Jornalista e colunista do Broadcast

Opinião|A Bolsa está, de fato, barata?


Do ponto de vista do desempenho da economia, a perspectiva não é animadora e o mercado acionário não está antecipando uma virada que proporcione uma recuperação nos lucros das empresas

Por Fábio Alves
Para Abilio, o Brasil está em 'liquidação'. Será? Foto: Estadão

Aos 45.868,82 pontos no encerramento do último pregão de outubro, na sexta-feira passada, já é hora de comprar as ações da Bovespa?

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Segundo o empresário e presidente do conselho da BRF, Abilio Diniz, sim.

Em evento realizado na segunda-feira, em Nova York, Diniz disse que o "Brasil está em liquidação".

"O País está muito barato para investidores estrangeiros. Para investidores internacionais, é o momento de se aproveitar disso. Estamos em um momento ruim, mas é um momento," declarou Diniz.

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A Bovespa estaria, de fato, uma pechincha, como teria sugerido Diniz?

"Piada", disse a esta coluna um economista de um grande fundo de investimento brasileiro.

Até o dia 30 de outubro, a Bovespa acumula neste ano uma queda de 36,96%, em dólar, conforme os cálculos da consultoria Economatica.

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"Acho a Bolsa ainda absurdamente cara", afirmou o economista do fundo de investimento. Isso porque, do ponto de vista do fundamento das ações, as empresas brasileiras estão perdendo dinheiro.

"Quanto vale uma empresa que não tem lucro e não cresce?", indagou. "O retorno das empresas caiu a um nível muito abaixo do custo de capital. Em tese, não paga nem a dívida."

Em pontos, a Bovespa soma uma queda de 8,28% de janeiro até a última sexta-feira, 30. Isso porque, no mês de outubro, a bolsa brasileira registrou ganho de 1,80%, minimizando as perdas no ano.

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Olhando para frente, que é o que interessa aos investidores, qual ambiente macroeconômico interno poderia apresentar boas perspectivas de lucros para as empresas brasileiras?

Do ponto de vista do desempenho da economia, a perspectiva não é animadora e o mercado acionário não está antecipando uma virada da atividade econômica que proporcione uma recuperação mais forte nos lucros das empresas.

Na pesquisa Focus, divulgada hoje pelo Banco Central, os analistas reforçaram um cenário bem mais pessimista para a economia brasileira: a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 passou para uma contração de 3,05%. Para 2016, a projeção é de uma queda adicional do PIB de 1,51%.

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Na sexta-feira passada, o Broadcast publicou uma reportagem da editoria de Empresas, num esforço coletivo de seus repórteres, mostrando que o aumento da taxa de desemprego deve bater mais forte nos resultados das empresas brasileiras nos próximos trimestres. E uma queda adicional do consumo vai afetar as ações de empresas ligadas a esse setor, assim como um salto na inadimplência ameaça o resultado das instituições financeiras.

Ou seja, se o desempenho médio dos balanços no segundo trimestre ficou aquém do desejado, o fundo do poço ainda não chegou para a compressão dos lucros.

Em seu relatório mais recente com projeções para a Bovespa, datado de 2 de agosto, os analistas do banco suíço Credit Suisse revisaram de 58.000 pontos para 55.000 pontos o "target" (alvo) para o Ibovespa ao fim deste ano. Esse potencial de alta da Bovespa, para esses analistas, é pouco em comparação com a taxa básica de juros no Brasil, de 14,25%.

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O Credit Suisse manteve sua recomendação "underweight" para a bolsa brasileira no âmbito da América Latina, com os analistas do banco preferindo as bolsas do Chile (com recomendação "overweight") e do México ("Market Weight").

Para além das variáveis macroeconômicas, outros fatores devem pesar na decisão dos investidores de entrar comprando as ações brasileiras.

O principal deles é a grave crise política que envolve o País e turva o horizonte de qualquer melhora no desempenho fiscal.

A perspectiva de incapacidade do governo Dilma Rousseff de conseguir aprovar medidas necessárias e urgentes para o ajuste fiscal contribui mais ainda para a piora do humor dos investidores em relação ao Brasil.

Se o País perder o grau de investimento da sua classificação de risco soberano por uma segunda agência internacional de rating, é muito provável que a Bovespa passe a valer menos ainda.

