Inflação até que ajuda...


A economia mundial está crescendo a uma taxa anualizada de 2%, sim, é apenas isso - e a inflação média também 2%. Desaceleração e preços recuando. Resultado: menor demanda e produção e mais desemprego, num círculo vicioso que se completa com menor consumo e, de novo, emprego. Nesse cenário que já se acentua há meses, alguns economistas respeitáveis, como Paul Krugman, aconselham mais inflação, algo inconcebível há um ano quando se alertava que "a inflação se espalha pelo mundo."

Por Alberto Tamer

Mas tudo mudou. A crise europeia está se transformando em crônica, e os preços caíram simplesmente porque não há demanda - as pessoas temem perder o emprego e estão poupando - e os governos e, principalmente, os bancos centrais, não ousam aumentar ainda mais a liquidez com receio de mais inflação.

Tudo isso pode parecer meio estranho, esquisito, fere as normas mais sagradas da economia - que não é, atentem, uma ciência exata - mas já começa a ser aceito no exterior. Por que? Parece não haver outra saída, que seria mais investimentos. Transformar a Europa, o Japão e os Estados Unidos em um canteiro de obras para criar empregos e crescimento está sendo afastada - e porque não dizer, rejeitada - pelos governos dos países que pesam realmente no PIB mundial. Portanto, afirma o Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman, só mais injeção de liquidez, mais inflação, pode atenuar esse cenário e evitar que a economia mundial volte à beira da recessão.

Mas é isso mesmo? A inflação estaria mesmo recuando e apontando para a deflação? É sim. Krugman não se baseia em projeções ou estimativas, mas em números oficiais, dos governos, bancos centrais que a revista britânica The Economist publica semanalmente

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E o que dizem esses números?

1 - O índice de preços nos Estados Unidos, medidos pelo Fed, recuou de 2% para 1,7% este ano.

2 - O Japão vivia uma deflação há dez anos. No mês passado, o PIB ainda era 0,2% negativo e somente agora chega a mais 0,2%.

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3 - Na zona do euro está em 2,3%, com recuo na Alemanha, de 1,9%, e na França, de 2,2% para 1,9% agora.

4 - Até na China, a inflação caiu de 3,6% para 2,2%. Há alguns meses, ela estava em mais de 5%. Isso está levando o governo a retomar forte estímulo ao investimento e à demanda interna.

Uma sondagem feita pela The Economist com os principais bancos e financeiras internacionais prevê recessão de 0,8% na zona do euro e apenas mais 0,7% no próximo ano. Estados Unidos, 1,8% agora e 1,6% em seguida. E todos, absolutamente todos, estimam que a inflação nas principais economias mundiais vai ficar em torno de 2% este ano e no próximo. (A coluna recomenda muito aos mais interessados que acompanhem essas estatísticas altamente confiáveis que a The Economist divulga toda semana e as atualiza todos os dias em seu site de amplo acesso).

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Mais de 3%, por favor. Como o desemprego só aumenta, 8,2% nos Estados Unidos, 10,1% na França, e 11,2% na zona do euro (onde só a Alemanha destoa com 2%), não há a sinal de qualquer recuperação nos próximos semestres. Foi com base nesses números oficiais que Krugman se transformou em um iconoclasta ao declarar que a zona do euro só sai da crise se aceitar uma inflação acima de 3% por mais de cinco anos. Outros vencedores do Prêmio Nobel falam em década perdida. E Krugman afirmou isso em Berlim, onde também está sendo execrado porque condenou com veemência a política de austeridade que a Alemanha vem impondo à Eurozona. "Estão fazendo isso há dois anos e meio e o resultado é um desemprego de 11,1% provocando um estrago cumulativo. As vidas das pessoas estão sendo destruídas." Nada de aumentar os juros ao menor sinal de inflação (como fez o ex-presidente Jean-Claude Trichet no ano passado). Uma inflação que deveria ser bem-vinda."

"Emprestem abertamente para governos e bancos", recomendou ele não só ao Banco Central Europeu mas também ao Federal Reserve dos Estados Unidos que continua hesitando enquanto o desemprego de 8,2% persiste e a economia recua. Curioso é que as análises do próprio Fed, registrando isso, contradizem a sua inação. Ainda ontem, Krugman citou Keynes: "É na expansão e não na desaceleração que se deve adotar políticas de austeridade." O que está havendo hoje no mundo desenvolvido "é a morte da esperança", ou, para não ser pessimista, a espera de uma esperança que sempre se adia.

