Fracassado leilão da Cesp foi em 'hora infeliz', diz FT


Para diário financeiro, quedas no mercado trouxeram crise mundial para perto do Brasil.

Por Da BBC Brasil

Uma reportagem do diário financeiro britânico Financial Times avalia que a tentativa de privatização da Cesp, que terminou sem resultado na terça-feira, foi prejudicada pelo momento "infeliz" pelo qual passam companhias em todo o mundo. Em artigo de grande destaque, o jornal explica as razões do fracasso da venda da companhia energética paulista, produtora de cerca de 10% de toda a eletricidade gerada no país e cuja venda poderia arrecadar mais de R$ 6,6 bilhões. "Em um sentido amplo, o momento foi infeliz para o Brasil, que depois de meses de vigor financeiro entrou em águas turbulentas nas últimas semanas", diz o repórter do FT em São Paulo. "A queda de mais de 8% nos preços de commodities na semana passada desencadeou reduções no mercado acionário local e trouxe a crise financeira global para mais perto do país, em relação a qualquer outro momento desde o surgimento de problemas no mercado americano de hipotecas de alto risco (tipo subprime)." O jornal também menciona aspectos legais - e até políticos - que podem ter influenciado no cancelamento da venda da Cesp. O mais evidente é o curto prazo - até 2015 - restante para o fim das concessões das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, que respondem por 67% da produção da Cesp. Investidores hesitam em assumir compromissos financeiros bilionários sem saber se haverá uma mudança legal para permitir que as licenças sejam renovadas por uma segunda vez. "Tudo isto é complicado por fatores políticos a meses das eleições municipais de outubro. (O governador de São Paulo, José) Serra vem defendendo uma mudança na lei federal que possibilitaria a renovação das concessões, o que maximizaria as receitas do Estado", conta o FT. "O governador, entretanto, é líder do partido de oposição PSDB, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem relutado em cooperar." Vale do Rio Doce Em outros artigos, outra companhia brasileira ganhou destaque em jornais estrangeiros nesta quarta-feira: a Vale do Rio Doce, que anunciou ter desistido da compra da mineradora Xstrata, um negócio que poderia ter atingido US$ 90 bilhões. Citando fontes próximas ao negócio, o FT disse que, após três meses de negociações, "ficou claro que a Vale não conseguiria elevar sua proposta para um nível aceitável pela Xstrata, particularmente em função da instabilidade no mercado de crédito". "Entende-se que a Xstrata pedia uma oferta maior com base nas fortes projeções para os mercados de cobre e carvão, dois de seus principais produtos." Já o diário financeiro americano The Wall Street Journal notou que a negociação "estava sendo observada cuidadosamente como um indicador de quão profundo será o efeito da instabilidade nos mercados financeiros globais sobre as fusões e aquisições". "Impulsionado por preços em ascensão de matérias-primas como o cobre e o ferro, o setor de mineração tem sido um dos raros nichos no mercado de fusões e aquisições, ameaçado pelo declínio no crédito disponível e no crescimento econômico mundial." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Uma reportagem do diário financeiro britânico Financial Times avalia que a tentativa de privatização da Cesp, que terminou sem resultado na terça-feira, foi prejudicada pelo momento "infeliz" pelo qual passam companhias em todo o mundo. Em artigo de grande destaque, o jornal explica as razões do fracasso da venda da companhia energética paulista, produtora de cerca de 10% de toda a eletricidade gerada no país e cuja venda poderia arrecadar mais de R$ 6,6 bilhões. "Em um sentido amplo, o momento foi infeliz para o Brasil, que depois de meses de vigor financeiro entrou em águas turbulentas nas últimas semanas", diz o repórter do FT em São Paulo. "A queda de mais de 8% nos preços de commodities na semana passada desencadeou reduções no mercado acionário local e trouxe a crise financeira global para mais perto do país, em relação a qualquer outro momento desde o surgimento de problemas no mercado americano de hipotecas de alto risco (tipo subprime)." O jornal também menciona aspectos legais - e até políticos - que podem ter influenciado no cancelamento da venda da Cesp. O mais evidente é o curto prazo - até 2015 - restante para o fim das concessões das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, que respondem por 67% da produção da Cesp. Investidores hesitam em assumir compromissos financeiros bilionários sem saber se haverá uma mudança legal para permitir que as licenças sejam renovadas por uma segunda vez. "Tudo isto é complicado por fatores políticos a meses das eleições municipais de outubro. (O governador de São Paulo, José) Serra vem defendendo uma mudança na lei federal que possibilitaria a renovação das concessões, o que maximizaria as receitas do Estado", conta o FT. "O governador, entretanto, é líder do partido de oposição PSDB, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem relutado em cooperar." Vale do Rio Doce Em outros artigos, outra companhia brasileira ganhou destaque em jornais estrangeiros nesta quarta-feira: a Vale do Rio Doce, que anunciou ter desistido da compra da mineradora Xstrata, um negócio que poderia ter atingido US$ 90 bilhões. Citando fontes próximas ao negócio, o FT disse que, após três meses de negociações, "ficou claro que a Vale não conseguiria elevar sua proposta para um nível aceitável pela Xstrata, particularmente em função da instabilidade no mercado de crédito". "Entende-se que a Xstrata pedia uma oferta maior com base nas fortes projeções para os mercados de cobre e carvão, dois de seus principais produtos." Já o diário financeiro americano The Wall Street Journal notou que a negociação "estava sendo observada cuidadosamente como um indicador de quão profundo será o efeito da instabilidade nos mercados financeiros globais sobre as fusões e aquisições". "Impulsionado por preços em ascensão de matérias-primas como o cobre e o ferro, o setor de mineração tem sido um dos raros nichos no mercado de fusões e aquisições, ameaçado pelo declínio no crédito disponível e no crescimento econômico mundial." