Jornalista e colunista do Broadcast

Opinião|O que esperar após o rebaixamento da SP


Agência de classificação de risco manteve o rating do Brasil, mas revisou para negativa a perspectiva; da próxima vez, Brasil pode perder grau de investimento

Por Fábio Alves

O mercado financeiro já esperava uma decisão por parte das agências internacionais de rating, mas o rebaixamento da perspectiva (outlook) da nota soberana de classificação de risco do Brasil pela Standard & Poor's (S&P) - de estável para negativa - ainda conseguirá causar um estrago adicional para os preços dos ativos brasileiros.

O Brasil agora está cada vez mais próximo de perder seu status de grau de investimento. Basta a S&P seguir a avaliação negativa que faz para a perspectiva do rating e a classificação soberana brasileira será jogada para o nível de "junk", ou lixo, no jargão em inglês dos investidores.

No comunicado que acompanhou a decisão, anunciada no início da tarde desta terça-feira, a S&P chama a atenção para a fragilidade política do governo Dilma, o que pesou decisivamente para o rebaixamento.

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"Revisamos a perspectiva nos ratings em moeda estrangeira do Brasil para negativa para refletir o que acreditamos ser uma probabilidade maior do que uma em três de que a correção de políticas enfrentará derrapagem adicional dadas as dinâmicas políticas fluidas e que o retorno para uma trajetória de crescimento mais firme levará mais tempo do que o esperado", disse o comunicado da S&P.

Na opinião do economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, as agências classificadoras de risco avaliam os riscos de crédito e também a qualidade do "management".

"Levy e a equipe econômica são muito admirados por todas as agências de rating", disse Octavio de Barros, em conversa com esta coluna. "Dificilmente seria possível contar com quadros mais qualificados."

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Para ele, o benefício da dúvida que houve com a chegada do Levy não se perdeu, mas as dificuldades de aprovação de medidas no Congresso estão falando mais alto agora.

"Entendo que só o Congresso evita a perda do grau de investimento", afirmou o economista-chefe do Bradesco. "Teremos uns 6 meses para evitar o pior."

Segundo ele, tornou-se fundamental que as lideranças políticas avancem na aprovação de questões que são de interesse do País e não de governos específicos.

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"O País precisa se unir em torno de uma agenda mínima que limite o crescimento do gasto público e, consequentemente, da relação dívida/PIB", argumentou Barros.

Segundo ele, com a decisão de hoje do "outlook" negativo, já está precificado no mercado a perda do grau de investimento. "Em outras palavras, tenho dúvidas se o CDS (Credit Default Swap) irá piorar muito além do patamar atual".

Para um grande investidor brasileiro, ouvido por esta coluna, o rebaixamento da perspectiva do rating pela S&P foi esperado, diante da abrupta deterioração da situação fiscal.

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"Dois aspectos pesaram: perspectiva de crescimento mais baixo e trajetória pouco ambiciosa de primários a partir de 2016", disse o investidor.

Segundo ele, a Moody's estava em revisão, mas a S&P sempre foi mais antenada com o que está acontecendo no Brasil, sempre à frente da curva das agências de rating.

"Em geral 'outlook' negativo pode virar rebaixamento em até 18 meses", afirmou o investidor. "Mas 'outlook' negativo e perspectiva de impeachment não combinam: a crise política pode acelerar bastante a confirmação do downgrade (rebaixamento)", explicou.

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Para o investidor, ativos financeiros têm de incorporar maior prêmio de risco. Segundo ele, uma parte já havia sido precificada, justificando a deterioração da última semana pós anuncio fiscal. "Mas a incerteza subiu bastante e os prêmios de risco têm de passar a refletir isso", disse.

Fábio Alves é jornalista do Broadcast

O mercado financeiro já esperava uma decisão por parte das agências internacionais de rating, mas o rebaixamento da perspectiva (outlook) da nota soberana de classificação de risco do Brasil pela Standard & Poor's (S&P) - de estável para negativa - ainda conseguirá causar um estrago adicional para os preços dos ativos brasileiros.

O Brasil agora está cada vez mais próximo de perder seu status de grau de investimento. Basta a S&P seguir a avaliação negativa que faz para a perspectiva do rating e a classificação soberana brasileira será jogada para o nível de "junk", ou lixo, no jargão em inglês dos investidores.

No comunicado que acompanhou a decisão, anunciada no início da tarde desta terça-feira, a S&P chama a atenção para a fragilidade política do governo Dilma, o que pesou decisivamente para o rebaixamento.