E o Brasil? Antes que o colunista seja estigmatizado e alguns leitores o acusem de herege, vamos deixar claro que o Brasil é um caso à parte. Sua inflação ainda alta, de 5%, está sob controle, administrada há um ano. Ninguém está contente com ela, mas pior seria trazê-la para 2% com uma política de aumento dos juros, corte do crédito e desincentivo à demanda interna. A forte desaceleração econômica está aí e já reflete na criação de empregos. Não há por enquanto no Brasil o dilema crescimento ou inflação. Como não deveria haver na Europa e nos Estados Unidos, onde as economias afundam.

Mas tudo mudou. A crise europeia está se transformando em crônica, e os preços caíram simplesmente porque não há demanda - as pessoas temem perder o emprego e estão poupando - e os governos e, principalmente, os bancos centrais, não ousam aumentar ainda mais a liquidez com receio de mais inflação.

Tudo isso pode parecer meio estranho, esquisito, fere as normas mais sagradas da economia - que não é, atentem, uma ciência exata - mas já começa a ser aceito no exterior. Por que? Parece não haver outra saída, que seria mais investimentos. Transformar a Europa, o Japão e os Estados Unidos em um canteiro de obras para criar empregos e crescimento está sendo afastada - e porque não dizer, rejeitada - pelos governos dos países que pesam realmente no PIB mundial. Portanto, afirma o Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman, só mais injeção de liquidez, mais inflação, pode atenuar esse cenário e evitar que a economia mundial volte à beira da recessão.

Mas é isso mesmo? A inflação estaria mesmo recuando e apontando para a deflação? É sim. Krugman não se baseia em projeções ou estimativas, mas em números oficiais, dos governos, bancos centrais que a revista britânica The Economist publica semanalmente

E o que dizem esses números?

1 - O índice de preços nos Estados Unidos, medidos pelo Fed, recuou de 2% para 1,7% este ano.

2 - O Japão vivia uma deflação há dez anos. No mês passado, o PIB ainda era 0,2% negativo e somente agora chega a mais 0,2%.

3 - Na zona do euro está em 2,3%, com recuo na Alemanha, de 1,9%, e na França, de 2,2% para 1,9% agora.

4 - Até na China, a inflação caiu de 3,6% para 2,2%. Há alguns meses, ela estava em mais de 5%. Isso está levando o governo a retomar forte estímulo ao investimento e à demanda interna.

Uma sondagem feita pela The Economist com os principais bancos e financeiras internacionais prevê recessão de 0,8% na zona do euro e apenas mais 0,7% no próximo ano. Estados Unidos, 1,8% agora e 1,6% em seguida. E todos, absolutamente todos, estimam que a inflação nas principais economias mundiais vai ficar em torno de 2% este ano e no próximo. (A coluna recomenda muito aos mais interessados que acompanhem essas estatísticas altamente confiáveis que a The Economist divulga toda semana e as atualiza todos os dias em seu site de amplo acesso).

Mais de 3%, por favor. Como o desemprego só aumenta, 8,2% nos Estados Unidos, 10,1% na França, e 11,2% na zona do euro (onde só a Alemanha destoa com 2%), não há a sinal de qualquer recuperação nos próximos semestres. Foi com base nesses números oficiais que Krugman se transformou em um iconoclasta ao declarar que a zona do euro só sai da crise se aceitar uma inflação acima de 3% por mais de cinco anos. Outros vencedores do Prêmio Nobel falam em década perdida. E Krugman afirmou isso em Berlim, onde também está sendo execrado porque condenou com veemência a política de austeridade que a Alemanha vem impondo à Eurozona. "Estão fazendo isso há dois anos e meio e o resultado é um desemprego de 11,1% provocando um estrago cumulativo. As vidas das pessoas estão sendo destruídas." Nada de aumentar os juros ao menor sinal de inflação (como fez o ex-presidente Jean-Claude Trichet no ano passado). Uma inflação que deveria ser bem-vinda."

"Emprestem abertamente para governos e bancos", recomendou ele não só ao Banco Central Europeu mas também ao Federal Reserve dos Estados Unidos que continua hesitando enquanto o desemprego de 8,2% persiste e a economia recua. Curioso é que as análises do próprio Fed, registrando isso, contradizem a sua inação. Ainda ontem, Krugman citou Keynes: "É na expansão e não na desaceleração que se deve adotar políticas de austeridade." O que está havendo hoje no mundo desenvolvido "é a morte da esperança", ou, para não ser pessimista, a espera de uma esperança que sempre se adia.

E o Brasil? Antes que o colunista seja estigmatizado e alguns leitores o acusem de herege, vamos deixar claro que o Brasil é um caso à parte. Sua inflação ainda alta, de 5%, está sob controle, administrada há um ano. Ninguém está contente com ela, mas pior seria trazê-la para 2% com uma política de aumento dos juros, corte do crédito e desincentivo à demanda interna. A forte desaceleração econômica está aí e já reflete na criação de empregos. Não há por enquanto no Brasil o dilema crescimento ou inflação. Como não deveria haver na Europa e nos Estados Unidos, onde as economias afundam.

