Fracasso da Rodada de Doha é melhor para os pobres


"A maioria dos países em desenvolvimento vai se expor a um grave processo de desindustrialização se aceitarem as condições básicas de negociação", advertiu um analista

Por Agencia Estado

Um eventual fracasso nas negociações da Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), é o melhor que pode acontecer aos países em desenvolvimento, afirmou o analista Robert Wade, professor de economia política da London School of Economics (LSE). Em artigo publicado nesta segunda-feira pelo jornal britânico The Guardian, Wade alerta que os países em desenvolvimento não devem ceder naquilo que é de maior interesse para o mundo rico: a liberalização do mercado de produtos industriais. "A maioria dos países em desenvolvimento vai se expor a um grave processo de desindustrialização se as condições básicas das atuais negociações forem aceitas", advertiu. O analista afirmou que os países em desenvolvimento correm o risco de "voltarem a ser mais especializados do que agora na produção de matérias-primas e produtos simples, embora que requeiram mão de obra abundante, em detrimento da produção de mercadorias mais complexas, típicas dos países ricos". "Isto pode muito bem redundar no interesse coletivo dos países desenvolvidos, mas seria um mal resultado para o mundo (em seu conjunto)", afirma o professor da LSE e autor do livro "Governing the Market" (Governando o Mercado). Wade argumenta que a condição do livre mercado torna mais difícil que os países pobres consigam se industrializar rapidamente para encurtar a diferença que os separa do mundo rico, e isso acontece por três razões. Primeiro, porque "nenhum país conseguiu a industrialização e se transformou em avançado sem passar por uma fase de proteção de suas novas indústrias básicas". As colônias dos países ricos "viram-se obrigadas a uma rápida e nada seletiva liberalização, o que os levou a experimentar uma rápida desindustrialização". "É uma lei geral da industrialização o fato de que os países mais avançados tentem abrir os mercados dos menos avançados a seus produtos com o argumento de que é bom para todos", acrescentou. Segundo Wade, "é improvável" que aconteça um processo de industrialização nos países em desenvolvimento em "condições de livre-comércio, porque estes terão que se especializar nas exportações industriais e nos setores agrícolas atualmente mais eficazes". No entanto, seu posterior desenvolvimento "dependerá da diversificação de sua produção e da dedicação a atividades com maior valor agregado, nas quais não são atualmente eficientes", algo muito difícil "sem o recurso de uma política industrial que inclua apoios tarifários e de outros tipos". Aumento nas exportações Um recente estudo realizado em aproximadamente 50 países em desenvolvimento que liberalizaram substancialmente seu comércio entre 1980 e o ano 2000 indica, segundo Wade, que apenas 20% (em sua maioria do Leste da Ásia) experimentaram um notável aumento de suas exportações e sua produção de mercadorias com valor agregado, enquanto a metade passou por um processo de desindustrialização. Em terceiro lugar, afirmou o analista, os países desenvolvidos "têm reforçado sua proteção para as novas tecnologias por meio do acordo sobre a propriedade intelectual relacionada ao comércio da OMC, o que torna mais difícil que os países em desenvolvimento obtenham tecnologias avançadas no regime mais permissivo no qual se desenvolveram os países que hoje são ricos". Com isso, disse Wade, "os países em desenvolvimento deveriam opor-se fortemente à agenda da OMC no tocante ao comércio de bens industriais" e reivindicar regras "uma margem maior de manobra para estabelecer seus níveis tarifários segundo a maturidade de suas indústrias". Além disso, as "tarifas devem ser variadas e não uniformes", de acordo com as necessidades de cada setor.