Um novo salto nos spreads da dívida soberana, com o risco-País refletido nos preços de Credit Default Swap (CDS), tornará o custo do capital ainda mais elevado para as empresas brasileiras.

Ou seja, antes de se tornar uma pechincha, a bolsa brasileira pode cair mais.

Para Abilio, o Brasil está em 'liquidação'. Será? Foto: Estadão

Aos 45.868,82 pontos no encerramento do último pregão de outubro, na sexta-feira passada, já é hora de comprar as ações da Bovespa?

Segundo o empresário e presidente do conselho da BRF, Abilio Diniz, sim.

Em evento realizado na segunda-feira, em Nova York, Diniz disse que o "Brasil está em liquidação".

"O País está muito barato para investidores estrangeiros. Para investidores internacionais, é o momento de se aproveitar disso. Estamos em um momento ruim, mas é um momento," declarou Diniz.

A Bovespa estaria, de fato, uma pechincha, como teria sugerido Diniz?

"Piada", disse a esta coluna um economista de um grande fundo de investimento brasileiro.

Até o dia 30 de outubro, a Bovespa acumula neste ano uma queda de 36,96%, em dólar, conforme os cálculos da consultoria Economatica.

"Acho a Bolsa ainda absurdamente cara", afirmou o economista do fundo de investimento. Isso porque, do ponto de vista do fundamento das ações, as empresas brasileiras estão perdendo dinheiro.

"Quanto vale uma empresa que não tem lucro e não cresce?", indagou. "O retorno das empresas caiu a um nível muito abaixo do custo de capital. Em tese, não paga nem a dívida."

Em pontos, a Bovespa soma uma queda de 8,28% de janeiro até a última sexta-feira, 30. Isso porque, no mês de outubro, a bolsa brasileira registrou ganho de 1,80%, minimizando as perdas no ano.

Olhando para frente, que é o que interessa aos investidores, qual ambiente macroeconômico interno poderia apresentar boas perspectivas de lucros para as empresas brasileiras?

Do ponto de vista do desempenho da economia, a perspectiva não é animadora e o mercado acionário não está antecipando uma virada da atividade econômica que proporcione uma recuperação mais forte nos lucros das empresas.

Na pesquisa Focus, divulgada hoje pelo Banco Central, os analistas reforçaram um cenário bem mais pessimista para a economia brasileira: a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 passou para uma contração de 3,05%. Para 2016, a projeção é de uma queda adicional do PIB de 1,51%.

Na sexta-feira passada, o Broadcast publicou uma reportagem da editoria de Empresas, num esforço coletivo de seus repórteres, mostrando que o aumento da taxa de desemprego deve bater mais forte nos resultados das empresas brasileiras nos próximos trimestres. E uma queda adicional do consumo vai afetar as ações de empresas ligadas a esse setor, assim como um salto na inadimplência ameaça o resultado das instituições financeiras.

Ou seja, se o desempenho médio dos balanços no segundo trimestre ficou aquém do desejado, o fundo do poço ainda não chegou para a compressão dos lucros.

Em seu relatório mais recente com projeções para a Bovespa, datado de 2 de agosto, os analistas do banco suíço Credit Suisse revisaram de 58.000 pontos para 55.000 pontos o "target" (alvo) para o Ibovespa ao fim deste ano. Esse potencial de alta da Bovespa, para esses analistas, é pouco em comparação com a taxa básica de juros no Brasil, de 14,25%.

O Credit Suisse manteve sua recomendação "underweight" para a bolsa brasileira no âmbito da América Latina, com os analistas do banco preferindo as bolsas do Chile (com recomendação "overweight") e do México ("Market Weight").

Para além das variáveis macroeconômicas, outros fatores devem pesar na decisão dos investidores de entrar comprando as ações brasileiras.

O principal deles é a grave crise política que envolve o País e turva o horizonte de qualquer melhora no desempenho fiscal.

A perspectiva de incapacidade do governo Dilma Rousseff de conseguir aprovar medidas necessárias e urgentes para o ajuste fiscal contribui mais ainda para a piora do humor dos investidores em relação ao Brasil.

Se o País perder o grau de investimento da sua classificação de risco soberano por uma segunda agência internacional de rating, é muito provável que a Bovespa passe a valer menos ainda.

Um novo salto nos spreads da dívida soberana, com o risco-País refletido nos preços de Credit Default Swap (CDS), tornará o custo do capital ainda mais elevado para as empresas brasileiras.