Mas tudo mudou. A crise europeia está se transformando em crônica, e os preços caíram simplesmente porque não há demanda - as pessoas temem perder o emprego e estão poupando - e os governos e, principalmente, os bancos centrais, não ousam aumentar ainda mais a liquidez com receio de mais inflação.

Tudo isso pode parecer meio estranho, esquisito, fere as normas mais sagradas da economia - que não é, atentem, uma ciência exata - mas já começa a ser aceito no exterior. Por que? Parece não haver outra saída, que seria mais investimentos. Transformar a Europa, o Japão e os Estados Unidos em um canteiro de obras para criar empregos e crescimento está sendo afastada - e porque não dizer, rejeitada - pelos governos dos países que pesam realmente no PIB mundial. Portanto, afirma o Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman, só mais injeção de liquidez, mais inflação, pode atenuar esse cenário e evitar que a economia mundial volte à beira da recessão.

Mas é isso mesmo? A inflação estaria mesmo recuando e apontando para a deflação? É sim. Krugman não se baseia em projeções ou estimativas, mas em números oficiais, dos governos, bancos centrais que a revista britânica The Economist publica semanalmente

E o que dizem esses números?

1 - O índice de preços nos Estados Unidos, medidos pelo Fed, recuou de 2% para 1,7% este ano.

2 - O Japão vivia uma deflação há dez anos. No mês passado, o PIB ainda era 0,2% negativo e somente agora chega a mais 0,2%.

3 - Na zona do euro está em 2,3%, com recuo na Alemanha, de 1,9%, e na França, de 2,2% para 1,9% agora.

4 - Até na China, a inflação caiu de 3,6% para 2,2%. Há alguns meses, ela estava em mais de 5%. Isso está levando o governo a retomar forte estímulo ao investimento e à demanda interna.

Uma sondagem feita pela The Economist com os principais bancos e financeiras internacionais prevê recessão de 0,8% na zona do euro e apenas mais 0,7% no próximo ano. Estados Unidos, 1,8% agora e 1,6% em seguida. E todos, absolutamente todos, estimam que a inflação nas principais economias mundiais vai ficar em torno de 2% este ano e no próximo. (A coluna recomenda muito aos mais interessados que acompanhem essas estatísticas altamente confiáveis que a The Economist divulga toda semana e as atualiza todos os dias em seu site de amplo acesso).

Mais de 3%, por favor. Como o desemprego só aumenta, 8,2% nos Estados Unidos, 10,1% na França, e 11,2% na zona do euro (onde só a Alemanha destoa com 2%), não há a sinal de qualquer recuperação nos próximos semestres. Foi com base nesses números oficiais que Krugman se transformou em um iconoclasta ao declarar que a zona do euro só sai da crise se aceitar uma inflação acima de 3% por mais de cinco anos. Outros vencedores do Prêmio Nobel falam em década perdida. E Krugman afirmou isso em Berlim, onde também está sendo execrado porque condenou com veemência a política de austeridade que a Alemanha vem impondo à Eurozona. "Estão fazendo isso há dois anos e meio e o resultado é um desemprego de 11,1% provocando um estrago cumulativo. As vidas das pessoas estão sendo destruídas." Nada de aumentar os juros ao menor sinal de inflação (como fez o ex-presidente Jean-Claude Trichet no ano passado). Uma inflação que deveria ser bem-vinda."

"Emprestem abertamente para governos e bancos", recomendou ele não só ao Banco Central Europeu mas também ao Federal Reserve dos Estados Unidos que continua hesitando enquanto o desemprego de 8,2% persiste e a economia recua. Curioso é que as análises do próprio Fed, registrando isso, contradizem a sua inação. Ainda ontem, Krugman citou Keynes: "É na expansão e não na desaceleração que se deve adotar políticas de austeridade." O que está havendo hoje no mundo desenvolvido "é a morte da esperança", ou, para não ser pessimista, a espera de uma esperança que sempre se adia.

E o Brasil? Antes que o colunista seja estigmatizado e alguns leitores o acusem de herege, vamos deixar claro que o Brasil é um caso à parte. Sua inflação ainda alta, de 5%, está sob controle, administrada há um ano. Ninguém está contente com ela, mas pior seria trazê-la para 2% com uma política de aumento dos juros, corte do crédito e desincentivo à demanda interna. A forte desaceleração econômica está aí e já reflete na criação de empregos. Não há por enquanto no Brasil o dilema crescimento ou inflação. Como não deveria haver na Europa e nos Estados Unidos, onde as economias afundam.

