Governo francês tenta acelerar votação


Adiada pela apresentação de várias emendas da oposição, reforma da previdência deve ser votada hoje, após o governo apelar para a urgência

Por Andrei Netto CORRESPONDENTE e PARIS

O foco da batalha pela reforma da previdência na França se transferiu ontem das ruas para o Palácio de Luxemburgo, a sede do Senado. Manobras do governo tentaram acelerar a votação, mas a oposição do Partido Socialista (PS) saturou a pauta com emendas e conseguiu adiar em mais um dia a sessão que deverá aprovar a nova idade mínima de aposentadoria. Valendo-se de procedimentos legislativos, os senadores da oposição vinham arrastando as discussões sobre a reforma desde 5 de outubro. Desde a terça-feira, a bancada governista vinha tentando acelerar o debate, prevendo a votação ontem. Sem obter resultados, o ministro do Trabalho, Eric Woerth, lançou mão do "voto único", um artigo da Constituição que garante urgência e obriga o Senado a votar as emendas com debate reduzido. "Não se justifica consagrar 50 horas de discussões a emendas", argumentou Woerth. "O debate vai durar cerca de 15 horas a mais." Na prática, 228 das 254 emendas ao projeto original não poderão ser apreciadas antes da votação do texto original. Com isso, o governo conseguiu garantir a votação para hoje, entre o fim da tarde e a noite. Por outro lado, cresceu no país a sensação de que o governo Sarkozy usa a truculência para aprovar a reforma.A secretária-geral do PS, Martine Aubry atacou a estratégia do Palácio do Eliseu, que chamou de "golpe de força". "Depois de o debate ter sido proibido na Assembleia Nacional, esse novo drible no Parlamento é escandaloso", denunciou.Mobilização. O anúncio do pedido de urgência, feito por volta de 16h, caiu como uma bomba na sede do grupo intersindical, que se reunia no mesmo momento para analisar a realização ou não de novos protestos de rua. Até ontem, as duas maiores centrais sindicais, a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT) e a Confederação Geral do Trabalho (CGT) mostravam posições antagônicas: o primeiro defendia uma "pausa" nos protestos, em razão da escalada de violência.Mas a rejeição à iniciativa do governo no Senado acabou falando mais alto. Todas as seis principais centrais do país convocaram não uma, mas duas novas jornadas de greve, acusando o governo de adotar "atitudes intransigentes". O primeiro movimento será na quinta-feira, 28, e o segundo em 6 de novembro. Assim, os trabalhadores se mostram dispostos a impedir a aplicação da lei mesmo após sua eventual aprovação. Com um discurso radical, Bernard Thibault, secretário-geral da CGT, convocou os franceses a "reencontrar os tempos fortes, que permitem a todos, ao mesmo tempo, no mesmo dia, parar o trabalho e descer às ruas". "Não há outra saída, já que o governo insiste na intransigência."Preocupados com a onda de violência e com os confrontos entre jovens e policiais nas imediações de Paris e em Lyon, as centrais sindicais defenderam passeatas dentro do "respeito a bens e a pessoas". O objetivo é dissociar o movimento sindical e estudantil das cenas de vandalismos, que chocaram o país. Eleição. Outro dos objetivos do movimento é vincular a reforma, feita contra a vontade da maioria da população, às eleições de 2012. Ontem, mais uma pesquisa indicou que a estratégia das centrais e dos partidos de oposição está dando certo. Além de conquistar a adesão dos estudantes de 16 e 17 anos - aptos a votar em 18 meses -, até o eleitorado mais conservador do país, de 50 a 65 anos, se mostra inclinado a votar nos pré-candidatos do PS. Na hipótese de um segundo turno contra Sarkozy, o atual diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, seria eleito com 60% dos votos entre eleitores de meia idade, ante 40% para o atual presidente.