Ou seja, antes de se tornar uma pechincha, a bolsa brasileira pode cair mais.

Para Abilio, o Brasil está em 'liquidação'. Será? Foto: Estadão

Aos 45.868,82 pontos no encerramento do último pregão de outubro, na sexta-feira passada, já é hora de comprar as ações da Bovespa?

Segundo o empresário e presidente do conselho da BRF, Abilio Diniz, sim.

Em evento realizado na segunda-feira, em Nova York, Diniz disse que o "Brasil está em liquidação".

"O País está muito barato para investidores estrangeiros. Para investidores internacionais, é o momento de se aproveitar disso. Estamos em um momento ruim, mas é um momento," declarou Diniz.

A Bovespa estaria, de fato, uma pechincha, como teria sugerido Diniz?

"Piada", disse a esta coluna um economista de um grande fundo de investimento brasileiro.

Até o dia 30 de outubro, a Bovespa acumula neste ano uma queda de 36,96%, em dólar, conforme os cálculos da consultoria Economatica.

"Acho a Bolsa ainda absurdamente cara", afirmou o economista do fundo de investimento. Isso porque, do ponto de vista do fundamento das ações, as empresas brasileiras estão perdendo dinheiro.

"Quanto vale uma empresa que não tem lucro e não cresce?", indagou. "O retorno das empresas caiu a um nível muito abaixo do custo de capital. Em tese, não paga nem a dívida."

Em pontos, a Bovespa soma uma queda de 8,28% de janeiro até a última sexta-feira, 30. Isso porque, no mês de outubro, a bolsa brasileira registrou ganho de 1,80%, minimizando as perdas no ano.

Olhando para frente, que é o que interessa aos investidores, qual ambiente macroeconômico interno poderia apresentar boas perspectivas de lucros para as empresas brasileiras?

Do ponto de vista do desempenho da economia, a perspectiva não é animadora e o mercado acionário não está antecipando uma virada da atividade econômica que proporcione uma recuperação mais forte nos lucros das empresas.

Na pesquisa Focus, divulgada hoje pelo Banco Central, os analistas reforçaram um cenário bem mais pessimista para a economia brasileira: a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 passou para uma contração de 3,05%. Para 2016, a projeção é de uma queda adicional do PIB de 1,51%.

Na sexta-feira passada, o Broadcast publicou uma reportagem da editoria de Empresas, num esforço coletivo de seus repórteres, mostrando que o aumento da taxa de desemprego deve bater mais forte nos resultados das empresas brasileiras nos próximos trimestres. E uma queda adicional do consumo vai afetar as ações de empresas ligadas a esse setor, assim como um salto na inadimplência ameaça o resultado das instituições financeiras.

Ou seja, se o desempenho médio dos balanços no segundo trimestre ficou aquém do desejado, o fundo do poço ainda não chegou para a compressão dos lucros.

Em seu relatório mais recente com projeções para a Bovespa, datado de 2 de agosto, os analistas do banco suíço Credit Suisse revisaram de 58.000 pontos para 55.000 pontos o "target" (alvo) para o Ibovespa ao fim deste ano. Esse potencial de alta da Bovespa, para esses analistas, é pouco em comparação com a taxa básica de juros no Brasil, de 14,25%.

O Credit Suisse manteve sua recomendação "underweight" para a bolsa brasileira no âmbito da América Latina, com os analistas do banco preferindo as bolsas do Chile (com recomendação "overweight") e do México ("Market Weight").

Para além das variáveis macroeconômicas, outros fatores devem pesar na decisão dos investidores de entrar comprando as ações brasileiras.

O principal deles é a grave crise política que envolve o País e turva o horizonte de qualquer melhora no desempenho fiscal.

A perspectiva de incapacidade do governo Dilma Rousseff de conseguir aprovar medidas necessárias e urgentes para o ajuste fiscal contribui mais ainda para a piora do humor dos investidores em relação ao Brasil.

Se o País perder o grau de investimento da sua classificação de risco soberano por uma segunda agência internacional de rating, é muito provável que a Bovespa passe a valer menos ainda.

Um novo salto nos spreads da dívida soberana, com o risco-País refletido nos preços de Credit Default Swap (CDS), tornará o custo do capital ainda mais elevado para as empresas brasileiras.

Ou seja, antes de se tornar uma pechincha, a bolsa brasileira pode cair mais.