Mas tudo mudou. A crise europeia está se transformando em crônica, e os preços caíram simplesmente porque não há demanda - as pessoas temem perder o emprego e estão poupando - e os governos e, principalmente, os bancos centrais, não ousam aumentar ainda mais a liquidez com receio de mais inflação.

Tudo isso pode parecer meio estranho, esquisito, fere as normas mais sagradas da economia - que não é, atentem, uma ciência exata - mas já começa a ser aceito no exterior. Por que? Parece não haver outra saída, que seria mais investimentos. Transformar a Europa, o Japão e os Estados Unidos em um canteiro de obras para criar empregos e crescimento está sendo afastada - e porque não dizer, rejeitada - pelos governos dos países que pesam realmente no PIB mundial. Portanto, afirma o Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman, só mais injeção de liquidez, mais inflação, pode atenuar esse cenário e evitar que a economia mundial volte à beira da recessão.

Mas é isso mesmo? A inflação estaria mesmo recuando e apontando para a deflação? É sim. Krugman não se baseia em projeções ou estimativas, mas em números oficiais, dos governos, bancos centrais que a revista britânica The Economist publica semanalmente

E o que dizem esses números?

1 - O índice de preços nos Estados Unidos, medidos pelo Fed, recuou de 2% para 1,7% este ano.

2 - O Japão vivia uma deflação há dez anos. No mês passado, o PIB ainda era 0,2% negativo e somente agora chega a mais 0,2%.

3 - Na zona do euro está em 2,3%, com recuo na Alemanha, de 1,9%, e na França, de 2,2% para 1,9% agora.

4 - Até na China, a inflação caiu de 3,6% para 2,2%. Há alguns meses, ela estava em mais de 5%. Isso está levando o governo a retomar forte estímulo ao investimento e à demanda interna.

Uma sondagem feita pela The Economist com os principais bancos e financeiras internacionais prevê recessão de 0,8% na zona do euro e apenas mais 0,7% no próximo ano. Estados Unidos, 1,8% agora e 1,6% em seguida. E todos, absolutamente todos, estimam que a inflação nas principais economias mundiais vai ficar em torno de 2% este ano e no próximo. (A coluna recomenda muito aos mais interessados que acompanhem essas estatísticas altamente confiáveis que a The Economist divulga toda semana e as atualiza todos os dias em seu site de amplo acesso).

Mais de 3%, por favor. Como o desemprego só aumenta, 8,2% nos Estados Unidos, 10,1% na França, e 11,2% na zona do euro (onde só a Alemanha destoa com 2%), não há a sinal de qualquer recuperação nos próximos semestres. Foi com base nesses números oficiais que Krugman se transformou em um iconoclasta ao declarar que a zona do euro só sai da crise se aceitar uma inflação acima de 3% por mais de cinco anos. Outros vencedores do Prêmio Nobel falam em década perdida. E Krugman afirmou isso em Berlim, onde também está sendo execrado porque condenou com veemência a política de austeridade que a Alemanha vem impondo à Eurozona. "Estão fazendo isso há dois anos e meio e o resultado é um desemprego de 11,1% provocando um estrago cumulativo. As vidas das pessoas estão sendo destruídas." Nada de aumentar os juros ao menor sinal de inflação (como fez o ex-presidente Jean-Claude Trichet no ano passado). Uma inflação que deveria ser bem-vinda."

"Emprestem abertamente para governos e bancos", recomendou ele não só ao Banco Central Europeu mas também ao Federal Reserve dos Estados Unidos que continua hesitando enquanto o desemprego de 8,2% persiste e a economia recua. Curioso é que as análises do próprio Fed, registrando isso, contradizem a sua inação. Ainda ontem, Krugman citou Keynes: "É na expansão e não na desaceleração que se deve adotar políticas de austeridade." O que está havendo hoje no mundo desenvolvido "é a morte da esperança", ou, para não ser pessimista, a espera de uma esperança que sempre se adia.

E o Brasil? Antes que o colunista seja estigmatizado e alguns leitores o acusem de herege, vamos deixar claro que o Brasil é um caso à parte. Sua inflação ainda alta, de 5%, está sob controle, administrada há um ano. Ninguém está contente com ela, mas pior seria trazê-la para 2% com uma política de aumento dos juros, corte do crédito e desincentivo à demanda interna. A forte desaceleração econômica está aí e já reflete na criação de empregos. Não há por enquanto no Brasil o dilema crescimento ou inflação. Como não deveria haver na Europa e nos Estados Unidos, onde as economias afundam.

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