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Uma reportagem do diário financeiro britânico Financial Times avalia que a tentativa de privatização da Cesp, que terminou sem resultado na terça-feira, foi prejudicada pelo momento "infeliz" pelo qual passam companhias em todo o mundo. Em artigo de grande destaque, o jornal explica as razões do fracasso da venda da companhia energética paulista, produtora de cerca de 10% de toda a eletricidade gerada no país e cuja venda poderia arrecadar mais de R$ 6,6 bilhões. "Em um sentido amplo, o momento foi infeliz para o Brasil, que depois de meses de vigor financeiro entrou em águas turbulentas nas últimas semanas", diz o repórter do FT em São Paulo. "A queda de mais de 8% nos preços de commodities na semana passada desencadeou reduções no mercado acionário local e trouxe a crise financeira global para mais perto do país, em relação a qualquer outro momento desde o surgimento de problemas no mercado americano de hipotecas de alto risco (tipo subprime)." O jornal também menciona aspectos legais - e até políticos - que podem ter influenciado no cancelamento da venda da Cesp. O mais evidente é o curto prazo - até 2015 - restante para o fim das concessões das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, que respondem por 67% da produção da Cesp. Investidores hesitam em assumir compromissos financeiros bilionários sem saber se haverá uma mudança legal para permitir que as licenças sejam renovadas por uma segunda vez. "Tudo isto é complicado por fatores políticos a meses das eleições municipais de outubro. (O governador de São Paulo, José) Serra vem defendendo uma mudança na lei federal que possibilitaria a renovação das concessões, o que maximizaria as receitas do Estado", conta o FT. "O governador, entretanto, é líder do partido de oposição PSDB, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem relutado em cooperar." Vale do Rio Doce Em outros artigos, outra companhia brasileira ganhou destaque em jornais estrangeiros nesta quarta-feira: a Vale do Rio Doce, que anunciou ter desistido da compra da mineradora Xstrata, um negócio que poderia ter atingido US$ 90 bilhões. Citando fontes próximas ao negócio, o FT disse que, após três meses de negociações, "ficou claro que a Vale não conseguiria elevar sua proposta para um nível aceitável pela Xstrata, particularmente em função da instabilidade no mercado de crédito". "Entende-se que a Xstrata pedia uma oferta maior com base nas fortes projeções para os mercados de cobre e carvão, dois de seus principais produtos." Já o diário financeiro americano The Wall Street Journal notou que a negociação "estava sendo observada cuidadosamente como um indicador de quão profundo será o efeito da instabilidade nos mercados financeiros globais sobre as fusões e aquisições". "Impulsionado por preços em ascensão de matérias-primas como o cobre e o ferro, o setor de mineração tem sido um dos raros nichos no mercado de fusões e aquisições, ameaçado pelo declínio no crédito disponível e no crescimento econômico mundial." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Uma reportagem do diário financeiro britânico Financial Times avalia que a tentativa de privatização da Cesp, que terminou sem resultado na terça-feira, foi prejudicada pelo momento "infeliz" pelo qual passam companhias em todo o mundo. Em artigo de grande destaque, o jornal explica as razões do fracasso da venda da companhia energética paulista, produtora de cerca de 10% de toda a eletricidade gerada no país e cuja venda poderia arrecadar mais de R$ 6,6 bilhões. "Em um sentido amplo, o momento foi infeliz para o Brasil, que depois de meses de vigor financeiro entrou em águas turbulentas nas últimas semanas", diz o repórter do FT em São Paulo. "A queda de mais de 8% nos preços de commodities na semana passada desencadeou reduções no mercado acionário local e trouxe a crise financeira global para mais perto do país, em relação a qualquer outro momento desde o surgimento de problemas no mercado americano de hipotecas de alto risco (tipo subprime)." O jornal também menciona aspectos legais - e até políticos - que podem ter influenciado no cancelamento da venda da Cesp. O mais evidente é o curto prazo - até 2015 - restante para o fim das concessões das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, que respondem por 67% da produção da Cesp. Investidores hesitam em assumir compromissos financeiros bilionários sem saber se haverá uma mudança legal para permitir que as licenças sejam renovadas por uma segunda vez. "Tudo isto é complicado por fatores políticos a meses das eleições municipais de outubro. (O governador de São Paulo, José) Serra vem defendendo uma mudança na lei federal que possibilitaria a renovação das concessões, o que maximizaria as receitas do Estado", conta o FT. "O governador, entretanto, é líder do partido de oposição PSDB, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem relutado em cooperar." Vale do Rio Doce Em outros artigos, outra companhia brasileira ganhou destaque em jornais estrangeiros nesta quarta-feira: a Vale do Rio Doce, que anunciou ter desistido da compra da mineradora Xstrata, um negócio que poderia ter atingido US$ 90 bilhões. Citando fontes próximas ao negócio, o FT disse que, após três meses de negociações, "ficou claro que a Vale não conseguiria elevar sua proposta para um nível aceitável pela Xstrata, particularmente em função da instabilidade no mercado de crédito". "Entende-se que a Xstrata pedia uma oferta maior com base nas fortes projeções para os mercados de cobre e carvão, dois de seus principais produtos." Já o diário financeiro americano The Wall Street Journal notou que a negociação "estava sendo observada cuidadosamente como um indicador de quão profundo será o efeito da instabilidade nos mercados financeiros globais sobre as fusões e aquisições". "Impulsionado por preços em ascensão de matérias-primas como o cobre e o ferro, o setor de mineração tem sido um dos raros nichos no mercado de fusões e aquisições, ameaçado pelo declínio no crédito disponível e no crescimento econômico mundial." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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