As instituições financeiras, este ano, devem oferecer mais dinheiro aos consumidores. Essa é a opinião do vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira. O possível aumento da oferta deve-se principalmente à perspectiva de continuidade da queda da taxa básica de juros, a Selic, explica Oliveira. No dia 20 de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) fez a sua última redução da Selic em 2000. A taxa caiu de 16,5% ao ano para 15,75% ao ano, sendo que, no início de 2000, a taxa anual estava em 19% ao ano. Para o vice-presidente da Anefac, quanto maior a redução da taxa básica melhor será para o consumidor que pretende tomar crédito. Isso porque as instituições financeiras passam a disponibilizar mais recursos para o crédito, principalmente para pessoa física. Redução lenta de juros para o consumidor No entanto, não há projeções muito otimistas para uma redução significativa nos juros cobrados nas linhas de crédito. O executivo analisa que a redução deve ser feita de forma gradativa, no médio e longo prazo, quando houver um aumento no volume do crédito. O especialista ressalta, no entanto, que os prazos dos financiamentos estão aumentando. Hoje, em algumas modalidade de crédito, o prazo máximo chega a 60 meses. Em 1999, os parcelamentos não ultrapassaram os 24 meses estabelecidos pelos bancos e financeiras. Os estudos da Anefac mostram que as lojas fecharam o ano passado cobrando no crediário juros em torno de 6,9% ao mês. A expectativa é de que, até o fim de 2001, as taxas estejam, no máximo, em 3,5% ao mês - um custo ainda alto para quem for parcelar uma compra, já que a expectativa de inflação anual nesse ano é de 4%. Para 2001, a estimativa para o juro médio mensal do cheque especial é de 5%. Em 2000, a média foi de 9,6% ao mês. Na última quinta-feira do ano, as taxas cobradas pelos bancos variavam de 2,05% a 9,7% ao mês. A tendência do cartão de crédito, que tem o juro mais alto, é que os clientes passem a pagar no final desse ano taxas mensais de 7,5%. O cobrado, em 2000, estava em torno de 10,28%. Oliveira aposta numa queda um pouco mais acentuada no Crédito Direto ao Consumidor (CDC) dos bancos - a maneira mais barata para financiar a compra de um bem. Hoje, as instituições trabalham com juros em torno de 3,89% ao mês. A taxa, em 2001, deve cair para algo em torno de 2,5%. Usar o crédito das financeiras, segundo o especialista, continua contra-indicado. Apesar do recuo das taxas, os juros devem passar dos atuais, 11,7%, para 8% até o fim de 2001.
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