O foco da batalha pela reforma da previdência na França se transferiu ontem das ruas para o Palácio de Luxemburgo, a sede do Senado. Manobras do governo tentaram acelerar a votação, mas a oposição do Partido Socialista (PS) saturou a pauta com emendas e conseguiu adiar em mais um dia a sessão que deverá aprovar a nova idade mínima de aposentadoria. Valendo-se de procedimentos legislativos, os senadores da oposição vinham arrastando as discussões sobre a reforma desde 5 de outubro. Desde a terça-feira, a bancada governista vinha tentando acelerar o debate, prevendo a votação ontem. Sem obter resultados, o ministro do Trabalho, Eric Woerth, lançou mão do "voto único", um artigo da Constituição que garante urgência e obriga o Senado a votar as emendas com debate reduzido. "Não se justifica consagrar 50 horas de discussões a emendas", argumentou Woerth. "O debate vai durar cerca de 15 horas a mais." Na prática, 228 das 254 emendas ao projeto original não poderão ser apreciadas antes da votação do texto original. Com isso, o governo conseguiu garantir a votação para hoje, entre o fim da tarde e a noite. Por outro lado, cresceu no país a sensação de que o governo Sarkozy usa a truculência para aprovar a reforma.A secretária-geral do PS, Martine Aubry atacou a estratégia do Palácio do Eliseu, que chamou de "golpe de força". "Depois de o debate ter sido proibido na Assembleia Nacional, esse novo drible no Parlamento é escandaloso", denunciou.Mobilização. O anúncio do pedido de urgência, feito por volta de 16h, caiu como uma bomba na sede do grupo intersindical, que se reunia no mesmo momento para analisar a realização ou não de novos protestos de rua. Até ontem, as duas maiores centrais sindicais, a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT) e a Confederação Geral do Trabalho (CGT) mostravam posições antagônicas: o primeiro defendia uma "pausa" nos protestos, em razão da escalada de violência.Mas a rejeição à iniciativa do governo no Senado acabou falando mais alto. Todas as seis principais centrais do país convocaram não uma, mas duas novas jornadas de greve, acusando o governo de adotar "atitudes intransigentes". O primeiro movimento será na quinta-feira, 28, e o segundo em 6 de novembro. Assim, os trabalhadores se mostram dispostos a impedir a aplicação da lei mesmo após sua eventual aprovação. Com um discurso radical, Bernard Thibault, secretário-geral da CGT, convocou os franceses a "reencontrar os tempos fortes, que permitem a todos, ao mesmo tempo, no mesmo dia, parar o trabalho e descer às ruas". "Não há outra saída, já que o governo insiste na intransigência."Preocupados com a onda de violência e com os confrontos entre jovens e policiais nas imediações de Paris e em Lyon, as centrais sindicais defenderam passeatas dentro do "respeito a bens e a pessoas". O objetivo é dissociar o movimento sindical e estudantil das cenas de vandalismos, que chocaram o país. Eleição. Outro dos objetivos do movimento é vincular a reforma, feita contra a vontade da maioria da população, às eleições de 2012. Ontem, mais uma pesquisa indicou que a estratégia das centrais e dos partidos de oposição está dando certo. Além de conquistar a adesão dos estudantes de 16 e 17 anos - aptos a votar em 18 meses -, até o eleitorado mais conservador do país, de 50 a 65 anos, se mostra inclinado a votar nos pré-candidatos do PS. Na hipótese de um segundo turno contra Sarkozy, o atual diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, seria eleito com 60% dos votos entre eleitores de meia idade, ante 40% para o atual presidente.

O foco da batalha pela reforma da previdência na França se transferiu ontem das ruas para o Palácio de Luxemburgo, a sede do Senado. Manobras do governo tentaram acelerar a votação, mas a oposição do Partido Socialista (PS) saturou a pauta com emendas e conseguiu adiar em mais um dia a sessão que deverá aprovar a nova idade mínima de aposentadoria. Valendo-se de procedimentos legislativos, os senadores da oposição vinham arrastando as discussões sobre a reforma desde 5 de outubro. Desde a terça-feira, a bancada governista vinha tentando acelerar o debate, prevendo a votação ontem. Sem obter resultados, o ministro do Trabalho, Eric Woerth, lançou mão do "voto único", um artigo da Constituição que garante urgência e obriga o Senado a votar as emendas com debate reduzido. "Não se justifica consagrar 50 horas de discussões a emendas", argumentou Woerth. "O debate vai durar cerca de 15 horas a mais." Na prática, 228 das 254 emendas ao projeto original não poderão ser apreciadas antes da votação do texto original. Com isso, o governo conseguiu garantir a votação para hoje, entre o fim da tarde e a noite. Por outro lado, cresceu no país a sensação de que o governo Sarkozy usa a truculência para aprovar a reforma.A secretária-geral do PS, Martine Aubry atacou a estratégia do Palácio do Eliseu, que chamou de "golpe de força". "Depois de o debate ter sido proibido na Assembleia Nacional, esse novo drible no Parlamento é escandaloso", denunciou.Mobilização. O anúncio do pedido de urgência, feito por volta de 16h, caiu como uma bomba na sede do grupo intersindical, que se reunia no mesmo momento para analisar a realização ou não de novos protestos de rua. Até ontem, as duas maiores centrais sindicais, a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT) e a Confederação Geral do Trabalho (CGT) mostravam posições antagônicas: o primeiro defendia uma "pausa" nos protestos, em razão da escalada de violência.Mas a rejeição à iniciativa do governo no Senado acabou falando mais alto. Todas as seis principais centrais do país convocaram não uma, mas duas novas jornadas de greve, acusando o governo de adotar "atitudes intransigentes". O primeiro movimento será na quinta-feira, 28, e o segundo em 6 de novembro. Assim, os trabalhadores se mostram dispostos a impedir a aplicação da lei mesmo após sua eventual aprovação. Com um discurso radical, Bernard Thibault, secretário-geral da CGT, convocou os franceses a "reencontrar os tempos fortes, que permitem a todos, ao mesmo tempo, no mesmo dia, parar o trabalho e descer às ruas". "Não há outra saída, já que o governo insiste na intransigência."Preocupados com a onda de violência e com os confrontos entre jovens e policiais nas imediações de Paris e em Lyon, as centrais sindicais defenderam passeatas dentro do "respeito a bens e a pessoas". O objetivo é dissociar o movimento sindical e estudantil das cenas de vandalismos, que chocaram o país. Eleição. Outro dos objetivos do movimento é vincular a reforma, feita contra a vontade da maioria da população, às eleições de 2012. Ontem, mais uma pesquisa indicou que a estratégia das centrais e dos partidos de oposição está dando certo. Além de conquistar a adesão dos estudantes de 16 e 17 anos - aptos a votar em 18 meses -, até o eleitorado mais conservador do país, de 50 a 65 anos, se mostra inclinado a votar nos pré-candidatos do PS. Na hipótese de um segundo turno contra Sarkozy, o atual diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, seria eleito com 60% dos votos entre eleitores de meia idade, ante 40% para o atual presidente.