"Revisamos a perspectiva nos ratings em moeda estrangeira do Brasil para negativa para refletir o que acreditamos ser uma probabilidade maior do que uma em três de que a correção de políticas enfrentará derrapagem adicional dadas as dinâmicas políticas fluidas e que o retorno para uma trajetória de crescimento mais firme levará mais tempo do que o esperado", disse o comunicado da S&P.

Na opinião do economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, as agências classificadoras de risco avaliam os riscos de crédito e também a qualidade do "management".

"Levy e a equipe econômica são muito admirados por todas as agências de rating", disse Octavio de Barros, em conversa com esta coluna. "Dificilmente seria possível contar com quadros mais qualificados."

Para ele, o benefício da dúvida que houve com a chegada do Levy não se perdeu, mas as dificuldades de aprovação de medidas no Congresso estão falando mais alto agora.

"Entendo que só o Congresso evita a perda do grau de investimento", afirmou o economista-chefe do Bradesco. "Teremos uns 6 meses para evitar o pior."

Segundo ele, tornou-se fundamental que as lideranças políticas avancem na aprovação de questões que são de interesse do País e não de governos específicos.

"O País precisa se unir em torno de uma agenda mínima que limite o crescimento do gasto público e, consequentemente, da relação dívida/PIB", argumentou Barros.

Segundo ele, com a decisão de hoje do "outlook" negativo, já está precificado no mercado a perda do grau de investimento. "Em outras palavras, tenho dúvidas se o CDS (Credit Default Swap) irá piorar muito além do patamar atual".

Para um grande investidor brasileiro, ouvido por esta coluna, o rebaixamento da perspectiva do rating pela S&P foi esperado, diante da abrupta deterioração da situação fiscal.

"Dois aspectos pesaram: perspectiva de crescimento mais baixo e trajetória pouco ambiciosa de primários a partir de 2016", disse o investidor.

Segundo ele, a Moody's estava em revisão, mas a S&P sempre foi mais antenada com o que está acontecendo no Brasil, sempre à frente da curva das agências de rating.

"Em geral 'outlook' negativo pode virar rebaixamento em até 18 meses", afirmou o investidor. "Mas 'outlook' negativo e perspectiva de impeachment não combinam: a crise política pode acelerar bastante a confirmação do downgrade (rebaixamento)", explicou.

Para o investidor, ativos financeiros têm de incorporar maior prêmio de risco. Segundo ele, uma parte já havia sido precificada, justificando a deterioração da última semana pós anuncio fiscal. "Mas a incerteza subiu bastante e os prêmios de risco têm de passar a refletir isso", disse.

Fábio Alves é jornalista do Broadcast

O mercado financeiro já esperava uma decisão por parte das agências internacionais de rating, mas o rebaixamento da perspectiva (outlook) da nota soberana de classificação de risco do Brasil pela Standard & Poor's (S&P) - de estável para negativa - ainda conseguirá causar um estrago adicional para os preços dos ativos brasileiros.

O Brasil agora está cada vez mais próximo de perder seu status de grau de investimento. Basta a S&P seguir a avaliação negativa que faz para a perspectiva do rating e a classificação soberana brasileira será jogada para o nível de "junk", ou lixo, no jargão em inglês dos investidores.

No comunicado que acompanhou a decisão, anunciada no início da tarde desta terça-feira, a S&P chama a atenção para a fragilidade política do governo Dilma, o que pesou decisivamente para o rebaixamento.

"Revisamos a perspectiva nos ratings em moeda estrangeira do Brasil para negativa para refletir o que acreditamos ser uma probabilidade maior do que uma em três de que a correção de políticas enfrentará derrapagem adicional dadas as dinâmicas políticas fluidas e que o retorno para uma trajetória de crescimento mais firme levará mais tempo do que o esperado", disse o comunicado da S&P.

Na opinião do economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, as agências classificadoras de risco avaliam os riscos de crédito e também a qualidade do "management".

"Levy e a equipe econômica são muito admirados por todas as agências de rating", disse Octavio de Barros, em conversa com esta coluna. "Dificilmente seria possível contar com quadros mais qualificados."

Para ele, o benefício da dúvida que houve com a chegada do Levy não se perdeu, mas as dificuldades de aprovação de medidas no Congresso estão falando mais alto agora.

"Entendo que só o Congresso evita a perda do grau de investimento", afirmou o economista-chefe do Bradesco. "Teremos uns 6 meses para evitar o pior."

Segundo ele, tornou-se fundamental que as lideranças políticas avancem na aprovação de questões que são de interesse do País e não de governos específicos.

"O País precisa se unir em torno de uma agenda mínima que limite o crescimento do gasto público e, consequentemente, da relação dívida/PIB", argumentou Barros.