Para Abilio, o Brasil está em 'liquidação'. Será? Foto: Estadão

Aos 45.868,82 pontos no encerramento do último pregão de outubro, na sexta-feira passada, já é hora de comprar as ações da Bovespa?

Segundo o empresário e presidente do conselho da BRF, Abilio Diniz, sim.

Em evento realizado na segunda-feira, em Nova York, Diniz disse que o "Brasil está em liquidação".

"O País está muito barato para investidores estrangeiros. Para investidores internacionais, é o momento de se aproveitar disso. Estamos em um momento ruim, mas é um momento," declarou Diniz.

A Bovespa estaria, de fato, uma pechincha, como teria sugerido Diniz?

"Piada", disse a esta coluna um economista de um grande fundo de investimento brasileiro.

Até o dia 30 de outubro, a Bovespa acumula neste ano uma queda de 36,96%, em dólar, conforme os cálculos da consultoria Economatica.

"Acho a Bolsa ainda absurdamente cara", afirmou o economista do fundo de investimento. Isso porque, do ponto de vista do fundamento das ações, as empresas brasileiras estão perdendo dinheiro.

"Quanto vale uma empresa que não tem lucro e não cresce?", indagou. "O retorno das empresas caiu a um nível muito abaixo do custo de capital. Em tese, não paga nem a dívida."

Em pontos, a Bovespa soma uma queda de 8,28% de janeiro até a última sexta-feira, 30. Isso porque, no mês de outubro, a bolsa brasileira registrou ganho de 1,80%, minimizando as perdas no ano.

Olhando para frente, que é o que interessa aos investidores, qual ambiente macroeconômico interno poderia apresentar boas perspectivas de lucros para as empresas brasileiras?

Do ponto de vista do desempenho da economia, a perspectiva não é animadora e o mercado acionário não está antecipando uma virada da atividade econômica que proporcione uma recuperação mais forte nos lucros das empresas.

Na pesquisa Focus, divulgada hoje pelo Banco Central, os analistas reforçaram um cenário bem mais pessimista para a economia brasileira: a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 passou para uma contração de 3,05%. Para 2016, a projeção é de uma queda adicional do PIB de 1,51%.

Na sexta-feira passada, o Broadcast publicou uma reportagem da editoria de Empresas, num esforço coletivo de seus repórteres, mostrando que o aumento da taxa de desemprego deve bater mais forte nos resultados das empresas brasileiras nos próximos trimestres. E uma queda adicional do consumo vai afetar as ações de empresas ligadas a esse setor, assim como um salto na inadimplência ameaça o resultado das instituições financeiras.

Ou seja, se o desempenho médio dos balanços no segundo trimestre ficou aquém do desejado, o fundo do poço ainda não chegou para a compressão dos lucros.

Em seu relatório mais recente com projeções para a Bovespa, datado de 2 de agosto, os analistas do banco suíço Credit Suisse revisaram de 58.000 pontos para 55.000 pontos o "target" (alvo) para o Ibovespa ao fim deste ano. Esse potencial de alta da Bovespa, para esses analistas, é pouco em comparação com a taxa básica de juros no Brasil, de 14,25%.

O Credit Suisse manteve sua recomendação "underweight" para a bolsa brasileira no âmbito da América Latina, com os analistas do banco preferindo as bolsas do Chile (com recomendação "overweight") e do México ("Market Weight").

Para além das variáveis macroeconômicas, outros fatores devem pesar na decisão dos investidores de entrar comprando as ações brasileiras.

O principal deles é a grave crise política que envolve o País e turva o horizonte de qualquer melhora no desempenho fiscal.

A perspectiva de incapacidade do governo Dilma Rousseff de conseguir aprovar medidas necessárias e urgentes para o ajuste fiscal contribui mais ainda para a piora do humor dos investidores em relação ao Brasil.

Se o País perder o grau de investimento da sua classificação de risco soberano por uma segunda agência internacional de rating, é muito provável que a Bovespa passe a valer menos ainda.

Um novo salto nos spreads da dívida soberana, com o risco-País refletido nos preços de Credit Default Swap (CDS), tornará o custo do capital ainda mais elevado para as empresas brasileiras.

Ou seja, antes de se tornar uma pechincha, a bolsa brasileira pode cair mais.

Opinião por Fábio Alves

Colunista do Broadcast

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