Um eventual fracasso nas negociações da Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), é o melhor que pode acontecer aos países em desenvolvimento, afirmou o analista Robert Wade, professor de economia política da London School of Economics (LSE). Em artigo publicado nesta segunda-feira pelo jornal britânico The Guardian, Wade alerta que os países em desenvolvimento não devem ceder naquilo que é de maior interesse para o mundo rico: a liberalização do mercado de produtos industriais. "A maioria dos países em desenvolvimento vai se expor a um grave processo de desindustrialização se as condições básicas das atuais negociações forem aceitas", advertiu. O analista afirmou que os países em desenvolvimento correm o risco de "voltarem a ser mais especializados do que agora na produção de matérias-primas e produtos simples, embora que requeiram mão de obra abundante, em detrimento da produção de mercadorias mais complexas, típicas dos países ricos". "Isto pode muito bem redundar no interesse coletivo dos países desenvolvidos, mas seria um mal resultado para o mundo (em seu conjunto)", afirma o professor da LSE e autor do livro "Governing the Market" (Governando o Mercado). Wade argumenta que a condição do livre mercado torna mais difícil que os países pobres consigam se industrializar rapidamente para encurtar a diferença que os separa do mundo rico, e isso acontece por três razões. Primeiro, porque "nenhum país conseguiu a industrialização e se transformou em avançado sem passar por uma fase de proteção de suas novas indústrias básicas". As colônias dos países ricos "viram-se obrigadas a uma rápida e nada seletiva liberalização, o que os levou a experimentar uma rápida desindustrialização". "É uma lei geral da industrialização o fato de que os países mais avançados tentem abrir os mercados dos menos avançados a seus produtos com o argumento de que é bom para todos", acrescentou. Segundo Wade, "é improvável" que aconteça um processo de industrialização nos países em desenvolvimento em "condições de livre-comércio, porque estes terão que se especializar nas exportações industriais e nos setores agrícolas atualmente mais eficazes". No entanto, seu posterior desenvolvimento "dependerá da diversificação de sua produção e da dedicação a atividades com maior valor agregado, nas quais não são atualmente eficientes", algo muito difícil "sem o recurso de uma política industrial que inclua apoios tarifários e de outros tipos". Aumento nas exportações Um recente estudo realizado em aproximadamente 50 países em desenvolvimento que liberalizaram substancialmente seu comércio entre 1980 e o ano 2000 indica, segundo Wade, que apenas 20% (em sua maioria do Leste da Ásia) experimentaram um notável aumento de suas exportações e sua produção de mercadorias com valor agregado, enquanto a metade passou por um processo de desindustrialização. Em terceiro lugar, afirmou o analista, os países desenvolvidos "têm reforçado sua proteção para as novas tecnologias por meio do acordo sobre a propriedade intelectual relacionada ao comércio da OMC, o que torna mais difícil que os países em desenvolvimento obtenham tecnologias avançadas no regime mais permissivo no qual se desenvolveram os países que hoje são ricos". Com isso, disse Wade, "os países em desenvolvimento deveriam opor-se fortemente à agenda da OMC no tocante ao comércio de bens industriais" e reivindicar regras "uma margem maior de manobra para estabelecer seus níveis tarifários segundo a maturidade de suas indústrias". Além disso, as "tarifas devem ser variadas e não uniformes", de acordo com as necessidades de cada setor.

Um eventual fracasso nas negociações da Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), é o melhor que pode acontecer aos países em desenvolvimento, afirmou o analista Robert Wade, professor de economia política da London School of Economics (LSE). Em artigo publicado nesta segunda-feira pelo jornal britânico The Guardian, Wade alerta que os países em desenvolvimento não devem ceder naquilo que é de maior interesse para o mundo rico: a liberalização do mercado de produtos industriais. "A maioria dos países em desenvolvimento vai se expor a um grave processo de desindustrialização se as condições básicas das atuais negociações forem aceitas", advertiu. O analista afirmou que os países em desenvolvimento correm o risco de "voltarem a ser mais especializados do que agora na produção de matérias-primas e produtos simples, embora que requeiram mão de obra abundante, em detrimento da produção de mercadorias mais complexas, típicas dos países ricos". "Isto pode muito bem redundar no interesse coletivo dos países desenvolvidos, mas seria um mal resultado para o mundo (em seu conjunto)", afirma o professor da LSE e autor do livro "Governing the Market" (Governando o Mercado). Wade argumenta que a condição do livre mercado torna mais difícil que os países pobres consigam se industrializar rapidamente para encurtar a diferença que os separa do mundo rico, e isso acontece por três razões. Primeiro, porque "nenhum país conseguiu a industrialização e se transformou em avançado sem passar por uma fase de proteção de suas novas indústrias básicas". As colônias dos países ricos "viram-se obrigadas a uma rápida e nada seletiva liberalização, o que os levou a experimentar uma rápida desindustrialização". "É uma lei geral da industrialização o fato de que os países mais avançados tentem abrir os mercados dos menos avançados a seus produtos com o argumento de que é bom para todos", acrescentou. Segundo Wade, "é improvável" que aconteça um processo de industrialização nos países em desenvolvimento em "condições de livre-comércio, porque estes terão que se especializar nas exportações industriais e nos setores agrícolas atualmente mais eficazes". No entanto, seu posterior desenvolvimento "dependerá da diversificação de sua produção e da dedicação a atividades com maior valor agregado, nas quais não são atualmente eficientes", algo muito difícil "sem o recurso de uma política industrial que inclua apoios tarifários e de outros tipos". Aumento nas exportações Um recente estudo realizado em aproximadamente 50 países em desenvolvimento que liberalizaram substancialmente seu comércio entre 1980 e o ano 2000 indica, segundo Wade, que apenas 20% (em sua maioria do Leste da Ásia) experimentaram um notável aumento de suas exportações e sua produção de mercadorias com valor agregado, enquanto a metade passou por um processo de desindustrialização. Em terceiro lugar, afirmou o analista, os países desenvolvidos "têm reforçado sua proteção para as novas tecnologias por meio do acordo sobre a propriedade intelectual relacionada ao comércio da OMC, o que torna mais difícil que os países em desenvolvimento obtenham tecnologias avançadas no regime mais permissivo no qual se desenvolveram os países que hoje são ricos". Com isso, disse Wade, "os países em desenvolvimento deveriam opor-se fortemente à agenda da OMC no tocante ao comércio de bens industriais" e reivindicar regras "uma margem maior de manobra para estabelecer seus níveis tarifários segundo a maturidade de suas indústrias". Além disso, as "tarifas devem ser variadas e não uniformes", de acordo com as necessidades de cada setor.