Segundo ele, com a decisão de hoje do "outlook" negativo, já está precificado no mercado a perda do grau de investimento. "Em outras palavras, tenho dúvidas se o CDS (Credit Default Swap) irá piorar muito além do patamar atual".

Para um grande investidor brasileiro, ouvido por esta coluna, o rebaixamento da perspectiva do rating pela S&P foi esperado, diante da abrupta deterioração da situação fiscal.

"Dois aspectos pesaram: perspectiva de crescimento mais baixo e trajetória pouco ambiciosa de primários a partir de 2016", disse o investidor.

Segundo ele, a Moody's estava em revisão, mas a S&P sempre foi mais antenada com o que está acontecendo no Brasil, sempre à frente da curva das agências de rating.

"Em geral 'outlook' negativo pode virar rebaixamento em até 18 meses", afirmou o investidor. "Mas 'outlook' negativo e perspectiva de impeachment não combinam: a crise política pode acelerar bastante a confirmação do downgrade (rebaixamento)", explicou.

Para o investidor, ativos financeiros têm de incorporar maior prêmio de risco. Segundo ele, uma parte já havia sido precificada, justificando a deterioração da última semana pós anuncio fiscal. "Mas a incerteza subiu bastante e os prêmios de risco têm de passar a refletir isso", disse.

Fábio Alves é jornalista do Broadcast

O mercado financeiro já esperava uma decisão por parte das agências internacionais de rating, mas o rebaixamento da perspectiva (outlook) da nota soberana de classificação de risco do Brasil pela Standard & Poor's (S&P) - de estável para negativa - ainda conseguirá causar um estrago adicional para os preços dos ativos brasileiros.

O Brasil agora está cada vez mais próximo de perder seu status de grau de investimento. Basta a S&P seguir a avaliação negativa que faz para a perspectiva do rating e a classificação soberana brasileira será jogada para o nível de "junk", ou lixo, no jargão em inglês dos investidores.

No comunicado que acompanhou a decisão, anunciada no início da tarde desta terça-feira, a S&P chama a atenção para a fragilidade política do governo Dilma, o que pesou decisivamente para o rebaixamento.

"Revisamos a perspectiva nos ratings em moeda estrangeira do Brasil para negativa para refletir o que acreditamos ser uma probabilidade maior do que uma em três de que a correção de políticas enfrentará derrapagem adicional dadas as dinâmicas políticas fluidas e que o retorno para uma trajetória de crescimento mais firme levará mais tempo do que o esperado", disse o comunicado da S&P.

Na opinião do economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, as agências classificadoras de risco avaliam os riscos de crédito e também a qualidade do "management".

"Levy e a equipe econômica são muito admirados por todas as agências de rating", disse Octavio de Barros, em conversa com esta coluna. "Dificilmente seria possível contar com quadros mais qualificados."

Para ele, o benefício da dúvida que houve com a chegada do Levy não se perdeu, mas as dificuldades de aprovação de medidas no Congresso estão falando mais alto agora.

"Entendo que só o Congresso evita a perda do grau de investimento", afirmou o economista-chefe do Bradesco. "Teremos uns 6 meses para evitar o pior."

Segundo ele, tornou-se fundamental que as lideranças políticas avancem na aprovação de questões que são de interesse do País e não de governos específicos.

"O País precisa se unir em torno de uma agenda mínima que limite o crescimento do gasto público e, consequentemente, da relação dívida/PIB", argumentou Barros.

Segundo ele, com a decisão de hoje do "outlook" negativo, já está precificado no mercado a perda do grau de investimento. "Em outras palavras, tenho dúvidas se o CDS (Credit Default Swap) irá piorar muito além do patamar atual".

Para um grande investidor brasileiro, ouvido por esta coluna, o rebaixamento da perspectiva do rating pela S&P foi esperado, diante da abrupta deterioração da situação fiscal.

"Dois aspectos pesaram: perspectiva de crescimento mais baixo e trajetória pouco ambiciosa de primários a partir de 2016", disse o investidor.

Segundo ele, a Moody's estava em revisão, mas a S&P sempre foi mais antenada com o que está acontecendo no Brasil, sempre à frente da curva das agências de rating.

"Em geral 'outlook' negativo pode virar rebaixamento em até 18 meses", afirmou o investidor. "Mas 'outlook' negativo e perspectiva de impeachment não combinam: a crise política pode acelerar bastante a confirmação do downgrade (rebaixamento)", explicou.

Para o investidor, ativos financeiros têm de incorporar maior prêmio de risco. Segundo ele, uma parte já havia sido precificada, justificando a deterioração da última semana pós anuncio fiscal. "Mas a incerteza subiu bastante e os prêmios de risco têm de passar a refletir isso", disse.

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