana das estimativas dos dirigentes do Fed para os juros ao fim de 2016 foi de uma taxa de 1,375%, o que embute uma alta de juros neste ano e mais quatro elevações no próximo ano.

O mercado está menos ambicioso do que os dirigentes do Fed quanto ao ritmo de aperto, precificando hoje uma alta de juros em 2015 e apenas três elevações no ano que vem.

Será possível esperar uma calibragem já nesta ata do Fomc quanto ao "lift-off" e o ritmo do aperto?

Seria temeroso, no mínimo, o Fed se comprometer peremptoriamente com um curso de ação antes da próxima reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), marcada para o dia 3 de dezembro.

Isso porque o presidente do BCE, Mario Draghi, vem indicando em vários discursos que pretende injetar mais estímulo monetário para afastar o perigo da deflação e dar mais combustível para a retomada econômica no bloco europeu.

O mercado já espera que o BCE anuncie uma nova redução na taxa de juros sobre depósitos, que se encontra agora em terreno negativo, em -0,20%.

Mas se o BCE decidir ir além da redução dos juros sobre depósitos e injetar mais estímulos, o dólar deve dar um salto.

Assim, o BCE já estará fazendo parte do trabalho do Fed, em termos de fortalecer o dólar e levar os investidores a buscar ativos denominados na moeda americana.

De qualquer forma, a trajetória do dólar frente ao real é de alta no curto prazo.

Em relatório enviado a clientes, os estrategistas de câmbio do banco JP Morgan, por exemplo, alertam que, levando-se em conta apenas os fluxos sazonais de portfólio no fim do ano (quando há saída de recursos do Brasil, afetando o balanço de pagamentos), o dólar deveria fechar dezembro deste ano ao redor de R$ 4,10.

Sem contar que os preços das principais commodities, em particular o petróleo, vêm em queda, o que coloca um pano de fundo mais desafiador para as moedas emergentes.

Ou seja, para uma desvalorização maior do real diante do patamar atual (ao redor de R$ 3,80) há uma combinação de fatores: um BCE mais "dovish" (inclinado ao afrouxamento monetário), um Fed mais "hawkish" (mais duro em relação ao aperto monetário), preços de commodities próximos das mínimas e a sazonalidade de fim de ano quanto à saída de recursos em carteiras de investidores estrangeiros.

Mas não dá para ignorar como catalisador para o patamar do câmbio os fatores internos do mercado brasileiro, em especial notícias relacionadas ao ambiente político e também à permanência ou não do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no cargo.

Há quem tenha atribuído a calma recente nas cotações do dólar frente ao real aos rumores de troca de Levy pelo ex-presidente do BC Henrique Meirelles no comando da Fazenda, o que agradaria ao mercado financeiro.

Tanto assim que na última pesquisa Focus, do Banco Central, os analistas revisaram para baixo a projeção da cotação do dólar no fim de 2015 de R$ 4,00 para R$ 3,96.

Isso porque o mercado já estava precificado para uma conjuntura muito mais negativa do que se está vendo no momento, com a incerteza sobre se um processo de impeachment iria avançar ou não e também se Levy iria ou não ser substituído por um nome que desse uma guinada mais à esquerda na condução da economia.

As incertezas não foram dissipadas totalmente no cenário doméstico. Lá fora, a ata do Fomc poderá dar um pouco mais de direção aos preços.

Neste mês, recuo do dólar frente ao real excede 7%  ( Foto: Agência Brasil)

A ata da última reunião do Fomc (sigla em inglês para Comitê Federal de Mercado Aberto), a ser publicada nesta quarta-feira, 18, somente impulsionará uma alta mais forte do dólar frente às principais moedas internacionais, inclusive o real, se o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) for mais categórico em dizer que elevará os juros básicos nos Estados Unidos no seu próximo encontro de política monetária, marcado para os dias 15 e 16 de dezembro.

Embora o mais recente dado sobre criação de vagas de trabalho ("payroll") tenha consolidado a aposta majoritária de alta dos juros em dezembro, uma sinalização inequívoca do Fed de que isso é o que acontecerá no mês que vem fará os investidores ainda reticentes a migrarem sua posição.