Um eventual fracasso nas negociações da Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), é o melhor que pode acontecer aos países em desenvolvimento, afirmou o analista Robert Wade, professor de economia política da London School of Economics (LSE). Em artigo publicado nesta segunda-feira pelo jornal britânico The Guardian, Wade alerta que os países em desenvolvimento não devem ceder naquilo que é de maior interesse para o mundo rico: a liberalização do mercado de produtos industriais. "A maioria dos países em desenvolvimento vai se expor a um grave processo de desindustrialização se as condições básicas das atuais negociações forem aceitas", advertiu. O analista afirmou que os países em desenvolvimento correm o risco de "voltarem a ser mais especializados do que agora na produção de matérias-primas e produtos simples, embora que requeiram mão de obra abundante, em detrimento da produção de mercadorias mais complexas, típicas dos países ricos". "Isto pode muito bem redundar no interesse coletivo dos países desenvolvidos, mas seria um mal resultado para o mundo (em seu conjunto)", afirma o professor da LSE e autor do livro "Governing the Market" (Governando o Mercado). Wade argumenta que a condição do livre mercado torna mais difícil que os países pobres consigam se industrializar rapidamente para encurtar a diferença que os separa do mundo rico, e isso acontece por três razões. Primeiro, porque "nenhum país conseguiu a industrialização e se transformou em avançado sem passar por uma fase de proteção de suas novas indústrias básicas". As colônias dos países ricos "viram-se obrigadas a uma rápida e nada seletiva liberalização, o que os levou a experimentar uma rápida desindustrialização". "É uma lei geral da industrialização o fato de que os países mais avançados tentem abrir os mercados dos menos avançados a seus produtos com o argumento de que é bom para todos", acrescentou. Segundo Wade, "é improvável" que aconteça um processo de industrialização nos países em desenvolvimento em "condições de livre-comércio, porque estes terão que se especializar nas exportações industriais e nos setores agrícolas atualmente mais eficazes". No entanto, seu posterior desenvolvimento "dependerá da diversificação de sua produção e da dedicação a atividades com maior valor agregado, nas quais não são atualmente eficientes", algo muito difícil "sem o recurso de uma política industrial que inclua apoios tarifários e de outros tipos". Aumento nas exportações Um recente estudo realizado em aproximadamente 50 países em desenvolvimento que liberalizaram substancialmente seu comércio entre 1980 e o ano 2000 indica, segundo Wade, que apenas 20% (em sua maioria do Leste da Ásia) experimentaram um notável aumento de suas exportações e sua produção de mercadorias com valor agregado, enquanto a metade passou por um processo de desindustrialização. Em terceiro lugar, afirmou o analista, os países desenvolvidos "têm reforçado sua proteção para as novas tecnologias por meio do acordo sobre a propriedade intelectual relacionada ao comércio da OMC, o que torna mais difícil que os países em desenvolvimento obtenham tecnologias avançadas no regime mais permissivo no qual se desenvolveram os países que hoje são ricos". Com isso, disse Wade, "os países em desenvolvimento deveriam opor-se fortemente à agenda da OMC no tocante ao comércio de bens industriais" e reivindicar regras "uma margem maior de manobra para estabelecer seus níveis tarifários segundo a maturidade de suas indústrias". Além disso, as "tarifas devem ser variadas e não uniformes", de acordo com as necessidades de cada setor.

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