O foco da batalha pela reforma da previdência na França se transferiu ontem das ruas para o Palácio de Luxemburgo, a sede do Senado. Manobras do governo tentaram acelerar a votação, mas a oposição do Partido Socialista (PS) saturou a pauta com emendas e conseguiu adiar em mais um dia a sessão que deverá aprovar a nova idade mínima de aposentadoria. Valendo-se de procedimentos legislativos, os senadores da oposição vinham arrastando as discussões sobre a reforma desde 5 de outubro. Desde a terça-feira, a bancada governista vinha tentando acelerar o debate, prevendo a votação ontem. Sem obter resultados, o ministro do Trabalho, Eric Woerth, lançou mão do "voto único", um artigo da Constituição que garante urgência e obriga o Senado a votar as emendas com debate reduzido. "Não se justifica consagrar 50 horas de discussões a emendas", argumentou Woerth. "O debate vai durar cerca de 15 horas a mais." Na prática, 228 das 254 emendas ao projeto original não poderão ser apreciadas antes da votação do texto original. Com isso, o governo conseguiu garantir a votação para hoje, entre o fim da tarde e a noite. Por outro lado, cresceu no país a sensação de que o governo Sarkozy usa a truculência para aprovar a reforma.A secretária-geral do PS, Martine Aubry atacou a estratégia do Palácio do Eliseu, que chamou de "golpe de força". "Depois de o debate ter sido proibido na Assembleia Nacional, esse novo drible no Parlamento é escandaloso", denunciou.Mobilização. O anúncio do pedido de urgência, feito por volta de 16h, caiu como uma bomba na sede do grupo intersindical, que se reunia no mesmo momento para analisar a realização ou não de novos protestos de rua. Até ontem, as duas maiores centrais sindicais, a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT) e a Confederação Geral do Trabalho (CGT) mostravam posições antagônicas: o primeiro defendia uma "pausa" nos protestos, em razão da escalada de violência.Mas a rejeição à iniciativa do governo no Senado acabou falando mais alto. Todas as seis principais centrais do país convocaram não uma, mas duas novas jornadas de greve, acusando o governo de adotar "atitudes intransigentes". O primeiro movimento será na quinta-feira, 28, e o segundo em 6 de novembro. Assim, os trabalhadores se mostram dispostos a impedir a aplicação da lei mesmo após sua eventual aprovação. Com um discurso radical, Bernard Thibault, secretário-geral da CGT, convocou os franceses a "reencontrar os tempos fortes, que permitem a todos, ao mesmo tempo, no mesmo dia, parar o trabalho e descer às ruas". "Não há outra saída, já que o governo insiste na intransigência."Preocupados com a onda de violência e com os confrontos entre jovens e policiais nas imediações de Paris e em Lyon, as centrais sindicais defenderam passeatas dentro do "respeito a bens e a pessoas". O objetivo é dissociar o movimento sindical e estudantil das cenas de vandalismos, que chocaram o país. Eleição. Outro dos objetivos do movimento é vincular a reforma, feita contra a vontade da maioria da população, às eleições de 2012. Ontem, mais uma pesquisa indicou que a estratégia das centrais e dos partidos de oposição está dando certo. Além de conquistar a adesão dos estudantes de 16 e 17 anos - aptos a votar em 18 meses -, até o eleitorado mais conservador do país, de 50 a 65 anos, se mostra inclinado a votar nos pré-candidatos do PS. Na hipótese de um segundo turno contra Sarkozy, o atual diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, seria eleito com 60% dos votos entre eleitores de meia idade, ante 40% para o atual presidente.

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