Desde a divulgação de que a economia americana criou 271 mil vagas de trabalho em outubro, ante expectativa de 183 mil vagas, os contratos futuros de juros estão precificando cerca de 70% de probabilidade de alta de juros. É um consenso, mas 30% não são uma parcela desprezível de chance para quem acha que o Fed adiará para 2016 o "lift-off", ou o início do aperto monetário.

Ou seja, a ata pode fazer uma parcela do mercado migrar de posição e assim afetar os preços dos ativos, em particular a cotação do dólar.

Mas os investidores não vão buscar somente pistas sobre o "timing" para o início da alta de juros. Eles vão tentar encontrar qualquer sinalização sobre o ritmo do aperto monetário.

Nas últimas projeções econômicas do Fomc, divulgadas na reunião de setembro, a mediana das estimativas dos dirigentes do Fed para os juros ao fim de 2016 foi de uma taxa de 1,375%, o que embute uma alta de juros neste ano e mais quatro elevações no próximo ano.

O mercado está menos ambicioso do que os dirigentes do Fed quanto ao ritmo de aperto, precificando hoje uma alta de juros em 2015 e apenas três elevações no ano que vem.

Será possível esperar uma calibragem já nesta ata do Fomc quanto ao "lift-off" e o ritmo do aperto?

Seria temeroso, no mínimo, o Fed se comprometer peremptoriamente com um curso de ação antes da próxima reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), marcada para o dia 3 de dezembro.

Isso porque o presidente do BCE, Mario Draghi, vem indicando em vários discursos que pretende injetar mais estímulo monetário para afastar o perigo da deflação e dar mais combustível para a retomada econômica no bloco europeu.

O mercado já espera que o BCE anuncie uma nova redução na taxa de juros sobre depósitos, que se encontra agora em terreno negativo, em -0,20%.

Mas se o BCE decidir ir além da redução dos juros sobre depósitos e injetar mais estímulos, o dólar deve dar um salto.

Assim, o BCE já estará fazendo parte do trabalho do Fed, em termos de fortalecer o dólar e levar os investidores a buscar ativos denominados na moeda americana.

De qualquer forma, a trajetória do dólar frente ao real é de alta no curto prazo.

Em relatório enviado a clientes, os estrategistas de câmbio do banco JP Morgan, por exemplo, alertam que, levando-se em conta apenas os fluxos sazonais de portfólio no fim do ano (quando há saída de recursos do Brasil, afetando o balanço de pagamentos), o dólar deveria fechar dezembro deste ano ao redor de R$ 4,10.

Sem contar que os preços das principais commodities, em particular o petróleo, vêm em queda, o que coloca um pano de fundo mais desafiador para as moedas emergentes.

Ou seja, para uma desvalorização maior do real diante do patamar atual (ao redor de R$ 3,80) há uma combinação de fatores: um BCE mais "dovish" (inclinado ao afrouxamento monetário), um Fed mais "hawkish" (mais duro em relação ao aperto monetário), preços de commodities próximos das mínimas e a sazonalidade de fim de ano quanto à saída de recursos em carteiras de investidores estrangeiros.

Mas não dá para ignorar como catalisador para o patamar do câmbio os fatores internos do mercado brasileiro, em especial notícias relacionadas ao ambiente político e também à permanência ou não do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no cargo.

Há quem tenha atribuído a calma recente nas cotações do dólar frente ao real aos rumores de troca de Levy pelo ex-presidente do BC Henrique Meirelles no comando da Fazenda, o que agradaria ao mercado financeiro.

Tanto assim que na última pesquisa Focus, do Banco Central, os analistas revisaram para baixo a projeção da cotação do dólar no fim de 2015 de R$ 4,00 para R$ 3,96.

Isso porque o mercado já estava precificado para uma conjuntura muito mais negativa do que se está vendo no momento, com a incerteza sobre se um processo de impeachment iria avançar ou não e também se Levy iria ou não ser substituído por um nome que desse uma guinada mais à esquerda na condução da economia.

As incertezas não foram dissipadas totalmente no cenário doméstico. Lá fora, a ata do Fomc poderá dar um pouco mais de direção aos preços.

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