Ex-presidente do BC e sócio da Rio Bravo Investimentos

Opinião|Mais uma tentativa


Lula diz que vai tentar novamente a candidatura à Presidência da República

Por Gustavo H. B. Franco
Atualização:

O candidato Lula, que esteve em silêncio durante muito tempo, enquanto se consolidava na liderança das pesquisas eleitorais, está em inserções de TV com mensagens importantes sobre a economia. As palavras são cuidadosamente escolhidas, mas a sombra de Dilma Rousseff e sua Nova Matriz, é muito flagrante.

Ele fala em “abrasileirar” os preços dos combustíveis, com isso se juntando a todos os políticos que estão contestando frontalmente a sabedoria pela qual os derivados devem seguir o preço internacional do petróleo.

É simples, intuitiva e errada a tese pela qual a produção de petróleo e derivados é como fazer um sanduíche na padaria. Os economistas pensam assim, com as exceções habituais, e as explicações são técnicas demais para serem populares, e os políticos sabem disso.

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O fato é que no período eleitoral os políticos se empenham em dizer o que o povo quer ouvir, e o pensamento popular sobre a inflação não é nada bom: há anos que qualquer consulta popular sobre inflação dá sempre congelamento na cabeça. 

Ex-presidente Lula tenta reeleição à Presidência da República Foto: Carla Carniel/Reuters - 29/1/2022

Acho que seria pelas mesmas razões que fazem tão populares os programas de TV meio sanguinolentos sobre crimes do cotidiano. 

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Até os economistas do PT sabem que congelamentos de preços não funcionam, que não é caso de polícia, mas eles se convenceram disso, como a maior parte, mas não a totalidade dos políticos, na quinta tentativa fracassada, que ocorreu em meados de 1991. Já faz tempo.

Em torno de 2010, a equipe de Dilma Rousseff introduziu uma ideia que parecia promissora: um congelamento parcial, e limitado aos preços administrados.

Ficou célebre uma declaração acaciana de Aloizio Mercadante, de 2014, pela qual “preços administrados são preços administrados. Você administra em função do interesse estratégico da economia, dos consumidores”.

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Pois então se adotou a tese do sanduíche de padaria e outra aparentada segundo a qual o custo de produção da energia das usinas amortizadas é zero, portanto, a energia ali gerada pode ser grátis, se o governo quiser. 

E lá fomos nós, com essa Nova Matriz, na direção do buraco. 

Mas essa foi só a primeira tentativa. 

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Parece que estamos caminhando para a segunda, ou terceira, pois a segunda ainda pode ser tentada por Jair Bolsonaro neste ano eleitoral. Ou não. Já vamos para outro presidente da Petrobras. O fato é que o candidato Lula está dizendo que vai tentar novamente.

É uma história antiga, e feia: vamos repetir uma experiência fracassada até que ela dê certo.

*EX-PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL E SÓCIO DA RIO BRAVO INVESTIMENTOS. ESCREVE NO ÚLTIMO DOMINGO DO MÊS 

O candidato Lula, que esteve em silêncio durante muito tempo, enquanto se consolidava na liderança das pesquisas eleitorais, está em inserções de TV com mensagens importantes sobre a economia. As palavras são cuidadosamente escolhidas, mas a sombra de Dilma Rousseff e sua Nova Matriz, é muito flagrante.

Ele fala em “abrasileirar” os preços dos combustíveis, com isso se juntando a todos os políticos que estão contestando frontalmente a sabedoria pela qual os derivados devem seguir o preço internacional do petróleo.

É simples, intuitiva e errada a tese pela qual a produção de petróleo e derivados é como fazer um sanduíche na padaria. Os economistas pensam assim, com as exceções habituais, e as explicações são técnicas demais para serem populares, e os políticos sabem disso.

O fato é que no período eleitoral os políticos se empenham em dizer o que o povo quer ouvir, e o pensamento popular sobre a inflação não é nada bom: há anos que qualquer consulta popular sobre inflação dá sempre congelamento na cabeça. 

Ex-presidente Lula tenta reeleição à Presidência da República Foto: Carla Carniel/Reuters - 29/1/2022

Acho que seria pelas mesmas razões que fazem tão populares os programas de TV meio sanguinolentos sobre crimes do cotidiano. 

Até os economistas do PT sabem que congelamentos de preços não funcionam, que não é caso de polícia, mas eles se convenceram disso, como a maior parte, mas não a totalidade dos políticos, na quinta tentativa fracassada, que ocorreu em meados de 1991. Já faz tempo.

Em torno de 2010, a equipe de Dilma Rousseff introduziu uma ideia que parecia promissora: um congelamento parcial, e limitado aos preços administrados.

Ficou célebre uma declaração acaciana de Aloizio Mercadante, de 2014, pela qual “preços administrados são preços administrados. Você administra em função do interesse estratégico da economia, dos consumidores”.

Pois então se adotou a tese do sanduíche de padaria e outra aparentada segundo a qual o custo de produção da energia das usinas amortizadas é zero, portanto, a energia ali gerada pode ser grátis, se o governo quiser. 

E lá fomos nós, com essa Nova Matriz, na direção do buraco. 

Mas essa foi só a primeira tentativa. 

Parece que estamos caminhando para a segunda, ou terceira, pois a segunda ainda pode ser tentada por Jair Bolsonaro neste ano eleitoral. Ou não. Já vamos para outro presidente da Petrobras. O fato é que o candidato Lula está dizendo que vai tentar novamente.

É uma história antiga, e feia: vamos repetir uma experiência fracassada até que ela dê certo.

