O mercado de ações em Nova Iorque ainda não tem tendência definida, pois a instabilidade nos pregões continua. Porém, as oscilações diminuíram ao longo da semana passada nos índices Nasdaq - que meda a valorização das ações de empresas de tecnologia nos Estados Unidos - e Dow Jones - que registra a valorização das empresas mais negociadas na bolsa de Nova Iorque. Caso o banco central dos Estados Unidos (FED) interprete isso como uma desaceleração suave da economia norte-americana, pode haver uma menor agressividade da política monetária nos Estados Unidos. O mercado torce para que o aumento de meio ponto porcentual definido pelo FED na última reunião, em 16 de maio, tenha sido suficiente para frear o crescimento econômico e reduzir a pressão inflacionária. Antonio Rudyard, gerente do Banco Indusval, afirma que o cenário internacional já melhorou. Isso é bom para o mercado local, que vai continuar atuando de olho no que acontece lá fora. Rudyard acredita que as incertezas não terminaram e que uma piora dos dados pode levar o FED a patrocinar mais uma elevação de meio ponto porcentual na taxa básica dos EUA - que está em 6,5% ao ano. Do ponto de vista interno, o cenário está positivo, com o controle da inflação e das contas públicas. O gerente do Indusval também acrescenta outros fatores favoráveis: a decisão do Banco Central de reduzir o compulsório sobre os depósitos à vista de 55% para 45%, e a retomada da oferta de títulos com juros prefixados no próximo leilão. Mercado acionário e perspectivas para os juros De acordo com o gerente do Indusval, o quadro doméstico é favorável à valorização das ações, mas a questão é que a Bolsa brasileira está muito ligada ao comportamento dos índices Nasdaq e Dow Jones. Nesse cenário, por enquanto, a compra de ações é interessante apenas para quem tem horizonte de investimento de longo prazo e quer aproveitar o baixo preço dos papéis. Segundo Rudyard, a redução da instabilidade externa, pela acomodação das ações em Nova Iorque e redução do risco de elevação dos juros nos EUA, combinada com os fundamentos internos positivos cria condições para a redução da taxa básica de juros do País. Mas isso pode não acontecer na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para dia 20.
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