*EX-PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL E SÓCIO DA RIO BRAVO INVESTIMENTOS. ESCREVE NO ÚLTIMO DOMINGO DO MÊS 

O candidato Lula, que esteve em silêncio durante muito tempo, enquanto se consolidava na liderança das pesquisas eleitorais, está em inserções de TV com mensagens importantes sobre a economia. As palavras são cuidadosamente escolhidas, mas a sombra de Dilma Rousseff e sua Nova Matriz, é muito flagrante.

Ele fala em “abrasileirar” os preços dos combustíveis, com isso se juntando a todos os políticos que estão contestando frontalmente a sabedoria pela qual os derivados devem seguir o preço internacional do petróleo.

É simples, intuitiva e errada a tese pela qual a produção de petróleo e derivados é como fazer um sanduíche na padaria. Os economistas pensam assim, com as exceções habituais, e as explicações são técnicas demais para serem populares, e os políticos sabem disso.

O fato é que no período eleitoral os políticos se empenham em dizer o que o povo quer ouvir, e o pensamento popular sobre a inflação não é nada bom: há anos que qualquer consulta popular sobre inflação dá sempre congelamento na cabeça. 

Ex-presidente Lula tenta reeleição à Presidência da República Foto: Carla Carniel/Reuters - 29/1/2022

Acho que seria pelas mesmas razões que fazem tão populares os programas de TV meio sanguinolentos sobre crimes do cotidiano. 

Até os economistas do PT sabem que congelamentos de preços não funcionam, que não é caso de polícia, mas eles se convenceram disso, como a maior parte, mas não a totalidade dos políticos, na quinta tentativa fracassada, que ocorreu em meados de 1991. Já faz tempo.

Em torno de 2010, a equipe de Dilma Rousseff introduziu uma ideia que parecia promissora: um congelamento parcial, e limitado aos preços administrados.

Ficou célebre uma declaração acaciana de Aloizio Mercadante, de 2014, pela qual “preços administrados são preços administrados. Você administra em função do interesse estratégico da economia, dos consumidores”.

Pois então se adotou a tese do sanduíche de padaria e outra aparentada segundo a qual o custo de produção da energia das usinas amortizadas é zero, portanto, a energia ali gerada pode ser grátis, se o governo quiser. 

E lá fomos nós, com essa Nova Matriz, na direção do buraco. 

Mas essa foi só a primeira tentativa. 

Parece que estamos caminhando para a segunda, ou terceira, pois a segunda ainda pode ser tentada por Jair Bolsonaro neste ano eleitoral. Ou não. Já vamos para outro presidente da Petrobras. O fato é que o candidato Lula está dizendo que vai tentar novamente.

É uma história antiga, e feia: vamos repetir uma experiência fracassada até que ela dê certo.

*EX-PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL E SÓCIO DA RIO BRAVO INVESTIMENTOS. ESCREVE NO ÚLTIMO DOMINGO DO MÊS 

O candidato Lula, que esteve em silêncio durante muito tempo, enquanto se consolidava na liderança das pesquisas eleitorais, está em inserções de TV com mensagens importantes sobre a economia. As palavras são cuidadosamente escolhidas, mas a sombra de Dilma Rousseff e sua Nova Matriz, é muito flagrante.

Ele fala em “abrasileirar” os preços dos combustíveis, com isso se juntando a todos os políticos que estão contestando frontalmente a sabedoria pela qual os derivados devem seguir o preço internacional do petróleo.

É simples, intuitiva e errada a tese pela qual a produção de petróleo e derivados é como fazer um sanduíche na padaria. Os economistas pensam assim, com as exceções habituais, e as explicações são técnicas demais para serem populares, e os políticos sabem disso.

O fato é que no período eleitoral os políticos se empenham em dizer o que o povo quer ouvir, e o pensamento popular sobre a inflação não é nada bom: há anos que qualquer consulta popular sobre inflação dá sempre congelamento na cabeça. 

Ex-presidente Lula tenta reeleição à Presidência da República Foto: Carla Carniel/Reuters - 29/1/2022

Acho que seria pelas mesmas razões que fazem tão populares os programas de TV meio sanguinolentos sobre crimes do cotidiano. 

Até os economistas do PT sabem que congelamentos de preços não funcionam, que não é caso de polícia, mas eles se convenceram disso, como a maior parte, mas não a totalidade dos políticos, na quinta tentativa fracassada, que ocorreu em meados de 1991. Já faz tempo.

Em torno de 2010, a equipe de Dilma Rousseff introduziu uma ideia que parecia promissora: um congelamento parcial, e limitado aos preços administrados.

Ficou célebre uma declaração acaciana de Aloizio Mercadante, de 2014, pela qual “preços administrados são preços administrados. Você administra em função do interesse estratégico da economia, dos consumidores”.

Pois então se adotou a tese do sanduíche de padaria e outra aparentada segundo a qual o custo de produção da energia das usinas amortizadas é zero, portanto, a energia ali gerada pode ser grátis, se o governo quiser. 

E lá fomos nós, com essa Nova Matriz, na direção do buraco. 

Mas essa foi só a primeira tentativa. 

Parece que estamos caminhando para a segunda, ou terceira, pois a segunda ainda pode ser tentada por Jair Bolsonaro neste ano eleitoral. Ou não. Já vamos para outro presidente da Petrobras. O fato é que o candidato Lula está dizendo que vai tentar novamente.

É uma história antiga, e feia: vamos repetir uma experiência fracassada até que ela dê certo.

*EX-PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL E SÓCIO DA RIO BRAVO INVESTIMENTOS. ESCREVE NO ÚLTIMO DOMINGO DO MÊS 

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